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GRAVIDEZ NORMAL

BIOPATOLOGIA II
PROFª ILKA MARTINS ROSA
CONTEÚDOS

1. Modificações do Organismo Materno durante


a gravidez
2. Diagnóstico da gravidez
3. Estática Fetal
4. Mecanismo de Parto
5. Assistência clínica ao parto
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO
MATERNO DURANTE A GRAVIDEZ
I. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

• Modificações Cutâneas • Modificações endócrinos


• Modificações nas mamas • Modificações hemodinâmicas
• Modificações uterinas • Modificações hematológicas
• Modificações osteoarticulares • Modificações urinárias
• Modificações metabólicas • Modificações respiratórias
• Modificações gastrointestinais • Modificações equilíbrio ácido-
base
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

O grande culpado das grandes modificações do organismo materno é a


progesterona.
• Relaxa tudo na gravidez
• Diminui a secreção gástrica
• Diminui o trânsito intestinal na gravidez
• a mulher faz constipação
• Diminui a resistência vascular periférica,
• e com isso cai a tensão arterial.
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS

Aumento do
volume • A mulher sangra de 300-
sanguíneo é 500 ml em parto normal.
para proteger • Em parto Cesário, a perda
da hemorragia é em torno de 1000ml
no parto.
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS

Elevação do Alterações na
Falsa cardiomegalia
diafragma ausculta cardíaca
• Deslocamento para • Aumento da massa • Batimentos
cima para a de VE ectópicos são
esquerda, e • Efusão pericárdica frequentes
rotação do próprio fisiológica • Sopro sistólico
eixo • Alteração da inocente devido ao
posição aumento Do DC
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS

DÉBITO Começa a aumentar em torno da 8ª semana

CARDÍACO Pico máximo na 30ª - 34ª semanas


Reduz próximo ao termo
Aumento pode atingir 30-50% do valor em repouso fora da gravidez
Aumento da FC ~15%
O segundo amento é durante o trabalho de parto
Maior aumento do DC
Chega a dobrar o seu valor na fase expulsiva
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS

 RESISTÊNCIA
VASCULAR
PERIFÉRICA
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS

Queda da tensão arterial, diminuição da


resistência vascular periférico, aumento da
frequência cardíaca= aumento do débito
cardíaco. E o máximo em torno de 34 semanas.

No parto, o débito cardíaco chega até 70%


porque todo o volume que estava no leito
placentário volta para a corrente sanguínea. E
isto é perigoso para as cardiopatas.
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS

Pressão Aumento com a


evolução da
Principalmente nas Pico é durante o
venosa gravidez
veias femorais trabalho de parto

Aumento do
Sistema de Há
fibrinogênio e dos
fatores de
coagulação hipercoagubilidade
coagulação (VII; VII;
X)
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS

Tudo isto volta ao


normal logo depois
do parto.
Gravidez é factor de
risco de trombose:
• aumento dos factores
de coagulação,
• diminuição do sistema
fibrinolítico,
• estase venosa.
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS

Ao deitar, o útero
comprime a veia
Edema gravitacional,
cava, faz fenómeno
pela posição Evitar cirurgia
vaso-vagal, e fica
ortostática, pela Varizes vulvares na proctológica e
taquicárdica e a
compressão que o gravidez. vascular na
solução é colocar a
útero faz nas veias gravidez.
mulher em
cavas
decúbito lateral
esquerdo.
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS

Fluxo sanguíneo regional

• Aumenta globalmente
• Exceção da circulação hepática e cerebral
• O fluxo sanguíneo renal aumenta ~ 30-50%
• Síndrome da hipotensão supina
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS

REPERCUSSÃO AUMENTO DIMINUIÇÃO


Arritmias Tensão sanguínea 10-15mmHg

Síndrome da hipotensão Débito cardíaco Resistência Vascular sistémica

supina Retorno Venoso


Sopros cardíacos Frequência Cardíaca
Pressão capilar coloidosmótica
Maior probabilidade de Pressão capilar pulmonar (edema pulmonar
congestão pulmonar
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

MODIFICAÇÕES HEMODINÂMICAS

SÍNDROME
Aumento do diminuição aumento do HIPERCINÉTICA
volume, hematócrito, débito cardíaco
fisiológico.
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

ALTERAÇÕES DO PESO

Média de Líquido
ganho é de Feto = 3400g Placenta 650g amniótico = Útero = 970 g
10-12,5kg 800 g

Liquido
Mamas= 405 Sangue = Gordura=
extravascular
g 1450 g 3345 g
= 1480g
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
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Metabolismo
ALTERAÇÕES METABÓLICAS protéico

Diminuição da Necessário 1kg de Aumenta a


concentraão da proteíns até o final necessidade básica
albumina da gestação de proteínas.

Feto e placenta=
500g

Utero, mama,
hemoglobina=
500g
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GRAVIDEZ

ALTERAÇÕES METABÓLICAS

Principalmente o HDL
Colsterol plasmático
Metabolismo lipídico
aumento em 50%
Aumento dos
triglicerídeos ~100-150%
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

Metabolismo dos
ALTERAÇÕES METABÓLICAS carboidratos

Influência do
Resposta suprimida
Gravidez normal Hormônio lactogênio
do glucagon
placentário

Começa a ser
Hipoglicemia de jejum produzido na 12ª
semana

Hiperglicemia pós-
Aumenta até o termo
prandial

Lipólise com liberação


hiperinsulinemia de ácido s graxos
livres
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ
REPERCUSSÃO AUMENTO DIMINUIÇÃO
ALTERAÇÕES Útero e seu conteúdo, Pressao coloidosmotica
METABÓLICAS Ganho de peso
crescimento das mamas, vol intersticial
ponderal de sanguíneo e LEC, aumento Aminoácidos
12,5kg água celular, deposição de Concentração de albumina
proteínas e gorduras
Retenção de água Aumento absoluto das
Níveis plasmáticos de
ácidos graxos
(edema) proteínas totais
Hiperinsulinemia Secreção endógena de insulina Cálcio e Mg
Lipídicos totais, colesterol e
Anemia ferropriva triglicerídeos Fe

hipotiroidismo Iodo
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

 concentração de Mg, Zn, Ca


ALTERAÇÕES DO • Cálcio: gestante necessita de 1500mg/d
METABOLISMO MINERAL • O consumo fetal deCa se faz às custas do esqueleto
materno
Na+
•  total
• Reabsorção a nível de ducto coletor
• Aldostrona – 20 x maior
K+
• Ligeira 
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

ALTERAÇÕES DO METABOLISMO DO FERRO

 depósito de Fe Quantidade adicional de Fe: 900mg

• 2,2 g na mulher adulta  3,2 g gestante • 500-600mg: incremento da massa


•  massa eritrocitária eritrocitária
• 300mg: feto e placenta
• Dieta não é suficiente para atender as
necessidades
• Perdas sanguíneas no parto
• 500ml no parto vaginal
• 1000ml parto cesário
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

ALTERAÇÕES DO METABOLISMO ÁCIDO-BÁSICO

Aumenta a pressão A pressão de gás carbónica


Acontece o efeito Bohr:
abdominal, diminui, e a p02 aumenta.
• eleva diafragma, diminui • Tem alcalose respiratória • aumenta afinidade da
volume pulmonar residual. compensada porque hemoglobina materna
• A mulher tem aumento da aumenta a excreção de pelo oxigénio, que não
incursão respiratório bicarbonato. consegue liberar 02 para
• isso aumenta o volume o feto.
corrente. • E isto aumento 2-3-
• Isto é hiperventilação. difosfoglicerato,
aumentando a liberação
de 02 para o feto.
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

ALTERAÇÕES ENDÓCRINAS

Hipófise -  produçao de
prolactna, TSH E GH
hipertrofia de gonadotrofinas, estão normais
adenohipófise ACTH

Tiróide –
hipertrofia, sem  proteínas e
T3 e T4 livre  BG e TBPA
alteraçao da (arreadoras)
função

 cortisol livre,
Supra-renais  adrenalina aldosterona e noradrenalina
RAA
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

TRATO URINÁRIO -MUDANÇAS ANATÓMICAS

Os cálices renais,
pelve e ureter Hidronefrose 
fisiológica predisposição a
dilatam-se a partir ~90% ITUs e Litíase
do 1º trimestre

Possível
Ação da
incontinência progesterona
urinária
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

TRATO URINÁRIO -MUDANÇAS HEMODINÂMICAS

 fluxo sanguíneo renal ~50%

 filtração glomerular 40-50%

 creatinina e uréia séricas ~25%


• Cr>= 0,9mg/100ml – alertar para investigação

 osmolaridade do plasma

 proteinúria até 300mg/24h

Hipercalciúria e glicosúria fisiológica na gravidez


1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

TRATO URINÁRIO -MUDANÇAS HEMODINÂMICAS

REPERCUSSÃO AUMENTO DIMINUIÇÃO


Glicosúria fisiológica Taxa de filtração
glomerular (redução
Aumento da incidência de ITU da uréia e creatinina Reabsorção tubular de glicose
plasmática
Aumento da frequencia urinária Tônus vesical
Reabsorção do sódio
incontinência pela ação da
aldosterona

Diâmetro do ureter
e da pelve
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

MODIFICAÇÕES GASTROINTESTINAIS

Alterações do
apetite Hiperplasia
sialorréia
• Malácia, náuseas, gengival
vómitos
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

ESÔFAGO

Deslocamento do
 pressão do estômago pelo útero
esfíncter inferior do • Esofagite de refluxo
esôfago • pirose

 motilidade Hérnia e hiato ~20%


associada a um
aumentoda pesão
abdominal
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

ESTÔMAGO

Desloca-se para cima Retardo do


e para a esquerda, esvaziamento gástrico
Hipocloridria fisiológica
horizontalizando-se e do trânsito
no 3º trimestre digestivo

Melhora de doença
ulcerosa gástrica ou Pode levar também a
duodenal pré- eructações
existente
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

Fígado

• O metabolismo hepático pouco se altera


• Doenas hepáticas próprias da gravidez
• Colestase intra-hepática
• Esteatose aguda da gravidez

Vesícula biliar -  formação de cálculos

•  fluxo da bile
•  colesterol circulante
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

Apêndice

• Desloca-se para trás, para a dreita e para cima

Intestinos

• Delgado
• Retardo do funcionamento
• Má digestão da lactose
• Cólon
• obstipação frequente ~40%
• Hemorróidas são consequências comuns da obstipação
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

ALTERAÇÕES GASTROINTESTINAIS

REPERCUSSÃO AUMENTO DIMINUIÇÃO


Náuseas Peristalse intestinal

Pirose Esvaziamento gástrico

Obstipação intestinal Fosfatase alcalina Tónus do esfíncter


gastroesofágico
Aumento na litíase biliar
Saturação de colesterol Contração da vesícula biliar
Sangramento
Varizes hemorroidárias TGO/TGP
Vascularização gengival
Bilirrubina
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA

Congestão nasal
• Ação da
progesterona Episódios de
• Hiperemia epistaxe
• Edema
• Hipersecreção
nasal
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GRAVIDEZ
ALTERAÇÕES EQUILÍBRO ÁCIDO-BASE

Ligeira alcalose respiratória


• pH arterial: 7,42 7,44

Mecanismo compensatório
•  da excreção de bicarbonato

 pCO2 materno facilita o transporte de dióxido de carbono do feto para mãe


1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ
ALTERAÇÕES EQUILÍBRO ÁCIDO-BASE

REPERCUSSÃO

Alcalose respiratória compensada

Aumento da 2-3 DPG materna que facilita a liberação de 02 para o feto

Hb fetal possui maior afinidade pelo oxigênio


1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ
ALTERAÇÕES CUTÂNEAS

Pigmentares Atróficas Vasculares Pilosas

Estrias: rosa, Sinal de


Linha nigra
negra, branca halban

Cloasma ou
melasma
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ
ALTERAÇÕES CUTÂNEAS

REPERCUSSÃO AUMENTO DIMINUIÇÃO

ESTRIAS Do estiramento da pele (fibras Das hidratação da pele


colágenas)
ERITEMA PALMAR Do estrogénio -

TELANGIECTASIAS Do estrogénio -

LINHA NIGRANS Do estrogénio e da progesterona e do -


hormónio estimulante dos
melanócitos (alfa-MSH)

CLOASMA Alfa-MSH -
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

MODIFICAÇÕES UTERINAS

REPERCUSSÃO AUMENTO DIMINUIÇÃO


Crescimento Uterino Estrogénio e progesterona -

Hipertrofia e hiperplasia Estrogénio e progesterona -


dos ligamentos
redondos, uterossacros
e largos
Aumento da Estrogénio e progesterona -
vascularização e de
linfáticos
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

SISTEMA OSTEOARTICULAR

25g de Ca são retirados • Necessidade de reposição diária de cácio de 1,5g


da mãe para o feto
• Frouxidão ligamentar
• Mais evidentes nas articulações pélvcas em particular

Embebição gravídica na sínfise púbica


• Maior grau de flexibilidade e mobilidade
• Produz do e difculdade para deambular
• Marcha anserina
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

SISTEMA OSTEOARTICULAR

REPERCUSSÃO AUMENTO DIMINUIÇÃO

Lordose Lombar e marchar Peso adicional da -


gravidez
anserina
Compressões radiculares Alterações -
posturais

Desconforto e dormência de Alterações -


posturais
MMSS
Maior mobilidade das Embebição -
gravídica
articulações pélvicas
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

ALTERAÇÕES IMUNOLÓGICA
Rastrear a
grávida para
Leucocitose infecções
porque tem
maior risco
 de de
linfócitos T Pielonefrite
e
Diminuição pneumonias
da
resposta
humoral
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS
REPERCUSSÃO AUMENTO DIMINUIÇÃO
Hemodiluição Volume plasmatico Viscosidade sanguenea

Melhora do quadro clínico de Volume eruitrocitário Hematócrito

algumas doenças autoimunes Leucocitose relativa Quimiotaxia e aderência de


leucócitos
Infecções urinárias e pulmonares Agentes pró-coagulantes
Sistema fibrinolítico
Aumento da incidência de Fibrinogéniop
Factores de coaguação XI e XIII
fenómenos tromboembólicos Factores de coagulação
1. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A
GRAVIDEZ

ALTERAÇÕES SNC

Podem surgir irritabilidade, melancolia, desejos, aversões

Piora da qualidade do sono, insónia


• Menor tempo de sono REM
2. DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ
2. DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ

Sinais de presunção

Sinais de probabilidade

Sinais de certeza
2. DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ
 A gravidez inicia aonde?
 Fecundação?
 Implantação?
 Blastocisto  Menstruação
 Da fecundação até a implantação,  duas semanas após ovulação,
 acontece de 7-8 dias.  Mais uma semana
 Para a ciência, gravidez, inicia na implantação.  Implanta
 A pílula do dia seguinte e o DIU: aborto ou não?  Mais uma semana
 Eles não interferem na ovulação.  Atraso menstrual.
 Eles alteram o muco cervical,  Data da gravidez, utiliza-se a data da última
 a motilidade ciliar da trompa, menstruação.

 o endométrio fica hostil para a implantação.  Quando se fala de ecografia, a data parâmetro também
é a data da última menstruação.
 Se tiver fecundação, o ovo não se implanta.
2. DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ

Sinais de presunção

• 4 semanas: atraso menstrual


• 5-6 semanas: nauseas, polaquiúria, congestão e mastalgia
• 8 semanas: tubérculos de montgomery
• 16 semanas: rede de haller, percepção materna dos movimentos fetais
• 20 semanas: sinal de Hunter, percepção materna dos movimentos fetais
2. DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ

Sinais de probabilidade

• Sinais e sintomas uterinos, vaginais e vulvares


• 6-8 semanas: sinal de hegar, sinal de piskacek, sinal de nobile-
budin, alterações cervicais, alterações da vulva e vagina
• 12 semanas= alterações do volume uterino
2. DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ
2. DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ
2. DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ

Sinais de certeza

• 10-12 semanas: ausculta de bcf como sonar


• 14 semanas= sinal de puzos
• 18-20 semanas= percepção dos movimentos fetais, palpação
do BCF com o Pinard
2. DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ

Diagnóstico Ecográfico

• Saco gestacional: 4 semanas


• Vesícula vitelínica: 5-6 semanas
• Eco fetal com bcf= 6-7 semanas
• Cabeça fetal: 11-12 semanas
• placenta= 12 semanas
2. DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ

CORRELAÇÃO ENTRE VALORES DE BETA-HCG E AS ESTRUTURAS


OBSERVADAS À ECOGRAFIA
VALORES DE BETA-HCG USG -TV

1000 mUI/ml SACO GESTACIONAL

7200mUI/ml VESÍCULA VITELÍNICA

10.800mUI/ml EMBRIÃO COM BCF


2. DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ

Cálculo da Idade Gestacional  Porque a DUM????

Para calcular a idade gestacional em semanas, deve-se anotar a data da última menstruação
num calendário. A cada 7 dias, a partir desta data, o bebê terá mais uma semana de vida.

Por exemplo, se o primeiro dia da última menstruação foi o dia 11 de Março e o resultado
do teste de gravidez for positivo, para saber a idade gestacional, deve-se começar a contar a
gravidez a partir do 1º dia da última menstruação e não o dia em que houve a relação sexual.

Dessa forma, se dia 11 de março, que foi o DUM, foi uma terça feira, na segunda feira
seguinte completa-se 7 dias e somando de 7 em 7, se hoje for dia 16 de Abril, quarta feira, o
bebê está com 5 semanas e 2 dias de gestação, que são 2 meses de gravidez.

O cálculo se faz assim porque apesar da mulher ainda não estar grávida, é muito difícil de
definir exatamente quando ocorreu fecundação, pois os espermatozoides podem sobreviver
até 7 dias no corpo da mulher antes de fecundar o óvulo e iniciar realmente a gravidez.
2. DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ

Data Provável do Parto

• Somar 7 ao número de dias


• Diminuir 3 (meses posteriores a março) ou
• Somar 9 ao número do mês
3. ESTÁTICA FETAL
3. ESTATICA FETAL

Relações do •

Estática fetal
Atitude fetal
feto com a • Situação
bacia e com •

Posição
Apresentação
o útero • Variedade de posição
3. ESTÁTICA FETAL

Estática fetal Referências anatómicas

• Relações do feto com • Ossos do crânio


a bacia e com o útero • Suturas
definem a estática • fontanelas
fetal
3. ESTATICA FETAL

Referências anatómicas Suturas Fontanelas

• Ossos do crânio • Interfrontal • Grande fontanela ou


• Parietais, frontais, • Sagital anterior ou
temporais, occipital, • Coronal bregmática
esfenoide, etmoide • Lambdoide • Pequena fontanela ou
fontanela posterior
• temporal
ou lambdoide
3. ESTATICA FETAL
3. ESTÁTICA FETAL

Atitude fetal

• É a relação de diversas partes fetais entre si.


• Geralmente, o concepto apresenta-se em flexão
generalizada, o que constitui o chamado ovóide fetal
3. ESTÁTICA FETAL

Situação

• É a relação entre o maior eixo fetal e o maior eixo uterino


• Longitudinal
• Transversa
• oblíqua
3. ESTÁTICA FETAL

Apresentação

• É a relação entre o pólo fetal e o estreito superior da pelve materna.


• Na situação longitudinal, duas apresentações podem ocorrer: a cefálica
e a pélvica
• Na situação transversa, a apresentação será obrigatoriamente córmica.
• O ombro é quem está em contato com o estreito superior da bacia
3. ESTÁTICA FETAL

Situação Apresentação Ponto de Linha de Símbolo


referência orientação
Longitudinal Fletida Vertice ou Lambda Sutura sagital O
occipital
Bregma Bregma Sutura B
sagitmetópica
Fronte Glabela ou raiz Sutura metópica N
cefalica do nariz
defletida
Face Mento Linha facial M

Pélvica Crista Sulco intergluteo S


sacrococcigea

Transversa Córmica acrómio dorso A


3. ESTÁTICA FETAL

 A= fletida . O
ponto de referência
é lambda
 B= defletida de
primeiro grau ou
apresentação de
bregma;
 C= defletida de
segundo grau ou
apresentação de
fronte;
 D= defletida de
terceiro grau ou
apresentação de
face.
3. ESTÁTICA FETAL

Apresentação
Apresentação pélvica modo de
pélvica nádegas
completa
3. ESTÁTICA FETAL
3. ESTÁTICA FETAL
3. ESTÁTICA FETAL

Posição

• É a relação do dorso fetal com pontos de referência do abdómen


materno
• Esquerda: dorso fetal se apresenta à esquerda do abdómen
materno
• Direita: o dorso fetal se apresenta à direita do abdómen materno
3. ESTÁTICA FETAL
DEFINIÇÃO + COMUM
SITUAÇÃO Relação entre os eixos longitudinais fetal e uterino: Longitudinal
longitudinal ou transverso
ATITUDE Relação das diversas partes fetais entre si: flexão Fletida
generalizada
APRESENTAÇÃO Região do feto que se loca na área do estreito Cefálica
superior da bacia, ocupando-a em seu todo, aí tende
a insinuar-se e, durante o parto, é sede de
mecanismo de parto bem determinado: cefálica
(fletida, defletida), pélvica, córmica
POSIÇÃO Relação entre o dorso fetal e o lado direito ou Esquerda
esquerdo da mãe
VARIEDADE DE POSIÇÃO Relação entre o ponto de referência da apresentação Occipito ilíaca esquerda, transversa ou
(lambda, bregma, nariz, mento, gluteo, ombro) e o esquerda anterior
ponto de referência da pelve materna
3. ESTÁTICA FETAL
3. ESTÁTICA FETAL

Apresentação Fetal

• OP – Occipito púbica
• OEA – Occipito-Esquerda -Anterior
• OET – Occipito –Esquerda - Transversa
• OEP – Occipito –Esquerda -Posterior
• ODA – Occipito –Direita - Anterior
• ODT – Occipito –Direita – Transversa
• ODP – Occipito –Direita - Posterior
• OS – Occipito – Sacra
3. ESTÁTICA FETAL

 A primeira letra refere-se ao


feto, e as demais ao ponto de
referência materno.
 A variedade OEA significa a
apresentação cefálica, fletida, o
ponto de referência é o
lâmbda, que está em
correspondência com o
estreito superior da bacia à
esquerda e anteriormente
3. ESTÁTICA FETAL

Diagnóstico da apresentação e da posição do feto:


Manobras de Leopold-zweifel
• 1º tempo: delimita o fundo uterino
• 2º tempo: Procura-se sentir o dorso fetal e a região das pequenas partes fetais
(braços e pernas) e determinar sua posição
• 3º tempo: procura sentir o pólo fetal
• 4º tempo: procura sentir o grau de penetração da apresentação na pelve e seu
grau de flexão
3. ESTÁTICA FETAL

 1º tempo: delimita o fundo uterino


 2º tempo: deslizamento das mãos do fundo uterino em direção ao
pólo inferior do útero. Procura-se sentir o dorso fetal e a região das
pequenas partes fetais (braços e pernas) e determinar sua posição
 3º tempo: procura sentir o pólo fetal que se coloca em direcção ao
canal de parto ( que se apresenta do estreito superior) e sua
mobilidade. Apreende-se a apresentação entre o polegar e os dedos,
e imprimem-se movimentos laterais.
 4º tempo: o examinador fica de frente para os pés da gestante e com
a ponta dos dedos, exerce pressão em direcção ao exio da entrada
da pelve. Procura sentir o grau de penetração da apresentação na
pelve e seu grau de flexão
4. MECANISMOS DO PARTO
4. MECANISMOS DO PARTO

Principais tempos do mecanismo de parto na apresentação cefálica fletida

TEMPO PRINCIPAL TEMPO ACESSÓRIO

Insinuação Flexão

Descida Rotação interna

Desprendimento Deflexão

Restituição Desprendimento dos ombros


posteriormente
4. MECANISMOS DO PARTO

 A= INSINUAÇÃO
 B, C= DESCIDA E ROTAÇÃO INTERNA
 D= DESPRENDIMENTO E DEFLEXÃO DA CABEÇA
 E= RESTITUIÇÃO COM ROTAÇÃO EXTERNA
 F= DESPRENDIMENTO DOS OMBROS
5. ASSISTÊNCIA CLÍNICA AO PARTO
5. ASSISTÊNCIA CLÍNICA AO PARTO

Fases clínicas do Parto

• Período premonitório
• Período de dilatação ou fase ativa ou primeiro período
• Período expulsivo ou segundo período
• Secundamento ou terceiro período
• Período de greenberg ou quarto período
5. ASSISTÊNCIA CLÍNICA AO PARTO

Período pré-monitório

• Início: 30-36 semanas


• Descida do fundo uterino
• Percepção das contrações uterinas pela gestante, com cólicas
• Aumento das secreções cervicais, com muco, raios de sangue
• Amolecimento e apagamento e centralização do colo
5. ASSISTÊNCIA CLÍNICA AO PARTO

Período de dilatação

• Inicia no trabalho de parto e termina no final da dilatação final


• Primíparas: 10-12h
• Multíparas: 6-8hs
• Contrações ritmicas, dolorosas, 2/10 min, com duração de 50-60 seg
• Formação bolsa das águas
• Perda tampão mucoso
5. ASSISTÊNCIA CLÍNICA AO PARTO

Período expulsivo

• Dilatação total do colo uterino (10 cm)


• 50 min nas primíparas
• 20 minutos nas multiparas
• A apresentação comprime o períneo
• Contrações 5/10min 60-70 seg
• Desejo de defecar, agitação
• Esforços expulsivos maternos
5. ASSISTÊNCIA CLÍNICA AO PARTO

Secundamento (3º período)

• Deslocamento e expulsão da
placenta e das membranas ovulares
• 5-30 min após o período expulsivo
5. ASSISTÊNCIA CLÍNICA AO PARTO

4º período

• Do final do secundamento até a 1ª hora após o parto


• Período de maior risco de hemorragia
• Hemostasia:
• miotamponagem (contração uterina),
• trombotamponagem (coagulação do sangue) contração uterina fixa
 Agradecimentos: Prof Eugênio e Profa Poliana
BIBLIOGRAFIA
1. GUYTON, Arthur Clifton; HALL, John Edward. Gravidez e lactação. In:GUYTON, Arthur Clifton.; HALL, John Edward.
Tratado de fisiologia médica
2. Patologia Básica - Robbins - 9ª Edição
3. Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco. Editor: Direção-Geral da Saúde
4. NORMAS DE ORIENTAÇÃO CLÍNICA. Direção Geral da Saúde. norma-n-0102013-de-31052013-jpg.aspx
5. BARBOSA, A.; NETO, I. G. Manual de cuidados paliativos. Lisboa: Faculdade de Medicina de Lisboa, 2006.
6. Geriatria Fundalmental. Saber e Praticar. Manuel Teixeira Veríssimo, Lidel
7. DGS 2015: Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável. Alimentação e Nutrição na Gravidez, 2015
8. Comité Português para a UNICEF. Comissão Nacional Iniciativa Hospitais Amigos dos Bebés. MANUAL DE
ALEITAMENTO MATERNO

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