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Quando o corpo sinaliza que não temos o controle de nada.

Um dia desses, vi uma tirinha nas redes sociais que falava sobre a ansiedade e
depressão. Achei bastante interessante, pelo fato da tira retratar o que as pessoas pensam
sobre o que é ansiedade e depressão versus o que elas são de fato. A tirinha dizia mais ou
menos o seguinte:
"O que as pessoas entendem por ansiedade/depressão?
- Impaciência
- Desejo que algo aconteça.
- Falta de esforço ou interesse pelas coisas

O que realmente é a ansiedade/depressão?


- Insônia
- Tensão muscular
- Preocupação excessiva
- Falta de ar
- Grande tristeza
- Falta de energia
- Ataques de pânico
- Tremores
- Medos irracionais
- Dor no peito e batimentos cardíacos acelerados
- Grande falta de sentido e vazio existencial.”
(Fonte: Internet)

Mas, se estamos falando de questões psíquicas, como explicar o fato do corpo


manifestar sintomas que, na maior parte das vezes, não tem a ver com uma doença física?
Nosso cérebro é a máquina que comanda todas as funções e ações do nosso corpo,
assim, se há um déficit de algum comando que ele dá, isso poderá impactar no corpo de
forma a causar sintomas sem causas físicas aparentes.
Assim acontece com a ansiedade e a depressão que, apesar de originalmente serem
processos psíquicos, tornam-se processos químicos em nosso corpo e causam os efeitos e
sintomas tão indesejados.
A deficiência de serotonina (substância relacionada à depressão) ou o excesso de
adrenalina (substância relacionada à ansiedade) são responsáveis por causar um
desequilíbrio organísmico em nosso corpo que, se não tratado com terapia e muitas vezes
com medicamentos, tornam-se agentes de muitos sintomas, tais como os que vimos no início
desse artigo.
Costumo brincar com meus pacientes, dizendo que tais sintomas, geralmente
aparecem como forma do cliente parar e se permitir olhar para ele próprio e suas questões.
Muitas vezes, tentamos estar no controle de tudo de uma maneira bastante insalubre e, o
sintoma, nesses casos, vem como forma de nos passar a mensagem de que não temos o
controle de absolutamente nada e que precisamos constantemente avaliar e reavaliar nossas
prioridades na vida. O sintoma nos faz olhar pra gente. Ele nos faz olhar para nossa própria
dor, ele nos faz ficarmos atentos a nós mesmos... e esse é o primeiro passo para a cura de
nossa ferida: olhar para ela, cutucá-la, tratá-la e permitir enfim que ela cicatrize.
Finalizo desejando ressaltar a importância de nos percebermos, de estarmos atentos
ao nosso corpo, aos nossos sintomas, ao nosso controle, à nossa ansiedade e depressão,
enfim, de estarmos atentos aos sinais que nosso corpo, morada existencial, nos dá quando
algo não vai bem.
Cuidemo-nos com mais carinho, com mais gentileza, com mais paciência... com mais
amor!

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