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Os princípios da administração pública são os mandamentos que garantem coesão para todo o

regime jurídico de direito público. Os princípios são normas jurídicas que constituem o núcleo
de um sistema jurídico. No caso da Administração Pública, os que guiam o agir estatal em suas
funções são: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e a eficiência. Como norma
jurídica, eles geram deveres e obrigações ao Estado. E, são passíveis de controle pelo Poder
Judiciário quando violados. Por exemplo, no caso de uso de verba pública para campanha
publicitária de prefeito, temos a violação do princípio da moralidade. Nesse caso, ele pode ser
contestado por qualquer eleitor mediante Ação Popular. O resultado dessa violação implicará
a imediata sustação da publicidade, assim como a condenação pessoal do agente público para
que possa ressarcir os cofres públicos.

Celso Antônio Bandeira de Mello destaca que os princípios positivados na Constituição são
exemplificativos e não excluem outros implícitos ao Direito Administrativo Brasileiro. Dessa
forma, além dos principais princípios expressos na Constituição – vigoram os princípios
implícitos da supremacia do interesse público sobre o interesse privado, da finalidade, da
razoabilidade, da proporcionalidade, da motivação, do devido processo legal e ampla defesa,
do controle judicial dos atos administrativos e, da segurança jurídica, e da responsabilidade do
Estado.

Legalidade: O princípio da legalidade é eminentemente jurídico. Diferentemente dos outros


mandamentos que conversam com outros saberes humanos (economia, sociologia e filosofia),
o princípio da legalidade emerge da racionalidade jurídica. Presente nos Estados de Direito,
condiciona o Estado à lei, ou seja, submete a administração pública à conformidade legal,
limitando sua ação e omissão ao mandamento legal. Dessa forma, toda a atividade
administrativa será infralegal ou complementar à lei.
Impessoalidade: O princípio da impessoalidade determina que a Administração deve tratar
todos os cidadãos como iguais, sem discriminações positivas ou negativas.
Moralidade: O princípio da moralidade administrativa consiste na exigência de compatibilidade
da atividade administrativa com os valores ético-jurídicos genericamente considerados.
Publicidade: O princípio da publicidade foi desenhado como instrumento de controle social da
administração pública. Exige-se que todos os atos estatais sejam levados a conhecimento do
povo, de modo que ele – verdadeiro detentor de todo o poder – possa legitimá-los ou
confrontá-los.
Eficiência: Trata-se do ideal de maximização e otimização de todos os atos administrativos e
deveres de prestação estatal. A inclusão do princípio da eficiência como mandamento
constitucional determina que o Estado vá além do mínimo existencial e preste seus deveres
segundo padrões ótimos. Assim, normativamente, o Estado deve prestar um serviço público
em nível ótimo, gerir empresas públicas em nível ótimo, regular o mercado em nível ótimo.

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