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Caracterização
Queixa – 113º CP
A apresentação de uma queixa, oral ou escrita, começa numa fase não processual.
Quando é conhecida, passa a ser processual.
Esta é a maneira de vir a conhecer os crimes particulares:
o Só há noticia destes se houver queixa, e essa queixa tem de vir do ofendido.
A detenção é tratada como uma medida cautelar e não como uma medida de coação.
Tem efeitos privativos da liberdade e tem efeitos processuais muito relevantes:
o Tem o poder de pôr em causa a legalidade do processo.
Constituição do Arguido
Obtenção de Informações
Pode haver uma obtenção e tratamento de informações que pode levar à constituição
de arguido a pedido:
o Isto quando a polícia obtém informações do próprio suspeito ou de outras
pessoas – 250º/Nº8.
Esta atividade de obtenção de informações junto do suspeito é relativamente delicada:
o Quando a polícia é chamada e chega ao local pode fazer perguntas inclusive ao
suspeito.
O suspeito não tem direito ao silêncio, mas o arguido já tem:
Então pode ser o suspeito a pedir a sua constituição de
arguido de modo a ser aplicado o respetivo estatuto.
Dito desta forma, podemos concluir que a possibilidade de
uma pessoa se constituir arguido a pedido justifica-se com a
proteção da pessoa que é suspeito naquela situação concreta.
Investigações Jornalísticas:
o Podem investigar qualquer matéria por si, é legítimo.
o Vão investigar os factos ao terreno.
Investigações Particulares, Sistemas de Compliance e Auditoria:
o É legítimo - uma empresa pode querer averiguar o que se passou dentro da
própria empresa.
o Isto pode cruzar-se com o Processo Penal.
o Não são investigações criminais, e portanto estão sujeitas a outros regimes.
Detetives privados:
o Não podem fazer investigação criminal.
o Comportam-se como qualquer particular.
06.10
O INQUÉRITO CRIMINAL
Legislação:
o 262º e ss. do CPP.
o + Lei 49/2008 – Lei de Organização e Investigação Criminal – LOIC.
Julgamento:
o Guiado pelo Tribunal e Juiz.
o Critérios = publicidade, oralidade, imediação e contraditório.
Inquérito:
o Sob a direção do MP.
o Critérios = segredo (obrigatório, facultativo), escrito, sem imediação
obrigatória e sem contraditório (fase/atos específicos)
É uma fase de investigação = alguém coloca uma hipótese e investiga-
se para descobrir a verdade material.
A fase não é marcada pelo contraditório porque não é uma
fase que vai produzir uma decisão nem que atribua
responsabilidade.
Caso mais evidente = aplicação das medidas de coação = 196º:
É preciso dar informação, ouvir o arguido e em função desses
contributos é que o juiz toma a decisão.
MP e OPC
MP e JIC
Papel do JIC:
o Competências no Inquérito – 268º e 269º.
Apesar de ter competências específicas nesta fase, não é o seu titular.
JIC tem de praticar, ordenar ou autorizar certos atos fundamentais
(que às vezes até são condição de legalidade) e que são mais
intrusivos.
Exemplos – autorização de escutas, aplicação de medidas de
coação.
= tem uma intervenção garantística para preservar o respeito pela
legalidade e direitos fundamentais.
Nas palavras de Germano Marques da Silva:
Os atos que a lei reserva à competência do JIC não são apenas
para apreciar a sua admissibilidade, mas também a sua
oportunidade e conveniência.
+ JIC tem poderes de investigação autónoma:
o Estes são para o efeito de fundamentar as suas decisões sobre medidas de
coação.
+ Enquanto os atos de investigação tenham essa finalidade podem ser
praticados ou ordenados pelo JIC, oficiosamente, ou a requerimento
de qualquer sujeito processual interessado.
Nota:
o Esta foi a fórmula que o legislador encontrou para equilibrar as coisas:
Notar que o 32º da CRP (de 1976) exige que toda a instrução (fase
após inquérito) é da competência de um juiz, bem como todos os atos
que possam restringir DFs.
Em 1987, o legislador fez este equilíbrio, para se decidir se o inquérito
tinha ou não de ser atribuído a um JIC.
Assim, o CPP não foi considerado inconstitucional porque os atos que
colidiam diretamente com DFs mantinham um controlo jurídico
dissimulado.
= É uma solução que salvaguarda o equilíbrio entre legalidade,
pretensões de investigação criminal e direitos fundamentais.
o Querela Doutrinária:
Há autores que defendem que o inquérito deveria ser da titularidade
do JIC.
FCP rejeita esta posição:
Entende que se assim fosse, teríamos de ter um terceiro juiz
que fosse titular da fase de instrução e controlasse o juiz
titular do inquérito:
o Nunca poderíamos ter o juiz que investiga a decidir da
aplicação de medidas de coação ou escutas.
Mediação Penal
262º:
o Promoção vinculada do processo;
o Há uma obrigatoriedade do MP abrir o processo.
o + princípio da legalidade.
MAS esta rigidez da obrigatoriedade de abrir o processo é temperada por soluções de
oportunidade processual.
Sujeitos Processuais:
o Legislador atribui poder ao MP.
o Existe controlo judicial direto em todos os casos –não há um controlo por
todos os sujeitos processuais mas há sempre do JIC.
Mecanismos de Soluções de Oportunidade no Inquérito – Suspensão Provisória:
o 281º/Nº8 – prescinde-se do acordo do arguido.
o 281º/Nº9 – prescinde-se do acordo do assistente:
Exemplo – crime de furto simples em estabelecimentos comerciais.
Ou seja, pode haver suspensão provisória do processo mesmo sem o
acordo do assistente (só entre o MP e o JIC):
O agente poderia perturbar esta decisão.
Significa no fundo as duas tendências de que o legislador cria
mecanismos de oportunidade processual sem descriminalizar e sem
adotar o principio da oportunidade na promoção de processo +
legislador retirou-os do âmbito do acordo relevante, privilegiando a
decisão provisória do processo, mas sem ser verdadeiramente uma
decisão normativa.
Artigos:
o 86º a 89º do CPP.
o 23º CRP;
o 371º CP.
Bases Legais
Segredo Interno:
o Há uma proibição de acesso ao processo e uma proibição de divulgação.
o Este é o segredo de justiça mais profundo e mais intenso:
Só um pequeno número de pessoas ligadas ao processo é que lhe
podem aceder.
Os outros intervenientes não têm acesso ao conteúdo do processo
coberto por segredo interno:
Mesmo o assistente, o arguido e o seu defensor não tem
acesso ao conteudo do processo.
= é portanto oponível aos sujeitos processuais.
Segredo Externo:
o Há proibição de divulgação mas não há proibição de acesso ao processo:
O processo não pode ser divulgado para o exterior, mas pode
conhecer-se do processo.
Ver na lei:
o Se a lei não declarar se o segredo é interno ou externo, pressupõe-se que é
interno e externo.
o Se o legislador pretender eliminar o segredo interno, tem de o declarar
expressamente.
Tutela Processual:
o Do ponto de vista processual, o conteúdo do segredo de justiça está previsto
no 86º/Nº8:
Proibição de conhecimento, proibição de assistência e a proibição de
divulgação.
Tutela Penal:
o A tutela penal depende da tipicidade do crime de violação do segredo de
justiça – 371º CP.
o Este tipo incriminador não pune todas as dimensões processuais do 86º/Nº8 –
só pune a divulgação dolosa do conteúdo dos atos processuais.
= não é crime assistir nem conhecer, só é crime revelar.
O tipo só está construído para um facto, que é a revelação do
conteúdo.
Conclusão:
o A tutela penal é mais limitada do que a tutela processual, porque nem tudo o
que é infração processual dá origem à infração penal.
o Exemplo:
Se uma pessoa ouve coisas através de uma porta entreaberta sem
querer, conhecendo conteúdo que não devia conhecer, não está a
incorrer em qualquer infração penal no momento em que conhece as
informações – só está a incorrer numa infração processual.
Neste caso ficará vinculada ao regime do segredo externo, ou seja,
estará sujeita a uma proibição de divulgar as informações que obteve
naquele caso concreto.
o A tutela penal é parcialmente autónoma da tutela processual.
o A tutela penal depende do regime adjetivo:
Está dependente de vigorar para aquele ato processual um SdJ.
Se cessar o segredo de justiça, já não se poderá aplicar o tipo penal.
A Publicidade do Processo
1987
O CPP acolheu um regime de segredo de justiça que era imperativo - decorria da lei.
Vigorava para o inquérito e para a instrução:
o Só cessava com o fim da instrução e com o envio do caso para julgamento.
Era coerente, do ponto de vista axiológico:
o Vigorava nas fases preliminares, em que o segredo é fundamental para o
desenvolvimento da investigação.
o Obedecia ao imperativo constitucional = 206º CRP, de publicidade da
audiência do julgamento.
Vigorava sem prazos, sem grande possibilidade de controlo e o próprio regime limitava
os próprios titulares do processo em algumas coisas.
Regime extenso e rígido:
o Era possível transferir elementos entre vários processos penais, mas obrigava-
se a que se garantisse o segredo de justiça;
Era praticamente impossível transferir elementos de um processo
penal para um cível.
o Não era possível prestar informações públicas sobre processos.
o Mesmo ter acesso ao próprio processo, para a pessoa se poder defender, era
complexo:
Exemplo – Se fosse aplicada uma medida de coação, a pessoa até
tinha direito ao recurso, mas não tinha acesso ao conteúdo que
fundamentava a medida.
Podia mesmo demorar algum tempo;
+ o assistente também não podia saber o conteúdo da
investigação não podia.
O próprio arguido não podia inclusivamente contrariar as
notícias da comunicação social – havia muitas fugas de
informação, mas ele não podia ter acesso aos autos.
Outro problema - desde o início do processo até à decisão instrutória, o número de
pessoas com acesso ao processo aumentava consideravelmente:
o As fugas de informação eram potenciadas com o decorrer do processo porque
a partir do momento em que fossem ouvidas testemunhas ou notificadas
acusações, estas pessoas passavam a ter contacto com o processo e passavam
a conhecer a sua existência.
o Isto piorava no caso de haver instrução.
1998
2007
2010
De forma discreta, o legislador fez vários ajustamentos – veio a restringir aquilo que
tinha declarado anteriormente.
o Veio corrigir aquilo que foi um erro nunca assumido - uma ‘correção tácita’ -
ter criado um regime completamente ignorante daquilo que era o processo
penal.
Exemplos:
o 276º/Nº5.
o 86º/Nº6/a):
Ou seja, o princípio da publicidade deixa de ser para todo o processo,
sendo apenas para o debate instrutório e para o julgamento.
=/= fase de inquérito.
Claro que se admitem várias opiniões, mas relativamente ao 371º CP, a partir da
reforma de 2007, só se admite uma interpretação = inclui jornalistas no âmbito da sua
previsão típica.
Há 2 razões:
o 1º - Trata-se de um crime público.
o 2º - O legislador acrescentou à redação “independentemente de ter tomado
contacto com o processo”.
O que é que o legislador pretendeu?
Antes de 2007, podia-se considerar que o jornalista não tinha
a capacidade de realizar o crime de violação do segredo de
justiça porque este não era interveniente no processo = não
tinha contacto com ele.
o O jornalista recebia informações de alguém que
intervinha no processo e que estava em contacto
com o jornalista = era este “informador
desconhecido” que quebrava o SdJ.
Devido aos pareceres da PGR, entendia-se que
o jornalista não tinha qualquer contacto com o
processo, por ser exterior a este e porque os
jornalistas têm o privilégio de
reserva/anonimato das fontes.
Como o jornalista, que divulgava a
informação, era alguém que se entendia não
estar em contacto com o processo, não podia
realizar o tipo incriminador do artigo 371º CP.
Veio a provar-se que a interpretação da PGR estava errada:
o Baseava-se numa ideia de contacto naturalístico/
físico com o processo.
o Pelo 86º, o contacto com o processo não tinha de ser
naturalístico = bastava haver conhecimento da
informação sujeita a segredo.
Havia outra razão fundamental - o crime de violação do
segredo de justiça vem de 1982, e o regime do CPP é de 1987.
Por essa razão, o crime era comum, aplicando-se a qualquer
pessoa, e o CPP não alterava essa situação.
Assim, ao acrescentar a expressão ao 371º, caso se coloque a dúvida
de saber se o jornalista que divulga a notícia tem ou não contacto com
o processo, o tipo incriminador não depende disso.
Facto Histórico e Segredo Processual - O segredo de justiça cria uma limitação à liberdade de
imprensa, designadamente à liberdade de usar os meios de comunicação social para investigar
os casos e relatá-los na imprensa?
Opinião de FCP:
o O regime do segredo de justiça do artigo 371º CP nunca colide com a liberdade
de imprensa:
O regime do 371º abrange o regime processual e não o facto
histórico.
+ A própria liberdade de imprensa tem limites constitucionais
previstos pelo 37º CRP:
Os factos que violam o regime penal vigente são
considerados pela constituição como um limite constitucional
à liberdade de imprensa.
Explicação:
o A imprensa não pode revelar o teor/conteúdo de um ato processual sujeito a
segredo de justiça:
Não pode usar o PP como fonte de informações (se estiver em segredo
de justiça) da matéria que está a ser tratada.
MAS pode fazer a sua investigação jornalística autónoma:
Pode fazer a sua investigação à margem do processo.
Pode investigar o facto histórico, pois este não está sujeito a
segredo de justiça (o que está é o conteúdo do processo).
Aliás, a ratio do jornalismo é esta = fazer investigação jornalística, e
não relatar factos do processo = tem a sua liberdade de investigação
dos factos, interrogação das fontes e possibilidade de descoberta de
conteúdo.
o Exemplo – Homicídio:
O MP abre inquérito e sujeita o processo a SdJ.
A imprensa não está impedida de investigar o homicídio, pode fazê-lo
e usar as suas fontes para tal desde que estas não sejam processuais:
Pode construir a sua versão dos factos, descobrir a verdade e
revelá-la.
O que não pode fazer é usar o processo como fonte de informação –
e.g - não pode pedir a informação a um advogado. por exemplo.
o Assim, o que funciona como limitação à liberdade de imprensa é a relevância
criminal do facto.
o Exemplo – Meco:
Quando morreram os estudantes (Meco), o MP não abriu logo
inquérito:
A imprensa pode livremente falar com quem entendesse = foi
ao local, fez reconstituições, ouviu pessoas e fez ainda outras
diligências investigatórias.
o Não havendo processo, a liberdade de imprensa
estava a ser corretamente exercida.
+ Mesmo que já tivesse sido aberto o inquérito, a imprensa
podia continuar a falar com as pessoas para recolher
informações, apenas não podia revelar informações do
processo.
Houve caso de vizinha que tinha presenciado quase toda a
atividade exercida e que nunca tinha sido ouvida, não tinha
prestado declarações perante o MP - não era testemunha,
não tinha sido chamada ao processo = neste caso, a imprensa
podia perfeitamente ouvir a pessoa e relatar os conteúdos
retirados do seu depoimento.
o A pessoa não tinha qualquer estatuto processual, e o
que estava a relatar era o facto histórico.
o Se a pessoa passar a ser testemunha deixa de poder prestar declarações?
Visão 1 – entendem que depois da testemunha ser constituída como
tal no processo, deixa de poder dar entrevistas.
Visão 2, FCP – o estatuto de testemunha não implica esse aspeto, nem
estão os jornalistas impedidos de questionar testemunhas:
MAS essa pessoa cria uma situação fáctica de risco, pode
estar a revelar informação do processo = ela e o jornalista já
estão na esfera do 371º CP = é um grande risco porque poderá
acabar por criar uma situação de violação do regime do
segredo de justiça e ser penalizada por isso.
o Comparação com outros regimes:
UK = O juiz pode decretar um embargo noticioso = não pode haver
divulgação de qualquer notícia relacionada com o caso concreto.
Entre nós, isso poderia ser considerado inconstitucional por
atentar contra a liberdade de imprensa.
Final do Inquérito
Inquérito:
o Fase essencial de investigação que se destina a apurar os factos
criminalmente relevantes e permite a incriminação a título indiciário.
o Termina ou com:
Formas típica de solução de oportunidade do MP = mediação penal;
suspensão provisória do processo.
Se não estivermos perante um crime particular, o inquérito termina
com um arquivamento ou com uma acusação.
Ou termina com Arquivamento – 277º:
o Quando existe um obstáculo à continuação do processo de natureza formal
ou material.
Exemplos:
Quando o MP fez a investigação e nota-se que faltam factos
ou não se determinam os autores ou falta um pressuposto
processual ou há prescrição.
o Essa decisão é notificada aos interessados e tem força quase equivalente ao
caso julgado:
O arquivamento nestes termos é um ato administrativo (e não
jurisdicional) por isso, não lhe damos força de caso julgado, mas tem
um efeito preclusivo semelhante.
o Permissão de Reabertura do Inquérito Arquivado – 279º:
O arquivamento do inquérito é em regra definitivo.
MAS admite-se RAI nos casos do 279º:
O inquérito apenas pode ser reaberto nos casos em que
surjam novos elementos de prova que invalidem os
fundamentos invocados pelo MP no despacho de
arquivamento.
o -> O legislador permite uma reabertura muito
condicionada.
Não se trata aqui de uma reapreciação da prova já existente,
mas antes provas novas.
Ou termina com Acusação – 283º:
o Isto se o MP tiver munido de elementos de facto e prova suficientes para
identificar os factos e os imputar a alguém em concreto.
283º/Nº1 - O MP tem o dever de deduzir acusação se durante o
inquérito tiverem sido recolhidos indícios suficientes.
Indícios = factos, sanções, arguidos, provas a produzir.
Se a acusação não indicar estes elementos, ela é nula.
o Tendo estes elementos, o MP está obrigado a deduzir acusação:
Tal como na promoção do processo, o MP está vinculado ao princípio
da legalidade = promoção da acusação.
o Margem de Manobra do MP:
A única margem de manobra que tem é na concretização dos
pressupostos que tem para deduzir acusação = interpretação dos
elementos de prova de que dispõe = apreciação da prova, 283º.
O MP não pode propor negociações, não pode negociar a culpa do
arguido, não pode negociar a acusação.
Se estivermos perante um crime particular – 285º:
o Findo o inquérito, o MP tem de notificar o assistente.
o O assistente pode deduzir uma acusação particular = prazo de 10 dias –
285º/Nº1.
o MP também pode decidir acusar pelos mesmos factos – 285º/Nº4.
O MP é o titular do inquérito:
o É a única entidade com competência para encerrar o inquérito = ou deduz uma
acusação, ou promove um arquivamento, ou deduz quanto a uma parte e
acusa outra (se tivermos um caso com vários arguidos).
o Acusar significa que o MP acredita que o caso tem consistência para ir a
julgamento, mas não é uma decisão de atribuição de responsabilidade
criminal.
o Arquivar significa que o MP chegou à conclusão de que o caso não é viável em
julgamento.
13.10
A INSTRUÇÃO
Feito o debate instrutório, no fim da fase instrutória, o juiz profere uma decisão
instrutória por despacho – 308º/Nº1
o É um juízo sobre a existência ou não existência de indícios para o caso ir a
julgamento.
O juiz pronuncia o arguido pelos factos respetivos ou então há uma
não pronúncia.
o O JIC pode ter eliminado alguma prova por a ter considerado ilegal, pode ter
acrescentado outra prova que surgiu nesta fase ou pode fazer uma
interpretação diferente dos factos do caso.
A decisão de pronúncia ou não pronúncia pode ser parcial em relação ao objeto do
processo:
o Se estiverem em causa seis crimes, o JIC pode pronunciar o arguido por
apenas quanto a um ou dois.
Recorribilidade do Despacho de Pronúncia:
o Um despacho de pronúncia é sempre recorrível.
Questão - se há recurso que confirma a não pronúncia ou não é usado o recurso, pode
ou não ser aberto o caso numa situação futura?
o Germano Marques da Silva = defende que sim:
Porque esta decisão do final da instrução tem mais afinidades com a
decisão do final do inquérito de arquivamento do que com a decisão
de julgamento.
o FCP = considera que não pode ser aberto:
Quando é proferido um despacho de não pronúncia que não foi alvo
de recurso ou que foi confirmado, tem valor de decisão transitada em
julgado.
Apesar de não corresponder a um julgamento, também não é
semelhante ao arquivamento porque este resulta de uma
decisão do MP, ao passo que a decisão adotada no final da
instrução é tomada por um juiz, neste caso o JIC.
+ Esta decisão tem de ser confirmada pelo juiz da Relação.
+ Razão de Legalidade:
o A lei prevê a reabertura do inquérito nos termos do
279º, mas não prevê a reabertura da instrução.
= Esta omissão é clara e intencional, caso
contrário teria criado uma norma semelhante.
286º/Nº3:
o Estabelece que não há lugar a instrução nas formas de processo especiais.
o Esta limitação, aliada ao alargamento do campo de aplicação dos processos
especiais, leva a uma diminuição do campo de aplicação da fase de instrução.
o A jurisprudência entende que quando é adotada uma forma especial de
processo, que se elimina a fase de instrução.
Interesse do Arguido:
o Considerava-se que a instrução era um fase que permitia ao arguido aumentar
a probabilidade de prescrição.
o + RAI era sempre mais um meio.
o Permitia com que o processo demorasse mais tempo e que se questionasse
mais provas.
‘Crise da Instrução’:
o Autores defendiam que Instrução devia ser eliminada – acrescentava
morosidade, implicava formalização da litigância.
o Então, o legislador tentou limitar a instrução e torná-la desinteressante para o
arguido:
Proibição de RAI nos processos especiais;
Declara que em caso de confirmação da acusação o despacho de
pronúncia é irrecorrível – ‘dupla conforme’ – 310º:
DdP se confirmar a acusação é irrecorrível - o caso transita
para julgamento e não há recurso.
RAI acarreta mais riscos que interesses para o Arguido:
o Arguido pode ir a julgamento com uma posição bastante mais debilitada se
requerer a abertura de instrução:
Juridicamente, o tribunal de julgamento não está vinculado ao
conteúdo da decisão instrutória (a não ser nos factos).
MAS, se for requerida RAI – pode ficar pior do que estava:
o O arguido está a desperdiçar argumentos.
Antecipação e refutação da estratégia de
defesa na instrução (factos, tipicidade, meios
de prova e prescrição) - o tribunal acaba por
apreciar estas defesas e acaba por refutá-las.
Exemplo - arguido alega LD e tribunal aprecia
e diz que não há elementos para aplicar LD.
o Acaba por ver confirmadas medidas de coação:
Existindo medidas de coação, têm de ser
revistas ou confirmadas.
o Em alguns casos arrisca-se a ir a julgamento com
factos mais aprofundados e com um juízo de
confirmação da legalidade das provas.
o Risco de confirmação judicial de acusação através da
pronúncia = tem acusação confirmada por pronúncia.
Opinião de FCP:
o Só é importante recorrer abertura da instrução quando existem erros graves
nas provas, quando existem provas manifestamente ilegais em que no fundo
é possível excluir estas provas proibidas na instrução, ou quando se tem uma
argumentação muito forte que põe em causa a história da acusação.
o Se forem apenas questões controvertidas de direito é preferível esperar pelo
julgamento onde o contraditório é mais profundo.
o Considera que FdI não deve ser eliminada, deve ser mantida.
Em suma, a possibilidade de alargar o objeto da acusação na fase da instrução, o
facto de o legislador declarar o despacho de pronúncia como irrecorrível em algumas
situações e o facto dos processos especiais estarem em alargamento substancial e não
admitirem instrução, tudo em conjunto, põe, em causa o interesse do arguido em
requerer a abertura da instrução.
Interesse do assistente:
o É uma oportunidade para reforçar as suas pretensões contra o arguido.
18.10
O JULGAMENTO
Saneamento – 311º
311º-B:
o Estabelece que o arguido tem um prazo de 20 dias para apresentar a
contestação acompanhada do rol de testemunhas.
Esse prazo começa a contar com a notificação do despacho que fixa o
dia para a audiência.
Contestação:
o Reação à acusação.
o É uma linha de defesa apresentada por escrito.
o + também identifica o rol de testemunhas que vão produzir prova em
audiência de julgamento.
Rol de Testemunhas:
o Oferece ao arguido algum poder porque quem o apresenta passa a ter o
poder de as inquirir ou de as eliminar.
Se o arguido entende que há testemunhas muito importantes que
estão na acusação, mais vale colocar aqui porque o lado da acusação
pode prescindir delas e nesse caso ele não poderia dizer nada.
Contestação e Dever de Pronúncia:
o A contestação é importante porque introduz as questões jurídicas que o
arguido quer ver resolvidas em audiência:
Ao colocar questões jurídicas na contestação, o arguido está a obrigar
o tribunal a um dever de pronúncia sobre essas questões.
o 339º/Nº4:
As questões que constam da contestação do arguido passam a fazer
parte do âmbito da causa.
+379º/Nº1/c) - Se for suscitada uma questão jurídica que não seja
resolvida pelo tribunal de julgamento, isso gera uma nulidade.
o Nota:
Há um circuito de peças processuais escritas que são particularmente
importantes para delimitar o âmbito jurídico da causa e da prova a
produzir.
MAS a peça da contestação é facultativa:
O arguido não tem de a apresentar e não pode haver
nenhuma consequência jurídica de não a apresentar.
Pode trazer desvantagem estratégica:
o Ao apresentar contestação, está a revelar a sua
estratégica jurídica:
Permite-se perceber quais são os pontos
relevantes para o arguido em questões
jurídicas e matéria de facto, o que permite
perceber como vai ser o julgamento.
Se a estratégia do arguido for não revelar isto
já, não apresenta contestação.
Se o arguido quiser obrigar o juiz a pronunciar-se sobre certas
questões, então fá-lo na contestação porque este tem o dever
de pronúncia sobre as mesmas.
o Dever de pronúncia – 339º/Nº4 – se não, nulidade
379º/Nº1/c).
Perspetiva de FCP relativamente à contestação:
Vale a pena uma contestação com mais pormenor = identifica
logo questões de ilegalidade, o que obriga o tribunal a
pronunciar-se sobre elas.
AdJ:
o É a discussão pública do caso com produção de prova, perante o tribunal que
vai decidir do mérito do caso.
Publicidade da Audiência
Contraditório – 327º
Imediação Probatória
Regra geral = deve existir uma continuidade das sessões de audiência, não devem
existir hiatos significativos:
o Isto como garantia da imediação e de apreciação da prova.
Para sessões extremamente longas, admite-se pausas + que continuem no dia seguinte
– 328º/Nº2.
271º:
o Permite, em certos casos, um registo de declarações para memória futura:
Ou seja, regista-se as declarações feitas em fases preliminares, para
serem ouvidas mais tarde.
Casos em que:
Houver uma pessoa que está em condições para depor, mas
tem uma doença terminal ou é uma vítima particularmente
vulnerável.
Os casos de ‘trânsito de prova pessoal do inquérito para o julgamento’ são excecionais
= são excecionais porque exceciona a oralidade, a imediação e o próprio contraditório.
Quanto à leitura de autos de fases anteriores:
o Regulada no 355º e 356º.
o A regra (que resulta do Princípio da Imediação) = proibição de leitura de
autos:
Os autos que correspondem a um registo escrito de declarações
obtidas noutras fases não podem ser usados novamente no
julgamento.
o Teve de haver um alargamento de casos em que se admite a leitura de autos:
Até 2013, alguns arguidos faziam uma confissão dos factos,
assumindo-os, quando eram detidos = essas declarações eram
lavradas em autos, havendo uma espécie de confissão na fase
preliminar.
Porém, esses mesmos arguidos depois com acompanhamento
judicial recorriam ao silêncio.
= Então, o que acontecia é que, perante a confissão de factos
do arguido, fechava-se a investigação porque não era
necessária mais prova, mas depois no julgamento não se
podia usar os autos e o arguido remetia-se ao silêncio, sendo
absolvido por falta de prova.
o O P.d.I impedia a leitura do auto para esse efeito.
A partir de 2013, legislador criou um conjunto de situações em que a
leitura em audiência de autos é permitida = 356º:
Declarações prestadas perante autoridade judicial (e não
apenas da polícia);
Têm de ser registadas – Nº9.
O arguido tem de estar acompanhado por advogado;
Tem de ser informado de que o que disser pode ser usado
posteriormente.
o Estas declarações valem como prova, não valem como confissão:
344º - Nos casos de haver confissão, prescinde-se de mais prova.
Aqui, compreendemos que o legislador quis limitar o recurso a esses
autos estabelecendo que tem de existir mais prova e a investigação
não se pode basear só nessas declarações.
Depois de encerrada a audiência do julgamento (em que o último momento foi das
declarações do arguido – 361º), o tribunal retira-se para deliberar – 361º/Nº2.
Nos casos normais, a deliberação + leitura da sentença segue-se ao encerramento da
discussão – 365º/Nº1 e 373º/Nº1.
Quando, atenta a especial complexidade da causa, não for possível proceder
imediatamente à leitura da sentença, o tribunal marca uma data para a leitura da
sentença dentro dos dez dias seguintes – 373º/Nº1.
Tipologias de Sentenças
Leitura Pública
373º/Nº2:
o A lei obriga à leitura pública da sentença ou de uma súmula.
Isto permite cumprir o princípio da publicidade.
Consequência de desrespeito = nulidade.
o Quando é lida por sumula, a comunicação social tem direito de acesso ao
processo:
Não podem reproduzir a peça processual, mas podem relatar o
conteúdo da sentença.
FASE DE RECURSO
Conceito e Natureza
Noção de Recurso:
o É um pedido de reapreciação de uma decisão junto de um tribunal superior.
Pretende-se obter uma decisão de um tribunal superior que anule ou
substitua uma decisão de um tribunal inferior.
o Apenas se pode recorrer de decisões =/= atos administrativos.
o É diferente da reclamação (380º), da correção da sentença (414º/Nº4).
Em PT os recursos são quase todos facultativos:
o O recurso é uma continuação da fase do julgamento facultativa em que um
dos sujeitos processuais pediu uma reapreciação da decisão.
o MAS, desde 2007, 446º:
Obrigatoriedade de recurso para o MP em casos de decisão contrária à
jurisprudência fixada pelo Supremo.
Modalidades
Recursos Ordinários:
o São os que se interpõem antes do trânsito em julgado da decisão, antes de a
decisão se tornar definitiva:
A decisão tem um prazo para ser questionada e decorrido esse prazo,
transita em julgado e já não se pode interpor recurso ordinário.
o Embora a decisão vá a ser tomada pelo tribunal superior, apresenta-se o
recurso junto do tribunal recorrido/ no tribunal que proferiu a decisão (pois é
aí que está o processo)
Este tribunal aceita ou não o recurso e faz subir os autos.
o O que é que se pretende?
Obter uma decisão do tribunal superior, que substitua a decisão do
tribunal inferior.
o Em regra leva à substituição e não à mera cassação (426º)
PPA considera que é de mera cassação (anula decisão)
Recursos Extraordinários:
o Os recursos extraordinários são os que podem ser interpostos mesmo depois
do trânsito em julgado.
o São situações padronizadas sujeitas a regime de tipificação – 2 casos:
Recurso para fixação de jurisprudência – 437º e ss:
Isto ocorre quando há 2 decisões de tribunais superiores em
sentido oposto.
O tribunal é chamado a ficar um certo acolhimento relativo a 2
visões expressas, em 2 acórdãos diferentes.
Recurso de revisão – 449º e ss:
Serve para corrigir uma injustiça ou um grave erro conhecido
a posteriori na sentença que transitou em julgado.
o e.g – se se descobrir que se usou prova proibida, como
testemunhas que estavam a ser ameaçadas de morte
quando foram ouvidas, ou quando se percebe que se
condenou a pessoa errada.
o Exemplo – uma pessoa com uma debilidade cognitiva
envolveu-se numa investigação e foi considerada
como autora de um homicídio, não tendo depois
capacidade para se inocentar + quando estava na
prisão, veio alguém que confessou a autoria,
invocando novas provas e inocentando a pessoa
inicial.
Recursos para o TC:
o Previsto no 280º CRP, Lei Nº28/82.
o Muitos casos depois de subirem ao Tribunal da Relação ou ao Supremo
Tribunal de Justiça depois vão para o TC – 40% da jurisprudência do TC é sobre
questões de PP.
o Este recurso visa apreciar a eventual inconstitucionalidade de uma norma ou
de uma certa interpretação que a ser acolhida faria com que a norma tivesse
um segmento inconstitucional = não é sobre a questão penal.
o O recurso para o TC suspende a eficácia da decisão e não está regulado no
CPP.
Pressupostos
Prazo:
o 411º - O prazo de recurso é de 30 dias.
o O cumprimento do prazo é um pressuposto para o recurso.
Recorribilidade do ato:
o Há 2 regras de hermenêutica muito simples para sabermos se o ato é ou não
recorrível:
399º - Em princípio, todas as decisões judiciais são recorríveis.
400º - A irrecorribilidade tem de ser declarada expressamente pela
lei:
Ou o ato é irrecorrível por força da norma geral do 400º que
contém um elenco.
Ou através de uma norma especial que estabelece que certa
decisão não é passível de recurso.
o Casos especiais de irrecorribilidade - 42º/Nº1,
100º/Nº3, 280º/Nº3, 281º/Nº6, 310º/Nº1, 313º/Nº4,
395º/Nº4/ 397º/Nº2.
Legitimidade das partes:
o A legitimidade é um requisito controlado por quem recebe o recurso.
o 401º - tem 2 critérios:
Nº1/alínea a) - O MP tem legitimidade alargada para recorrer em
qualquer circunstância:
Pode ser no sentido de manter a sua pretensão sancionatória
ou no sentido favorável ao arguido.
O nosso MP pode pedir condenação mais grave, condenação
mais leve ou mesmo a absolvição do arguido.
FCP concorda:
o Isto é uma expressão do estatuto do MP = ele não é
uma parte do processo, é um sujeito processual.
o O seu papel no julgamento é de pedir uma decisão
fundamentada para os dois lados = ele tanto faz
direito pedindo acusação ou pedindo absolvição.
o A legitimidade alargada em sede de recursos acaba
por confirmar este estatuto característico do MP
português que se orienta por critérios de objetividade
e verdade material
Nº1/b) e c) - Os outros sujeitos processuais (arguido, assistente) têm
uma legitimidade condicionada:
Só podem recorrer das decisões proferidas contra si.
No fundo, é um critério de legitimidade material que passa
por saber se os interesses do sujeito processual foram ou não
postos em causa com a decisão.
Isto leva a divergência interpretativa = como os recursos são
facultativos, pode acontecer que o MP não recorra de uma
decisão, o assistente nesse caso pode recorrer sozinho?
o O STJ tem assumido uma posição diferente consoante
o caso seja de decisão de absolvição ou de
condenação:
Em caso de absolvição, aceita o recurso
isolado do assistente porque os seus
interesses são postos em causa.
Se for um caso de divergência quanto à pena
aplicada já não aceita o recurso.
o Doutrina considera esta interpretação como restritiva
do direito ao recurso.
o Paulo Pinto de Albuquerque = considera como
inconstitucional, viola os direitos de participação do
37º CRP.
Caso do assistente:
Tem de ter interesse em agir – por exemplo, se houver
absolvição do arguido.
STJ entende que em algumas matérias o assistente não tem
legitimidade:
o Assento STJ 8/99 - STJ veio entender que quanto à
medida da pena ele não tinha legitimidade autónoma,
era uma decisão de justiça do caso concreto.
409º - Reformatio in Pejus:
O tribunal de recurso pode ou não agravar a responsabilidade
do arguido, no sentido de produzir uma decisão mais
desfavorável do que a inicial?
Nº1:
o Tribunal Superior está proibido de agravar a
responsabilidade do arguido se tiver sido interposto
pelo arguido, pelo MP no interesse do arguido ou
ambos. este tiver sido apenas pelo arguido ou pelo
MP no interesse do arguido.
o Nos outros casos, não há limitação.
Temos um regime mitigado de reformatio in pejus:
o Não é verdade a ideia de que quando há direito ao
recurso o resultado nunca pode ser mais grave do que
inicialmente = depende de que sujeito processual
recorre.
Se for o arguido não pode aumentar, mas se
for assistente ou MP pode.
Acórdão TC 502/2007:
o Caso em que o arguido recorre, o tribunal conhece o
recurso mas em vez de referir a decisão anula o
julgamento.
o = Suscitou a questão de se o arguido perde o direito à
proibição de reformatio in pejus ou se a mantém
perante o novo julgamento = TC decidiu que vale a
proibição de reformatio in pejus mesmo em caso de
repetição de julgamento.
Efeitos
Revisão – 449º:
o A nossa lei é muito generosa quanto à possibilidade de correção da sentença.
o É admissível mesmo em fase de recurso.
Habeas Corpus – 31º CRP, 220º e ss. CPP:
o 222º - É um pedido que se faz diretamente ao Presidente do STJ para
libertação de alguém preso ilicitamente.
o Temos um HC reativo:
Se há uma detenção ilegal, o sistema permite que independentemente
desses prazos que qualquer pessoa peça/questione a libertação da
pessoa presa ilicitamente.
o O HC não é um recurso e não prejudica o recurso – é uma garantia autónoma
de reposição de DFs.
Até 2007 isto não era claro.
Intervenção Hierárquica MP – 228º:
Aplicada uma medida preventiva, reapreciação oficiosa das medidas de coação – 213º.