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EXCELENTÍSSMO (a) SENHOR (a) DOUTOR (a) JUIZ (a) DA XXª VARA DO TRABALHO

DE XXXXXXX/XX
XXXXXXXXX XXXXX, brasileiro (a), ESTADO CIVIL, PROFISSÃ O, inscrito ao CPF sob nº.
XXX.XXX.XXX-XX, e no RG nº. XXXXXXXXXX, domiciliado e residente à Rua
XXXXXXXXXXXXXXX, nº. XXX, Bairro XXXXXXX, na cidade de XXXXXXXXXXXX–XX, vem
perante Vossa Excelência, por seus procuradores, ut instrumento de mandato anexo,
propor a presente

RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
em face de XXXXXXXXXXXXXXX Ltda., pessoa jurídica de direito privado, com sede à
XXXXXXXX, nº XXX, bairro XXXXX, CEP XX.XXX-XX, na cidade de XXXXXXXX–XX, pelas razõ es
de fato e de direito a seguir expostas:

I – DA SÍNTESE DO CONTRATO DE TRABALHO


O Autor foi contratado pela reclamada em 01/10/20XX, para exercer a funçã o de serviços
gerais.
Percebia mensalmente o importe de R$ 1.000,00, tendo para tanto, que realizar uma
jornada das 8:00 à s 18:00 horas, com 2 hora de intervalo.
Foi despedido sem justo motivo em 01/11/20XX.
Ocorre que muitos de seus direitos nã o eram observados pelo reclamado, razã o pela qual
propõ e a presente relaçã o trabalhista.

II – DO DIREITO
1. Das horas extras
O Reclamante, como já dito outrora, tinha como jornada contratual das 8:00 à s 18:00, com
2 hora de intervalo, das 12:00 à s 14:00 horas de segunda à sexta, e nos sá bados das 8h à s
12h.
Contudo, por necessidade do trabalho o Reclamante saía da sede da reclamada em torno
das 19h30min em pelo menos dois dias da semana.
Destarte, como restará provado em sede de instruçã o processual, faz jus o Reclamante à
percepçã o do pagamento horas extras, equivalente a 3h semanais, referente a toda a
relaçã o laboral havida entre as partes, acrescido de 50% sobre a hora normal, conforme
dispõ e o pará grafo 1º do artigo 59 da CLT.
NOTA: A redação anterior do artigo 59 da CLT, dispunha que, não havendo norma
mais favorável, as horas extras deveriam ser pagas com acréscimo de 20% sobre a
hora normal. Com a redação atual, foi atualizado o percentual para 50%, conforme já
previa a Constituição Federal em seu artigo 7º, inciso XVI.
Procedente a demanda no aspecto, requer ainda os reflexos em adicional de insalubridade,
saldo de salá rio, DRS, férias acrescidas de 1/3 constitucional, 13º salá rios, FGTS e multa de
40%.

2. Das horas extras de intervalo


Como arguido anteriormente, o reclamante tinha por direito 2 horas de intervalo.
Embora expresso no contrato de trabalho, o Autor usufruía tã o somente de 30 minutos por
intervalo, o tempo há bil para almoço e em razã o da demanda seguia trabalhando.
Consoante expõ e o artigo 71 da CLT, devem ser pagas as horas de intervalo suprimidas
durante todo o contrato laboral, equivalente a 1h30min por dia.
Assim, requer a condenaçã o do reclamado ao pagamento de horas de intervalo suprimidas
durante todo o contrato laboral.
NOTA: O artigo 71, parágrafo 4º dispõe que além de pagar somente a hora intervalar
suprimida, tal verba passou a ter natureza indenizatória, não refletindo mais em
outras verbas salariais.

3. Do adicional de insalubridade
O Reclamante no desempenho das suas atividades laborais passou a ter contato habitual
com lixo urbano em local de grande circulaçã o, qual seja, um shopping.
O reclamante realizava ainda a limpeza dos banheiros, em nú mero de 8 banheiros, 2 em
cada andar, diariamente, estando em contato com produtos químicos extremamente fortes,
que eram diluídos em á gua para posterior uso.
Gize-se, que para tanto o reclamante nã o fazia uso de Equipamentos de proteçã o individual,
posto que nã o era disponibilizados pela Reclamada, tendo muitas vezes que colocar um
“pano” para tapar as vias respirató rias e nã o inalar o produto que tem um cheiro
demasiadamente forte.
Durante a relaçã o laboral o Reclamante recebeu adicional de insalubridade em grau médio,
sendo evidentemente devido em grau má ximo ante a exposiçã o a agentes insalubres em
grau má ximo, conforme de acordo com o art. 192 da CLT, e conforme legislaçã o vigente da
Portaria do Ministério do Trabalho nº 3.214 de 8 de junho de 1978, em sua NR nº 13.
Destarte, REQUER a realizaçã o de perícia técnica para a verificaçã o do grau de exposiçã o
das atividades da Reclamante à agendes insalubres, a ser pago para a Reclamante.
NOTA: Os pedidos de adicional de insalubridade devem ser feitos com mais cuidado
e atenção redobrada, haja vista que agora os reclamantes, podem ser sucumbentes
nos pedidos que perderem, e inclusive ser condenados ao pagamento de honorários
periciais conforme dispõe a nova redação do artigo 790-B da CLT, “A
responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente
na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita”.
Por conseguinte, REQUER seja condenada a Reclamada ao pagamento do adicional de
insalubridade em grau má ximo, com reflexos em horas extras, saldo de salá rio, DRS, férias
acrescidas de 1/3 constitucional, 13º salá rios, FGTS e multa de 40%.

4. Indenização por danos morais


Nã o bastasse o todo exposto, o reclamado passou a pagar o salá rio do Recalmante com
atrasos de 15 a 25 dias a depender do mês.
Importa dizer que, como consabido, é dever do empregador pagar o salá rio do Reclamante
até o 5º dia ú til, conforme dispõ e o art. 459, pará grafo ú nico, da CLT.
Obviamente, o atraso no pagamento do salá rio causou-lhe prejuízo, e conforme se
demonstram pelos comprovantes e pagamento de aluguel, luz, telefone e cartã o de crédito
ora anexados, todos incidiram juros em razã o do atraso.
Assim, o Reclamante chegou a receber notificaçõ es de inclusã o nos ó rgã os de restriçã o de
crédito, como demonstram os comprovantes em anexo.
A situaçã o de instabilidade no pagamento dos salá rios causa, inquestionavelmente, abalo
aos sentimentos mais íntimos da pessoa humana, posto que lhe causa ansiedade, vergonha
pelo atraso nos pagamento, medo de nã o conseguir adimplir suas contas e manter sua
família.
O salá rio é a fonte primá ria da subsistência, com o atraso, evidente a situaçã o de
vulnerabilidade e insegurança a que foi exposto o Autor, tendo que reiteradamente suplicar
pelo auxílio de outrem para suas despesas, sem saber quando e com o que pode contar,
apesar de continuar cumprindo regiamente suas obrigaçõ es laborais.
Assim, cristalino o dano moral sofrido pelo Autor, porquanto, apesar se cumprir a sua
obrigaçã o de empregado, teve frustrada a expectativa de poder cumprir seus
compromissos, ú nica a e exclusivamente em razã o do nã o pagamento correto pelo
Empregador.
Evidente que, além do prejuízo financeiro em si, a falta de cumprimento da obrigaçã o
principal do contrato de trabalho submeteu o Reclamante a prejuízo moral, sensaçã o de
frustraçã o, constrangimento para com seus credores e menos valia ao ter que pedir ajuda
para se manter.
Ademais, há entendimento sumulado, neste sentido, pelo Egrégio TRT-4:
Súmula nº 104 – ATRASO REITERADO NO PAGAMENTO DE SALÁRIOS. DANO MORAL.
INDENIZAÇÃO DEVIDA.
O atraso reiterado no pagamento dos salários gera presunção de dano moral indenizável ao
empregado.
Este dano extra patrimonial é inquestioná vel e independe de prova, pois é de natureza in re
ipsa, como tantas vezes já decidiu a jurisprudência do TRT-4:
Acórdão do processo 0000678-68.2014.5.04.0234 (RO)
Data: 15/03/2017
Origem: 4ª Vara do Trabalho de Gravataí
Órgão julgador: 6a. Turma
Redator: Maria Cristina Schaan Ferreira
Participam: Raul Zoratto Sanvicente, Fernando Luiz De Moura Cassal
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. MORA SALARIAL. Uma vez constatado o atraso no
pagamento de salários e das verbas rescisórias, o prejuízo, face à natureza do dano, é
evidente, sendo a responsabilidade decorrente do simples fato da violação, ou seja, o dano
moral é “in re ipsa”, evidenciado pela simples verificação da ofensa ao bem jurídico do
empregado, que fica prejudicado na organização de sua vida financeira, principalmente na
obrigação (legal e moral) de honrar os compromissos assumidos.
Acórdão do processo 0000210-85.2015.5.04.0811 (RO)
Data: 06/07/2016 Origem: 1ª Vara do Trabalho de Bagé
Órgão julgador: 1a. Turma Redator: Manuel Cid Jardon
Participam: Rosane Serafini Casa Nova, Iris Lima De Moraes
DANOS MORAIS. ATRASO NO PAGAMENTO DE SALÁRIOS. O atraso reiterado no pagamento
dos salários, como restou demonstrado nestes autos, caracteriza o dano moral in re ipsa.
Precedente da Turma em caso análogo.
Diante do exposto, considerando o cará ter punitivo e pedagó gico que deve ter a
indenizaçã o por danos morais, requer seja fixada no montante equivalente a 10 vezes o
valor da ú ltima remuneraçã o do Autor ou, alternativamente, requer seja o quantum
arbitrado pelo Juízo.
NOTA: Conforme já exposto, podendo o Reclamante ser sucumbente no pedido em
que não conseguir a procedência, o dano moral deverá ser estipulado com mais
cautela, “com pé no chão”, sobretudo, porque o Autor também poderá vir a pagar as
custas do processo sobre o valor auferido à Reclamatória.

5. Da Gratuidade da Justiça
Nos termos do artigo 5º, LXXIV da Carta Magna, à queles que comprovarem a insuficiência
de recursos terá assistência jurídica integral e gratuita.
Neste sentido dispõ e o artigo 98 e seguintes do Novo Có digo de Processo Civil, bem como
dispõ e o artigo 99 § 4º do mesmo Diploma Legal que “a assistência do requerente por
advogado particular nã o impede a concessã o de gratuidade da justiça”.
Pode-se observar, também pelo todo já dito no decorrer da presente peça, que o
Reclamante nã o possui emprego atualmente, o que deixa indubitá vel a impossibilidade de
arcar com as despesas processuais aqui demandadas.
Requer o Autor, ante o aqui esposado, seja julgado procedente o pedido de Gratuidade da
Justiça, abstendo-o de toda e qualquer despesa advinda desta lide, nos termos dos artigos
supracitados.
NOTA: O parágrafo 3º do artigo 790-B dispõe um teto de presunção de
miserabilidade, qual seja, 40% do teto da previdência social, o que chega a some de
aproximadamente R$ 2.258,32 (atualmente). Assim, para a percepção da justiça
gratuita, além de não perceber valor maior que o teto estabelecido, deve comprovar
a miserabilidade econômica, não bastando a declaração.
Quanto a pessoa desempregada, por não ter renda, entende-se que não há
necessidade de comprovação, pois não aufere valor algum.

6. Dos Honorários Advocatícios

Segundo declaraçã o acostada à presente, há de constatar que a Reclamante é


hipossuficiente na acepçã o financeira, de modo a nã o possuir condiçõ es de arcar com as
custas processuais, e, menos ainda, com a remuneraçã o dos serviços prestados pelo seu
patrono em defesa dos seus interesses.
Requer, pois, a condenaçã o da Reclamada em honorá rios sucumbenciais no percentual de
15% sobre o valor bruto total resultante desta demanda, como medida apta a custear o
trabalho advocatício.

III- DOS PEDIDOS


Ex positis, requer a Vossa Excelência a condenaçã o do Reclamado:
a) ao pagamento de horas extras, equivalente a 3 horas semanais durante todo período
contratual (R$ XXX,XX), com reflexos em adicional de insalubridade (R$ XXX,XX), saldo de
salá rio (R$ XXX,XX), DRS (R$ XXX,XX), férias acrescidas de 1/3 constitucional (R$ XXX,XX),
13º salá rios (R$ XXX,XX), FGTS (R$ XXX,XX) e multa de 40%(R$ XXX,XX)
………………………………………………………………………………………………..R$ 0.000,00
b) requer a condenaçã o do reclamado ao pagamento do horas de intervalo suprimidas
durante todo o contrato laboral, com acréscimo de 50% sobre a hora normal (R$ XXX,XX)
c) ao pagamento do adicional de insalubridade em grau má ximo (R$ XXX,XX), com reflexos
em horas extras (R$ XXX,XX), saldo de salá rio (R$ XXX,XX), DRS (R$ XXX,XX), férias
acrescidas de 1/3 constitucional (R$ XXX,XX), 13º salá rios (R$ XXX,XX), FGTS (R$ XXX,XX) e
multa de 40% (R$ XXX,XX) ………………………..R$ 0,000,00
d) considerando o cará ter punitivo e pedagó gico que deve ter a indenizaçã o por danos
morais, requer seja fixada no montante equivalente a 10 vezes o valor da ú ltima
remuneraçã o do Autor ou, alternativamente, requer seja o quantum arbitrado pelo
Juízo…………………………………………………………………………………….R$00.000,00
NOTA: De acordo com a nova redação do parágrafo 1º do artigo 840 da CLT, o pedido
deverá ser certo, determinado e indicar seu valor. Por uma questão de razoabilidade,
não poderá exigir o Juízo que seja um cálculo preciso, mas sim algo que se aproxime
da realidade – este requisito é para todos os ritos. Em não liquidando os valores
pedidos na reclamatória, os pedidos poderão ser extintos sem resolução do mérito.
Por fim, requer ainda:
a) a responsabilidade solidá ria das reclamadas pelo pagamento das verbas pleiteadas nesta
demanda, ou subsidiariamente se assim entender o Juízo;
b) a realizaçã o de perícia técnica para apuraçã o do grau de insalubridade a ser pago à
Reclamante;
c) incidência de juros e correçã o monetá ria até a data do efetivo pagamento;
d) a notificaçã o da Reclamada para apresentar defesa, se quiser, sob pena de revelia e
confissã o;
e) a concessã o do benefício da Assistência Judiciá ria Gratuita, por tratar-se o Reclamante de
pessoa pobre nos termos da lei, nã o possuindo condiçõ es financeiras de arcar com os
custos da presente açã o sem prejuízo de sua subsistência e de sua família;
g) a condenaçã o da Reclamada ao pagamento de custas judiciais e honorá rios advocatícios
de 15% sobre o valor bruto da condenaçã o;
h) a produçã o de todas as provas em direito admitidas, como documental, testemunhal,
pericial e inspeçã o judicial.
Atribui à causa, aproximadamente, o valor de R$ XX.XXX,XX.
Termos em que pede e espera deferimento.
XXXXXX/XX, XX de novembro de 20XX.
XXXXXXX XXXXXXX
OAB/XX nº. XX.XXX
Fonte: ConsultorTrabalhista.com
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