Você está na página 1de 11

Antônio Paiva

Célia Brigite

Eunice Madeira

CARACTERIZAÇÃO DOS METODOS HIPOTETICO DEDUTIVO E DIALETICO

Lic. Ciências Políticas e Governação

UNIVERSIDADE LICUNGO
Antônio Paiva
Célia Brigite
Eunice Madeira

CARACTERIZAÇÃO DOS METODOS HIPOTETICO DEDUTIVO E DIALETICO

Trabalho de Epistemologia das


Ciências Sociais a ser entregue para
avaliação no curso de Licenciatura em
Ciências Políticas e Governação.

Docente

UNIVERSIDADE LICUNGO
Beira
2023
Índice
I. INTRODUÇÃO...................................................................................................................3

II. CARACTERIZAÇÃO DOS METODOS HIPOTETICO DEDUTIVO E DIALETICO 4

2.1. Método hipotético-dedutivo.........................................................................................4

2.2. Método dialético...........................................................................................................6

III. CONCLUSÃO.................................................................................................................8

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................9
3

I. INTRODUÇÃO

O presente trabalho da cadeira de Epistemologia tem como objectivo o compreender a


caracterização dos métodos hipotético dedutivo e dialético, para tal foi necessário o uso do
método bibliográfico onde o grupo usou diversas obras que falam sobre o tema em questão.

Primeiramente de dizer que o método podemos entender como o caminho, a forma, o modo
de pensamento. É a forma de abordagem em nível de abstração dos fenômenos. É o conjunto
de processos ou operações mentais empregados na pesquisa.

Os métodos gerais ou de abordagem oferecem ao pesquisador normas genéricas destinadas a


estabelecer uma ruptura entre objetivos científicos e não científicos (ou de senso comum).

Uma vez que o método dedutivo, de acordo com o entendimento clássico, é o método que
parte do geral e, a seguir, desce ao particular. A partir de princípios, leis ou teorias
consideradas verdadeiras e indiscutíveis, prediz a ocorrência de casos particulares com base
na lógica.
4

II. CARACTERIZAÇÃO DOS METODOS HIPOTETICO DEDUTIVO E


DIALETICO

II.1. Método hipotético-dedutivo

O método hipotético-dedutivo foi definido por Karl Popper a partir de críticas à indução,
expressas em A lógica da investigação científica, obra publicada pela primeira vez em 1935
(GIL, 2008).

A indução, conforme Popper, não se justifica, “pois o salto indutivo de ‘alguns’ para ‘todos’
exigiria que a observação de fatos isolados atingisse o infinito, o que nunca poderia ocorrer,
por maior que fosse a quantidade de fatos observados.” (GIL, 2008, p. 12).

Como já dito, o método hipotético-dedutivo foi proposto por Karl Popper e consiste na
adoção da seguinte linha de raciocínio:

[...] quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto


são insuficientes para a explicação de um fenômeno, surge o
problema. Para tentar explicar as dificuldades expressas no
problema, são formuladas conjecturas ou hipóteses. Das hipóteses
formuladas, deduzem-se consequências que deverão ser testadas ou
falseadas. Falsear significa tornar falsas as consequências deduzidas
das hipóteses. Enquanto no método dedutivo se procura a todo custo
confirmar a hipótese, no método hipotético-dedutivo, ao contrário,
procuram-se evidências empíricas para derrubá-la. (GIL, 2008, p.
12).

O método hipotético-dedutivo inicia-se com um problema ou uma lacuna no conhecimento


científico, passando pela formulação de hipóteses e por um processo de inferência dedutiva, o
qual testa a predição da ocorrência de fenômenos abrangidos pela referida hipótese.

Podemos apresentar o método hipotético-dedutivo a partir do seguinte esquema (GIL, 2008, p.


12):

Problema → Conjecturas → Dedução de consequências observadas → Tentativa de


falseamento → Corroboração
5

A pesquisa científica, com abordagem hipotético-dedutiva, inicia-se com a formulação de um


problema e com sua descrição clara e precisa, a fim de facilitar a obtenção de um modelo
simplificado e a identificação de outros conhecimentos e instrumentos, relevantes ao
problema, que auxiliarão o pesquisador em seu trabalho. Após esse estudo preparatório, o
pesquisador passa para a fase de observação. Na verdade, essa é a fase de teste do modelo
simplificado. É uma fase meticulosa em que é observado determinado aspecto do universo,
objeto da pesquisa. A fase seguinte é a formulação de hipóteses, ou descrições-tentativa,
consistentes com o que foi observado. Essas hipóteses são utilizadas para fazer prognósticos,
os quais serão comprovados ou não por meio de testes, experimentos ou observações mais
detalhadas. Em função dos resultados desses testes, as hipóteses podem ser modificadas,
dando início a um novo ciclo, até que não haja discrepâncias entre a teoria (ou o modelo) e os
experimentos e/ou as observações.

Ante o exposto, as etapas do método hipotético-dedutivo, como compreendido na actualidade,


podem ser visualizadas na Figura abaixo.

Conhecimento existente
Problema ou lacuna no conhecimento: factos; descoberta do problema; formulação do
problema.

Modelo teórico
suposições plausíveis; hipóteses principais (centrais) e auxiliares (decorrentes).

Dedução das consequências


busca de suportes racionais e empíricos – consequências, predições e retrodições.

Teste das hipóteses


Planejamento; realização das operações; coleta de dados, tratamento e análise dos dados;
interpretação.

Cotejamento ou avaliação
resultados com as previsões com base no modelo teórico.

Refutação (rejeição) Corroboração (não rejeição)


erros na teoria ou extensões; nova teoria e/ou

nos procedimentos nova lacuna ou novo problema


Correção do modelo
6

Fonte: adaptado de Lakatos e Marconi (2007, p. 96)

De acordo com Popper, toda investigação tem origem num problema, cuja solução envolve
conjecturas, hipóteses, teorias e eliminação de erros; por isso, Lakatos e Marconi (2007)
afirmam que o método de Popper é o método de eliminação de erros.

O problema surge de lacunas ou conflito em função do quadro teórico existente. A solução


proposta é uma conjectura (nova ideia e/ou nova teoria) deduzida a partir das proposições
(hipóteses ou premissas) sujeitas a testes. Os testes de falseamento são tentativas de refutar as
hipóteses pela observação e/ou experimentação.

Além das críticas inerentes ao método dedutivo, ao hipotético-dedutivo acrescenta-se aquela


que questiona o fato de as hipóteses jamais serem consideradas verdadeiras; quando
corroboradas, são apenas soluções provisórias.

O método hipotético-dedutivo desfruta de notável aceitação, em especial no campo das


ciências naturais.

Nos círculos neopositivistas, chega mesmo a ser considerado


como o único método rigorosamente lógico. Nas ciências
sociais, no entanto, a utilização desse método mostra-se
bastante crítica, pois nem sempre podem ser deduzidas
consequências observadas das hipóteses. (GIL, 2008, p. 13).

II.2. Método dialético

O conceito de dialética é bastante antigo. Platão o utilizou no sentido de arte do diálogo. Na


Antiguidade e na Idade Média, o termo era utilizado para significar simplesmente lógica. O
método dialético, que atingiu seu auge com Hegel (GIL, 2008), depois reformulado por Marx,
busca interpretar a realidade partindo do pressuposto de que todos os fenômenos apresentam
características contraditórias organicamente unidas e indissolúveis.

Na dialética proposta por Hegel, as contradições transcendem-se, dando origem a novas


contradições que passam a requerer solução. Empregado em pesquisa qualitativa, é um
método de interpretação dinâmica e totalizante da realidade, pois considera que os fatos não
podem ser relevados fora de um contexto social, político, econômico etc.
7

Lakatos e Marconi (2007) apontam as leis da dialética. A Ação Recíproca informa que o
mundo não pode ser entendido como um conjunto de “coisas”, mas como um conjunto de
processos, em que as coisas estão em constante mudança, sempre em vias de se transformar:
“[...] o fim de um processo é sempre o começo de outro.” (LAKATOS; MARCONI, 2007, p.
101). As coisas e os acontecimentos existem como um todo, ligados entre si, dependentes uns
dos outros.

Na Mudança Dialética, a transformação ocorre por meio de contradições. Em determinado


momento, há mudança qualitativa, pois as mudanças das coisas não podem ser sempre
quantitativas. Por outro lado, como tudo está em movimento, tudo tem “duas faces”
(quantitativa e qualitativa, positiva e negativa, velha e nova), uma se transformando na outra;
a luta desses contraditórios é o conteúdo do processo de desenvolvimento.

Em síntese, o método dialético parte da premissa de que, na natureza, tudo se relaciona,


transforma-se e há sempre uma contradição inerente a cada fenômeno. Nesse tipo de método,
para conhecer determinado fenômeno ou objeto, o pesquisador precisa estudá-lo em todos os
seus aspectos, suas relações e conexões, sem tratar o conhecimento como algo rígido, já que
tudo no mundo está sempre em constante mudança.

De acordo com Gil (2008, p. 14),

Em síntese, o método dialético parte da premissa de que, na natureza, tudo se


relaciona, transforma-se e há sempre uma contradição inerente a cada
fenômeno. Nesse tipo de método, para conhecer determinado fenômeno ou
objeto, o pesquisador precisa estudá-lo em todos os seus aspectos, suas
relações e conexões, sem tratar o conhecimento como algo rígido, já que tudo
no mundo está sempre em constante mudança. De acordo com Gil (2008, p.
14),

Assim, como a dialética privilegia as mudanças qualitativas, opõe-se naturalmente a qualquer


modo de pensar em que a ordem quantitativa se torne norma. Desse modo, as pesquisas
fundamentadas no método dialético distinguem-se claramente das pesquisas desenvolvidas
segundo a visão positivista, que enfatiza os procedimentos quantitativos.
8
9

III. CONCLUSÃO

Chegando ao fim do trabalho o grupo conclui que, que ométodo hipotético dedutivo (Poper,
K.): se o conhecimento é insuficiente para explicar um fenômeno, surge o problema; para
expressar as dificuldades do problema são formuladas hipóteses; das hipóteses deduzem-se
conseqüências a serem testadas ou falseadas (tornar falsas as conseqüências deduzidas das
hipóteses); enquanto o método dedutivo procura confirmar a hipótese, o hipotético‐dedutivo
procura evidências empíricas para derrubá‐las.

Já o Método dialético é empregado em pesquisa qualitativa, considera que os fatos não podem
ser considerados fora de um contexto social; as contradições se transcendem dando origem a
novas contradições que requerem soluções.
10

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed. 5.


reimp. São Paulo: Atlas, 2007.

Você também pode gostar