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PROGRAMA DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA

Edital 2020
1. Identificação

Nome da residente: Bianca de Oliveira Santos


CPF: 017.892.532-25
Nome e sigla da IES: Universidade Federal de Rondônia - UNIR
Curso de licenciatura: Letras/Português
Séries/anos e etapa da educação básica nas quais desenvolveu atividades: 2º e 3º
anos do Ensino Médio
Escola-campo onde desenvolveu as atividades: Escola Estadual de Ensino
Fundamental e Médio Maria Arlete Toledo
Nome da docente orientadora: Rosana Nunes Alencar
Nome da preceptora: Luciana Lino Ferreira Adams

2. Relato de Experiência:

REDAÇÃO E RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA:


UMA EXPERIÊNCIA PARA SAIR DO VERMELHO1

Bianca de Oliveira Santos2

RESUMO: Este relato se concentra numa experiência de ensino-aprendizagem,


realizada nas turmas do 2º e 3º anos do Ensino Médio da Escola Estadual Maria Arlete
Toledo, localizada em Vilhena, Estado de Rondônia. As tipologias de pesquisa
adotadas, levando-se em conta como os dados foram coletados e/ou gerados, foram a
Bibliográfica e a Pesquisa-ação. Naquelas turmas, colocou-se em prática uma oficina
preparatória de redação para o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), intitulada
“RedAÇÃO: saindo do vermelho”, por meio da exposição e discussão dos documentos
oficiais sobre redação, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Para tanto, foram utilizadas aulas síncronas e

1
Relato de Experiência elaborado como requisito parcial para concluir a minha participação como
bolsista no Programa Residência Pedagógica, Edital n.º 01/2020, em conformidade com as orientações
constantes do documento SEI n.º 1371968, a ser encaminhado à Capes como registro das atividades
desenvolvidas, conforme o Art. 43, Inciso III, alínea "d" da Portaria n.º 259, de 17.12.2019. O programa
foi executado sob a coordenação geral da UNIR – Fundação Universidade Federal de Rondônia –,
orientado pela prof.ª Dr.ª Rosana Nunes Alencar, coorientado pelo prof. Me. Leandro Wallace Menegolo,
ambos do campus Vilhena, e supervisionado pela professora preceptora Luciana Lino Ferreira Adams.
2
Graduanda em Letras, matriculada no 6.º período do curso, pertencente à Turma XXVI, da UNIR –
Fundação Universidade Federal de Rondônia - campus Vilhena. E-mail: bianca_santos29@hotmail.com.
atividades assíncronas, que totalizaram 90 horas de trabalho pedagógico. Os resultados
produzidos por essa atividade são visualizados na evolução das notas dos alunos quanto
à escrita do texto dissertativo-argumentativo.

PALAVRAS-CHAVE: Experiência Pedagógica; Redação; Enem; Ensino Médio.

1 INTRODUÇÃO

Inicio este relato pelas justificativas (teórica, pessoal e social), apresento o


objetivo de ter realizado a atividade pedagógica que relatarei, as metodologias elegidas
de pesquisa bibliográfica e de pesquisa-ação e o referencial teórico consultado.
Do ponto de vista teórico, decidi trabalhar com a temática de redação do Enem,
porque os alunos que irão prestar o exame têm a necessidade de conhecer e aprender a
redigir um texto dissertativo-argumentativo, modalidade exigida pela prova. Por essa
razão, senti a necessidade de ministrar uma oficina voltada especificamente à redação
do Enem aos alunos dos 2º e 3º anos do Ensino Médio, matriculados no turno matutino,
da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Maria Arlete Toledo”, localizada
em Vilhena-Rondônia.
Do ponto de vista pessoal, o primeiro contato que tive com a temática de redação
do Enem foi no meu 2º ano do Ensino Médio. Esse contato aconteceu nas aulas de
língua portuguesa, quando a docente expôs que, para alcançar uma boa nota no Enem e,
consequentemente, ampliar a possibilidade de entrada em uma universidade pública, era
indispensável saber escrever uma redação dissertativa-argumentativa. Então, a partir da
exposição do conteúdo pela professora, comecei a me familiarizar com tal assunto e
percebi certa facilidade nesse tipo de produção textual. Nesse sentido, no momento em
que uma das preceptoras do Programa Residência Pedagógica disse que queria trabalhar
com uma oficina de redação do Enem, logo me dispus a participar e a planejar ações
voltadas a um curso que abordaria esse tema.
Do ponto de vista social, o tratamento conduzido à temática foi fundamental
para despertar nos discentes não somente o desejo de conhecer e aplicar as técnicas da
redação do Enem e ter um bom desempenho no exame, mas também para refletirem
acerca dos temas propostos pelas redações, pois tratam de problemas existentes na
sociedade brasileira. Assim, os discentes poderão se tornar seres que, além de
dominarem a escrita, compreendem e propõem soluções aos impasses do país.
Por essas razões, o objetivo da realização dessa experiência pedagógica foi a de
desenvolver nos alunos do Ensino Médio habilidades quanto à escrita de um texto
dissertativo-argumentativo, levando em consideração sua estrutura e suas competências.
Então, assim como o próprio nome “RedAÇÃO: saindo do vermelho” sugere, tal
projeto teve como propósito criar condições para que os discentes não passem,
futuramente, por diversas “correções em vermelho”.
Metodologicamente, utilizei a pesquisa bibliográfica, definida por Cordeiro,
Dias e Molina (2014, p. 123) como “um estudo organizado sistematicamente com base
em materiais publicados [...] livros, revistas (periódicos), textos da internet,
documentários, fitas de vídeo, DVDs entre outros”. Além disso, recorri à pesquisa-ação,
que, segundo Carvalho, Duarte, Menezes e Souza (2019, p. 44), “se caracteriza pela
relação entre pesquisadores e sujeitos que buscam resolver, ou entender, um problema
determinado por meio de ações diretas”.
O referencial teórico utilizado partiu de documentos oficiais sobre redação do
Enem, como as cartilhas do participante e os manuais de correção, publicados pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

2. O TRABALHO PEDAGÓGICO COM A REDAÇÃO DO ENEM

Adiante, exponho ordenada e detalhadamente a experiência virtual conduzida


por mim e por minhas colegas de grupo Janaína Carvalho de Lima e Suelen Pereira
Bastos, também estagiárias do Programa Residência Pedagógica. O ensino remoto foi
adotado em razão da ocorrência da pandemia de COVID-19 e foi planejado e
supervisionado pelas professoras preceptoras Luciana Lino Ferreira Adams e Nidiane
Aparecida Latocheski, docentes de Língua Portuguesa e Literatura nessa escola, como
também pela professora Rosana Nunes Alencar, orientadora do Subprojeto de Letras-
Língua Portuguesa e Literatura na educação básica: proposta de mediação, da
UNIR/Campus de Vilhena.

2.1 Contextualização da experiência

Realizei o trabalho pedagógico com a redação do Enem nas turmas de 2º e 3º


anos do Ensino Médio, do turno matutino, da Escola Estadual de Ensino Fundamental e
Médio “Maria Arlete Toledo”, localizada em Vilhena, Rondônia. A experiência se deu
por meio de uma oficina, chamada “RedAÇÃO: saindo do vermelho”. Aconteceu no
período que compreende de 17.04.2021 a 10.07.2021, com a realização de encontros
síncronos todos os sábados, no horário das 9h às 10h30min, em sala virtual do Google
Meet.
Com uma média de 35 participantes, a oficina teve um total de 12 encontros,
sendo 11 síncronos e um assíncrono. Em cada um desses encontros, enquanto uma
residente era responsável por conduzir a aula, as demais auxiliavam, isto é,
complementavam o conteúdo exposto, promoviam discussões acerca do tema, postavam
atividades no Classroom e respondiam às perguntas do chat. Essa dinâmica acontecia de
maneira revezada, ou seja, se em um sábado determinada residente ministrava a aula, no
outro ela assessorava, e assim por diante. Todavia, mesmo que somente uma docente
fosse encarregada de dar a aula do dia, era necessário que todas se reunissem durante a
semana para fazer o planejamento e estudar sobre o assunto programado.
Antes do início do curso, reunimo-nos e selecionamos os possíveis conteúdos
que seriam abordados durante os encontros, com base em livros, documentos oficiais e
sites da internet relacionados à redação do Enem, além das sugestões dadas pelas
preceptoras e orientadora em reuniões, visto que trabalham com esse tema há um bom
tempo. Então, priorizamos apresentar a estrutura do texto dissertativo-argumentativo e
as cinco competências exigidas, por meio do tema racismo, um assunto polêmico na
sociedade, mas que precisa ser debatido. Desse modo, após a explicação das residentes,
os alunos desenvolviam suas redações sobre tal tema, conforme os métodos aprendidos
em aula, aumentando o repertório acerca de um problema tão recorrente na sociedade.
Na maioria dos encontros, começávamos com apresentação do conteúdo por
meio de slides, que eram feitos pela Canva, uma plataforma com diversos recursos
ilustrativos e diferenciados. Para não ser algo monótono e convencional, sempre
deixamos livre para que o aluno, em caso de questionamentos ou comentários, abrisse
ao microfone ou digitasse no chat, tornando-o parte do processo de ensino-
aprendizagem. Além disso, se o discente não quisesse perguntar durante a aula, poderia,
ao final, ir ao Whatsapp particular de alguma das residentes e retirar suas dúvidas.
Em alguns momentos, depois da exposição do conteúdo, utilizávamos recursos
tecnológicos que contribuíam na fixação e revisão do conteúdo, como o Mentimeter,
Google Forms e Padlet. Nesse sentido, com os links disponibilizados pelo chat, os
estudantes respondiam às atividades acerca do assunto abordado em aula. Após todos
terminarem, projetávamos as páginas correspondentes e íamos respondendo e
comentando sobre as atividades requeridas.
Ao trabalharmos com a estrutura do texto dissertativo-argumentativo
(introdução, desenvolvimento e conclusão), solicitamos aos alunos a escrita de cada
uma dessas partes, visto que, para escrever uma boa redação, faz-se necessário praticar
bastante. Assim, a partir da exposição do conteúdo e da apresentação de exemplos, era
estabelecido um tempo de 15 a 20 minutos para a produção textual. Terminada a
atividade, pedia-se a postagem dos parágrafos no Google Sala de Aula.
Com a postagem dos textos na plataforma, passamos às correções. Assim,
dividimos entre nós os parágrafos e corrigimos conforme os critérios do Enem. Após as
correções, entrávamos em contato com cada um dos estudantes e enviávamos feedbacks,
ou por Whatsapp, ou pelo próprio Google Classroom. Essa prática contribuiu para que
os alunos visualizassem as suas principais dificuldades e, no ato da reescrita, pudessem
melhorar aquilo em que não obtiveram sucesso anteriormente.
É importante ressaltar, portanto, que todos os encontros foram gravados e
postados no Google Sala de Aula. Dessa maneira, os discentes tinham acesso às
gravações a qualquer momento e poderiam, caso necessário, retomar os conteúdos das
aulas. Ainda, aqueles alunos que, por motivos pessoais, não conseguiam participar uma
vez ou outra das aulas síncronas, tinham a oportunidade de assisti-las e ganhar presença.
Entretanto, só se ganhava presença quando anexavam fotos das anotações do caderno ou
áudios falando sobre os principais pontos abordados na aula. Além disso, os links das
atividades e os materiais em pdf também eram disponibilizados na plataforma.

2.2 Discussão: o tratamento teórico da temática

O Enem exige que o participante escreva um texto dissertativo-argumentativo


sobre um tema socialmente relevante no Brasil. Para a escrita dessa modalidade, o aluno
deve se atentar ao documento A redação no Enem - Cartilha do Participante,
disponibilizada no site do Inep. Nessa cartilha, são apresentadas informações e critérios
de avaliação da redação do Enem, além de uma amostra de textos nota 1000.
A parte inicial da cartilha de 2020 apresenta a seguinte orientação:
A prova de redação exigirá de você a produção de um texto em prosa, do tipo
dissertativo-argumentativo, sobre um tema de ordem social, científica,
cultural ou política. Os aspectos a serem avaliados relacionam-se às
competências que devem ter sido desenvolvidas durante os anos de
escolaridade. (BRASIL, 2020, p. 09)

Ao participar do Enem, é necessário que o candidato entenda o conceito e


domine a estrutura da modalidade textual exigida pela prova. Nesse sentido, o texto
dissertativo-argumentativo é caracterizado por apresentar a defesa de um ponto de vista
(tese) acerca de determinado tema. À vista disso, a redação deve ser centrada na
argumentação, de modo a convencer o leitor de que a opinião defendida é a correta.
Assim, entende-se que esse texto “é argumentativo porque defende uma tese, uma
opinião, e é dissertativo porque utiliza explicações para justificá-la.” (BRASIL, 2019, p.
21). Ainda, sua estrutura é composta por introdução, desenvolvimento e conclusão.
Como citado anteriormente, a prova de redação é avaliada conforme as cinco
competências adquiridas ao decorrer da formação escolar, cada uma valendo de 0 a 200
pontos. Então, o estudante que demonstrar eficiência nessas competências tem a
probabilidade de alcançar a tão almejada nota 1000 e, consequentemente, elevar sua
nota final. Desse modo, para conhecer sobre esse método avaliativo, é importante
consultar os Manuais de Correção da Redação, também disponibilizados na página do
Inep, visto que apresentam as matrizes de referência de cada competência.
No Manual de Correção da Redação – Competência 1, é abordado que o
participante deve “Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da Língua
Portuguesa” (BRASIL, 2019, p. 08). Assim, sabendo que o texto dissertativo-
argumentativo exige a norma culta da língua, faz-se necessário escrever uma redação
seguindo às regras da gramática normativa, de modo a apresentar uma estrutura sintática
excelente e evitar desvios gramaticais.
No Manual de Correção da Redação – Competência 2, é destacado que o
candidato precisa “Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias
áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto
dissertativo-argumentativo em prosa” (BRASIL, 2019, p. 06). Dessa forma, tal
competência observa a estrutura correta do texto dissertativo-argumentativo e o
conhecimento sobre o tema proposto, sendo visualizado por meio do repertório
sociocultural, isto é, livros, filmes, séries, músicas, conteúdos da história, filosofia,
sociologia, literatura, etc.
No Manual de Correção da Redação – Competência 3, é mencionado que o
aluno necessita “Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos,
opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista” (BRASIL, 2019, p. 07). Nessa
competência, é avaliado se o participante fez o projeto de texto (parte imprescindível
para a escrita da redação), ou seja, se ele organizou as ideias em torno da tese defendida
e soube desenvolver os argumentos de forma coerente.
No Manual de Correção da Redação – Competência 4, é apresentado que o
estudante deve “Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários
para a construção da argumentação” (BRASIL, 2019, p. 15). Nesse momento, é
verificado se o participante possui um amplo repertório de elementos coesivos e se
consegue utilizá-los corretamente, contribuindo para a articulação dos segmentos do
texto (coesão).
No Manual de Correção da Redação – Competência 5, é exposto que o discente
precisa “Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os
direitos humanos” (BRASIL, 2019, p. 05). Assim sendo, a competência cinco, que deve
estar presente na conclusão, examina se o candidato, consciente do respeito aos direitos
humanos, propôs uma solução para o impasse e utilizou as técnicas para tal (agente,
ação, meio, modo e detalhamento).
Portanto, falar de redação Enem é falar de competências. Sem o conhecimento
de cada uma das cinco, o candidato tem grandes chances de diminuir a sua nota. Porém,
não basta apenas conhecê-las, mas colocá-las em prática sempre que possível, visto que
somente praticando se consegue chegar a uma escrita eficiente. Além disso, a correção
por parte de um professor de português também deve fazer parte desse processo, pois o
aluno verifica os erros cometidos e tenta concertá-los nas produções posteriores.

2.3 Resultados da experiência com a temática da redação Enem

Ao finalizarmos a oficina “RedAÇÃO: saindo do vermelho”, elaboramos um


formulário pelo Google Forms, para que os discentes avaliassem o nosso trabalho.
Depois de criarmos esse questionário, composto por cinco perguntas objetivas e duas
dissertativas, enviamos o link no grupo de Whatsapp e pedimos a todos que
respondessem à avaliação. Assim, obtivemos respostas de 34 participantes.
O formulário contou com as seguintes perguntas: 1) Qual o seu grau de
satisfação para com o nosso curso? 2) As informações sobre a redação do Enem foram
passadas de forma clara e correta? 3) Como você avalia o atendimento prestado a vocês
(alunos) pelas professoras residentes? 4) Você percebeu uma evolução em suas redações
ao longo do curso? 5) O que você não sabia antes, mas com o curso passou a aprender?
6) Como você descreveria nosso curso “RedAÇÃO: saindo do vermelho”? 7) Você
indicaria o curso “RedAÇÃO” para algum amigo?
Na questão um, 55,9% dos estudantes responderam “muito satisfeitos” e 44,1%
“satisfeitos” com o nosso curso. Na dois, 100% responderam “sim” para a exposição
clara e correta das informações. Na três, 79,4% disseram “muito bom” e 20,6% “bom”
para o atendimento prestado pelas residentes. Na quatro, 100% assinalaram “sim” para
uma evolução nas redações durante a oficina. Na sete, 100% marcaram “sim” para a
indicação do curso RedAÇÃO a algum amigo.
Na questão cinco, os alunos mencionaram aquilo que passaram a aprender com
as aulas. Cabe, pois, destacar algumas respostas. Aluno A: “Eu não tinha noção de um
projeto de texto, costumava ir direto para o rascunho e acabava me perdendo”. Aluno B:
“Não sabia e nem tinha ideia das competências, hoje já sei manejar muito bem em
minhas redações”. Aluno C: “Aprendi bastante sobre conectivos e em que situação fazer
uso deles”. Aluno D: “Como produzir uma conclusão”. Aluno E: “Produzir a estrutura
correta para redação”. Aluno F: “Desenvolver praticamente a redação toda, aprendi
como usar conectivos, usar tópico frasal, desenvolvimento, introdução e conclusão”.
Na questão seis, os discentes descreveram o curso “RedAÇÃO”. A seguir,
algumas das respostas. Aluno G: “Simplesmente incrível, fez toda diferença para minha
caminhada preparatória pro Enem”. Aluno H: “Sensacional, as professoras foram
incríveis e trouxeram e uma forma clara e divertida todo o conhecimento que
precisamos”. Aluno I: “Muito booom, com as melhores professoras, explicaram bem e
aumentou meu repertório, fizeram um ótimo trabalho”. Aluno J: “Serviu de grande
evolução para mim”. Aluno K: “Um dos melhores cursos que já participei, ótimo curso,
professoras incríveis, ensino de ótimo qualidade, tudo muito bem explicado!!!
Show!!!”. Aluno L: “Um curso necessário”.
É evidente que o formulário serviu para que soubéssemos a opinião dos
participantes acerca da oficina. Porém, a cada redação corrigida, também observamos
uma evolução, ou seja, os resultados puderam ser vistos na prática. Nesse sentido,
quando comparamos o primeiro texto (solicitado no início do curso) com os demais,
visualizamos que, concomitantemente, os estudantes passaram a aplicar as técnicas
apresentadas, principalmente a estrutura correta do texto dissertativo-argumentativo, o
projeto de texto, o uso de conectivos e o repertório sociocultural.
Os resultados do nosso trabalho foram constatados, ainda, em algumas redações
realizadas na plataforma RevisaEnem, organizada pelo Governo de Rondônia aos
estudantes do 3° ano. Por exemplo, dias após o curso ter finalizado (mês de julho),
houve um simulado nessa plataforma, e tivemos discentes do nosso curso que tiraram as
seguintes notas: 880, 760, 720, 680 e 640. Assim, ficamos contentes em observar que
alunos participantes da oficina tiraram notas acima de 600, haja vista que a pontuação
média da redação do Enem é de 500.
Como uma forma de motivarmos ainda mais os alunos quanto à produção
textual, propomos, para o penúltimo encontro, uma espécie de simulação do primeiro
dia do Enem, mas com uma pequena diferença: o responsável pela melhor redação
ganharia uma caneca personalizada com o seu nome e a logomarca do curso. Então, nos
dias precedentes ao simulado, enviamos por Whatsapp três possíveis temas, para que os
estudantes, por meio de pesquisas, pudessem ter conhecimento de todos os três, mesmo
que no dia da prova tivessem que desenvolver apenas sobre um deles.
Ao iniciarmos o encontro de simulação, revelamos o tema sorteado
(Analfabetismo funcional e seus impactos sociais no Brasil) e demos o prazo de uma
hora para a realização da prova (tempo recomendado pelos especialistas). Assim, os
participantes deveriam postar a redação no Google Classroom exatamente dentro do
prazo, pois, caso contrário, não poderiam concorrer ao prêmio. Na semana posterior,
dividimos os textos recebidos e, com a ajuda das preceptoras, passamos às correções.
No último encontro, portanto, anunciamos o ganhador da melhor redação. As
pontuações foram as seguintes: na primeira competência, a nota foi 120; na segunda,
200; na terceira, 200; na quarta, 200; na quinta, 160. Desse modo, a nota alcançada foi
de 880. Além de expormos essas informações e alguns comentários acerca da redação
vencedora, agradecemos a todos os discentes pela participação na oficina, finalizando
nosso curso com “chave de ouro”.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao entrarem no Ensino Médio, os discentes percebem que os assuntos


relacionados à prova do Enem são trabalhados com bastante frequência nas aulas. Isso
significa que a escola, almejando preparar os alunos para o exame, passa a revisar as
matérias estudadas no Ensino Fundamental. Porém, sabemos que, nas aulas de Língua
Portuguesa, por exemplo, não há tempo suficiente para trabalhar com todos os
conteúdos necessários, pois o professor precisa conciliar os estudos da língua com os de
literatura e os de redação. Foi pensando nisso que decidimos oferecer um curso voltado
à redação do Enem, uma temática que, normalmente, desperta o interesse naqueles que
irão prestar o exame, ou seja, nos estudantes do Ensino Médio.
Nesse sentido, nosso curso “RedAÇÃO: saindo do vermelho”, ofertado aos
estudantes dos 2° e 3° anos da Escola Maria Arlete Toledo, foi um projeto de
relevância, porque tratou especificamente da redação do Enem. Assim, os conceitos
relacionados a essa temática puderam ser abordados integralmente. Além disso, por ser
uma oficina, os discentes se sentiram mais à vontade, pois os encontros não
apresentavam aquele ar de obrigatoriedade que as aulas regulares geralmente possuem,
sendo, então, mais descontraídos e interativos.
Portanto, o trabalho com o texto dissertativo-argumentativo nessas turmas do
Ensino Médio, que aconteceu graças ao Programa Residência Pedagógica, possibilitou
não somente a aquisição de conhecimento por parte dos alunos, mas também a nós,
futuras professoras. Desse modo, como tínhamos a responsabilidade de abordar os
conteúdos com propriedade a cada aula, foram necessários estudos contínuos acerca da
redação do Enem. Então, tal projeto contribuiu fortemente para a nossa formação
profissional, pois, ao mesmo tempo em que ensinávamos, também aprendíamos.

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira


(Inep). A redação no Enem 2020: cartilha do participante. Brasília, DF: INEP, 2020.
Disponível em:
<https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/avaliacoes_e_exames_da_educ
acao_basica/a_redacao_do_enem_2020_-_cartilha_do_participante.pdf>. Acesso em: 06
out. 2021.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira


(Inep). Enem redações 2019. Material de leitura. Módulo 03. Competência I. Brasília,
DF: INEP, 2020. Disponível em:
<https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2020/Competencia_1.
pdf>. Acesso em: 06 out. 2021.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira


(Inep). Enem redações 2019. Material de leitura. Módulo 04. Competência II. Brasília,
DF: INEP, 2020. Disponível em:
<https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2020/Competencia_2.
pdf>. Acesso em: 06 out. 2021.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep.


Enem redações 2019. Material de leitura. Módulo 05. Competência III. Brasília, DF:
INEP, 2020. Disponível em:
<https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2020/Competencia_3.
pdf>. Acesso em: 06 out. 2021.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira


(Inep). Enem redações 2019. Material de leitura. Módulo 06. Competência IV. Brasília,
DF: INEP, 2020. Disponível em:
<https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2020/Competencia_4
pdf>. Acesso em: 06 out. 2021.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira


(Inep). Enem redações 2019. Material de leitura. Módulo 07. Competência V. Brasília,
DF: INEP, 2020. Disponível em:
<https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2020/Competencia_5.
pdf>. Acesso em: 06 out. 2021.

CARVALHO, Luis Osete Ribeiro; DUARTE, Francisco Ricardo; MENEZES, Afonso


Henrique Novaes; SOUZA, Tito Eugênio Santos. Metodologia cientifíca: teoria e
aplicação na educação a distância. Petrolina: Universidade Federal do Vale de São
Francisco, 2019. Disponível em: <https://portais.univasf.edu.br/dacc/noticias/livro-
univasf/metodologia-cientifica-teoria-e-aplicacao-na-educacao-a-distancia.pdf>. Acesso
em: 09 ago. 2021.

CORDEIRO, Gisele do Rocio; DIAS, Vanda Fattori; MOLINA, Nilcemara Leal.


Orientações e dicas práticas para trabalhos acadêmicos. 2. ed. Curitiba:
Intersaberes, 2014.
ANEXO I

Fotografia 1 - Reunião entre preceptoras e residentes

Fotografia 2 - Sala de aula virtual do projeto “RedAÇÃO: saindo do vermelho”

Figura 3 - Residente ministrando aula


ANEXO II

AUTORIZAÇÃO DE USO PELA CAPES

Eu, Bianca de Oliveira Santos, autorizo a utilização pela Capes do presente relato de
experiência, na qualidade de bolsista residente, sob responsabilidade da docente
orientadora Rosana Nunes Alencar, vinculada ao Programa de Residência Pedagógica
da Universidade Federal de Rondônia. Meu relato escrito poderá ser incluído nos
bancos de dados e nas plataformas de gestão da Capes, podendo, eventualmente, ser
reproduzido, publicado ou exibido por meio dos canais de divulgação e informação sob
responsabilidade desse órgão.

Residente

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