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EXEMPLOS COM CASOS CLÍNICOS DE PROBLEMAS

APRENDIZADO
Pablo Cazau

Os casos apresentados referem-se a escolares que supostamente apresentam problemas de


aprendizagem. Em cada caso é apresentado o caso clínico, em seguida é indicado o registro multiaxial
e, por fim, são feitos alguns comentários adicionais.

CASO CLÍNICO NÚMERO 1


Marina tem 9 anos, cursa a 4ª série de uma escola pública da província de Buenos Aires e é
encaminhada pela assistência social ao Serviço de Psicopedagogia do Hospital H. Foram aplicados os
testes de Rorschach, Bender e Wisc, que não indicaram presença de transtornos de personalidade ou
retardo mental. Sua inteligência é proporcional à sua idade.
Ela sofre de otite crônica que a obriga a fazer tratamento em uma instituição distante de sua casa, o
que faz com que, segundo sua mãe, ela precise faltar à escola com frequência. O tratamento foi
interrompido diversas vezes porque não puderam chegar devido a problemas de transporte. Marina
mora com os pais e uma irmã mais velha em Adrogué, e eles são de origem humilde. Eles moram em
um bairro onde supostamente moram criminosos, que ameaçam os demais moradores, todos
trabalhadores.
Seu pai está atualmente desempregado e recebe um subsídio muito escasso, e sua mãe ajuda no
sustento da casa trabalhando como empregada doméstica.
Marina é muito tímida e, segundo a mãe, tem muita dificuldade de interagir com os demais alunos.
Marina diz que se sente inferior a eles e que isso às vezes lhe causa ansiedade. O motivo da consulta
da mãe é o “caderno desastroso” da filha e sua dificuldade em fazer as tarefas escolares em casa.
Avisada pela professora que iria repetir de série, a mãe pediu ajuda à assistência social e foi
encaminhada para uma psicopedagoga de um serviço hospitalar.
Os cadernos de Marina revelaram erros ortográficos e graves falhas na organização gramatical das
frases. Os escritos do ditado revelam uma caligrafia pouco clara e nenhum respeito pelas linhas. Ele
reclama e sofre porque não consegue fazer um caderno ‘limpo’ como o dos colegas, de idade,
escolaridade e inteligência idênticas, segundo a professora. Alguns colegas a ‘carregam’ e tendem a
segregá-la do grupo, o que a faz sofrer ainda mais.
Há três meses ela faz tratamento psicopedagógico e a menina, embora ainda não tenha conseguido
melhorar significativamente seu caderno, se dá melhor com os colegas e até se tornou amiga de um
deles. O problema de Marina começou no início do ano e, segundo a mãe, quando o pai foi demitido do
emprego porque a empresa onde trabalhava como pedreiro jornaleiro fechou.

DIAGNÓSTICO MULTIAXIAL DO CASO CLÍNICO NÚMERO 1


Eixo I: Transtorno da expressão escrita
Eixo II: Sem diagnóstico
Eixo III: Otite crônica
Eixo IV: Conflitos com colegas. Conflitos com vizinhos. Ajuda socioeconómica insuficiente. Falta de
transporte para os serviços de saúde.
Eixo V: 55 (ano anterior). 62 (atual).

CASO CLÍNICO NÚMERO 2


Rocío tem 10 anos e 3 meses. Sua mãe conta que ele cursou o ensino fundamental até o ano passado
na escola de sua cidade natal, e que agora que se mudaram ele começou a quinta série em uma escola
municipal de Buenos Aires. Rocío tem outros dois irmãos homens mais novos que ela, que frequentam
a mesma escola.
Trinta dias após o início das aulas, ela foi encaminhada ao serviço de psicopedagogia do distrito, e a

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professora relatou que a menina fala e lê mal: “ela come o s final, usa uma letra na outra”, etc. A mãe
diz que Rocío sempre foi assim, e seu marido e ela pensaram que ela iria superar isso quando
crescesse, porque a mesma coisa havia acontecido com outra menina que conheciam.
A professora ressalta que a dificuldade de fala de Rocío também faz com que ela leia mal, embora ela
escreva relativamente bem e entenda muito do que lê. Sua dificuldade para falar faz com que ela se
sinta mal na escola por não conseguir se fazer entender pelos colegas e, às vezes, sua mãe a pega
chorando silenciosamente. Ela foi examinada por um neurologista há dois anos e está perfeitamente
normal.
No serviço de psicopedagogia foi realizado um teste de inteligência, resultando em QI = 62, e
considerou-se que seu problema de fala não poderia ser atribuído a esse baixo QI. Este QI permite
explicar suas dificuldades na compreensão de problemas e histórias aritméticas.
Rocío é uma menina fisicamente saudável e sua mãe diz que a mudança parece tê-la incomodado
muito porque ela não vai à escola com o mesmo prazer de antes e sempre sente falta dos antigos
colegas. Porém, ela fez amizade com uma vizinha que mora no outro quarteirão e a quem vai visitar
todas as tardes.

DIAGNÓSTICO MULTIAXIAL DO CASO CLÍNICO NÚMERO 2


Eixo I: Desordem fonológica
Eixo II: Retardo mental
Eixo III: Sem diagnóstico
Eixo IV: Mudança de domicílio
Eixo V: 60 (corrente)

CASO CLÍNICO NÚMERO 3


Nicolás deixou a escola há dois anos, tem atualmente 12 anos e mora com a mãe e os irmãos. A mãe
trabalha o dia todo e não tem tempo de acompanhar o filho à escola. Seus problemas de
comportamento começaram na época em que seus pais se separaram, há um ano e meio,
acontecimento que obrigou a mãe a trabalhar ainda mais e a negligenciar os filhos. Sua mãe o enviou
ao tio materno para ajudá-lo em sua tarefa e aprender com ele o ofício de sapateiro. Porém, Nicolás
nem sempre vai com o tio, e fica na rua com um bar.
A família de Nicolás pertence à classe média baixa e mora em um bairro humilde da periferia, embora
não seja uma “aldeia”. Os pais das outras crianças já lhe disseram várias vezes que Nicolás briga
muito e “intimida” alguns meninos, alguns dos quais ele até bateu com uma pedra. Além disso, ele foi
visto em diversas ocasiões quebrando vidros de carros para roubar qualquer objeto que visse dentro.
Isso gerou diversas brigas com os vizinhos, e a mãe diz que não sabe mais o que fazer e por isso o
levou ao hospital, encaminhando-o para o serviço pediátrico, de onde o encaminharam para uma
psicóloga.
A mãe afirma que a criança nunca teve problemas de saúde e conta que a professora lhe disse que,
embora tivesse boa inteligência, Nicolás tinha, além do mau comportamento, sérias dificuldades em
somar números de dois dígitos, e que quando lia em voz alta alto Alta substituiu algumas letras por
outras e não pronunciou outras, tornando-se às vezes ininteligível. Por esses motivos, corria sério risco
de repetir o ano, embora sua evasão nada tivesse a ver com essas dificuldades.

DIAGNÓSTICO MULTIAXIAL DO CASO CLÍNICO NÚMERO 3


Eixo I: Transtorno de conduta
Eixo II: Sem diagnóstico
Eixo III: Sem diagnóstico
Eixo IV: Distúrbios familiares devido à separação
Eixo V: 48
CASO CLÍNICO NÚMERO 4

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Consulta em novembro de 1984, aos 2 anos e 9 meses, encaminhada por psicóloga por falta de
desenvolvimento de linguagem, comportamento hiperativo e agressivo. Segundo os pais, Gustavo
começou a apresentar esses sintomas com um ano e meio de idade, coincidindo com o nascimento de
um primo e a gravidez da mãe; Eles aceitam que ele era um bebê hiperativo.
Pai com sequelas de poliomielite. Nascido de gravidez e parto normais, recém-nascido normal.
Caminhava aos 16 meses e ainda não tinha controle esfincteriano e balbuciava apenas alguns
monossílabos ou sons ininteligíveis. Exame neurológico normal, radiografia de crânio normal, fundo
normal. EEG normal. Potenciais evocados auditivos normais. Ele havia sido medicado por um
neurologista com CMZ, o que teve efeito paradoxal.
Devido ao seu comportamento, falta de linguagem e dificuldades lúdicas, a impressão do psicólogo era
a de uma criança psicótica; entretanto, durante nossa consulta a criança se comportou mais como um
DCM. Diante da suspeita do profissional encaminhador, nenhuma medicação foi instituída.
Aos 3 anos e 2 meses ele controla os esfíncteres e desenvolve a linguagem gestual. A sugestão de
apoio à fala é adiada pelo psicoterapeuta primário. Inicia-se o jardim de infância de 3 anos, onde
segundo relato da professora ocorre a integração correta. As deficiências permanecem na linguagem e
a falta de jeito motora torna-se evidente no exame neurológico, enquanto a hiperatividade diminui
ligeiramente.
Em 1986 começou a trabalhar com uma fonoaudióloga que considerava o atraso de linguagem algo
simples e com bom prognóstico; Porém, naquele ano, ficaram evidentes suas dificuldades na horta,
com graves problemas de atenção e motricidade. Pensando em um DCM, ele é medicado com Deanol.
Em 1987, voltou a estudar em uma turma de 4 anos, com melhoria gráfica e de linguagem. Embora
este último passe para o diagnóstico fonoaudiológico de atraso simples, parece ser um déficit de
programação fonológica do tipo cortical. Continua em psicoterapia e é sugerido apoio psicopedagógico.
Em 1988, começou a pré-escola; Em abril, após um comentário da mãe, ficou evidente o que até então
era um segredo zelosamente guardado: a existência de outros atrasos na família. É solicitado um
estudo genético que relate a fragilidade do cromossomo X. Observando a árvore genealógica da
família, percebe-se a aleatoriedade da distribuição do retardo, com transtornos mentais variáveis,
todos do sexo masculino. Neste caso a transmissão parece originar-se através do avô materno, o que
indica a forma confusa como esta síndrome se apresenta.
Esta árvore está inacabada, pois estão sendo feitos esforços para realizar estudos genéticos em
parentes diretos e indiretos para finalmente revelar este segredo guardado zelosamente e
injustificadamente.
A criança continua melhorando lentamente sua hiperatividade, atenção, habilidades motoras e
linguagem. Oferece psicoterapia, fonoaudiologia e psicopedagogia. Ele é promovido para a 1ª série e
atualmente procura a escola certa para ele.

DIAGNÓSTICO MULTIAXIAL DO CASO CLÍNICO NÚMERO 4


Eixo I: Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.
Transtorno fonológico (não é devido a retardo mental, pois progride posteriormente)
Eixo II: Retardo mental.
Eixo III: Nenhum.
Eixo IV: Sem dados.
Eixo V: EEAG=0
COMENTÁRIOS AO CASO CLÍNICO NÚMERO 4.- Tallis apresenta esta condição como retardo mental. “A
variabilidade de apresentação do quadro pode ser ilustrada na história de Gustavo com sintomas iniciais de
comprometimento de linguagem, e comportamentos psicóticos, para posteriormente aparecer como uma MCD
(Disfunção Cerebral Mínima), com comportamentos hipercinéticos e nível mental levemente afetado.
Fonte: Tallis J. e Soprano A., "Neuropediatria, neuropsicologia e aprendizagem", Nueva Visión, Bs. Como., 1991.

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CASO CLÍNICO NÚMERO 5
Luis é uma criança sem antecedentes pessoais significativos, cujo pai é epiléptico e apresenta crises
generalizadas tônico-clônicas e de ausência. Tanto a tia paterna quanto o avô são epilépticos do tipo
G. Mal.
Consultou em agosto de 1983, aos 9 anos, por estado de ausência pelo qual foi admitido no nosso
serviço. Sua doença começou quando ele tinha dois anos e seus ataques nunca foram completamente
suprimidos. Recebeu Etossuximida e Clonazepam. Perto da consulta, foi-lhe prescrito Fenobarbital
(FB), o que aparentemente precipitou a crise de estado. O CE é suspenso e o paciente permanece em
uso de Etossuximida e Ácido Valpróico (VA), gerando o estado de ausência.
Esta medicação é continuada e suas convulsões diminuem de quatro para cinco crises por dia até
desaparecerem completamente após 8 meses de tratamento. Os EEG mostram descargas típicas de
ondas de pico durante a hiperventilação até um ano após o desaparecimento das crises clínicas,
embora pequenas ausências não detectadas pelos pais e professores não possam ser descartadas. As
dosagens de Etossuximida e AV estão em faixas terapêuticas.
No período de desaparecimento das crises, na 4ª série, um relato da professora indica elementos de
comprometimento de aprendizagem e emocionais: “aprendizagem regular, às vezes quase deficiente
com baixo desempenho. Ele é uma criança muito distraída, o que o prejudica consideravelmente.
“Relacionamento cordial com os colegas, muito tímido, chora quando seus erros lhe são apontados.”
A normalização do EEG, alcançada no 5.º ano, coincide com uma melhoria do seu desempenho
escolar; neste momento o AV está suspenso.
No 6º e 7º ano não há crise e há um bom aprendizado.
Em 1987 iniciou a escola industrial com 3 anos sem crises clínicas e 2 com EEG normal. Depois de um
bom início, em junho ocorre uma deterioração do desempenho que coincide com a separação dos pais
e o reaparecimento de descargas típicas de picos durante a hiperventilação, sem manifestações clínicas
aparentes. Repita o ano.
Em março de 1988, com a reconstituição do casal, voltaram à consulta, a Etossuximida foi substituída
pela AV. O último controle foi realizado em agosto de 1988, não houve faltas, seu desempenho escolar
foi satisfatório e o OVO apresentou apenas ondas lentas durante a hiperventilação.

DIAGNÓSTICO MULTIAXIAL DO CASO CLÍNICO NÚMERO 5


Eixo I: Sem dados.
Eixo II: Nenhum.
Eixo III: Epilepsia (Petit Mal)
Eixo IV: Distúrbios familiares devido à separação.
Eixo V: EEAG=0.
COMENTÁRIOS AO CASO CLÍNICO NÚMERO 5.- Tallis apresenta esta condição como epilepsia. "La discusión se
plantea no en cuanto a la presencia de trastornos atencionales durante las crisis de ausencia, sino de la persistencia
de los mismos fuera de ellas, ya sea por descargas de punta-onda sub-clínicas o por inhibiciones secundarias de
procesos relacionados con a atenção.
A história clínica mostra a complexidade dessa discussão.
Não há dúvida de que embora esta criança apresentasse crises frequentes ou estado de ausência, as suas
dificuldades de aprendizagem eram correlacionáveis com uma alteração de atenção decorrente da sua doença: isto
é apontado pela professora, embora o seu relato também indique a presença de uma constituição emocional
alterada. . Não está claro se a queda subsequente no desempenho se deve a ausências não detectadas, crises
elétricas ou distúrbios emocionais resultantes da ruptura do casal parental, embora não possamos descartar que
esta alteração emocional precipite a exacerbação do EEG.
A recuperação da aprendizagem levanta as mesmas questões: é a medicação, a melhoria do EEG ou a
reconstituição do casal e qual a influência desta última na melhoria da doença?
Como vemos nesta história, e noutras, é necessária uma abordagem global à criança e ao seu ambiente antes de
atribuir problemas a aspectos específicos da doença. Por outro lado, o nosso histórico de casos mostra-nos que a
maioria dos pacientes bem controlados com Petit Mal têm uma aprendizagem satisfatória”.
Fonte: Tallis J. e Soprano A., "Neuropediatria, neuropsicologia e aprendizagem", Nueva Visión, Bs. Como., 1991.

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CASO CLÍNICO NÚMERO 6
José Manuel é um menino de onze anos e nove meses que vem à consulta porque está dois anos
atrasado. Começou a estudar aos cinco anos de idade, numa escola bilíngue, onde teve dificuldade em
aprender a ler. Aos sete anos ele era apenas um aluno comum. Depois sofreu um quadro coreico que o
manteve acamado durante três meses e que se tornou crônico. Os movimentos coreicos, segundo os
pais, evoluíram na forma de tiques crônicos, dos quais há muitas histórias familiares.
Atualmente a criança tem o maior problema com a matemática e é autoconsciente. Seus hobbies são
pintar, desenhar, ler história, mineralogia, etc. Seu conhecimento humanístico contrasta com sua
dificuldade em matemática. No caráter, é uma criança adaptada ao ambiente familiar, talvez um pouco
agressiva. Tem poucos amigos para a sua idade, “porque se aposenta em vez de procurá-los”, e se
sente mais confortável com pessoas mais velhas.
Ele é filho único. Ele cresceu muito saudável até a Coreia. Sempre foi desajeitado nas atividades
psicomotoras; Hoje ainda inverte palavras e sílabas. Ele é, como seu pai, canhoto. Os pais são pintores
e, como artistas, deram-lhe uma educação liberal. O pai se identifica com o filho porque, além de
canhoto, considera-se lento em aprender as coisas; Para a matemática foi um verdadeiro desastre.
“Então aprendi em sete dias o que não aprendi em sete anos.” José Manuel gosta muito de desenho e
pintura, onde apresenta resultados brilhantes.
Durante o exame psicológico encontramos uma criança cooperativa. Sua expressão verbal não é muito
fluida; Falta ritmo e fala como golpes. Ele tem múltiplos tiques que se acentuam quando discutimos
temas conflitantes ou quando tem que realizar tarefas que exigem concentração. Quanto aos seus
fracassos escolares, acentuam as suas dificuldades em matemática e o seu mau relacionamento com
os professores, pelos quais se sente muito culpado. O que ele menos gosta é de matemática e
linguagem. Narra sonhos com conteúdo francamente persecutório. Seu comportamento é muito
instável.
Seus desenhos são equilibrados e de grande qualidade artística. Em suas projeções destacam-se uma
relação castradora com a figura materna e dificuldades de identificação com a figura paterna.
No WISC ele obtém um QI total de 115, sendo 101 no verbal e 124 no manipulativo. Há dificuldade em
se expressar verbalmente. Suas pontuações mais baixas são “compreensão”, “aritmética” e “chaves”,
com grandes discrepâncias de até 13 pontos entre os diversos subtestes.
Nos testes psiconeurológicos, Bender estima a maturação visomotora, ainda lenta, adequada à sua
idade. Os testes de lateralidade de Galifret-Granjon, mesmo dentro dos limites do ambidextrismo,
estimam um predomínio canhoto do olho e da mão, e um predomínio destro do pé. No teste de
orientação espacial Piaget-Head encontrou dificuldades em reconhecer a posição dos objetos no espaço
em relação uns aos outros, invertendo a posição esquerda-direita. Os testes de ritmo Mira-Stamback
não mostram anormalidades.
O Rorschach avalia uma atitude intratensiva, racionalizadora, de oposição e conflitos psicológicos com
as figuras parentais. Tudo isso aliado a um eu forte e com boa capacidade de adaptação.

DIAGNÓSTICO MULTIAXIAL DO CASO CLÍNICO NÚMERO 6


Eixo I: Transtorno de leitura, cálculo e expressão escrita.
Eixo II: Nenhum.
Eixo III: Coreia.
Eixo IV: Sem informação.
Eixo V: EEAG=60.
COMENTÁRIOS SOBRE O CASO CLÍNICO NÚMERO 6.- Monedero comenta: “Aqui podemos ver uma criança com
dificuldades na escola praticamente desde o momento em que entra na escola. O papel desempenhado pela Coreia
é difícil de definir, embora seja certamente secundário. Há dificuldades na área de linguagem, coordenação motora
– instabilidade e tiques -, lateralidade e falha, além de aritmética, em tonalidades, o que estaria relacionado à
memória visual imediata e à velocidade motora.
Existem também problemas emocionais que, acentuando todas essas disfunções, parecem provocar uma rejeição à
escolarização. A criança tenta fugir do mundo escolar, que tanto valoriza o verbal, para se refugiar no mundo de
sua casa, onde prevalece o figurativo. “Não devemos esquecer a incidência familiar de certos sintomas”.
Fonte: Monedero C., "Psicopatologia Evolutiva", Labor Universitaria, Barcelona, 1982.
CASO CLÍNICO NÚMERO 7

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Macarena tem sete anos e dez meses e chega à consulta por insuficiência de rendimento escolar. Seus
pais a descrevem como uma garota normal, talvez um tanto infantil para sua idade. Ele apresenta
enurese noturna primária e, de tempos em tempos, tiques.
Ela nasceu após uma gravidez de 8 meses e pesava 2.500 g. Os padrões psicomotores desenvolveram-
se normalmente. Aos três anos nasceu sua próxima irmã: ela reagiu com ciúmes, inveja e atitudes
agressivas.
Na escola dizem que ele tem alguns sinais de dislexia. Ele está piorando em inglês, embora antes fosse
melhor nisso e na escrita. Se os pais a forçarem a prestar atenção, ela se sairá melhor. De qualquer
forma, ele parece estar atrasado na escola em quase tudo. Ela é uma menina muito superprotegida e
egocêntrica que teve dificuldade em se adaptar à escola. Os pais ressaltam que a menina demonstra
grande inteligência para a vida, o que contrasta com sua escolaridade desajeitada. A mãe é uma
personalidade instável que está em tratamento com antidepressivos e vivencia com grande ansiedade
a anorexia de outro de seus filhos.
Durante o exame psicológico, encontramos uma menina harmoniosa e ativa, que parecia adequada à
situação, embora um tanto infantil para sua idade. A linguagem está desenvolvida corretamente e a
leitura é adequada para sua idade. A escrita apresenta sinais disgráficos, como inversões de direção e
mudanças fonéticas. Sua coordenação motora está correta, mas ele fica desorganizado quando escreve
mais rápido. Ele explica os tiques no nariz dizendo que faz isso porque seu nariz coça e porque ele não
o coça.
Seus desenhos são bem estruturados e proporcionados para sua idade, sem elementos conflitantes
evidentes em suas projeções. Nas provas projetivas – Duss, Three Wishes e CAT-H – ele projeta sua
rivalidade fraterna, a experiência de perda ou vazio interior e o desejo de compensação.
O WISC estima um QI total de 108, com 109 na escala verbal e 104 na escala manipulativa. Suas
pontuações mais altas estão em "semelhanças", das quais se pode deduzir uma capacidade de
raciocínio lógico-abstrato no nível de uma criança de dez anos, e as mais baixas em "números
incompletos", que a situam no nível de uma criança de seis anos. , o que pode estar apontando para a
existência de um problema de percepção, concentração e atenção.
Nos testes psiconeurológicos são estimados o ambidextrismo e a lateralidade olho-mão cruzada
(Galifret-Granjon). Sua orientação direita-esquerda -Piaget-Head- é ligeiramente inferior à sua idade.
A sua velocidade motora é superior aos limites médios para a sua idade e as provas de ritmo - Mira -
Stamback - apresentam irregularidades em termos de velocidade excessiva e brusquidão. O Bender a
coloca no limite inferior da faixa média de sua idade, correspondendo a uma maturação viso-motora de
seis anos e seis meses.
O Rorschach apresenta um nível intelectual médio e alguns conflitos em relação à figura materna.

DIAGNÓSTICO MULTIAXIAL DO CASO CLÍNICO NÚMERO 7


Eixo I: Distúrbios da escrita
Eixo II: Nenhum
Eixo III: Enurese noturna primária
Eixo IV: Menina superprotegida no ambiente familiar
Eixo V: EEAG=0
COMENTÁRIOS SOBRE O CASO CLÍNICO NÚMERO 7.- Monedero comenta: “O caso de Macarena parece caber no
diagnóstico de disgrafia. Seus QIs verbais e manipulativos são análogos, mas existem discrepâncias entre os
subtestes que nos apontam para dificuldades perceptivas. Os testes psiconeurológicos também apontam para
imaturidade. Há também dificuldades de controle psicomotor, como mostram seus tiques. “Assim como no caso
anterior, há todo um conflito que ajuda a estabelecer o quadro”.
Fonte: Monedero C., "Psicopatologia Evolutiva", Labor Universitaria, Barcelona, 1982.

CASO CLÍNICO NÚMERO 8

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Federico tem dez anos e quatro meses e procura a consulta por problemas de linguagem e
desempenho escolar insuficiente. Ele desenvolveu a linguagem muito tarde. Por volta dos cinco anos
de idade, ele começou a ter dificuldade em falar. Aos seis anos já lia bem, mas sempre foi muito
desajeitado para escrever e desenhar. Ele é muito ruim em coisas manuais e fica muito feliz quando
obtém alguns resultados nessa área.
Os pais o descrevem como uma criança independente, irascível e, em geral, bem adaptada ao
ambiente familiar e escolar. Parece que ela sofria de anoxia de parto. Teve enurese diurna até os cinco
anos e enurese noturna até os sete. Ele estava em tratamento de reeducação para dislexia.
Na escola, ele tira notas melhores em matemática e piores em ciências naturais e linguagem.
Durante o exame psicológico encontramos uma criança que parecia simpática, sorridente e
cooperativa. Na linguagem apresenta paradas tônico-clônicas, que interrompem seu curso; Às vezes as
prisões são tão intensas que temos dificuldade em entender o que ele está dizendo. É uma gagueira. A
sua expressão verbal é, no entanto, correta do ponto de vista fonético e gramatical.
Observa-se falta de coordenação na escrita, resquícios de um quadro disgráfico. Seu nível de leitura é
adequado para sua idade. Ele não expressa temas psicológicos conflitantes, exceto aqueles criados por
suas dificuldades de linguagem.
Os desenhos que faz são muito infantis para a sua idade e pouco coordenados. Traços obsessivos e
perfeccionistas podem ser vistos na família de Corman. Quem se relaciona melhor, segundo suas
projeções, é o pai e o filho. Também projeta medos em relação à figura materna, que, em outro
desenho, retrata sem braços.
Os conflitos com a figura materna também parecem confirmar-se nas fábulas de Duss e do CAT-H. Ele
percebe que sua mãe não lhe fornece o apoio emocional que ele exige, o que dá origem a experiências
agressivas e autodestrutivas.
No WISC ele tem um QI de 82, com pontuação verbal de 88 e pontuação manipulativa de 79. Numa
análise entre testes, verificam-se diferenças significativas, com níveis de aproveitamento variando
entre os 6 e os 14 anos. A melhor pontuação é em “aritmética” e a pior, já abaixo da média, em
“informação”, “vocabulário”, “quadrinhos” e “quebra-cabeças”. Neste último teste, que mede memória
de forma, orientação espacial e estruturação, o seu desempenho corresponde ao de seis anos. Suas
dificuldades de linguagem o colocam em situação conflituosa diante de testes verbais, apresentando
sinais de insegurança, ansiedade e negatividade. A lentidão e a falta de jeito psicomotora na hora de
organizar as provas em tempo limitado influenciam, sem dúvida, negativamente os resultados da
escala manipulativa. A Raven General Scale colocou-o no percentil 50.
Nos testes psiconeurológicos encontramos maturação viso-motora adequada à sua idade -Bender-;
uma orientação direita-esquerda -Piaget-Head- correspondente a um nível de nove anos, consequência
de uma lateralização deficiente do esquema corporal que não é compensada intelectualmente; Nos
testes de lateralidade - Galifret-Granjon - observa-se ambidextrismo olho-mão e predomínio destro em
membros inferiores com grande falta de jeito; Seus movimentos, dentro da categoria ambidestro,
correspondem aos 7 anos; Nas provas de ritmo -Mira- Stamback- estima-se um nível correspondente a
7 anos.
Os testes psicomotores -Pic-Vayer- oferecem um nível de coordenação manual de 8 anos, sendo mais
precisos quando realizados com a mão esquerda do que com a direita. A coordenação dinâmica geral
também está no nível de 8 anos. No controle postural e equilíbrio pode atingir o nível de 9 anos;
Porém, ele faz o nível de 8 anos com dificuldade, pois esse nível exige ficar na ponta dos pés.
O Rorschach mostra uma inibição neurótica do pensamento e uma tendência a fugir para fantasias.
Seu tipo experiencial é limitado e sua adaptação ao meio ambiente é muito reduzida. Existem também
traços do tipo depressivo, insegurança e ansiedade.

DIAGNÓSTICO MULTIAXIAL DO CASO CLÍNICO NÚMERO 8


Eixo I: Gagueira
Eixo II: Nenhum

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Eixo III: Nenhum
Eixo IV: Sem informação
Eixo V: EEAG=0
COMENTÁRIOS DO CASO CLÍNICO NÚMERO 8.- Monedero comenta: “Federico apresenta uma rica sintomatologia.
Encontramos alterações na área verbal - gagueira - e na área psicomotora importantes o suficiente para justificar
suas dificuldades escolares. O QI estimado pelo WISC não corresponde às suas verdadeiras possibilidades
intelectuais, uma vez que tanto as suas dificuldades verbais como as de manipulação aumentam muito o seu tempo
de conclusão; Assim, em outro teste como o Raven, em que a incidência desses fatores é limitada, sua pontuação é
média.
A gagueira, como neste caso, geralmente coincide com má lateralização, organização espacial e mau senso de
ritmo. O seu melhor desempenho em matemática é claramente refletido nos testes. As baixas pontuações em
“informação” e “vocabulário” respondem, sem dúvida, tanto às suas dificuldades verbais como às experiências
conflituosas envolvidas em qualquer processo de comunicação. As baixas pontuações em “quadrinhos” e “quebra-
cabeças”, além da fraca compreensão das situações sociais, revelam sua organização espacial imperfeita. Tanto os
testes psiconeurológicos como os psicomotores reflectem de forma contundente as alterações de organização
espacial, psicomotora e rítmica, que justificam o quadro disgráfico e a falta de jeito motora que sempre apresentou.
A condição, como um todo, poderia ser diagnosticada como disfunção cerebral mínima, pois embora não saibamos
da existência de algum insulto cerebral específico, existem antecedentes compatíveis com ela e, sobretudo, os
sintomas encontrados são os de uma criança com lesão cerebral. dano.
Há também todo um conflito emocional, não sabemos se é condição de alguns aspectos do quadro ou apenas
resultado dele, o que diminui ainda mais o desempenho da criança.”
Fonte: Monedero C., "Psicopatologia Evolutiva", Labor Universitaria, Barcelona, 1982.

CASO CLÍNICO NÚMERO 9


Fernando é uma criança de sete anos e dez meses que procura a consulta devido a distúrbios
comportamentais e mau desempenho escolar. Os pais o descrevem como uma personalidade instável,
egocêntrica e desadaptativa. Sempre demonstrou certo atraso intelectual, embora, ao mesmo tempo,
surpreenda com suas observações contundentes ou inadequadas para sua idade. Ele tem
relacionamentos ruins com as outras crianças porque não aceita suas regras de brincadeira. É
carinhoso com os mais velhos e sempre demonstrou predileção pelo pai.
A gravidez e o parto foram normais. Por volta dos sete meses começou a ter um caso grave de
bronquite que demorou um ano para ser curado. Até os três anos, quando fez uma cirurgia de
amigdalite, só comia leite e biscoitos. Embora aos 9 meses já conseguisse ficar de pé, só andou aos 16
meses, pois, segundo seus pais, tinha medo dos golpes que dava a si mesmo. As primeiras palavras
apareceram aos dois anos de idade, mas só aos quatro é que ele não disse frases completas. Ele não
passou no primeiro EGB.
A mãe considera-se uma personalidade normal, embora, como tem cinco filhos, perca frequentemente
a paciência. O pai é uma personalidade muito autocontrolada, que fica muito angustiado com os
problemas que os filhos colocam.
Durante o exame psicológico encontramos uma criança instável, que falava espontaneamente e
tentava tomar a iniciativa. Sua sintonia emocional, embora mutável, é boa e com traços hipomaníacos.
Você fica deprimido e ansioso facilmente quando encontra dificuldades para concluir uma tarefa. Há
perseverança nos temas que trata e seu comportamento geral, mesmo com traços de acuidade
oportuna, não pode ser descrito como inteligente. A linguagem está desenvolvida corretamente e a
leitura é adequada à sua idade. Na escrita podem ser observados múltiplos sinais disgráficos, como
inversões, junção de palavras, combinação de letras maiúsculas e minúsculas e, em geral, grande falta
de coordenação e uniformidade. Má coordenação e desproporção também podem ser vistas nos
desenhos. Valorizado como um teste de inteligência, estima uma idade mental de cinco anos e nove
meses.
Nas Fábulas de Duss ele projeta seu desejo de ser cuidado, a dificuldade de desenvolver rivalidade
fraterna e seu desejo de compensar seus sentimentos de abandono, que se tornam mais evidentes em
CAT-H.
No WISC ele obtém um QI total de 81, sendo 90 no verbal e 75 no manipulativo. Seu fraco
desempenho em testes manipulativos parece ser devido à má coordenação visual-motora e à
organização perceptual inadequada. Nos “cubos” e “chaves” suas pontuações correspondem
aproximadamente a cinco anos. Em “informação” e “vocabulário” obtém pontuações adequadas à sua
idade.

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Várias alterações são observadas nos testes psiconeurológicos. No Bender você obtém uma pontuação
correspondente à maturação viso-motora de uma criança de 5 anos e meio. Existem sinais de
impulsividade e ansiedade, bem como indicadores de possíveis lesões cerebrais. Nos testes de
lateralidade Galifret-Granjon apresenta índice de predominância manual dentro dos limites do canhoto,
com predomínio ocular destro, possuindo portanto lateralidade cruzada. Ao nível dos membros
inferiores o predomínio é destro. Na bateria de orientação direita-esquerda Piaget-Head obteve
pontuação específica para os 6 anos de idade sem discrepâncias nos diversos subtestes.
O registro eletroencefalográfico foi normal.
No Rorschach encontra-se um tipo de personalidade com baixo nível de estruturação e controle, o que
impede um melhor contato com o mundo exterior, com predomínio de mecanismos hipomaníacos e
fatores de instabilidade.

DIAGNÓSTICO MULTIAXIAL DO CASO CLÍNICO NÚMERO 9


Eixo I: Disgrafia
Eixo II: Nenhum
Eixo III: Possível lesão cerebral
Eixo IV: Conflitos com colegas.
Eixo V: EEAG=0
COMENTÁRIOS SOBRE O CASO CLÍNICO NÚMERO 9.- Monedero comenta: “Este caso se enquadra no diagnóstico de
disfunção cerebral mínima e apresenta mau desenvolvimento da linguagem e das funções psicomotoras.
Atualmente os resultados são mais baixos nas áreas manipulativa e psiconeurológica, o que se traduz em
dificuldade na escrita e no desenho. As pontuações relativamente altas nos testes verbais fazem com que os pais
enfatizem a sua “acuidade” nesta área. O seu défice verbal parece ter sido largamente compensado e tanto a sua
expressão linguística como a sua capacidade de leitura não parecem estar alteradas.
“As alterações comportamentais dessa criança fazem com que o ambiente escolar rejeite ainda mais a sua
integração”.
Fonte: Monedero C., "Psicopatologia Evolutiva", Labor Universitaria, Barcelona, 1982.
CASO CLÍNICO NÚMERO 10
Daniel está perto de completar 17 anos quando chega à clínica porque já repetiu o quarto ano e não
vai bem nos estudos. Saiu em seis disciplinas em dezembro e em duas em março. Em dezembro ele
aprova apenas um, o que o leva a sete em março. Ele é reprovado nos dois primeiros, e não passa nos
demais porque já estava repetindo o ano.
Quanto ao seu histórico escolar, durante o ensino fundamental foi aluno regular. Nas 4ª, 5ª e 6ª
séries, as disciplinas foram cursadas para março, principalmente Linguagem. No primeiro, segundo e
terceiro ano do ensino médio foi reprovado em muitas matérias, e sempre teve que fazer exames
prévios.
Daniel diz que as matérias que mais gosta são aquelas que “não precisam ser estudadas”, como
matemática, física ou química, porque ele as entende nas aulas. Por outro lado, não gosta de história,
língua, literatura, instrução cívica, etc., nas quais tem maiores dificuldades.
Seus pais se separaram há cerca de três anos. Seus dois irmãos mais velhos que estudam e trabalham
(uma mulher de 24 anos e um homem de 22 anos) foram morar com o pai. Daniel foi morar com a
mãe na casa da avó materna. Como Daniel não se dava bem com a avó, a mãe decidiu alugar um
apartamento, onde ela e Daniel moram há dois anos e meio.
A mãe é filha única e possui formação universitária; O pai tem o ensino secundário. Atualmente ambos
têm companheiro, embora a mãe não more com o dela.
Os testes de diagnóstico operatório revelam que Daniel atingiu o pensamento formal, embora tenha
problemas para fundamentar verbalmente as suas respostas devido a dificuldades de linguagem (pobre
vocabulário, problemas de sintaxe, erros de conjugação verbal, etc.). O Weschler resultou em QI =
111 (96 na escala verbal e 119 na escala de execução).
Fatos significativos de sua história.- A mãe engravidou de seu filho Daniel quando passava por uma
situação econômica difícil e teve que cuidar de seu pai com câncer, que faleceu aos cinco meses de
gravidez. No contexto dessas dificuldades nasceu Daniel, que foi muito bem recebido.

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O filho não foi procurado mas foi acolhido e nunca houve dúvidas se o teria ou não. O parto foi normal,
embora a mãe relate que ele nasceu “meio roxo”, mas rapidamente saiu da situação graças à
intervenção médica oportuna.
Daniel sempre foi alérgico. Com um ano e meio teve pneumonia e desde então apresenta dificuldades
respiratórias (broncoespasmos e cansaço).
Ao ingressar no jardim de infância não tem dificuldades de adaptação, sendo muito querido por ser
muito sociável.
Segundo contaram à mãe, ele era um pouco imaturo para ingressar na primeira série, apesar disso o
obrigaram a começar. Justamente na primeira série surgem dificuldades e ele é encaminhado para
diagnóstico psicopedagógico. Ele não repetiu, mas "passou". Os estudos neurológicos nada revelaram,
embora, segundo a mãe, lhe falassem de um certo grau de imaturidade. Eles recomendaram o
tratamento, mas ele parou porque ocorreram melhorias após 2 ou 3 meses.
Ele continuou bem até a quarta série, quando começou a fazer exames. Ele sempre teve um professor
particular. Foi difícil para ele aprender a ler e suas dificuldades sempre apareceram na área da
Linguagem.
Nunca teve problemas de integração social na escola, era muito falante embora, segundo a professora,
um pouco distraído e relutante em fazer os trabalhos de casa.

DIAGNÓSTICO MULTIAXIAL DO CASO CLÍNICO NÚMERO 10


Eixo I: Desordem de cálculo
Eixo II: Sem diagnóstico
Eixo III: Sem diagnóstico
Eixo IV: Novo casamento de um dos pais. Abuso físico
Eixo V: EEAG = 65.

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