Você está na página 1de 88

Farmacocinética

Do contato a eliminação

Prof. Msc. Edgar Hell Kampke


Sumarizando…

01 02 03 04

Absorção Distribuição Metabolismo Excreção

Vias de Conjugação a Orgãos Vias de eliminação


administração e proteinas metabolizadores e e processos
locais de absorção plasmáticas principais reações envolvidos
envolvidas
RELAÇÕES ENTRE FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA

DROGA ORGANISMO

FARMACOCINÉTICA FARMACODINÂMICA
•Vias de administração •Local de ação
•Absorção •Mecanismo de ação
•Distribuição •Efeitos
•Biotransformação
•Eliminação

Concentração no local do receptor


Dose da droga
administrada FARMACOCINÉTICA

ABSORÇÃO

Concentração da droga na Droga nos tecidos


circulação sistêmica DISTRIBUIÇÃO de distribuição

Concentração da droga
Droga metabolizada
no local de ação
ou excretada

ELIMINAÇÃO

Efeito farmacológico

FARMACODINÂMICA
Resposta clínica

Toxicidade Eficácia

P
Vias de Administração
● Vias Enterais;

● Vias Parenterais.
Vias Enterais
Oral

● Casos de contra-indicação dessa via:


- o medicamento irritar a mucosa gástrica;
- o medicamento interferir na digestão;
- o paciente não poder deglutir
- Patologias do trato digestivo, vômitos ou diarréia
- Desvantagem: Efeito de 1ª Passagem.
Oral
● Desvantagens:

○ Efeito de primeira passagem;

○ pH do estômago;

○ Metabolização bacteriana;

○ Interação com alimentos.


Vias de Administração

● Via Sublingual: alguns medicamentos são colocados debaixo da


língua para serem absorvidos diretamente pelos pequenos vasos
sangüíneos ali situados.
● Vantagens:
○ Absorção rápida;
○ Sem efeito de 1ª passagem.

● Ex: Nitroglicerina
Vias de Administração
● Via Retal: com freqüência, a via retal é utilizada quando a ingestão
não é possível por causa de vômitos ou porque o paciente se
encontra inconsciente.

● Ex: Supositórios
Vias Parenterais
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
Intravenosa: a concentração desejada de um fármaco no sangue é
obtida com uma precisão e rapidez que não são possíveis com outros
procedimentos.
Características necessárias:
- não ser hemolítica;
- não ser cáustica;
- não coagular as albuminas;
- não produzir embolia ou trombose;
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO

Em relação às condições do paciente, podemos citar:


- a dificuldade de se encontrar veias adequadas à punção;
- a presença de tecidos com muitos hematomas ou mesmo feridos;
- a intensa dor sentida pelo paciente à aplicação, devida a sua doença
ou outro motivo.
•reações desfavoráveis na aplicação,
• capacidade em manter uma veia permeável.
•Profissional habilitado
•Uso de equipamentos e procedimentos esterilizados e descartáveis
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
Subcutânea: só pode ser usada para administrar
substâncias que não são irritantes para os tecidos. A
absorção costuma ser constante e suficientemente
lenta para produzir um efeito persistente.

Intramuscular: injeções intramusculares depositam


a medicação profundamente no tecido muscular, o
qual por ser bastante vascularizado pode absorvê-la
rapidamente. Esta via de administração fornece uma
ação sistêmica rápida e absorção de doses
relativamente grandes (até 5ml em locais
adequados).
Métodos para Retardar a Absorção
● Anestésico local + Adrenalina.

○ Cuidado: Não usar em extremidades.


● Insulina + Protamina ou Zinco.
● Benzilpenicilina Procaína adm. com uma solução aquosa.
● Esterificação de hormônios (testosterona e progesterona): ↑ Sol. em
óleo.
● Implante subcutâneo de pellets sólidos.
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO

Intra-arterial: é raramente empregada, quer seja pelas dificuldades


técnicas em aplicá-la, quer seja pelos riscos que oferece.

Intratecal: empregada quando se deseja efeitos locais e rápidos nas


meninges ou no eixo cérebro-espinhal, como na anestesia espinhal
ou nas infecções agudas do SNC. Os fármacos algumas vezes são
injetados diretamente no espaço subaracnóideo espinhal.
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO

Intratecal:
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO

Intraperitoneal: por essa via, os fármacos penetram rapidamente na


circulação através da veia porta.
Absorção Pulmonar: os fármacos gasosos e voláteis podem ser
inalados e absorvidos através do epitélio pulmonar e das mucosas do
trato respiratório.
Desvantagens:
- Controle insatisfatório da dose;
- Método de administração pouco prático;
- Muitos fármacos voláteis e gasosos provocam irritação do epitélio
pulmonar
Aplicações Tópicas
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
Cutânea:
• Efeitos Locais na pele;
• Podem ocorrer efeitos sistêmico;
• Fármacos incorporados em adesivos (Ex: Estrógenos para
reposição hormonal).

Colírios: os fármacos oftálmicos de aplicação tópica são prescritos


basicamente por causa de seus efeitos locais e baixos efeitos
colaterais sistêmicos.
Obs. Poderá ocorrer absorção sistêmica ocasionando efeitos
indesejáveis (Ex. Timolol).
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
● Sprays Nasais:
● Absorção se dá pela mucosa que recobre o tecido linfóide nasal.

○ Utilizados para aplicação hormonal:

■ ADH;

■ Hormônio Liberador de Gonadrotrofina

■ Calcitonina;
Fases da Farmacocinética

Absorção

Distribuição

Biotransformação

Excreção
Absorção
FATORES ENVOLVIDOS NA ABSORÇÃO

LIGADOS AO
MEDICAMENTO
•Lipossolubilidade
•Peso molecular
•Grau de ionização
•Concentração

LIGADOS AO ORGANISMO
•Vascularização do local
•Superfície de absorção
•Permeabilidade capilar
Farmacocinética
Absorção

Imagem adaptada de OpenStax Biology.


Farmacocinética
Absorção

 Mecanismos de transporte através das


membranas:

Difusão simples ou passiva: passagem


através da camada lipídica (não
requer gasto de energia).

Depende: Gradiente de concentração;


Coeficiente de Partição (k);
Coeficiente de difusão (D): raio da molécula e
viscosidade do meio;
Espessura da membrana(Δx);
Área de superfície (A): Área disponível para a
difusão.
Farmacocinética
Absorção

 Mecanismos de transporte através das membranas:

Difusão facilitada: mediada por carreador (não


requer gasto de energia). Ex.: Glicose.

Depende: - Gradiente de concentração.

- Carreador. Difusão simples


V. máx. Difusão facilitada
Farmacocinética
Absorção

 Mecanismos de transporte através das membranas:

Transporte ativo: Transporte por carreador contra


gradiente de concentração (gasto de energia).

Depende: - Enzimas específicas.


ATP ADP + Pi
Farmacocinética
Absorção

 Mecanismos de transporte através das membranas:

Pinocitose: processo de invaginação devido à variações na tensão superficial da


membrana. Formação de vesícula pinocitótica (macromoléculas).
Farmacocinética
Absorção
 Locais de absorção do fármaco:

TratoGastrintestinal:
MO-Estômago MO-Intestino delgado

Divisões: – Bucal: Difusão simples. Poros pequenos


- Estomacal: Difusão simples. Poros pequenos, mucosa espessa,
< tempo de contato.
Intestinal: Difusão simples, facilitada e transporte ativo. Poros grandes. Grande
área (140m2).
Farmacocinética

Absorção
 Locais de absorção do fármaco:

TratoGastrintestinal:

pHestômago = 1,4 ⇒ absorção de ácidos fracos


pHintestino = 5,4 - 6,5 ⇒ absorção de bases fracas

Local ideal para absorção? Intestino (grande área de absorção)

E quanto aos ácidos fracos?


pH e Ionização
Ácido Fraco

HA ↔ H ++ A-

Pka = pH + log [HA]/[A-]


Farmacocinética

Ácido fraco HA A- + H+ (pKa 4,4)


Básico

[1] [1000] pH
HA A- + H+
pKa
Plasma – pH 7,4
pH
Barreira lipídica da mucosa
Ácido
Suco gástrico – pH 1,4

HA A- + H+
[1] [0,001]
Base Fraca

BH+ ↔ B + H+

Pka = pH + log [BH+]/[B]


Farmacocinética

Base fraca BH+ H+ + B (pKa 7,2) Básico

pH
BH+ H+ + B
pKa
Plasma – pH 7,4
pH
Membrana celular
Ácido
Saliva– pH 6,5 – 7,0

BH+ H+ + B
Características
● As espécies iônicas apresentam lipossolubilidade muito
baixa;
● As espécies iônicas são incapazes de atravessar a
membrana;
● As espécies iônicas precisam de transportadores especiais;
● As moléculas sem cargas são lipossolúveis o suficiente para
atravessarem a membrana (Exceções: Aminoglicosíodeos)
Absorção
● O pH não é o principal determinante do local de absorção;
● Íleo: Vilosidades e microvilosidades: ↑Superfície de absorção.
● Ex. Aspirina (AAS)

○ Abs. Aumentada com Metoclopramida (acelera o esvaziamento


gástrico)

○ Abs. diminuída com Propantelina (retarda o esvaziamento gástrico)


Consequências da partição pelo pH
● Acidificação e alcalinização da urina;

● ↑pH plasmático:

○ ↑ a extração de ácidos fracos do SNC para o plasma.

● ↓ pH plasmático:

○ ↑ [ ] de ácidos fracos no SNC.


Fatores que Afetam a Absorção Intestinal
● Motilidade Gastrintestinal;

● Fluxo Sanguíneo Esplânico;

● Tamanho da partícula e Formulação;

● Fatores Físico - Químicos


Motilidade Gastrintestinal
● ↓ Motilidade reduz a absorção de Fármacos (Ex: Enxaqueca,
Neuropatia diabética, drogas antimuscarínicas).

● ↑ Motilidade pode aumentar a absorção (Ex: Metoclopramida, usado


na enxaqueca para aumentar a absorção de analgésicos).

● Movimentos excessivamente rápidos pode comprometer a absorção


(Ex: Diarréia).
Fluxo Sanguíneo Esplânico

● Uso de fármacos após a refeição:


○ Lentificação da absorção: Retarda a
chegada da droga ao ID.

○ Exceções – Propranolol – O alimento


aumenta o fluxo sanguíneo esplânico.
Tamanho das Partículas
● Interações Medicamentosas:

○ Tetraciclina + Cálcio: ↓ Absorção

○ Colestiramina (resina fixadora de ácidos biliares) = Varfarina e


Tiroxina
Absorção/Pele
● A pele é permeável a um grande número de substancias
sólidos, gases e líquidos.
● Substancias de elevado coeficiente de partição óleo/água
são absorvidos com maior facilidade (ex: Inseticidas
fosforados).
● Substancias usadas na pele, tais como cosméticos ou
fármacos de ação local, podem exercer efeito tóxico
sistêmico. Ex: Corticóides tem absorção rápida,
principalmente quando há lesões na pele.
BIODISPONIBILIDADE
Proporção de uma dose administrada que atinge a
circulação sistêmica

Droga
Fatores dependentes:

Sist. porta hepático


• velocidade e magnitude de absorção da droga

• fração de droga absorvida após metabolização


1ª passagem

Circulação sistêmica
I.V. = 5mg
Ex: Propranolol
Oral = 40mg a 80mg
Fração dependente
da metabolização
hepática
BIOEQUIVALÊNCIA
● Dois fármacos correlatos (com mesmos ingredientes ativos) são
considerados bioequivalentes quando:

○ Apresentarem biodisponibilidades comparáveis;

○ Tempos para alcançar picos de concentração sanguínea semelhantes.


DISTRIBUIÇÃO
● Fatores dependentes:
• Lipossolubilidade da droga;
• Grau de ionização da droga;
• Tamanho da molécula ou complexo droga-proteína;
• Ligação a proteínas plasmáticas e teciduais;
• pH local;
• vascularização do tecido (taxa e perfusão):

● Coração, fígado, TGI, rins, cérebro (perfusão > 0,5 L/Kg/min)

● Músculos, algumas vísceras e tegumentos (média perfusão:0,5 L/Kg/min);

● Tecido adiposo com ↓ perfusão (0,02 L/Kg/min).


LIGAÇÃO A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS

● LIGAÇÃO PROTÉICA
○ Somente a droga livre é capaz de cruzar as

membranas celulares ou ligar-se aos sítios receptores


e, conseqüentemente, causar efeitos farmacológicos.
● “A redução da ligação protéica de uma droga em
conseqüência de doenças (hipoalbuminemia) ou
de deslocamento por outra droga, aumenta sua fração
livre (quantidade da droga acessível aos locais de ação)” .
● Ex: Se a ligação protéica de uma droga é 98% e sofre
uma redução para 96%,então sua fração livre duplicará de 2% para 4%.
Barreira Hematoencefélica (BHE)
● Camada contínua de células endoteliais unidas por junções íntimas
e cercada por pericitos.
● O cérebro é inacessível a maioria dos fármacos (muitos
antineoplásicos e alguns antibióticos).
BHE e Inflamação
● A inflamação pode romper a integridade da BHE.
● Ex; Tratamento de meningite bacteriana com Penicilina IV.
Biotransformação
● Proteínas de membrana que contém grupo Heme.

● Localizado no REL de inúmeros tecido (o principal são hepatócitos).

● Estão localizadas próximos a outras proteínas de membrana –


NADPH citocromo P450 redutase.
Farmacocinética
Biotransformação
Absorção ⇒ Lipofilicidade
Excreção ⇒ Hidrofilicidade

Substâncias
pouco apolares
Biotransformação Substâncias
polares e
e
hidrossolúveis
lipossolúveis
Biotransformação

● É um conjunto de reações que as substâncias químicas passam no


organismo, mediadas por enzimas, e que visam tornar o composto mais
facilmente excretado do organismo, isto é, mais hidrofílico.

● A maioria destas reações também diminuem ou eliminam a atividade do composto


quimico (inativação ou destoxificação). Entretanto, às vezes, ocorre a ativação do
composto.
Biotransformação
Locais

Principal
Biotransformação

Locais

Localização microscópica:

As enzimas metabolizadoras podem ser encontradas:

 Extracelular. Ex: plasma sanguíneo (colinesterase);

 Intracelular:
 retículo endoplasmático liso (CYP P450, carboxilesterases, S- transferase,
glutationa etc.;
 outras membranas intracelulares. Ex: mitocôndrias (monoamino oxidases);
 outras organelas. Ex: lisossomos (peptidases);
 citoplasma. Ex: enzimas solúveis (álcool desidrogenase).
Reações de Biotransformação
Fase 1 – Modificação das moléculas por introdução ou
desmascaramento de radicais em sua estrutura

EX: Redução, oxidação ou hidrólise.

Fase 2: Conjuga os grupos funcionais das drogas ou dos seu


metabólitos aos grupos de substâncias endógenas
Fases do metabolismo de fármacos

Fase 1 Fase 2
Fármaco Derivado Conjugado
Oxidação Conjugação
Hidroxilação
Desalquilação
Desaminação

EXEMPLO:

Aspirina Ácido salicílico Glicuronídio


METABOLISMO DAS DROGAS

Fase 1 Fase 2

Droga Conjugado

Metabólito da droga
com atividade Conjugado
Droga modificada

Metabólito inativo
da droga Conjugado

Droga

Lipofílico Hidrofílico
Fases da intoxicação
Biotransformação: Fase I (Funcionalização)

 Conferem polaridade aos xenobióticos;


 Reações de oxidação, redução e hidrólise;
 Inserção de grupamentos -SH, -OH, -NH3, -COOH.

Caráter eletrofílico ⇒Pode conferir maior toxicidade

Ex: Amitriptilina nortriptilina


Codeína morfina
Bioativação Diazepam desmetildiazepam
Digitoxina digoxina
Metanfetamina anfetamina
Fases da intoxicação
Biotransformação: Fase II(Conjugação)

# Incorporação de co-fatores endógenos às moléculas geralmente


provenientes de reações de fase I;
# glicuronidação, sulfatação, metilação, acetilação, conjugação com
glutationa e aminoácidos.

Enzimas: -Sintetases: Síntese do co-fator. Ex: UDPGA.


-Transferases: catalisam a transferência dos grupamentos
para o xenobiótico.

Maior concentração no tecido hepático


Fases da intoxicação

Biotransformação:
Fase II (Conjugação)

Conjugação com glutationa:


INDUÇÃO ENZIMÁTICA
Indutores:
 Aumenta a velocidade de biotransformação hepática da droga
 Aumenta a velocidade de produção dos metabólitos
 Aumenta a depuração plasmática da droga
 Diminui a meia-vida sérica da droga
 Diminui as concentrações séricas da droga livre e total
 Diminui os efeitos farmacológicos se os metabólitos forem inativos.
 Auto indução – Tolerância
 Glicocorticóides, anticonvulsivantes, isoniazida e acetona – CYP3A4
 Consumo crônico de etanol – CYP2E1

EX: Benzopireno, fenobarbital, carbamazepine, etanol, fenitoína, rifanpicina,


prednisona
Inibição Enzimática
● Inibidores:
● Diminui a velocidade de produção de metabólitos.
● Diminui a depuração total.
● Aumenta a meia vida da droga no soro.
● Aumenta as concentrações séricas da droga livre e total.
● Aumenta os efeitos farmacológicos.

● Enzimas que sofrem inibição: colinesterases, monoaminoxidase,


aldeidodesidrogenase, cit. P-450.
● Consequência: efeitos adversos mais acentuados.
● Mecanismos: inibição da síntese proteica, competição pelos centros ativos.

Ex: Fluoxetina, Omeprazol, Cimetidina, Cetoconazol, Eritromicina, Dissulfiram, Etanol


(exposição aguda).
Inibição Enzimática

# Inibidores de Cit. P450 = fluoxetina,


omeprazol, cimetidina, dissulfiram,
cetoconazol, eritromicina.
# Inibidor de colinesterase =
organofosforados

# Inibidor de MAO = fenelzina,


tranilcipromina
# Inibidor de aldeído desidrogenase = Dissulfiram,
metronidazol.
Fatores Internos Constitucionais
Fatores Internos
• Nutricional; Condicionais
- Papel fundamental na regulação das conjugações dos fármacos
- Deficiência protéica prejudica o metabolismo
- -Fe, Cu, Mg, Ca, Zn, vitaminas B, etc. são importantes para o funcionamento do sistema cit.
P-450.
- O jejum de 1 dia diminui drasticamente a glutationa hepática: aumento da toxidade do
paracetamol
- Exemplo:  tempo sono induzido por barbitúricos

• Estados Patológicos:
– Comprometimento Cardiovascular.
– Doenças Hepáticas;
• Diazepam  t1/2 aumentado em pacientes com cirrose e hepatite viral aguda.
• Pode causar coma (doses habituais) em hepatopatas.
Fatores Internos Constitucionais
• Polimorfismo Genéticos;
•Fatores genéticos: variações de indivíduo para indivíduo (condições fisiológicas ou estado
patológico.
• Velocidade de acetilação é variada;
• 2 Fenótipos:
- Acetiladores rápidos
- Acetiladores lentos

•-Caucasianos – mais acetiladores lentos (50 a 60%).


•-Orientais – mais acetiladores rápidos.

• Izoniazida (Bactericida – Tuberculose): sofre acetilação;


- Nortriptilina (Antidepressivo)
- Etíopes e árabes: precisam tomar de 2 a 3 vezes a dose de nortriptilina
- Metabolismo ultra-rápido
Fatores que afetam a biotransformação
Internos:

Espécie e raça: presença ou ausência de enzimas e concentração das mesmas;


Gênero: Masculino e feminino. Ratos machos tem 40% mais enzimas do cit. P-
450 que as fêmeas.
Idade: Recém-nascidos: são praticamente desprovidos de capacidade de
biotransformar xenobióticos (muito susceptíveis). Após o nascimento ocorre
aumento da biotransformação.
Idosos: Queda da intensidade de biotransformação e excreção renal.
Fatores Internos Constitucionais
● Idade:

○ Recém-Nascidos;
Feto e recém-nascido
Pouca expressão de conjugação (Ex.: Cloranfenicol e a Síndrome Cinzenta do
Recém-Nascido - provoca nos pacientes a cor cinzenta devido à acumulação
do antibiótico no sangue, por falta da glucoroniltransferase.)
Atividade enzimática reduzida

○ Idosos:
○ Queda da capacidade metabólica global
- Diminuição de massa, na atividade enzimática, fluxo sanguíneo hepático
Exemplo: Diazepam t1/2 = 48h (20 anos)
t1/2 = 90h (80 anos)
Relação Idade/Metabolização

Capacidade de
metabolização Ausência da enzima
Glicuroniltransferase

Adulto

Idoso

Criança

Idade
Eliminação
EXCREÇÃO
● É a eliminação do fármaco do organismo, através dos órgãos de
excreção.

- Principal órgão excretor: rim


- Excreção nas fezes: inabsorção ou excreção biliar;
- Excreção no leite materno: pode causar efeitos indesejáveis no bebê;
- Excreção pulmonar: importante na eliminação de gases e vapores
anestésicos.
Excreção
Excreção Renal
Envolve três processos:
• filtração glomerular
• secreção tubular ativa e,
• reabsorção tubular passiva.

Importante conhecimento para manipulação de fármacos na


intoxicação medicamentosa

Exemplo: intoxicação com Gardenal (fenobarbital): fármaco com


características ácidas. Urina: pH=6; o fármaco é filtrado, mas
também reabsorvido. Ação que deve ser realizada: alcalinizar a
urina com administração endovenosa de bicarbonato de sódio.
Excreção
Excreção: Renal

Exemplo prático de tratamento de intoxicações. Anfetamina

Influência do pH URINA
a) Alcalinização da urina PLASMA PLASMA
(bicarbonato) – facilita a excreção pH = 7,8
de fármaco ácido (fenobarbital,

Membrana tubular renal

Membrana tubular renal

REABSORÇÃO
REABSORÇÃO
AAS).

b)Acidificação da urina (ácido


ascórbico) – facilita a excreção de
de fármaco básico (anfetamina, pH = 5,6
procainamida).
NH3+

EXCREÇÃO
Excreção

Excreção: Renal

Excreção de substâncias polares solúveis.


Mecanismos:
a) Filtração glomerular: 1) Não há gasto de energia;
2) Grande diâmetro dos poros dos capilares glomerulares;
3) Passam todos os elementos, menos macromoléculas;
4) Fármaco-proteína não passa;
5) As hidro. são excretadas pela urina, e as lipo. são reabsorvidas
no túbulo proximal.
b) Secreção tubular: 1) Há gasto de energia.
2) Contra gradiente de concentração.
3) Cinética de saturação.
4) Processo rápido
Excreção
Excreção: Renal

Excreção de substâncias polares solúveis.


Mecanismos:
c) Reabsorção tubular: 1) Maioria ocorre por processo passivo;
2) Pode haver transporte ativo. Ex: glicose e ácido úrico;
3) Deve ser lipofílica e não carregada.
Excreção

Excreção: TGI

O que é excretado:

a) Parte não absorvida pelo trato digestório;


b) Produtos de biotransformação procedentes do fígado (vesícula
biliar);
c) Há evidências da passagem de substâncias diretamente do sangue
para o intestino (difusão passiva);
d) Substâncias oriundas de secreção ativa do intestino (ácidos e bases
orgânicas).
Excreção

Pulmões

São excretados gases e vapores.


Ex: Éteres (Isoflurano e Halotano).
A velocidade depende da solubilidade no sangue.

Volatilidade
Excreção

Outras vias

# Excreção no leite pode levar à intoxicação da criança;


- Substâncias básicas tendem a se acumular no leite devido às diferenças
de pH (pH leite < pH sangue).

# A saliva também tem pH menor do que o pH sanguíneo. Amostra


importante para a detecção de drogas de abuso (etanol, cocaína,
anfetamina,..). Fácil coleta.
Excreção
Excreção: Parâmetros biológicos da eliminação

Meia-vida (T1/2): Representa o tempo requerido para que a concentração


plasmática de um determinado agente seja reduzida a 50%, após sua
completa absorção e distribuição.

Depuração (DP) ou Clearance (Cl): Capacidade do organismo de eliminar uma


substância do plasma.
-Principais órgãos: fígado e rins;
-A depuração total é a soma das depurações individuais do fármaco por
vários órgãos e tecidos do organismo.
Cl: Clearance
Cu: Concentração urinária
Cp: Concentração plasmática
Vu: Velocidade do fluxo de depuração
Abraços!
Bons estudos!

Você também pode gostar