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17/06/2019

Modificações

• As alterações fisiológicas observadas


na gestação são decorrentes,
principalmente, de fatores hormonais
Ministério da e mecânicos.
Educação

Repercussões da gravidez sobre Podem ser divididas em:


o organismo materno • Sistêmicas
• Órgãos genitais

HU-
HU-UFGD

Modificações Postura e
sistêmicas deambulação
Modificações sistêmicas

• Postura e deambulação
• Metabolismo • Alteração centro de gravidade
• Sistema cardiovascular
• Afastamento dos pés
• Sistema urinário
• Sistema respiratório • Marcha anseriana
• Sistema endócrino
• Maior mobilidade articular – Sínfise
púbica pode alargas 4,5 cm
Órgãos genitais

• Vulva e vagina
• Útero

Postura e
Metabolismo
deambulação
Metabolismo glicídico
• A gravidez avançada caracteriza-se por mudanças no
metabolismo da mulher, no que se refere à preservação de
glicose à custa do uso dos lipídios
• Demanda permanente de glicose para suprir o concepto
• Parasitismo verdadeiro - o feto extrai glicose e aminoácidos da
gestante, durante o jejum em taxas idênticas às observadas nos
períodos de alimentação
• Com a evolução da gravidez o uso periférico de glicose diminui,
graças aos hormônios contrainsulares pela placenta
• Glicose é transferida rapidamente ao feto por difusão facilitada
• Durante a gravidez registra-se aumento na resistência à insulina
ao final do 2o trimestre, podendo chegar a aproximadamente
80% no termo.
• No 3o trimestre, após a administração de glicose, observa-se
hiperinsulinismo pós-prandial, em função dos fatores
contrainsulares

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Metabolismo Metabolismo
Metabolismo lipídico Metabolismo proteico
• Duas alterações consistentes no metabolismo materno durante a
gestação são o acúmulo de lipídios nos tecidos da gestante e a
hiperlipidemia gestacional
• A concentração da maioria dos aminoácidos está reduzida
na gravidez.
• O aumento do peso materno durante a gestação corresponde ao
crescimento da unidade fetoplacentária e ao acúmulo dos seus
próprios tecidos, especialmente o relacionado com aumento de • As proteínas totais, embora aumentem em valores
lipídios nos depósitos de gordura absolutos pela hemodiluição plasmática, têm concentração
• Nos primeiros 2/3 da gestação e é o principal responsável pelo diminuída.
acréscimo de peso materno desaparece com a restrição
alimentar.
• Parece estar diretamente relacionado com a hiperfagia, pois
• As de albumina sofrem redução nítida
• Aumento nos depósitos de gordura maternos é decorrente da
lipogênese aumentada (ácidos graxos, glicerol e triglicerídios).
• Acúmulo de gordura cessa no 3º trimestre da gravidez, quando o
metabolismo lipídico torna-se catabólico.
• Na gravidez há aumento de triglicerídios plasmáticos e colesterol

Metabolismo
Metabolismo hidroeletrolítico Fatores responsáveis pela retenção de líquido:
• Retenção de sódio
• Retenção de líquido intra e extracelular, especialmente • Novo nível de osmolaridade
responsável pelo aumento do volume plasmático • Diminuição do limiar da sede
• Há aumento do débito cardíaco e o do fluxo plasmático • Redução da pressão oncótica.
renal.
• O acréscimo do volume plasmático é maior na gravidez Consequências da retenção de líquido são:
gemelar e menor naquela complicada por CIUR/ DHEG
• Redução na concentração de hemoglobina
• Esta relacionada à retenção de sódio, pela maior secreção
de aldosterona pela suprarrenal, a despeito do efeito • Redução do hematócrito
natriurético da progesterona. • Diminuição da concentração de albumina
• Aumento do débito cardíaco
• Elevação do fluxo plasmático renal
• Edema periférico.

Metabolismo Sistema cardiovascular

Metabolismo do cálcio As principais alterações hemodinâmicas registradas na


gravidez são:
• Na gravidez, uma grande quantidade de cálcio (e de • Aumento do débito cardíaco
fósforo) é transferida contra o gradiente de concentração • Aumento volume sanguíneo (volume plasmático)
da mãe para o feto (transporte ativo), com acúmulo de 25 • Redução da resistência vascular periférica
a 30 g de cálcio no termo.
• Redução da pressão sanguínea.
• A absorção de cálcio no intestino dobra na gravidez,
consequência também do nível duplamente elevado de
vitamina D3 de origem placentária e materna renal. Alterações cardiovasculares mais relevantes
• Durante a lactação, a perda diária de cálcio pelo leite é de • Aumento da frequência cardíaca (10 a 20%)
220 a 340 mg, podendo causar desmineralização do • Aumento do volume sistólico (10%)
esqueleto materno. • Aumento do débito cardíaco (40 a 50%)
• Diminuição da pressão arterial média (10%)
• Diminuição da resistência vascular periférica (35%).

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Sistema cardiovascular Sistema cardiovascular

• A partir de 20 semanas de gestação, o útero gravídico


impede o retorno venoso ao coração, quando a gestante
assume a posição supina pela compressão da veia cava
inferior
• Muitas gestantes sofrem a chamada síndrome de
hipotensão supina, chegando a apresentar, por vezes,
perda da consciência.
• Ao se adotar o decúbito lateral esquerdo, o débito cardíaco
é restaurado quase automaticamente.

Síndrome de hipotensão
supina Sistema sanguíneo
• As hemácias, embora elevadas na gravidez (14%), encontram-se
ofuscadas pela hemodiluição causada pela elevação de 40% do volume
plasmático
• A concentração de hemoglobina reduz de 13 g/dℓ (valor médio não
gravídico), para 11 g/dℓ no 1o trimestre e 10,5 g/dℓ, no 2o/3o trimestre
da gravidez.
• A gestante precisa ingerir maior quantidade de ferro (1 a 1,3 g)
• As necessidades de ácido fólico estão aumentadas de 50 para 400 mg
por dia
• A suplementação de ácido fólico (0,4 mg/dia) 1 mês antes da gravidez
e no 1o trimestre reduz expressivamente os defeitos do tubo neural
(DTN) e outras malformações.
• Os leucócitos têm aumento na concentração (até 20 mil/mm3, no
termo).
• A concentração de plaquetas exibe pequeno decréscimo (250 para 210
mil/mm3, valores médios). Registra-se, inclusive, trombocitopenia
gestacional, no 3o trimestre, com níveis de 80 a 150 mil/mm3.
• Também ocorrem alterações importantes na coagulação sanguínea
(hipercoagulabilidade) – Hemostasia fisiológica pós dequitação e risco
aumentado de trombose.

Sistema urinário Sistema respiratório


• Deslocamento dos rins para cima • A expansão do volume sanguíneo e a vasodilatação da gravidez
resultam em hiperemia e edema da mucosa do sistema respiratório
• Aumento de tamanho dos rins (1cm) e hidronefrose superior, predispondo à congestão nasal, epistaxe e até mesmo
fisiológica alterações da voz.
• Compressão ureteres (principalmente direito) • Os diâmetros anteroposterior e transverso do tórax aumentam 2 cm
cada um, resultando na expansão da circunferência torácica de 5 a
• Predisposição à pielonefrite
7 cm.
• Compressão, anteriorização e expansão lateral da bexiga • Embora o diafragma eleve-se aproximadamente 4 cm pelo aumento
• Redução da resposta contrátil do colo vesical e diminuição do útero gravídico, sua função não se mostra comprometida
do suporte pélvico • As alterações anatômicas ocorrem antes mesmo da pressão
• Alta incidência de incontinência urinária. mecânica do útero engrandecido.
• Aumento da Taxa de Filtração Glomerular, levando à • A hiperventilação da gravidez ocasiona elevação PO2 e diminuição
do PCO2, resultando em alcalose respiratória, compensada pelo
diminuição creatinina plasmática (erros interpretação aumento da excreção urinária de bicarbonato, cuja concentração
insuficiência renal) diminui no plasma.
• ↓ Ácido úrico, Hipercalciúria, Glicosúria, Proteinúria • Dispnéia é queixa comum e parece decorrer da percepção à
• O volume urinário não está maior. A frequência urinária hiperventilação da gravidez.
decorre da compressão do útero gravídico na bexiga. • Gestantes com asma, pneumonia ou outras doenças respiratórias
estão mais suscetíveis à descompensação rápida.

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Sistema respiratório Sistema respiratório

Sistema digestório Sistema endócrino


• No 1o trimestre é frequente a ocorrência de náuseas e • O volume da tireoide materna chega a aumentar 30% no
vômitos (50 a 90% das gestantes) 3o trimestre.
• A base fisiológica das náuseas,parece estar relacionada • Tireoxina total (T4T) aumentam 1,5 vez em relação aos
com níveis crescentes de gonadotrofina coriônica humana valores não gravídicos, até 16 semanas da gravidez,
(hCG) e de estrogênios
momento em que se estabilizam
• Durante os dois primeiros trimestres há redução na
secreção gástrica de ácidos (redução da incidência de • A tireotrofina (TSH) apresenta níveis diminuídos nas
úlcera péptica e a remissão das preexistentes). primeiras 12 semanas da gravidez em virtude da menor
• O sistema gastrintestinal (esôfago, estômago, vesícula, estimulação dos receptores de TSH causada pela
intestino) permanece atônico durante toda a gestação. substancial quantidade de gonadotrofina coriônica humana
• É a alta incidência de pirose, combinação do relaxamento (hCG), normalizando após 1o trimestre
do esfíncter gastresofágico ao aumento de pressão intra- • Importante para o desenvolvimento normal do cérebro
abdominal, esta última condicionada pelo útero gravídico. fetal, o T4L materno é transferido para o concepto durante
• A atonia do cólon explica a grande frequência da toda a gravidez. Ele é especialmente relevante antes que a
constipação intestinal. tireoide fetal comece a concentrar iodo e sintetizar o
• A vesícula fica hipotônica, distendida, com bile viscosa e hormônio da tireoide, o que ocorre aproximadamente com
com grande tendência de formar cálculo. 12 semanas de gravidez.

Pele e fâneros Vulva e vagina

• Sob a influência dos estrogênios, o epitélio vaginal


• Cerca de 50% das gestantes exibem estrias no abdome e
nos seios (estrias gravídicas ou víbices) no decurso do
espessa-se durante a gravidez e há aumento da sua
último trimestre. Inicialmente vermelhas, mais tarde descamação, o que resulta maior secreção vaginal.
tornam-se brancas ou nacaradas, persistindo • Essa secreção tem pH mais ácido (3,8 a 4,0) do que o
indelevelmente. comum na mulher não gestante, para proteger contra a
• Há aumento na pigmentação da linha alva do abdome infecção ascendente.
inferior (linea nigra), da vulva, das aréolas mamárias e da • A vagina também aumenta a sua vascularização com a
face (cloasma). gravidez.
• A hipertricose é um fenômeno fisiológico durante a • A vulva e a vagina tumefazem-se, experimentam
gravidez (pelos na face e em outras regiões, crescimento amolecimento e têm sua coloração alterada, de róseo,
mais acentuado dos cabelos), com unhas muito para vermelho-vinhosa, com ninfas e grandes lábios
quebradiças e surgimento de eritema palmar e hipertrofia entreabertos (sinal de Jacquemier)
das glândulas sudoríparas e sebáceas.
• O conteúdo da vagina altera-se e o estudo da citologia
esfoliativa revela peculiaridades significativas

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Útero Útero
• Logo após a nidificação, processam-se inúmeras modificações na
consistência, na forma, no volume, na capacidade, na posição, no
peso e na espessura do útero.
• De volume crescente, o corpo do útero mantém a configuração
esférica até o 4o a 5o mês, quando o alongamento predomina
sobre os diâmetros transversos, conferindo à víscera forma
cilíndrica.
• A expansão do istmo, leva à incorporação de sua cavidade à do
corpo, acentua, nos últimos meses, a cilindrificação da matriz.
• O útero sofre aumento dramático no seu peso (de 4 a 70 g na
não gestante, para 1.100 a 1.200 g na gestante a termo) e no
seu volume (de 10 mℓ para 5 ℓ) durante a gravidez. O número de
células miometriais aumenta no início da gestação (hiperplasia)
e, depois, permanece estável.
• O aumento do tamanho do útero é acompanhado por elevação de
10 vezes no fluxo sanguíneo – de 2% do débito cardíaco fora da
gravidez, para 17% no termo.

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