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Direito Financeiro IV – Aula 06

Trecho 02 - Ronny Nunes - 12:17 a 24:49

...foi suscitada, eu já fiz mençã o a vocês, que é a discussã o relacionada ao imposto sobre a
renda no que tange à s empresas nacionais com coligadas ou controladas no exterior.
Debatia-se, nesse caso, que será tratado adiante, era exatamente a possibilidade de lucros
auferidos no exterior por coligada ou controlada de empresa brasileira impactarem o
resultado empresa nacional e, portanto, serem submetidos à tributaçã o. Veremos isso
adiante.
Olhando para o consequente, temos o critério pessoal ativo e pessoal passivo. O pessoal
ativo, como é que a Constituiçã o informa? Informa à medida que estabelece que compete à
Uniã o a instituiçã o do imposto sobre a renda (art. 153, III, CF).
Já o critério pessoal passivo do consequente está intimamente ligado ao critério pessoal
passivo do antecedente: é a pessoa que praticou a conduta descrita no antecedente que
pode ser colocada na qualidade de sujeito passivo, tendo sempre em consideraçã o que há
pessoas que a Constituiçã o afasta a possibilidade de serem tributadas nã o serã o
contribuintes no imposto sobre a renda, como já visto, sã o imunes. Isso independe de ser
imposto retido na fonte ou nã o.
Essa situaçã o poderia despertar uma curiosidade: a tributaçã o de uma pessoa imune
chega ao Supremo [provavelmente sobre algum acó rdã o que está no quadro] ...parece uma
questã o ó bvia, dada a clareza da Constituiçã o acerca do tema.
Qual é aqui a peculiaridade? Nó s comentamos sobre a figura do IR retido na fonte. Temos
o IR sobre a pessoa física e sobre a pessoa jurídica. Essa é uma distinçã o importante, pelas
características da identificaçã o do fato-renda no que tange a uma e a outra. Isso justifica o
regime separado, ainda que, como vimos, o conceito constitucional seja praticamente o
mesmo – senã o o mesmo.
Existe, contudo, uma terceira figura, que é justamente o IR retido na fonte.
[Queiroz pergunta se alguém recebe desconto de IR no contracheque, para exemplificar o
que é o IR retido na fonte]
A fonte pagadora tem a obrigaçã o de, antes de entregar (por exemplo, em um pagamento),
reter um valor devido a título de IR. Há uma certa discussã o sobre se isso é uma
modalidade de substituiçã o tributá ria. Parece-me que pode ser que sim, a depender da
situaçã o: há situaçõ es em que há essa retençã o do IR na fonte e ela é definitiva, ela ocorre
e nã o se submete isso a nenhuma verificaçã o futura, cotejar isso que foi retido com outros
valores do imposto. É como se eu olhasse isoladamente...sabe o que sã o [inaudível 20:40-
20:50]?
No que se refere a essa situaçã o, alguns dizem que é uma tributaçã o “inbox”, você olha
para aquela caixinha, aquela situaçã o específica. Por exemplo, aplicaçã o financeira. Pessoa
que teve juros de aplicaçã o financeira, você tributa tudo. Aquilo que foi aplicado, o valor
que você tiver de rendimento nã o vai se somar a outros elementos para aplicar a alíquota.
Apenas se informará o que se obteve de rendimentos, a instituiçã o financeira já vai te
informar o quanto ela reteve na fonte e quanto é (devido? inaudível) isoladamente. Nessa
situaçã o nã o há que se cogitar de substituiçã o tributá ria para frente. O fato já aconteceu e
é considerado definitivo.
No entanto, há uma hipó tese que pode se aproximar da substituiçã o tributá ria para frente.
Isso ocorre quando, nesse sistema do salá rio, a pessoa tem que prestar declaraçã o e pagar,
ela vai pegar essa informaçã o de que a fonte pagadora reteve “x”, vai somar com todas os
rendimentos obtidos durante o ano e vai apurar esses rendimentos no período de um ano,
verificando se ainda há algo a pagar ou a ser restituído. Essa hipó tese, sim, pode se
aproximar da substituiçã o tributá ria para frente. Por quê? Porque na substituiçã o, ante a
possibilidade acontecer um fato futuro, eu faço uma estimativa desse fato e desde logo eu
cobro. É o que vimos no ICMS, a venda pela distribuidora ainda nã o aconteceu, mas um dia
vai acontecer, portanto, eu estimo aquele fato e cobro desde já . Diz-se “para frente” porque
o fato ainda nã o aconteceu e, se nã o acontecer, a distribuidora poderá ter de volta.
No caso do IR, esse fato isolado já aconteceu, ou seja, o recebimento do rendimento. Entã o
é um fenô meno um pouco diferente. Isso vai ficar mais claro depois.
Critério material: como vimos no critério material do antecedente, se refere ao pró prio
fato-renda, naquele sentido nó s que tivemos a oportunidade de construir. Porém, estou
falando aqui em critério material qualitativo, ou seja, que tipo de conduta é regulada e de
que modo ela é regulada, se é permitida, obrigató ria, proibida...

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