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Beatriz Vasco Felipe Nhone

Cesaria Ántonio Pascoal

Crimilda Francisco Xavier

Flódio Santos Cuna

Loyde Olivia Herculano

Salima Rita Quintão

Silvestre Manuel dos Santos

Escrita

Licenciatura em Ensino de Português

3o Ano

Universidade Púnguè

Extensão de Tete

2022
Beatriz Vasco Felipe Nhone

Cesaria Ántonio Pascoal

Crimilda Francisco Xavier

Flódio Santos Cuna

Loyde Olivia Herculano

Salima Rita Quintão

Silvestre Manuel dos Santos

Escrita

Trabalho de Campo da cadeira de Sintaxe,


Semântica, Pragmática de Português I, a ser
submetido na Coordenação do Curso de

Licenciatura em Ensino de Português, como


requisito parcial de avaliação.

Docente: Januário Cabarela

Universidade Púnguè

Extensão de Tete

2022
Índice
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Introdução

O presente trabalho fora desenvolvido no Curso de Licenciatura em Ensino de


Português, especificamente na cadeira de Didática do Português III, o mesmo tem como
tema: Escrita

Para introduzirmos primeiramente vamos abordar sobre a língua, pois não faz sentido
falar da escrita sem abordar a língua, visto que, a escrita é inseparável da língua. Em
seguida vamos debruçar sobre a escrita no sentido mais amplo e por fim da escrita
criativa.

A língua é um sistema de signos que exprimem ideias, e é comparável, por isso, à


escrita, ao alfabeto dos surdos-mudos, aos ritos simbólicos, às formas de polidez, aos
sinais militares etc., etc. (SAUSSURE, 1972:24).

A escrita é a utilização de sinais (símbolos) para exprimir as ideias humanas. A grafia é


uma tecnologia de comunicação, historicamente criada e desenvolvida na sociedade
humana, e basicamente consiste em registrar marcas em um suporte. Os instrumentos
usados para se escrever e os suportes em que ela é registrada podem, em princípio, ser
infinitos. Embora, tradicionalmente, conceba-se que a escrita tem durabilidade enquanto
a fala seria mais "volátil", os instrumentos, suportes, formas de circulação, bem como a
função comunicativa do texto escrito, são determinantes para sua durabilidade ou não.

Saussure ainda postula que A escrita pode ser utilizada como representação da língua,
uma representação “não-toda” da língua, já que é impossível representar graficamente
tudo que se diz. A língua é um sistema em movimento, significante e significado
deslizam sem cessar e, a todo instante, diferentes sons se ligam a diferentes ideias,
produzindo formas diferentes. “Quem diz forma diz diferença com outras formas e nada
mais”.
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Objectivos

Objectivo Geral

Os objectivos gerais são tratados em seu sentido mais amplo e constituem a acção que
conduzirá ao tratamento da questão abordada no problema de pesquisa, fazendo menção
ao objecto de uma forma mais directa. GIL (2002)

 Falar da Escrita.

Objectivos específicos

Os objetivos específicos apresentam, de forma pormenorizada, detalhada, as ações que


se pretende alcançar e estabelecem estreita relação com as particularidades relativas à
temática trabalhada. GIL (2002)

 Definir Escrita
 Identificar alguns elementos da Escrita;
 Explicar sobre escrita e aprendizagem;
 Definir escrita criativa;
 Explanar detalhadamente acerca de ensino da escrita;
 Ilustrar algumas imagens da escrita criativa;
 Apontar alguns pressupostos teóricos.

Escrita
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A escrita pode ser perspetivada como ferramenta de aprendizagem, desempenhando um


papel relevante nos processos de aquisição, elaboração e expressão do conhecimento. O
papel da escrita na construção do conhecimento pode ser compreendido focando as
características linguísticas, os processos cognitivos implicados, ou a prática social e
cultural em que se insere. Escrita é de muito relevo no contexto da escola.

Escrita do ponto de vista linguistico

A escrita consiste na utilização de sinais para exprimir as ideias humanas. A grafia é


uma tecnologia de comunicação, historicamente criada e desenvolvida na sociedade
humana, e basicamente consiste em registrar marcas em um suporte.

Escrita é o recurso do qual a maioria das sociedades humanas faz uso para transmissão
de conhecimento, registro de dados, celebração de acordos, tratados e contratos, e
reprodução de cânones culturais. Sua concepção foi talvez o capítulo mais importante
na história da evolução humana, e para muitos autores serve de delimitação entre a pré-
história e a história.

Perante SAUSSURE,

A escrita pode ser utilizada como representação da língua, uma


representação “não-toda” da língua, já que é impossível representar
graficamente tudo que se diz. A língua é um sistema em movimento,
significante e significado deslizam sem cessar e, a todo instante,
diferentes sons se ligam a diferentes idéias, produzindo formas
diferentes. “Quem diz forma diz diferença com outras formas e nada
mais”.
De acordo com BARBEIRO (1999:11) a escrita é marcada pela aprendizagem formal e
pela descoberta, ou seja, a descoberta da escrita é feita através do contacto com vários
produtos escritos e manipuláveis, como também a sua aprendizagem é feita num
contexto escolar.

Escrita do ponto de vista literario

É toda a escrita que não seja técnica, através da qual o escritor tem o propósito tanto de
entreter o leitor quanto de partilhar sentimentos, pensamentos e experiências. Seu
alicerce é a imaginação isto é, a criatividade da escrita pode ser desenvolvida através de
exercícios que variam de acordo com a intenção do autor.

Problematica da escrita
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Por outro lado, FONSECA (1994) defende que os alunos não aprendem a escrever na
escola, pois considera que estes adquirem e desenvolvem as competências linguísticas
através da prática habitual e quotidiana da língua.

Contudo, BARBEIRO (2003:19-20);

Refere que a escrita se determina através de um contexto: por contexto


em que se considera o conjunto de fatores exteriores às palavras de um
enunciado e à sua estrutura, que num certo modo influenciam a
construção e reconstrução do significado desse mesmo enunciado; já a
combinação das palavras reporta-se para um contexto linguístico, ou
seja, “ao conjunto de palavras que, num sintagma ou numa frase, são
usadas em articulação com uma palavra particular. ”

Escrita vs Escola

BARBEIRO (1999:11) refere que “na vida escolar, a expressão escrita surge como
conteúdo ou área de prossecução de objetivos no curriculum da disciplina de
Português”. Por isso, a aprendizagem da escrita é uma das componentes mais
importantes da escola, sendo que estará sempre presente na vida escolar do aluno.

A linguagem escrita surgiu da necessidade de representar a linguagem oral, ou seja, de


se transformar numa mensagem, naquilo que se quer transmitir/comunicar.

Toda a história se funda a partir da escrita. Segundo HIGOUNET (2003),

O homem primitivo, diante da necessidade de marcar sua existência,


recorreu ao mundo dos símbolos e, através de desenhos em pedras,
madeiras e tantos materiais, fixou suas experiências ao longo do
tempo. Entretanto, “os mais simples traçados desenhados pelo homem
em pedra ou papel não são apenas um meio, eles também encerram e
ressuscitam a todo momento o pensamento humano”.

Escrita criativa

“A escrita, em princípio, é sempre fruto de uma criação” GOMES, (2008:28).

“Assim, pode-se considerar que a escrita criativa é uma das estratégias


fulcrais para estimular a criatividade nos alunos, e o professor deverá
organizar atividades para desenvolver as várias competências
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relacionadas com o ato de escrever (ortografia, construção sintática e


enriquecimento lexical). LOPES, (2013:18) ”

LOPES, (2013:18) postula que,


“A escrita criativa constitui uma das melhores formas de estimular os
processos de pensamento, imaginação e divergência. A imaginação
dos alunos deve ser trabalhada, despertada, para que surjam ideias e, a
partir delas originar-se-á uma história”. É importante que a escrita
criativa seja trabalhada nas aulas de português, pois os alunos
desenvolvem o vocabulário, a criatividade e outras componentes
ligadas a esta área. Contudo, a escrita criativa não é apenas um
conjunto de exercícios, funciona como um novo mundo, de modo a
que os alunos descubram novos caminhos que não são habitualmente
percorridos.”

A escrita criativa não pode ser uma atividade isolada, tem que estar integrada em
oficinas ou em programas estruturados, com diversas propostas didáticas, com a
finalidade de desenvolver nos alunos o gosto pela escrita. Cada oficina deve estar
adequada ao contexto que vai ser trabalhado, respeitando sempre as componentes do
processo da escrita:

 A planificação;
 A textualização;
 A revisão.

Escrita e aprendizagem

O papel da escrita na (re)construção do conhecimento pode ser compreendido com base


em perspetivas diferenciadas. Quer partamos da análise das características da linguagem
escrita e da comunicação por escrito, com as implicações que delas decorrem em termos
de desenvolvimento intelectual, quer encaremos a escrita como processo cognitivo, quer
a vejamos como prática social e cultural, podemos reconhecer o seu contributo para o
sucesso na aprendizagem.
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Para além de potenciar a consideração do real na sua ausência, a escrita facilita a


geração e o aprofundamento das ideias, permite o seu enquadramento numa forma de
expressão adequada (géneros textuais) e a sua reestruturação à luz de fatores que
relevam da dimensão retórica (objetivos, destinatário etc.), tornando possível a inserção
em contextos diferenciados.

JANET EMIG et all, (1977) ,

Consideram o recurso à linguagem escrita como um fator de


maturação cognitiva, propiciando uma maior estruturação do
pensamento e, em consequência disso, o desenvolvimento do
raciocínio de natureza lógico-formal. Por um lado, a escrita facilita a
reflexão sobre as ideias e sobre a linguagem que, plasmadas no papel
ou no ecrã, se tornam concretas e permanentes. Por outro lado, a
comunicação escrita, temporal e espacialmente diferida, na maior
parte dos casos, pressupõe a consideração do real na sua ausência e a
sua representação sob a forma de linguagem.
Para VYGOTSKY (1979 Apud FONSECA, 1994:159), a escrita constitui uma forma de
discurso mais elaborada, em que a comunicação, na falta de apoios situacionais, assenta
quase exclusivamente nas palavras. Não existindo um contexto experiencial
compartilhado que funcione como marco de referência implícito, torna-se
"indispensável a criação explícita, por meios linguísticos, de marcos de referência
internos que possam garantir a autonomização do texto em relação ao momento e
circunstâncias concretas da sua produção."

Papel da escrita na aprendizagem

A questão do contributo da escrita para a aprendizagem pode ser também perspetivada à


luz de modelos do processo de escrita, como o de LINDA FLOWER e JOHN HAYES
(1981), que concebe o ato de escrita como uma tarefa de resolução de problemas, no
quadro da qual planificação, redação e revisão emergem como subprocessos
primordiais. No âmbito de qualquer deles, é possível enquadrar um conjunto de tarefas
favorecedoras da aprendizagem.

Planificacacao

A planificação pressupõe a mobilização dos conhecimentos, a sua ativação na memória


do escrevente, a seleção e organização das ideias, em virtude dos objetivos do ato de
escrita e do destinatário da mensagem.
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Redacao

A redação implica a transformação de uma representação mental da realidade numa


outra forma de representação dessa realidade, a linguagem verbal, o que tem
implicações de natureza vária, quer em termos do grau de explicitação exigido, quer no
que concerne à organização das ideias a transmitir.

Passa-se do nível do discurso interior, que se caracteriza pela sua sintaxe própria,
aparentemente desconexa, incompleta e com tendência para a elipse e a predicação, para
um nível em que a significação depende, exclusivamente, das palavras e suas
combinações VYGOTSKY, (1979). Tal pressupõe a colocação numa ordem linear de
informação que raramente apresenta tal estruturação, o que exige não só a capacidade de
relacionar diferentes ideias num plano mental, mas também o uso adequado dos
mecanismos linguísticos que permitem a sua expressão de forma sequencial.

A revisao

A revisão, por seu lado, exige a capacidade de refletir sobre o texto e de avaliá-lo à luz
de diferentes parâmetros, num ato de distanciamento do indivíduo em relação ao
produto do seu trabalho.

Ensino da escrita

A escrita é uma atividade dotada de significativa complexidade, uma vez que, além de
ela atrelar-se a fatores de ordem lingüística, cognitiva e social, sua prática é feita,
normalmente, em um contexto marcado por conflitos políticos e pedagógicos. Para se
compreender o intricado processo da escrita, é necessário, então, levar em conta uma
série de elementos a ela associados, afinal, escrever, para a grande maioria dos usuários
de uma língua, não é algo que flua naturalmente, bastando, para isso, que haja um
contexto de produção.

É como afirma BARBEIRO:

[...] escrever não se limita a uma montagem mecânica de peças,


segundo uma ordem pré-determinada. Mesmo quando activado um
modelo ou esquema organizativo, continua a ser necessário considerar
aspectos particulares ligados à adequação a finalidades, destinatários,
contexto social em que se encontram quem escreve e quem lerá o
texto. (BARBEIRO, 2005:30).
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É comum que alunos, inseridos em qualquer nível de escolarização, avaliem o processo


de escrita como “árduo”, “trabalhoso”, “difícil”, “penoso” é mais comum,
principalmente, entre os primeiros.

Essa avaliação é compreensível, na medida em que para se produzir textos escritos, é


preciso levar em conta:

a) A necessidade de mobilização de uma série de conhecimentos e habilidades


relacionadas não somente à escrita em si, mas também à leitura;
b) Que o sujeito em processo de ensino-aprendizagem se encontra numa situação
“tipificante” da escrita, em que, muitas vezes, o contexto de produção é
artificial, o destinatário é imutável e o resultado do processo de escrita, ou seja,
o texto, tem de se encaixar em modelos (pré)definidos pelo contexto no qual o
produtor se insere.

Segundo MARTINS e NIZA (1998) e GERALDI (1997),

A aprendizagem da escrita é feita através da sua prática, pois ela não é


um produto acabado, mas um processo em que se tem de resolver
inúmeros problemas, como a tomada de decisões acerca daquilo que
se quer dizer, a forma como se vai fazer e com que finalidade. A
escrita, então, “exige a capacidade de selecionar e combinar as
expressões linguísticas, organizando-as numa unidade de nível
superior, para construir uma representação do conhecimento,
correspondente aos conteúdos que se quer expressar.”

Didática da escrita

segundo CARVALHO (2005:74) há pelo menos três direções investigativas que podem
ser consideradas:

c) A da escrita enquanto objeto de ensino-aprendizagem;


d) A dos alunos considerados como sujeitos da aprendizagem da escrita;
e) A do processo de ensino-aprendizagem da escrita.

Conclusão

Após a pesquisa desencadeada pelo grupo e que culminou com a realização deste
trabalho pudemos concluir que toda a história se funda a partir da escrita. Segundo
HIGOUNET (2003), o homem primitivo, diante da necessidade de marcar sua
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existência, recorreu ao mundo dos símbolos e, através de desenhos em pedras, madeiras


e tantos materiais, fixou suas experiências ao longo do tempo. Entretanto, “os mais
simples traçados desenhados pelo homem em pedra ou papel não são apenas um meio,
eles também encerram e ressuscitam a todo momento o pensamento humano”.

Referências Bibliográficas
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Costa, R.A. Incentivar a Escrita Criativa: O texto literário como polo inspirador no 1º e
no 2º Ciclo do Ensino Básico. Relatório de estágio em mestrado, Universidade do
Minho, Portugal. (2013).

Lopes, N. Palavras que crescem na ponta do lápis. A escrita criativa no 2º Ciclo do


Ensino Básico. Relatório Final em mestrado, Escola Superior de Educação, Portalegre,
Portugal. (2013).

MACHADO, S. A escrita criativa no 1º Ciclo. Relatório final em mestrado, Escola


Superior de Educação, Beja, Portugal. (2012).

HIGOUNET, C. História concisa da escrita. São Paulo: Parábola, 2003.

SAUSSURE, F. Curso de lingüística geral. São Paulo: Cultrix, 1972.

CARVALHO, J. A. B. O Ensino da Escrita: da teoria às práticas pedagógicas. Braga:


C.E.E.P. - Universidade do Minho, 1999.

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