Você está na página 1de 2

d‭ everia‬‭reclamar‬‭com‬‭o‬‭vendedor,‬‭por‬‭ter‬‭negociado‬‭fora‬‭do‬‭Mercado‬‭Livre‬‭(Id‬‭12559660‬

‭-‬ ‭Pág.‬ ‭1).‬ ‭C.‬ ‭No‬ ‭caso‬ ‭concreto,‬ ‭a‬ ‭recorrente‬ ‭não‬ ‭comprovou‬ ‭minimamente‬ ‭que‬ ‭o‬
‭consumidor‬ ‭tivesse‬ ‭mantido‬ ‭contato‬ ‭direto‬ ‭com‬ ‭o‬ ‭vendedor‬ ‭para‬ ‭efetivação‬‭da‬‭compra.‬
‭Nesse‬ ‭quadro,‬ ‭configurada‬ ‭a‬ ‭defeituosa‬ ‭prestação‬ ‭do‬ ‭serviço‬ ‭(produto‬ ‭não‬ ‭entregue‬ ‭-‬
‭CDC,‬ ‭Art.‬ ‭14,‬ ‭§‬ ‭1º,‬ ‭I‬ ‭e‬ ‭II),‬ ‭responde‬ ‭a‬ ‭recorrente‬ ‭objetivamente‬ ‭pelos‬ ‭prejuízos‬
‭(pagamento‬ ‭de‬ ‭R$‬ ‭3.69,00)‬ ‭experimentados‬ ‭(risco‬ ‭da‬ ‭atividade‬ ‭empresarial),‬
‭especialmente‬ ‭porque‬ ‭ausente‬ ‭demonstração‬ ‭de‬ ‭qualquer‬ ‭circunstância‬ ‭apta,‬ ‭em‬ ‭tese,‬ ‭a‬
‭afastar‬‭a‬‭responsabilidade‬‭objetiva‬‭do‬‭recorrente‬‭(CDC‬‭-‬‭Art.‬‭14,‬‭§3º,‬‭I‬‭e‬‭II).‬‭Precedentes‬
‭TJDFT:‬‭6ª‬‭Turma‬‭Cível,‬‭Acórdão‬‭n.‬‭645568;‬‭3ª‬‭Turma‬‭Recursal,‬‭Acórdão‬‭n.‬‭728788.‬‭D.‬
‭Por‬ ‭fim,‬ ‭não‬ ‭constatado‬ ‭dolo‬ ‭processual‬ ‭ou‬ ‭conduta‬ ‭temerária‬ ‭à‬ ‭condenação‬ ‭da‬ ‭parte‬
‭recorrente‬ ‭por‬ ‭litigância‬ ‭de‬ ‭má-fé‬ ‭(pedido‬ ‭formulado‬ ‭em‬ ‭contrarrazões).‬ ‭IV.‬ ‭Recurso‬
‭conhecido‬‭e‬‭improvido.‬‭Sentença‬‭confirmada‬‭por‬‭seus‬‭próprios‬‭fundamentos.‬‭Condenada‬
‭a‬ ‭recorrente‬ ‭ao‬ ‭pagamento‬ ‭das‬ ‭custas‬‭processuais‬‭e‬‭dos‬‭honorários‬‭advocatícios‬‭fixados‬
‭em‬ ‭10%‬ ‭sobre‬ ‭o‬ ‭valor‬ ‭da‬ ‭condenação‬ ‭(Lei‬ ‭nº‬ ‭9.099/95,‬ ‭Arts.‬ ‭46‬ ‭e‬ ‭55).‬ ‭(TJ-DF‬
‭07139335720198070003‬ ‭DF‬ ‭0713933-57.2019.8.07.0003,‬ ‭Relator:‬ ‭FERNANDO‬
‭ANTONIO‬ ‭TAVERNARD‬ ‭LIMA,‬ ‭Data‬ ‭de‬ ‭Julgamento:‬ ‭10/12/2019,‬ ‭Terceira‬ ‭Turma‬
‭Recursal,‬ ‭Data‬ ‭de‬ ‭Publicação:‬ ‭Publicado‬ ‭no‬ ‭DJE:‬ ‭18/12/2019.‬ ‭Pág.:‬ ‭Sem‬ ‭Página‬
‭Cadastrada.) (grifo)‬

‭No‬‭mais,‬‭o‬‭art.‬‭18‬‭do‬‭Código‬‭de‬‭Defesa‬‭do‬‭Consumidor‬‭assevera‬‭que‬‭“‭o‬ s‬‭fornecedores‬‭de‬
‭p‬‭rodutos‬ ‭de‬ ‭consumo‬ ‭duráveis‬ ‭ou‬ ‭não‬ ‭duráveis‬ ‭respondem‬ ‭solidariamente‬ ‭pelos‬ ‭vícios‬ ‭de‬
‭qualidade‬ ‭ou‬ ‭quantidade‬ ‭que‬ ‭os‬ ‭tornem‬ ‭impróprios‬ ‭ou‬ ‭inadequados‬ ‭ao‬ ‭consumo‬ ‭a‬ ‭que‬ ‭se‬
‭destinam‬ ‭ou‬ ‭lhes‬ ‭diminuam‬ ‭o‬ ‭valor,‬ ‭assim‬ ‭como‬ ‭por‬‭aqueles‬‭decorrentes‬‭da‬‭disparidade,‬‭com‬‭a‬
‭indicações‬ ‭constantes‬ ‭do‬ ‭recipiente,‬ ‭da‬ ‭embalagem,‬ ‭rotulagem‬ ‭ou‬ ‭mensagem‬ ‭publicitária,‬
‭respeitadas‬‭as‬‭variações‬‭decorrentes‬‭de‬‭sua‬‭natureza,‬‭podendo‬‭o‬‭consumidor‬‭exigir‬‭a‬‭s‬‭ubstituição‬
‭das partes viciadas‬‭”.‬

‭Significa‬ ‭que‬ ‭a‬ ‭devolução‬ ‭do‬ ‭valor‬ ‭pago‬ ‭corrigido‬ ‭com‬ ‭as‬ ‭devidas‬ ‭correções,‬ ‭danos‬
‭materiais‬ ‭e‬ ‭danos‬ ‭morais,‬ ‭serão‬ ‭direcionadas‬ ‭a‬ ‭todos‬ ‭os‬ ‭demandantes,‬ ‭tendo‬ ‭em‬‭vista‬‭que‬‭todos‬
‭p‬‭articiparam‬ ‭da‬ ‭relação‬ ‭de‬ ‭consumo,‬ ‭consequentemente,‬ ‭respondem‬ ‭solidariamente‬ ‭perante‬ ‭ao‬
‭consumidor.‬

‭Em‬ ‭segundo‬ ‭momento,‬ ‭a‬ ‭inclusão‬ ‭da‬ ‭empresa-ré‬ ‭também‬ ‭se‬ ‭justifica‬ ‭já‬ ‭que‬ ‭a‬ ‭luz‬ ‭dos‬
‭princípios‬ ‭da‬ ‭celeridade‬ ‭processual,‬ ‭pois‬ ‭como‬ ‭parte‬ ‭integrante‬ ‭desta‬ ‭relação‬‭de‬‭consumo,‬‭visto‬
‭que também é remunerado pela intermediação do negócio.‬

‭Diante‬ ‭disso,‬ ‭a‬ ‭requerente‬ ‭pugna‬ ‭pelo‬ ‭reconhecimento‬ ‭da‬ ‭solidariedade‬ ‭entre‬ ‭os‬
‭requeridos,‬ ‭sendo‬ ‭ambas‬ ‭condenadas‬ ‭a‬ ‭ressarcir‬ ‭os‬ ‭valores‬ ‭pagos‬ ‭antecipadamente,‬ ‭além‬ ‭dos‬
‭danos morais que serão abordados no tópico subsequente.‬
‭d) DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO OUTRO REQUERIDO‬

‭A requerida identificada como‬‭C&A‬‭, deve ser também‬‭responsabilizada pelos danos‬


‭morais e materiais causados ao requerente.‬

‭Como já visto, o Código Civil, em seus arts. 186 e 927, estabelece que:‬
‭Art.‬ ‭186.‬ ‭Aquele‬ ‭que,‬ ‭por‬ ‭ação‬ ‭ou‬ ‭omissão‬ ‭voluntária,‬ ‭negligência‬ ‭ou‬ ‭imprudência,‬
‭violar‬ ‭direito‬ ‭e‬ ‭causar‬ ‭dano‬ ‭a‬ ‭outrem,‬ ‭ainda‬ ‭que‬ ‭exclusivamente‬ ‭moral,‬ ‭comete‬ ‭ato‬
‭ilícito.‬
‭Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica‬
‭obrigado a repará-lo.‬

‭O Código de Defesa do Consumidor, em seu art. 6º, VI, da mesma forma, garante:‬

‭Art. 6º São direitos básicos do consumidor:‬


‭[…]‬
‭VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,‬
‭individuais, coletivos e difusos‬

‭Como‬‭dito‬‭alhures,‬‭a‬‭requerida‬‭faz‬‭parte‬‭da‬‭relação‬‭consumerista,‬‭uma‬‭vez‬‭que‬‭atua‬‭como‬
‭intermediária‬ ‭entre‬ ‭o‬ ‭consumo‬ ‭de‬ ‭seus‬ ‭produtos‬ ‭e‬ ‭o‬ ‭efetivo‬ ‭pagamento‬ ‭a‬ ‭ser‬ ‭confirmado‬ ‭pelo‬
‭primeiro‬‭requerente‬‭(BANCO‬‭BRADESCO),‬‭por‬‭conseguinte,‬‭ambas‬‭empresas‬‭requeridas‬‭devem‬
‭ser‬ ‭responsabilizadas‬ ‭pelos‬ ‭danos‬ ‭ocasionados‬ ‭à‬ ‭parte‬ ‭autora,‬ ‭a‬ ‭situação‬ ‭de‬ ‭vulnerabilidade,‬
‭vexatória‬ ‭e‬ ‭humilhante‬ ‭uma‬ ‭vez‬ ‭que‬ ‭fazem‬ ‭parte‬ ‭da‬ ‭cadeia‬ ‭de‬ ‭produção‬‭e‬‭circulação‬‭dos‬‭produtos‬‭.‬
‭Cabendo aos requeridos provarem o contrário.‬

‭e) DA INEXISTÊNCIA DO DÉBITO‬

‭Dos‬ ‭fatos‬ ‭narrados‬ ‭depreende-se‬ ‭que‬ ‭o‬ ‭requerente‬ ‭não‬ ‭realizou‬ ‭as‬ ‭compras‬ ‭que‬ ‭foram‬
‭registradas‬‭em‬‭suas‬‭faturas‬‭e‬‭imposto‬‭o‬‭seu‬‭pagamento,‬‭razão‬‭pela‬‭qual‬‭inexiste‬‭qualquer‬‭alegação‬
‭débito em seu nome, conforme súmula 479 do STJ, nos exatos termos:‬

Você também pode gostar