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3.23.

APOSENTADORIA POR INVALIDEZ


EXTINÇÃO DO ESTABELECIMENTO. MANUTENÇÃO DO
CONTRATO DE TRABALHO COM O GRUPO ECONÔMICO

CAUSA DE PEDIR:
O Autor teve a aposentadoria por invalidez concedida em [indicar a data] e, em função da
aposentadoria, após a extinção do estabelecimento em que laborava, houve a rescisão do seu
contrato de trabalho.
A dispensa efetivada durante a suspensão do contrato de trabalho decorrente da aposentadoria
por invalidez é nula, pois, ainda que tenha sido extinto um dos estabelecimentos comerciais da
Reclamada, a continuidade das atividades do seu grupo econômico obsta a utilização do
encerramento das atividades na unidade de [indicar a unidade] como justificativa para a rescisão,
principalmente se considerando que tal fato ocorreu em [indicar a data] e o Autor foi dispensado em
[indicar a data].
As Reclamadas compõem o mesmo grupo econômico, sendo que o encerramento das
atividades no estabelecimento da Reclamada “X” não implicou, de fato, a extinção da empresa,
visto que este se deu em [indicar a data] e o Autor somente foi dispensado em [indicar a data].
Nos termos do art. 475 da CLT, a aposentadoria por invalidez suspende o contrato de
trabalho, sendo assegurado ao trabalhador o retorno à atividade quando recuperada a capacidade
laboral, momento em que é facultado ao empregador optar por rescindir o contrato, indenizando o
obreiro:

“Art. 475 – O empregado que for aposentado por invalidez terá suspenso o seu contrato de
trabalho durante o prazo fixado pelas leis de previdência social para a efetivação do
benefício.
§ 1º – Recuperando o empregado a capacidade de trabalho e sendo a aposentadoria cancelada,
ser-lhe-á assegurado o direito à função que ocupava ao tempo da aposentadoria, facultado, porém,
ao empregador, o direito de indenizá-lo por rescisão do contrato de trabalho, nos termos dos arts.
477 e 478, salvo na hipótese de ser ele portador de estabilidade, quando a indenização deverá ser
paga na forma do art. 497. (Redação dada pela Lei 4.824, de 5-11-1965)”.
Nesse sentido, o teor da Súmula 160 do TST:

“Cancelada a aposentadoria por invalidez, mesmo após cinco anos, o trabalhador terá
direito de retornar ao emprego, facultado, porém, ao empregador, indenizá-lo na forma da
lei.”

Portanto, enquanto não cessada a incapacidade laborativa que levou o Reclamante ao


afastamento previdenciário provisório, não cessa a suspensão contratual, não sendo possível a
dispensa imotivada, ante a incompatibilidade entre os institutos.
No caso em tela, a situação de incapacidade provisória do Autor permaneceu inalterada,
tendo partido do empregador a iniciativa de dispensá-lo, ainda no curso da suspensão contratual.
Saliente-se que esse entendimento não é modificado pelo fato de o estabelecimento em que o
Autor se ativava ter sido fechado, pois houve continuidade da empresa após o fim do
estabelecimento específico de [indicar o local] a afastar tal argumento.
O TST, julgando questões similares, decidiu:

“Recurso de revista. Contrato de trabalho suspenso em razão de aposentadoria por


invalidez. Extinção do estabelecimento. Continuidade da empresa. Nulidade da rescisão
contratual. De acordo com o art. 475 da CLT, a aposentadoria por invalidez suspende o
contrato de trabalho, sendo assegurado ao trabalhador o retorno à atividade quando
recuperada a capacidade laboral, momento em que é facultado ao empregador optar por
rescindir o contrato, indenizando o obreiro. Também nesse sentido preconiza a Súmula 160
desta Corte, segundo a qual -Cancelada a aposentadoria por invalidez, mesmo após cinco
anos, o trabalhador terá direito de retornar ao emprego, facultado, porém, ao empregador,
indenizá-lo na forma da lei. Conforme se extrai da nova redação dos arts. 42, caput, da Lei
8.213/91 e 46 do Decreto 3.048/99, a aposentadoria por invalidez é essencialmente
provisória, não mais se tornando definitiva após o decurso de cinco anos. A exegese dos
supracitados enunciados, portanto, conduz à conclusão de que, enquanto não cessada a
incapacidade laborativa que levou o trabalhador ao afastamento previdenciário provisório,
não cessa a suspensão contratual, sendo descabida a dispensa arbitrária, ante a
incompatibilidade entre os institutos. Esse entendimento não é modificado pelo fato de o
estabelecimento em que os reclamantes se ativavam, em Limeira, ter sido fechado, tendo em
vista que houve continuidade das atividades empresariais. Recurso de revista conhecido e
provido” (TST – 4ª T. – RR 49400-67.2008.5.15.0128 – Rel. Min. Luiz Philippe Vieira de
Mello Filho – DEJT 30-11-2012).

Assim, diante do caso concreto exposto, o Reclamante requer a nulidade da rescisão


contratual, com direito à percepção dos salários desde o momento da sua dispensa e até a efetiva
data da reintegração, com observância dos reajustes legais e normativos, além da incidência deste
período para fins de férias, abono de férias, décimo terceiro salário e recolhimentos fundiários. A
fim de compelir a Reclamada a proceder a reintegração requer-se a fixação de multa diária – R$
500,00 – (arts. 536 e 537, CPC).

PEDIDO:
Nulidade da rescisão contratual, com direito do Reclamante à percepção dos salários desde o
momento da sua dispensa até a efetiva data da reintegração, com observância dos reajustes legais e
normativos, além da incidência desse período para fins de férias, abono de férias, décimo terceiro
salário e recolhimentos fundiários. A fim de compelir a Reclamada a proceder a reintegração,
requer-se a fixação de multa diária – R$ 500,00 – (arts. 536 e 537, CPC).

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