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1) 2º Café Filosófico – 25/04/2012

Tema: “O conceito de populismo: debate e crítica”.


Local: Sala 326 (Laboratório de Especialização em Proeja)
Período: 13h15min às 14h30min

Antes da apresentação do tema tivemos no saguão, das 12:30 às 13:15, a apresentação do grupo
musical “Voodu” composto por alunos do Curso de Licenciatura em Geografia.
A apresentação do tema foi feita pelos alunos do 3ª semestre de Geografia: Caroline Amaral
Santana; Josiane Gonçalves Andrade e Thamara Jucá Lindorfe de Souza. Teve como base texto e
fichamento (ver anexo nº 2) de seminário apresentado em 2011 na disciplina Teoria das Ciências
Humanas, ministrada pelo professor Laerte. O texto por sua vez teve como referência principal o livro
“O populismo e sua História-Debate e crítica”, com organização de Jorge Ferreira, Editora Civilização
Brasileira, 2010.
RESUMO: O objetivo desta apresentação foi o de rever e questionar interpretações aceitas como
consensuais sobre o “populismo na política Brasileira” no período de 1930 a 1964. Este tema com origem
no campo da sociologia e da história ilustra de forma adequada como se processa a pesquisa e como se
obtém conhecimento no seio das ciências humanas. O objeto das ciências humanas é o homem, a ação
humana, e em decorrência deste fato tem uma complexidade que o método positivista das ciências
naturais, que serviu de inspiração para as ciências humanas por muito tempo, não consegue dar conta. Se o
objeto é o ser humano, os fatos consequentes às suas ações não podem ser vistos como coisas, como quer
Durkheim, pois o homem pensa, age, reage, é um ator que pode orientar a situação de diversas maneiras e
o próprio pesquisador é também um ator agindo e exercendo influência sobre o objeto de pesquisa. As
ciências humanas buscam a verdade no campo das relações sociais, mas é impossível uma objetividade e
neutralidade absolutas. Os valores, as ideologias, as teorias, a influências dos contextos históricos são
elementos sempre presentes em qualquer tipo de pesquisa no campo das ciências humanas. Por isto toda
teoria, todo conceito no âmbito destas ciências estão sujeitos à crítica, ao questionamento.
E é o caso do conceito populismo. Na perspectiva destas considerações filosóficas sobre o caráter
das ciências humanas pretendeu-se recusar e criticar ortodoxias antigas ou mais recentes sobre este termo
entendido por muitos estudiosos simplesmente como um tipo de ação política perversa e astuciosa de
governantes do período de 1930 a 1964 que, se aproveitando da falta de consciência política do povo,
incapaz de auto-organização, manipula-o para preservar o poder e manter uma determinada política que,
se beneficiou em parte os trabalhadores, acabou favorecendo mais a classe dominante.
Situando o conceito no contexto histórico se buscou demonstrar que ao longo do período
populista, o termo populista teve significados diferentes em decorrência de uma diversidade de teorias
com grande vinculação com determinado momento histórico e social. Questionou-se, sobretudo o fato de
se entender o populismo basicamente pelo seu caráter supostamente manipulador, como uma simples
deformação ideológica, uma falsificação da consciência de classe. Admitir tudo isto de forma absoluta é
admitir a passividade do povo, das massas, que, sem consciência de classe, se sujeitam à manipulação. No
entanto, o que outras pesquisas demonstram é que, se o populismo foi, sem dúvida nenhuma, manipulação
de massas, esta nunca foi absoluta. Ele foi um modo histórico de expressão das insatisfações do povo, dos
trabalhadores, e se houve manipulação também houve conquistas.
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