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BARRETOS/SP
Processo digital n. 0000000-00.0000.0.00.0000
Nome, brasileiro, divorciado, aposentado, portador do RG nº 00000-00e do CPF nº
000.000.000-00, residente e domiciliado nesta cidade e comarca de Barretos-SP, na
Endereço, Centro, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência por seu advogado
apresentar sua contestaçã o e reconvençã o aos termos da inicial como segue:
DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA
O requerido é hipossuficiente, pobre na acepçã o jurídica do termo, na medida em que nã o
pode arcar com os custos do processo sem prejuízo do sustento pró prio e de sua família,
possuindo 85 anos de idade, possuindo renda de aposentadoria de aproximadamente
5.000,00 (cinco mil reais) e possuindo alguns alugueis como renda complementar de
aproximados R$ 00.000,00, razã o pela qual, ante os custos de vida, pagamento de pensã o a
ex-mulher (ora autora), plano de saú de e custeio da pró pria saú de e família, faz jus aos
benefícios da Justiça Gratuita.
A INICIAL
Inicialmente relata a autora Nomeseu estado de enfermidade de forma a justificar a
necessidade da extinçã o de condomínio e a destinaçã o do eventual produto deste feito bem
como pedido de justiça gratuita.
O requerido deseja destacar de inicio seu desejo de melhoras e o restabelecimento da
saú de da autora ante as enfermidades suportadas.
Destacaram todos os autores hipossuficiência e requereram os benefícios da Justiça
Gratuita mesmo nã o sendo pobres EXCELÊ NCIA. O pedido foi deferido as fls 111/112, a
Nomee Nome, contudo Nomeao ser instadas a comprovar a hipossuficiencia acabou por
recolher as custas processuais pois é titular de muitos bens.
No mérito alegou Nomeque foi casada com o requerido Nomee conforme o processo 203-
92 da 03a Vara Cível, desta Comarca de Barretos SP separou-se do mesmo ocorrendo a
partilha dos bens, recebendo dentre outros bens a metade ideal do imó vel denominado
FAZENDA CONGONHAS constituído por 25,41 hectares.
Que de sua parte (metade ideal) doou 30% a Nomecasada com NomeATHAIDE FAGIANE e
a Nomecasada com Nomeos demais autores, mantendo o usufruto vitalício.
Requereram juntos a extinçã o do condomínio e o arbitramento de aluguel na proporçã o de
20% para Nomee 15% para Nomecasada com NomeATHAIDE FAGIANE e 15%
Nomecasada com Nome.
Informaram o uso gozo e fruiçã o unilateralmente pelo requerido bem como a posse
unilateral do imó vel até os dias de hoje.
Disseram que há indícios de perecimento de edificaçõ es que fazem parte do imó vel, como
casa, chiqueiro que deprecia e desvaloriza o bem.
Alegaram que o requerido nã o se preocupou em fazê-la produzir ainda mais, mas,
ressaltaram que lá o requerido cria produz e cria cavalos, ovelhas, bú falos, porcos dentre
outros.
Requereram arbitramento de aluguel dos três ú ltimos anos , juntando laudo de
arbitramento de preço de mercado da gleba, chegando ao resultado de R$ 00.000,00pelos
50% usufruído ao mês e R$ 00.000,00pelos 36 ú ltimos meses.
Juntaram ainda laudos de avaliaçã o da á rea com valor médio apurado de R$
00.000,00(quinhentos e vinte mil oitocentos e dezoito reais e oitenta e oito centavos),
informando direito de preferência ao requerido ao levarem a á rea para alienaçã o.
Requereram a tutela de urgência para que fosse arbitrado R$ 00.000,00de aluguel o que as
fls 122/123 foi arbitrado em R$ 00.000,00(um mil duzentos e cinquenta reais) em favor
das autoras através de deposito judicial.
Deram a causa o valor de R$ 00.000,00.
PRELIMINARMENTE
IMPUGNAÇÃ O AO DEFERIMENTO DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA A Nomee Nome
Com efeito as autoras nã o podem ser consideradas pobres Excelência, conforme extrai-se
dos nú meros de varias matriculas de imó veis busca do Oficial de Registro de
Imó veis de Barretos/SP, em seus nomes como segue devendo serem impelidas ao
recolhimento das custas processuais.
Nome- Imó veis pertencentes -
Matricula 10.624 sito a Endereçoe 1666;
Matricula 25.073 parte do lote 12 da quadra D;
Matricula 36.410 sito a Endereço;
Matricula 10.319 Lote 14 Quadra F Jardim Caiçara;
Matricula 26.094 Endereçox16;
Matricula 64.941 Endereçoe 1745 Vila Baroni;
Os comprovantes de gasto juntados pela autora Nome, esposa de Nomeas fls 32/46 sã o de
2020, ou seja nã o atuais e nã o demonstram os fieis gastos da família como se vê pelos
descritivos. Os extratos de fls 43/46 nã o demonstram com clareza a renda famíliar da
autora Rosimeire, pois além de nã o serem atuais estã o ilegíveis, incompletos e demonstram
outras fontes de renda como Nomeas fls 47 e 48 de R$ 00.000,00, bem como recebimentos
da pró pria autora Nome.
Pede sejam instadas a apresentar có pia das declaraçõ es de IR dos ú ltimos 03 anos, ou ainda
seja deferido oficio a Receita Federal para que seja fornecido as declaraçõ es das partes
autoras e maridos caso nã o declarem os bens e renda que possuem a RECEITA FEDERAL
pede-se seja deferido pesquisa de imó veis pelo sistema ARISP para a juntada das
matriculas com Inteiro teor demonstrando os bens em nome das autoras.
Pede-se ainda apresentem certidã o de bens mó veis provando-se a existência de veículos
em seu nome.
Desta forma fica impugnados benefícios da justiça gratuita deferidos as autoras as fls
111/112.
A CONTESTAÇÃ O
Em que pesem as alegaçõ es empreendidas pelos requerentes, razã o nã o lhes assiste em
nenhum dos pedidos.
Sã o dois os pedidos, a extinçã o de condomínio e o arbitramento de alugueis .
DA EXTINÇÃ O DE CONDOMÍNIO
PRELIMINAR DE CARENCIA DA AÇÃ O.
A base do primeiro pedido é o artigo 1322 do Có digo Civil que preceitua que "quando a
coisa for indivisível".
O presente pedido é flagrantemente impró prio Excelência sendo o caso de divisã o cô moda
e nã o de pedido de extinçã o de condomínio com alienaçã o.
As pró prias autoras declaram que o imó vel é divisível. (fls 14).
Poderiam ter pleiteado a divisã o cô moda desde a separaçã o judicial mas nã o fizeram.
Com efeito, o imó vel rural é perfeitamente divisível conforme as disposiçõ es
regulamentares atuais e do INCRA que determina que os mó dulos rurais nã o sejam
inferiores a 20.000 m2.
Considerando que conforme a matricula a á rea é de 25,41ha (hectares), possui 254.100
metros quadrados e poderia ser dividido em 12 mó dulos rurais, sem alteraçã o em sua
substâ ncia, diminuiçã o considerá vel de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam nos
termos do artigo 87 do Có digo Civil.
A divisã o poderia ter sido pleiteada desde a separaçã o do casal de forma a nã o afetar
diretamente a proporçã o da reserva legal, dividindo-se as benfeitorias da época, as
benfeitorias necessá rias, o acesso à á gua, bem distribuindo-se as terras mais produtivas e
plainas de forma igualitá ria.
De qualquer â ngulo que se observe nunca houve qualquer impedimento ou indivisibilidade
sendo flagrantemente impró pria a pretensã o das autoras em mover açã o de extinçã o do
condomínio com alienaçã o.
Deveriam as autoras de forma simples terem buscado administrativamente a divisã o
cô moda do imó vel junto ao INCRA através de Engenheiro e no Cartó rio de Registro de
Imó veis.
O engenheiro faria a identificaçã o da á rea através de memorial descritivo emitindo a
Anotaçã o de Responsabilidade
Técnica - ART , contendo as coordenadas dos vértices definidores dos limites dos imó veis
rurais, geo-referenciadas ao Sistema Geodésico Brasileiro e com precisã o posicional a ser
fixada pelo INCRA, garantida a isençã o de custos financeiros aos proprietá rios de imó veis
rurais cuja somató ria da á rea nã o exceda a quatro mó dulos fiscais."
A á rea tem pouco mais 01 mó dulos fiscal que é fixado para Barretos/SP em 22ha do que
sequer haveria custos. (Fonte https://www.embrapa.br/có digo-florestal/area-de-reserva-
legal-
arl/modulo-fiscal).
Apenas com a discordâ ncia em relaçã o a divisã o, a açã o judicial deveria ser ajuizada.
Pelo exposto fica claro a carência da açã o nos termos do artigo 17 do CPC visto que sequer
há notificaçã o para o requerido das intençõ es da autoras requerendo a extinçã o do feito
sem analise de mérito com fulcro no artigo 485 VI do CPC.
NO MÉ RITO
Apó s a separaçã o judicial do casal a autora abandonou os seus 50% do imó vel , sequer
cuidando de cercá -lo ainda que de forma precá ria ou administrá -lo e o requerido no intuito
de ser o dono integral do local novamente de toda á rea tomou posse do imó vel todo , e
como seu, passou a cuidar, gerir e administrar da totalidade da á rea, fazendo as cercas,
aceiros, criando animais e fazendo pequenas plantaçõ es.
Desde sua tomada de posse já decorreu o prazo da prescriçã o aquisitiva de mais de 28 anos
Excelência fazendo jus ao USUCAPIÃ O de toda AREA.
Poderiam as autoras terem requerido a divisã o cô moda do imó vel a todo tempo contudo
deixaram decorrer mais de 28 anos e nã o podem mais exigir o bem ante a ocorrência da
prescriçã o aquisitiva, a USUCAPIÃ O.
Excelência nã o há que se falar em exercício algum de condomínio de fato a nã o ser a
mençã o de coisa comum na matricula do imó vel, vez que a autora nunca administrou
conjuntamente o imó vel, nunca geriu nada no local sejam investimentos ativos ou passivos.
É fato incontroverso desde a inicial que apó s a separaçã o judicial em 1992 e conforme
Sentença judicial do feito 203/1992 que transitou em julgado em 23.03.1992 o requerido
vendo abandonada a á rea passou a exercer exclusivamente a posse qualificada, como dono
de tudo novamente, seja pelo uso, seja pelo gozo seja pela fruiçã o unilateral integral do
imó vel até os dias de hoje .
Há mais de 28 anos o requerido sozinho, cuida como dono de todo o imó vel rural, cria
animais, cuida e repara as cercas, defende a á rea de invasores, responde a todas as
obrigaçõ es ambientais locais, faz reparo na casa, currais, paga os impostos bem como
informa O BEM COMO SEU integralmente (25,4ha) no CCIR (certificado de cadastro de
imó vel rural) e no ITR (Imposto sobre propriedade territorial rural), sendo responsá vel
pelo recolhimento dos tributos.
Para a doutrina vemos IHERING definir que a posse é composta por um elemento material
e um elemento moral ou intelectual, que sã o chamados Corpus e Animus o que é evidente e
insofismá vel no caso.
As autoras ao contrá rio do requerido nunca estiveram no local de forma que se dizem na
inicial que de fato nã o sabiam dos semoventes ali, confirmando que o requerido exerce a
posse qualificada de forma integral, mansa e sem oposiçã o alguma da á rea com o devido
animus domini há 28 anos.
Operou-se a prescriçã o aquisitiva pelos longos 28 anos de posse mansa e pacifica de todo o
imó vel sendo de rigor o reconhecimento da ocorrência do usucapiã o do imó vel
integralmente.
Desde já pede-se seja deferida a SUSPENSÃ O da açã o de extinçã o de condomínio até que
seja julgada o
pedido de reconvençã o de usucapiã o, que sendo julgado
procedente o pedido de usucapiã o, pede-se consequentemente seja julgado improcedente o
pedido de extinçã o de condomínio ante a USUCAPIÃ O da á rea pela prescriçã o aquisitiva.
O PEDIDO DE ARBITRAMENTO DE ALUGUEL
O segundo pedido é o de arbitramento de aluguel que também pede-se seja julgado
improcedente bem como seu pedido de extensã o retroativa de 03 anos se apenas agora
manifestam a intençã o de receber supostos frutos da á rea.
Excelência sendo procedente o pedido de usucapiã o, o pedido de arbitramento de aluguel
se esvazia como acessó rio do pedido autoral principal.
Outrossim, forte é que os laudos juntados referentes a suposto valor de locaçã o sã o
unilaterais e nã o se prestam a indicar o valor de locaçã o real de á rea rural médio de
mercado na regiã o de Barretos, ficando já impugnados requerendo-se prova pericial séria a
ser deferida pelo R. Juízo.
Quanto ao arbitramento liminar pede-se a reconsideraçã o do arbitramento de aluguel
liminar vez que deferida sem contraditó rio e ausente prova pericial para avaliaçã o do valor
de mercado, sendo deferida com base em laudos unilaterais juntados, aqui já impugnados ,
havendo risco de dano grave e de difícil reparaçã o, Excelência.
A situaçã o levantada pelas autoras nã o é real sob nenhum aspecto.
Vejamos que o periculum in mora Excelência nã o existe, pois a autora sequer relata o
motivo da urgência, nã o podendo ser presumido, contudo nos esforçamos a presumir ser a
situaçã o de saú de da autora Nome.
Vejamos que nos autos existem indícios fortes de que o valor do arbitramento é irrisó rio e
inexpressível para as autoras que possuem ampla condiçã o financeira para suportar
qualquer tratamento médico a mã e.
As fls 51 observa-se que a requerente é cuidada no hospital ASSOCIAÇÃ O PORTUGUESA DE
BENEFICIENCIA um dos melhores hospitais privados do mundo o que demonstra que além
de estar sendo bem cuidada, esclarece sua excelente condiçã o financeira, nã o fazendo
qualquer diferença as autoras R$ 00.000,00.
É de se ponderar Excelência que além de nã o expor o motivo da urgência de forma clara e
direta, estamos presumindo os motivos.
Vejamos do outro lado da R. Decisã o que o requerido tem 85 anos de idade e para ele o
valor a pagar é expressivo, sendo mais de 10% de sua renda total que já esta quase toda
comprometida.
Importante demonstrar que desde a separaçã o judicial o requerido já paga a requerente
Nome, um salá rio mínimo e meio mês de pensã o, ou seja R$ 00.000,00. (um mil seiscentos e
cinquenta reais) bem como convênio saú de da fundaçã o CESPE com gastos com a mesma
de mais de R$ 00.000,00mês. (descrito na Carta de Sentença e documentos da FUNCESPE
anexo).
É importante também destacar que o requerido com 85 anos, é casado, tem mais 03 filhos
que ainda cuida,
(Gabriel, Ana Laura e Ana Beatriz) possui inú meros gastos com tratamentos e
medicamentos o que se infere da sua pró pria idade nã o possuindo condiçõ es de pagar o
aluguel arbitrado avaliaçã o pericial.
Ante as ponderaçõ es, esclarecimentos e documentos que seguem carreados, é justa a
reconsideraçã o da decisã o liminar Excelência , até que se tenha ao mínimo avaliaçã o
pericial concreta, obtida mediante o essencial crivo do contraditó rio.
Nobre Magistrado vejamos que sã o mais de 28 anos passados nã o havendo urgência no
pedido liminar!
Neste termos pede-se nova analise do conjunto probató rio agora encartado com a defesa a
reconsideraçã o da decisã o liminar de arbitramento de aluguel até que seja realizada prova
pericial no imó vel.
Quanto ao pedido retroativo observa-se que está totalmente
desprovido de razã o jurídica e fá tica.
Nã o há nenhuma notificaçã o de 36 meses atrá s para que o requerido pagasse aluguel da
á rea aos autores, nã o havendo mora que justifique o pedido retroativo.
Quanto nã o seja, nos termos do Artigo 240 do CPC a fixaçã o de alugueis sempre se dará a
partir da citaçã o e jamais de forma retroativa.
Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a
coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro
de 2002 ( Código Civil).