Você está na página 1de 18

Medidas de Diversão (divergem do curso normal):

 Suspensão de Pena;
 Suspensão Provisória da Pena
Ambos são medidas de diversão – divergem o curso normal do processo para uma via
alternativa; o MP tem indícios da prática do crime, mas não acusa.
Suspensão de pena – quando o código penal o diz expressamente (são poucos os casos)
Quando o CP diz que um concreto crime, praticado num certo modo pode levar à
dispensa do agente.
Quando o agente exerça retorsão pode o tribunal dispensá-lo de pena. É cero que
comeste ofensa à integridade física como teve retorsão dispensa a pena.
Suspensão provisória do processo – verificando alguns pressupostos do crime (281º
CP), o MP pode dizer: “arguido tenho uma proposta (….) e eu arquivo isto” – o arguido
se aceitar, o MP vai ao juiz e diz, fiz esta proposta ele aceitou, parece justo? Se o juiz
aceitar o processo fica suspenso com o carimbo do juiz e fica arquivado. Não vai ter
registo criminal. A lei não permite que haja suspensão sucessiva – uma pelo menos a
cada 5 anos.
CPP – quando a lei penal preveja a possibilidade de mais tarde o juiz dispensar de pena
posso eu procurador nem levar para julgamento, arquivar. Porque a funcionalidade do
sistema penal deve ser tutelada, é eficiente que nem todos venham a ser alvo de
julgamento.
Há um conjunto de injunções que podem ser impostas, ele tem de aceitar (o arguido)
para o processo vir a ser arquivado.
Assistente – ofendido que decidiu integrar ativamente num processo.
O inquérito (art. 262º-265º) também pode resultar em acusação:
Acusação Pública – acusação feita pelo MP, em que casos pode haver?
 Crimes públicos – aqueles que não têm queixa; objeto de denúncia, não de
queixa. Há uma denúncia e abre-se o inquérito
 Crimes Semipúblicos – dependem de queixa por parte do titular do interesse
ofendido – se eu vir uma pessoa a agredir outra não posso fazer queixa, tem de
ser o ofendido a fazer – apenas posso por ex se for entre namorados é um crime
público. Prazo de 6 meses a contar do acontecimento do facto e do
conhecimento dos seus autores. Crime de violação é semipúblico.
 Crimes particulares – geralmente os menos graves (ex. injúrias, difamações):
o Queixa – tem de haver queixa – 6 meses;
o Requerimento de constituição de assistente;
 Legitimidade – só pode requerer quem tem legitimidade para tal;
 Representação judiciária;
o Tempestividade – tem de ser apresentado dentro do prazo legal
o Acusação Particular – se apresentar queixa por crime de injúria o MP
investiga – no final do inquérito o MP não pode acusar. Pode notificar o
assistente para querendo deduzir acusação particular:
 Ocorreu indícios da prática do crime ou não; o assistente pode
sempre acusar mesmo não havendo indícios por parte do MP.
Como sabemos se um crime é público, semipúblico ou particular? Todos os crimes são
públicos, exceto os que são semipúblicos e particulares. Se a lei nada disser é público,
se a lei disser que depende de queixa (o procedimento de queixa) é semipúblico e se
depender de acusação particular é particular – neste é obrigatório a constituição de
assistente.
Se estivermos perante um crime público ou semipúblico é o MP que acusa – tem os
requisitos de art. 283º
Se estivermos perante um crime particular – é o assistente que acusa e se quiser. Se
quiser acusar o MP decide se quer acompanhar a acusação ou não.
Acusação Particular (crimes particulares) (285º) ≠ Acusação pelo assistente (crimes
públicos e semipúblicos) – art. 284º - acusação subordinada (factos pormenor, não
introduz factos principais que agravam os crimes) (QUANDO HÁ ASSISTENTE,
áquilo que é o objeto que o MP definiu para o processo.
Acusação pelo assistente – Resposta:
 Acusação subordinada;
 Alteração não substancial de facto
 Discordar da acusação.
Se houver um despacho de arquivamento – Formas de reagir
 Reabertura de inquérito (278º): O processo está fechado à mais de 20 dias e
ninguém reagiu. “Ressuscitar um morto”
 Intervenção Hierárquica (278º): O MP é uma estrutura hierarquizada, ao
contrário dos tribunais. Apresentei queixa por furto e o MP arquiva. Não posso
requerer abertura de instrução isto serve para perguntar ao juiz se a decisão de
arquivamento foi correta ou não tendo em conta o caso. Mas se não investigado
não há prova não dá para perceber. Porque é que não há prova? – Vamos ao
superior hierárquico do homenzinho do MP – e o que está em cima do que não
fez nada mando-o fazer. Ele investiga e percebe se acusa ou arquiva, ao menos
tem prova.
 Requerer abertura de instrução (art. 278º nº1 b)) – o assistente vai ao juiz dizer –
o procurador deveria ter acusado. O juiz faz um despacho de prenuncia. Quem
manda é o juiz na instrução. No inquérito é o procurador. O assistente narra os
factos como se estivesse na acusação e diz ao juiz que os factos têm de ser
julgados. O juiz decide ou não se vai para julgamento.
 Paulo Sousa Mendes – O arguido pode requerer abertura de instrução: quando
há uma decisão judicial já não podemos reabrir o processo e o arguido pode
requerer abertura para perceber se não há mesmo indícios.
Art. 287º nº1 a) – Requerer abertura de instrução pelo arguido: Pode usar a instrução
como uma antecâmara de julgamento para filtrar a acusação. “RELATIVAMENTE A
FACTOS” – na lei; mas muitas vezes discute-se direito. Mas, se existir acusação pública
tmb pode RAI – crime de roubo, o MP diz que não recolheu prova da faca; acusa só por
crime de furto. Este facto em julgamento não pode ser levado, porque agrava a pena ou
do crime. Se chegarem a julgamento com crime de furto e afinal havia uma faca isso
não vai ser valorizado. Mas o assistente pode usar a RAI para estes casos – serve para
agravar os crimes. O arguido pode sair da instrução pior do que entrou.
Porque é que não pode na alternativa particular? – Porque o assistente não pode fazer a
acusação e depois discutir os factos que ele próprio levou a processo.

Estudar a natureza dos crimes


48, 49, 50 CPP
113 e ss CP
Princípio do Inquisitório;

Nos crimes particulares: Ordem → Queixa; Constituição de assistente; O MP notifica o


assistente das duas uma: recolheu indícios da prática do crime ou não; O assistente pode
acusar quer haja quer não haja indícios, é um poder que é dado ao assistente. A acusação
é sempre no fim; só se acusa se existir prova. Primeiro tem de existir investigação,
depois faz-se a acusação.
Pode haver constituição de assistentes nos crimes públicos e semipúblicos, mas apenas é
obrigatório nos crimes particulares.
Requisitos da constituição de assistente:
 Legitimidade – art. 68º nº1 CPP
o A) – o titular do interesse / ofendido, mas nem sempre é assim
 Tempestividade – dentro de um prazo
o Públicos e semipúblicos – art. 68º nº3 CPP;
o Particulares – art. 68º nº2 CPP
 Art. 68º nº2 + 246º nº4 CPP – o que conta é advertência, não
começa a partir da denúncia.
 Representação Judiciária – advogado – art. 70º CPP;
 Pagamento de taxa de justiça – art. 519º CPP / + Regulamento das taxas
processuais (102€)
 Quem tem competência para admitir o assistente é o juíz.
Critérios:
 Natureza dos interesses titulados;
 Gravidade do crime;
 No caso da violação, contra adultos, entende-se que a aberturado processo pode
agravar o dano já vivido – a vítima vive de novo o crime – permite-se que a
vítima escolha – havia razões para também entender o contrário. Por exemplo
violência doméstica… mas isto não funciona porque as vítimas continuavam a
ser vítimas e justifica-se interferir na esfera privada e considerar o crime
público;
 Art. 52º, prazo de 10 dias - concurso de crimes públicos e semipúblicos
o Crime de violação e ofensa à integridade física – 10 dias porque se
avance logo com o crime público; se quiser nada disser o titular de
queixa continua a ter os 6 meses; se recursar
 Prazo geral da queixa – começa a decorrer do facto – art. 115º CP (6 meses)
 Princípio da indivisibilidade da queixa – art. 114º; 115º nº3; 116º nº2 – o direito
de queixa também é disponível – posso não exercer o direito, exercê-lo ou
desistir da queixa. Por exemplo na denúncia já não corre assim, o arguido não se
pode opor à denúncia e o processo corre como se fosse público.

Abertura de Inquérito – Em Geral


Denúncia
A denúncia anónima genérica que não contenha indícios de constituir ela próprio crime
não gera a abertura do inquérito – apenas nas condições do art. 246º nº6 CPP.
Requisitos do art. 246º nº6 CPP:
 Dela se retirarem indícios da prática do crime;
 Constituir crime.
Devem determinar abertura de inquérito as notícias de crime que não suscitem ao MP o
mínimo de dúvida de não haver qualquer indício de crime? Por exemplo a denúncia de
alguém contra outrem que não lhe respondeu ao cumprimento social de “bom dia”?
→ O CPP não parece ter conferido discricionariedade ao MP quanto à abertura de
inquérito, mas saber se certa factualidade pode constituir crime pode ser alvo de uma
triagem muito elementar e não controvertida. Perante a mínima dúvida sobre se tal
denúncia revela indícios de crime, parece que deverá o MP determinar a abertura de
inquérito, já que as dúvidas se resolvem no âmbito de procedimento que admite
controlo, como o inquérito.
- Art. 248º nº2 CPP – o órgão de polícia criminal deve sempre transmitir toda e qualquer
notícia, mesmo as mais manifestamente infundadas, cabendo a decisão sobre a abertura
ou não de inquérito ao MP.
Dependendo do tipo de crime
1. Crimes Públicos

 Princípio da oficiosidade – art. 48º CP


 Princípio da legalidade – obrigatoriedade da ação penal.

(ARTIGO 1817º CC)

Valor elevado – art. 202º


O crime de furto é semipúblico; se preencher o 204 será qualificado; mas o 207º diz que
se for praticado por algum familiar a) passa a particular; mas o 207º respeita apenas ao
203º não ao 204º; por isso se o crime for qualificado deixa de ter essa natureza.
204, mas como vemos que tem valor diminuto deixa de ser qualificado passa a simples,
completa o 207, aplica-se 0 203º
Art. 188 CP – normalmente crime de injúria é particular, exceto:
 Casos do art. 184º (não é particular, semipúblico);
 Casos do art. 187º
Em que é suficiente a queixa ou a participação, aplica-se aos dois o que significa que
ambos são semipúblicos
Quando temos a meu do crime uma norma que diz que é de natureza semipública, no
art. 225º nº4 – remete para o 207º, se for cometido pelo meu irmão por ex é particular.
Público no nº5
Uma norma que tem as três naturezas
Art. 319º CPP – semipúblico – art. 49º nº4 CPP (a participação equipara-se a queixa,
mas é feita por entidade pública), sempre que uma norma dependa de participação é
semipública.
Art. 193º CP – art. 198º tudo é semipúblico execto o 193º desde que verificadas as
condições que estão no art. 198º CP
Crime de violação de maior, mas em que o abusador é vizinho da vítima e a vítima tem
medo de apresentar queixa.
O crime é semipúblico, mas sempre que o interesse da vítima o MP pode dar origem ao
processo oficiosamente. – Base legal?
Crime de violação contra menor de idade – público.
NATUREZA DOS CRIMES LER AS NORMAS SEMPRE
Art. 328º - o MP pode imediatamente abrir inquérito porque é público; mas o Presidente
pode fazer cessar o processo.

Tem de ser para satisfação de uma necessidade imediata – crime mas crime particular.
E se eu tiver um continente, tirar um sniker, guardar no bolso, apita o alarme, o policia
para me – art. 207º nº2 o furto é particular. Não há detenção em flagrante nos casos dos
crimes particulares
Se eu furtar um dos códigos e me for embora com o código – art. 203º CP

Aplicação da Lei no Tempo


- Entrou em vigor a lei, aplicamos – art. 5º nº1 CPP – a lei processual penal é de
aplicação imediata;
- A lei nova é aplicada a processos iniciados após a vigência, antes da vigência. Não
quer dizer que os atos ao abrigo da lei anterior não sejam válidos. – nº1 CPP não
retroatividade da lei processual penal; princípio da não transsecção – natureza
comunitária do processo penal
- Funcionalmente instrumental – serve par ajudar a aplicação do direito penal, a doutrina
tende a dividir dois casos:
 Bipartida (tese defendida pelo Prof. Taipa de Carvalho) – Normas processuais
penais stricto sensu, ou seja, normas que regulam o modo de proceder dos
tribunais que não têm grande impacto no direito de defesa, garantias, não têm
impacto gravoso na situação processual + Normas Processuais penais materiais
normas que condicionam a efetivação da responsabilidade penal ou contendem
com os di (….) – As normas materiais são normas que podem ter implicações na
responsabilidade penal ou que conflituam com a liberdade do arguido. Exemplo
– normas que definem o prazo de prescrição – a duração do prazo pode resultar a
existência ou não de responsabilidade penal – extinguem o procedimento
criminal; normas sobre a natureza dos crimes – se a vítima nada fizer eu não
posso mais ser responsabilizado (enquanto pessoa que cometeu o crime).
o Normas materiais – abrange o art. 5º nº2 a) CPP – o que significa que se
aplica pelo princípio da legalidade.
o Diferença processual entre os dois tipos de normas – nas materiais,
aplico o princípio da responsabilidade penal (lei mais favorável desde
hoje até ao momento da prática do facto)
o Prescrição e natureza dos crimes – normas materiais no seu essencial
 Tripartidas – normas processuais penas stricto sensu, materiais, 5º nº2 a) CPP –
normas que afetam de modo sensível grave evitável a situação do arguido/
afetam o direito de defesa, não a responsabilidade penal
o Neste caso, se houver um agravamento da situação processual; o 5º nº2
a) vou ver qual é a lei mais favorável até ao início do processo –
momento determinante para eu aferir a lei mais favorável ao caso.
o B) – quebra das garantias do processo – duas testemunhas lado a lado

Aplicação da lei no tempo


Taipa de Carvalho – sucessão de leis penais
Fernanda Palma
Anotação ao art. 5º Paulo Pinto de Albuquerque
E depois
Competência – chato.
21-03
Para o Professor Taipa de Carvalho aplica o princípio da legalidade penal. (aplicação da
lei no tempo).
Pinto de Albuquerque – lei 3 – 18 meses. Como é que ele chega a essa conclusão, não é
pelo 29º nº4 CP –

Exceção à aplicação da lei do tempo (para o assistente)– art. 32º nº9 CRP – princípio
do juiz natural – entre as garantias do processo penal.
Princípio – não se pode retirar a um juiz um processo cuja competência estava já fixada
– não posso o legislador vir a alterar a lei no sentido de atribuir o processo a outro juiz.
À quem atribua também ao princípio a proibição de tribunais extraordinários e de
exceção, fora da jurisdição penal, e que julguem apenas certo tipo de crimes.
Quer-se criar tribunais para a violação doméstica – não dá a CRP proíbe.
COMPETÊNCIA
O que é a competência?
A competência é a medida de jurisdição atribuída a cada tribunal; o que é a jurisdição –
atividade de administração que é exercida pelos tribunais, tem competência para
conhecer certo tipo de crimes. É preciso encontrar o tribunal que tem competência para
apreciar um crime em concreto.
Para isto precisamos:
CPP; Lei da Organização do Sistema Judiciário – tem em anexo mapas (NÃO
ESQUECER)
Competência:
- Funcional;
- Material – singular e tribunal coletivo – art. 14º e 16º (também vamos ver o tribunal de
júri – art. 13º) . Vê-se e função da matéria, mas também em função dos agentes
(qualidade dos agentes). Quanto à matéria, os tribunais singulares são competentes
alguns, os coletivos outros. Se existir um crime aqui o que temos de perceber é qual o
tribunal competente para julgá-lo. Olhar para os critérios:
- Qualitativos (natureza dos crimes) – art. 13º nº1; art. 14º nº1
O tribunal singular julga crimes com pena superior a 5 anos (por exemplo),
- Quantitativos (gravidade dos crimes)
- art. 16º nº3 CPP – o ministério publico quando acusa pode escolher enviar o arguido
para julgamento em tribunal singular – de acordo com juízo de prognose não é
expectável que se aplique uma pena superior a 5 anos, por isso envio o processo para
tribunal singular e limita a pena para 5 anos. O 16ºnº3 só pode ser usado perante casos
do 14º 2 b) – seria o critério quantitativo que levaria o caso a tribunal coletivo.
Estas duas (em cima) são tratadas em conjunto – limita a jurisdição dos tribunais
competentes em:
- fase do processo;

- grau;

- atos a praticar dentro do processo

- Hierárquica;
- Territorial;
- Por conexão.
Por onde estudar:
Academia.edu.(….)
Vamos andar para já entre os artigos 11º e 17º CPP
Espécies de tribunais:
 STJ;
 TR;
 TC.

O tribunal coletivo pode condenar por penas superiores, mas não tem necessariamente
de fazer isso, pode condenar por 1 ano por exemplo. Se o arguido é acusado de vários
crimes e o tribunal chega à conclusão de que ele só meteu um crime, o tribunal tem de
condenar por esse só crime, não vai remeter para o tribunal singular, não faz sentido.
Tribunal de júri – 15 julgamentos por ano +/- - critério qualitativo – prevalece sobre o
critério qualitativo do coletivo, desde que haja requerimento. Só funciona por
requerimento. Não é aplicável a criminalidade organizada (207º nº1 CRP) e a
terrorismo, nem a titulares de cargos públicos. O jurado não pode ser licenciado em
direito. Têm de ser cidadãos comuns.
Não é inconstitucional não poder julgar titulares de cargos públicos em tribunal de júri.
Competência territorial – não vamos ter de identificar nos mapas qual é o competente.
Mas vão pedir para identificarmos qual é – dentro dos que dão.
Art. 19º CPP (ler de baixo para cima) + Art. 20º e 23º CPP
Se o tribunal for territorialmente incompetente essa nulidade tem de ser arguida num
certo tempo, se não se sana.
Se existir um crime de homicídio qual será o tribunal competente? Consumação onde a
pessoa morreu – NÃO – o ponto importante é – onde ocorre a prática do facto, onde
ocorreu o crime.
Nº4 – tentativa, factos preparatórios
Nº3 – execução duradoura
Nº2 -
Nº1 – Consumação

Mega Processo – A consequência da existência de conexão


Conexão processual – Há uma pessoa que anda pelo país. Anda a matar pessoas pelo
país, se não houvesse esta regra cada um destes crimes ia ser julgado num tribunal
diferente – o que faz sentido é julgar tudo no mesmo processo – porque há uma conexão
– então a regra é juntar vários crimes num só processo, ou juntar vários processos num
só processo. Sempre que tivermos diferentes crimes, definimos os tribunais competentes
– depois vemos se se verifica uma exceção à regra – ver se se verifica um fator de
conexão nos crimes. O tribunal que era inicialmente competente deixa de o ser, por
força desta regra. Sempre que se verificarem os pressupostos da conexão ela tem de se
verificar, exceto se se verificar a uma causa de separação do art. 30º CPP - ai parte-se o
processo.
Porquê é que se criou a conexão?
- Celeridade do processo;
- Facilitamos o cúmulo jurídico;
- Não se houve imensas vezes as mesmas pessoas;
- Factos provados e não provados não há divergência.
Consequência:
Se já ainda não houver processo, organiza-se um só processo; se já há: Apensação –
juntar processos. Em regra, se tivermos a discutir crimes da competência do mesmo
tribunal, normalmente a conexão só vai juntar processo; mas se não for assim já vamos
ter em conta os artigos 27º, 28º e 29º CPP.
Passos:
- Ver se há causa de conexão – 24º e 26º;
- Aplicar os artigos 27º e 28º
Requisitos da Conexão:
- Pluralidade de processos – tem de haver já processo ou e, abstrato poderia haver;
- Pluralidade de tribunais competentes;
- Verificação de uma situação típica de conexão, sempre em respeitos dos limites à
conexão (24º e 25ç)
- Tramitação concomitante (exceto no recurso, ai não há conexão)

Conexão:
Heterogénea – conexão de processos são da competência e hierarquia de tribunais
diferentes – art. 27º CPP
Homogénea – os tribunais são da mesma hierarquia e espécie, mas tem competência
territorial diferente – temos de saber qual dos tribunais nesse âmbito é competente – art.
28º CPP
14º a) – tribunal coletivo pelo critério qualitativo.
197º CP
Caso Prático:
O A é acusado de um crime (350º CP), que cometeu em Lisboa + acusado de u crime de
homicídio privilegiado (133º CP) cometido em Coimbra. Vamos admitir que há fator de
conexão. (art. 24º b))
Competência material, territorial de cada um + Conexão
Há duas soluções para isto.
Elementos de estudo há um esquema de resolução de casos destes.
Tem muita relevância para efeitos de avaliação, testes e orais.

TS 24º b) TC
(Lisboa) (Coimbra)
16º nº2 c) 27º e 28º a) CPP 14º nº2 c)
19º n1 19º

Peculiaridade – o crime que o Tribunal singular previu uma pena superior à que preveu
o Tribunal Coletivo.
Depende da leitura do art. 27º e 28º CPP – prevalece sempre o tribunal de hierarquia
superior (27º); (28º) – competência territorial, não queremos saber se são crimes da
competência do tribunal coletivo ou singular. Na maior parte dos casos o art. 27º
geralmente resolve tudo, porque se tiver um caso no tribunal singular ou coletivo, o
artigo djz logo que é o coletivo. Problema: Se eu aplicar apenas o art. 27º leio o caso do
seguinte modo: 2 tribunais competentes (lisboa e coimbra) – coletivo de coimbra; 2º
solução – ao 27º não pergunto se é de lisboa ou coimbra, pergunto se é singular ou
coletivo, diz que é coletivo, vou ao 28º perguntar qual coletivo – em regra dá a mesma
resposta que o 27º diria – mas neste caso não porque o coletivo dá uma pena mais baixa
– aqui é a área do tribunal singular – chego a um terceiro tribunal que não estava na
equação – Tribunal Coletivo de Lisboa.
Duas perspetivas:
 Olhar apenas para o art. 27º CPP;
 Olhar para o art. 27º e 28º em separado, como complementar do art. 27º CPP.

Separação de processos – causas taxativas – art. 30º CPP. Se um arguido pedir para ser
julgado num tribunal de júri, o outro pode saltar fora. Se for o MP a requerer vão todos
obrigatoriamente para tribunal de júri.
Nulidade processual – não produção de efeitos.
Só é nulidade insanável porque a lei diz que é insanável. Se a lei diz que o ato é nulo,
está dependente de arguição – se só diz isso é sanável.
Nulidades insanáveis – Art. 119º CPP – nunca se sana.
Dependentes de arguição – Art. 120º CPP, se não for arguida a tempo sana-se. Se eu
assistir ao ato nulo tenho de invocar no momento. O juiz faz o despacho nulo tenho de
invocar ali por exemplo. Exceto esses casos tenho prazo.
Irregularidade – Art. 123º CPP – tem de ser invocada em 3 dias, ou se eu assistir ao ato
tem de ser invocada no próprio ato.
Proibição da Prova – Art. 126º CPP + Art. 32º nº8 CPP – isto é diferente de nulidade. O
próprio art. 118º nº3 CPP
Consequência – O ato é anulado, é declarado o vício e os atos dele diretamente
dependentes, exceto o que poder ser aproveitado.

Impedimentos
 Base legal: Art. 49º CPP; Art. 40º CPP
 Exceção à regra do juiz natural, aquele juiz até era o que devia conhecer o
processo, mas por razões relativas à própria credibilidade, imagem de
imparcialidade é necessário chamar outro juiz. Por exemplo o juiz é pai do
arguido, ou porque participou nesse processo como parte, por exemplo como
testemunha.
 Suscitamos o impedimento, nos termos do art. 41º nº2 CPP – requerer a
declaração de impedimento – o art. 40º nº3 CPP diz que são nulos os atos que
foram proferidos pelo juiz. Mas eu só vi passado 1 mês – os atos estão sanados?
Mesmo que a nulidade não tivesse sido arguida em tempo e o ato sana-se, cada
ato é um ato nulo que o juiz praticar – logo arguimos o impedimento – art. 41º
nº2 e arguir toda a nulidade dos atos do juiz – art. 41º nº3 ?

Caso: O que deve fazer a polícia, se encontrar uma pessoa com uma arma na mão em
propriedade privada de outrem e à frente dessa pessoa uma outra no chão inanimada. O
que deve fazer a polícia?
- A polícia deve tirar a pistola da mão dessa pessoa – apreensão.
- Medidas cautelares da polícia;
- A polícia tem de saber se ele tem mais armas – o que é que a polícia faz – faz uma
revista. Revista vs busca – Art. 251º CPP; buscas (art. 174º CPP em especial nº5) é em
espaços; revistas é a pessoas.
Detenção:
 Detenção em flagrante delito
o Stricto sensu – viu o crime a acontecer
o Quase flagrante delito – a polícia aqui utiliza os seus próprios sentidos,
apesar de também ter de confiar no que lhe é dito.
o Presunção de flagrante delito – pressupõe distância temporal; a polícia
tem de confiar no que se disse para perceber se a pessoa teve ou não
envolvimento no crime. Alguém que furta e vai a fugir por exemplo. A
margem de erro é superior, cogitável mais facilmente. Art. 243º CPP – a
polícia só pode redigir autos de notícia quando a polícia presenciou, aqui
não pode redigir auto de noticia. Poderá divulgar um auto de ocorrência.
 Detenção fora de flagrante delito
Quem é que pode ordenar uma detenção fora de flagrante delito? – Autoridade de
polícia criminal, juiz, Ministérios Públicos.

Medida cautelar – detenção


Medida de coação – prisão preventiva – só pode ser mandada pelo juiz
Se virmos alguém a cometer um crime podemos deter a pessoa, podemos, não
devemos (porque vamos nos magoar de certeza) – imobilização do agente mediante
uso da força necessária, terá de ser entregue as autoridades, não pode ocorrer em
caso de crime particular – art. 255º CPP – não pode haver detenção em flagrante
delito.
Prazo máximo de 48 horas os detidos devem ser apresentados ao juiz.
A detenção em flagrante delito serve para:
- 281º - meter o arguido em processo sumário;
Sempre que há um arguido detido o primeiro interrogatório vai ser feito pelo juiz
ou pelo MP (art. 142º e 143º CPP). Pode ser feito pela polícia? Pode se ele não
estiver detido. – art. 144º. Para garantir que as pessoas arguidas não levem
incentivos para falar. Depois os interrogatórios subsequentes já podem ser feitos
pela polícia.

Caso 5; 2.1; 6.2; 7.3 , já fizemos o 8; 9.1 – NÃO VAMOS FAZER.


Pergunta 3.
O homicídio privilegiado está consagrado no código penal no art. 133º:
“quem matar outra pessoa dominado por compreensível emoção violenta, compaixão,
desespero ou motivo de relevante valor social ou moral, que diminuam sensivelmente a
sua culpa, é punido com pena de prisão de um a cinco anos”, portanto é punido com
pena de prisão de 1 a 5 anos.
Tipo de Crime: Crime Público, não está dependente de queixa ou participação nem de
acusação particular, portanto de acordo com o art. 48º do CPP o MP tem legitimidade
para promover o processo penal oficiosamente (princípio da oficiosidade), porque o
caso nem se enquadra em nenhuma das situações dos artigos 49º a 52º do CPP. Tendo a
notícia do crime (art. 241º - 247º CPP) estão reunidas as condições paro a promoção do
processo penal por parte do MP.
Em consequência do crime, D foi detido pela polícia em presunção de flagrante delito,
nos termos do art. 256º nº2 CP) isto porque a polícia já só encontrou o agente com
objetos e sinais que evidenciam (mostram claramente), neste caso a pistola na mão, que
este acabou de cometer o crime ou nele participou, e também acabou por decorrer do
“clamor público”, uma vez que a polícia se dirigiu ao local, após ter sido alertada pelos
vizinhos que ouviram ruídos estranhos.
Quanto ao tipo de processo que deve ser aplicado ao caso – comum ou especial:
O processo sumário está regulado nos artigos 381º a 391º do CPP e tradicionalmente
está associado à pequena e média criminalidade e mostrar-se justificada pela verificação
imediata de factos através da detenção do agente em flagrante delito, o que permite
dispensar outras formalidades e mais largas investigações que normalmente teriam lugar
através das fases de inquérito e instrução, no âmbito do processo comum. A própria
situação de flagrante delito, permitirá concluir que a prova é relativamente simples de
fazer, o que legitima que se saltem fases para se chegar o mais rapidamente possível ao
julgamento.
Requisitos para a aplicação do processo sumário (consta do art. 381º e 382º CPP):
 Ocorrer detenção em flagrante delito (nº1) – todas as formas de detenção em
flagrante delito – art. 256º CPP);
 A necessidade de estar em causa um crime cuja pena legal abstratamente
aplicável não exceda os 5 anos de prisão ou, caso exceda esse limite, a
necessidade de o MP entender que não deve ser aplicada, em concreto, pena de
prisão superior a 5 anos (art. 381º nº1 e 2 do CPP);
 O início da audiência no prazo máximo de 48 horas ou até 20 dias após a
detenção (art. 382º)
 * requisito implícito – deve estar atribuída a competência a um tribunal singular
para o julgamento (isto vem dos artigos 14º e 16º do CPP)
A redação do art. 381º CPP já foi alvo de grandes mudanças na sua redação, a talvez
mais conhecida, porque implicou a eliminação de quaisquer limites de pena máxima
aplicada ao crime, foi a redação introduzida pela Lei 20/2013 de 21 de fevereiro – a
redação do art. 381º nº1 à luz da Lei 20/2013 foi declarada inconstitucional no Acórdão
174/2014.
Breve resumo do que se passa no acórdão:
Pedido: Requerimento por parte do representante do MP da apreciação da
inconstitucionalidade da norma constante do art. 381º nº1 do CPP, na redação
introduzida pela Lei nº 20/2013, de 21 de fevereiro, na interpretação segundo a qual “o
processo sumário aí previsto é aplicável a crimes cuja máxima abstratamente aplicável é
superior a cinco anos de prisão”.
Fundamentação do pedido: Jurisprudência neste sentido – Acórdão 469/2013 e
Decisões Sumárias nº587/2013, 590/2013, 614/2013 e 637/2013.
Apreciação da questão de mérito
 O problema é perceber se respeita as garantias de defesa do arguido consagradas
nos artigos nº1 e 2 do art. 32º da CRP a norma do art. 381º nº1 do CPP na
redação da Lei 20/2013, na parte em que remete para processo sumário, com
intervenção do juiz singular, o julgamento de detidos em flagrante delito,
independentemente do limite da pena aplicável, em termos de poder abranger o
julgamento de crimes cuja pena máxima abstratamente aplicável seja superior a
5 anos, ultrapassando o limite abstrato máximo da competência do juiz singular
em processo comum.
 Evolução do art. 381º nº1 do CPP na p. 6 do Acórdão
 A ampliação do âmbito do julgamento em processo sumário determinou
modificações na repartição de competências entre tribunais penais:
o A competência do tribunal coletivo, que estava circunscrita (nº2 do art.
381º CPP) a crimes dolosos ou agravados pelo resultado, quando for
elemento do tipo a morte de uma pessoa ou cuja pena máxima,
abstratamente aplicável, seja superior a 5 anos), passou a ser preterida
em processo sumário nos termos do nº1 desse artigo, mesmo quando a
pena abstratamente aplicável seja superior a 5 anos de prisão (art. 14º nº2
e 16º nº2 c) CPP);
o * manteve-se, contudo, a possibilidade de o julgamento de detidos em
flagrante delito ser efetuado pelo tribunal de júri relativamente a crimes
cuja pena máxima aplicável, seja superior a 8 anos de prisão, quando
essa intervenção tenha sido requerida pelo MP, ou pelo arguido, ou pelo
assistente (art. 13º nº2 e 390º nº1 b) CPP)
 Justificação do uso/ existência de processo sumário: O processo sumário surge
associada à pequena e média criminalidade e mostrar.se justificada pela
verificação imediata de factos através da detenção do agente em flagrante delito,
o que permite dispensar outras formalidades e mais largas investigações que
normalmente teriam lugar através das fases de inquérito e instrução, no âmbito
do processo comum;
 Visão do ponto de vista contrário – a justificação do alargamento do âmbito de
aplicação do processo sumário: O progressivo aumento do (…), mediante a
elevação do limite da pena aplicável ao crime cometido em flagrante delito que
pode ficar abrangido por essa forma de processo, é explicável pela lógica de
produtividade e da eficácia, mas também de justiça, que têm como
fundamento a exigência da celeridade processual. Trata-se de um mecanismo
norteado pela maximização da eficácia, otimização da reação político-
criminal e descongestionamento dos tribunais. – Um dos fundamentos da
alteração introduzida pela Lei 20/2013;
 É necessário garantir que o princípio da aceleração do processo (art. 32º nº2
CRP), é compatível com as garantias de defesa do arguido, o que implica a
proibição do sacrifício dos direitos inerentes ao estatuto processual do arguido a
pretexto da necessidade de uma justiça célere e eficaz. Na CRP valora-se
especialmente as garantias de defesa em detrimento da rapidez processual
 Quanto às garantias de defesa do arguido – o tribunal considerou que a
mesma ficava comprometida porque:
o Sendo que a forma de processo sumário corresponde a um processo
acelerado quanto aos prazos aplicáveis e simplificado quando às
formalidades exigíveis, consequentemente verificam-se limitações
quanto à possibilidade de adiamento da audiência de julgamento, ao uso
dos meios de prova e aos prazos em que a prova poderá ser realizada , e
ainda em matéria de recursos, além de que preconizam o abandono do
ritualismo de certos atos processuais em benefício de uma maior
acentuação do carácter de oralidade.
o Por exemplo, a falta de testemunhas não dá lugar a adiamento da
audiência, exceto se o juiz considerar imprescindível para a descoberta
da verdade – art. 387º nº3 e 4 e 7 CPP;
o O MP pode substituir a apresentação da acusação pela leitura do auto de
notícia da autoridade que tiver procedido, exceto art. 389º nº1 CPP;
o Só é admissível recurso da sentença ou de despacho que puder termo ao
processo art. 391º nº1 CPP), sendo que por contraposição com os
acórdãos finais proferidos pelo tribunal de júri ou pelo tribunal coletivo,
não há recurso para o STJ das decisões condenatórias do juiz singular
ainda que se apliquem pena de prisão superior a cinco anos – art. 432º c)
CPP;
o Todos estes critérios decorrentes da aceleração do processo, este será
reduzido a um mínimo indispensável ao conhecimento da boa decisão da
causa (art. 3886º nº2 CPP) e contém limitações ao exercício do direito de
defesa que, ainda que consentâneas com as características da forma
sumária, não são compatíveis com a maior exigência que o julgamento
de crimes mais graves coloca no plano das garantias de defesa.
Neste caso, os requisitos estavam preenchidos para a admissibilidade do julgamento em
processo sumário, apesar de não se considerar o mais adequado face à gravidade do
crime que, naturalmente, deve implicar uma maior rigidez e complexidade das
diligências, à descoberta da melhor decisão para a causa.

Quando a admissibilidade de julgamento em processo abreviado:

Art. 14º nº2 a) - não pode ser julgado em processo sumário. ´


Correção pergunta 4.

Homicídio privilegiado – pena mais reduzida.


Neste caso é possível perceber que este homicídio não é igual a um homicídio que se
matou alguém num assalto, ainda assim tem de se afirmar o direito e a sua publicidade.
6.1 Pode haver para ouvir uma testemunha desde que a audiência dessa testemunha seja
instrumental face
Existe ou não existe a transmissão por morte do direito á constituição de assistente nos
casos dos crimes públicos. Alguém da minha família se pode constituir assistente se eu
morrer? Sempre que houver um caso em que o ofendido morreu, temos de mencionar
esta questão. Na prática esta questão nem se coloca na prática. Pode ou não pode haver
esta constituição de assistente nos casos de crimes públicos? – art. 68º c) no caso de
ofendido morrer sem ter renunciado à queixa se se tratar de um crime público então é (o
que está enunciado na alínea).

Classes . diferença entre classes da constituição de assistentes, o que quer dizer na falta
de (..)

Você também pode gostar