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Construindo

raciocínio
clinico
Psicopatologia

Psicopatologia é uma palavra de origem grega,


sendo definida como o estudo das doenças
mentais no que se refere à sua descrição,
classificação, produção e evolução, servindo de
base à escolha da psicoterapia a ser adotada.
Semiologia:
A semiologia, tomada em um sentido geral,
e a ciencia dos signos.

Signo e um sinal
especial, sempre provido
de siginificação

A semiologia medica e psicopatológica foca nos


signos que indicam transtornos e patologias
Signo

1 Signo é o elemento nuclear da semiologia, ele é um tipo de sinal.

2 As artes em geral e todos os campos de conhecimento e


atividades humanas que incluam interação e a comunicação entre
dois interlocutores é um sistema de signos

3 Os signos de maior interesse para a psicopatologia são: Sinais e


Sintomas.
Sinais Sintom
as
Vivenc
is ias su
t am e n ta individ bjetiv
a
co m p o r uos, s s relat
Sinai s is p e la aquilo ua queixa ad as pel
e rif ic áv e s o s
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sujeito e narrat
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nica
Divisoes da Semiologia

cnica Semiogênise
Semioté
Campo de investigação da
Técnicas e origem dos mecanismos de
e sp e cífico s de
procedimentos produção , do significado do
rv açã o e co le ta s
obse valor diagnostico e clinico dos
s in as e s in to m a s .
de si ais e sintomas.
n3
d os s in t o m as .
Ex: descrição
Etapas do Diagnóstico

1 Caracterização dos sinais e sintomas;

2 Ordenamento destes em síndromes clinicas;

3 Formulação de hipóteses diagnosticas relativas aos


transtornos mentais(DSM/CID);
Considerando:

1 Curso dos sintomas;

2 Fisiopatologia;

3 Etiologia determinada;
Consciência

Afetividade Atenção

Sensopercepção
Funções Orientação
Psíquicas

Juízo de Memória
Realizade

Pensamen
to
Conciência
É onde se desenvolvem todos os processos mentais, tais como
sensações, pensamentos e emoções em certo instante. Utiliza-se o
termo lucidez para conceituar o estado normal de consciência.
As principais alterações da consciência constituem-se em:
– Desorientação: perturbação da orientação referente ao tempo,
local ou pessoas.
– Obnubilação: pensamento pouco claro, com perturbação na
percepção e atitudes. Caracterizado pela lentidão de compreensão,
alteração do curso do pensamento, certo grau de desorientação e
pouca sonolência.
Conciência
– Sonolência: sedação anormal, na qual a pessoa desperta ao receber
estímulos.
– Estupor ou torpor: falta de reação e de consciência com relação ao
ambiente, onde a pessoa desperta apenas com estímulos dolorosos
intensos, os quais cessando, a pessoa volta ao estado de inconsciência.
– Coma: é o grau mais intenso de inconsciência. A pessoa não é capaz
de despertar sob estímulo algum.
– Estado crepuscular: consciência perturbada por alucinações e
delírios, e quando retorna ao estado de consciência normal, não recorda
do acontecido ou tem dificuldade para fazê-lo.
– Estupor depressivo ou catatônico: a pessoa encontra-se desligada
do contato com o mundo externo, mantendo-se imóvel, com o olhar fixo.
Atenção
Atenção é a concentração da atividade psíquica sobre os estímulos que a
solicitam. Dentre as alterações da atenção, destaca-se:
– Hipovigilância: diminuição da capacidade de estar atento a novos
estímulos.
– Hipervigilância: sensibilidade excessiva para novos estímulos.
– Distratibilidade: incapacidade de concentração da atenção, a qual é
desviada para estímulos irrelevantes.
– Desatenção seletiva: bloqueio dos estímulos que geram ansiedade ou
aflição.
– Hipotenacidade: dificuldade de manter-se fixado a um mesmo estímulo.
– Hipertenacidade: atenção excessiva a determinado estímulo.
Orientação
Trata-se da capacidade da pessoa em situar-se com relação a si mesma e ao
ambiente, no tempo e no espaço.
As principais alterações que envolvem a orientação são:
– Desorientação delirante: desorientação resultante de um pensamento delirante.
– Dupla orientação: a orientação anormal coexiste juntamente com a orientação
normal.
– Desorientação apática: a pessoa está lúcida e percebe com clareza e nitidez
tudo que se passa à sua volta, porém não tem interesse por si e nem pelo que se
passa à sua volta.
– Desorientação amnésica: é a incapacidade da pessoa em fixar os
acontecimentos e de orientar-se no tempo, no espaço e em suas relações.
– Desorientação amencial: ocorre quando da turvação da consciência.
– Desorientação oligofrênica: desorientação em virtude da deficiência de
inteligência.
Memória
Consiste na capacidade de adquirir, reter e utilizar uma experiência
vivenciada. Possui três fases:
– Fase de fixação e conservação: a experiência vivenciada é armazenada e
mantida no psiquismo;
– Fase de evocação: a vivência é rememorada da fase latente;
– Fase de reconhecimento: a memória é identificada e há uma atualização da
experiência vivenciada.
Memória

As principais alterações de memória são:


– Amnésia: incapacidade total ou parcial para recordar experiências
passadas, e pode ser de origem orgânica ou emocional.
– Paramnésia: falsificação ou ilusão da memória pela distorção da
recordação.
– Hipermnésia: grau exagerado de retenção e recordação de experiências
passadas.
Pensamento
-Pode ter alterações no fluxo é na forma.
-O pensamento tem um fluxo/curso: aceleração (aumento do fluxo do
pensamento, típica dos casos de mania), lentificação (pensamento fica lento, típico
nos casos de sonolência, depressões), bloqueio ou roubo do pensamento
(esquizofrenias, um corte no fluxo do pensamento).
-Forma: lógica e organização.
1. Arborização do pensamento: perda do foco principal sem prejuízo no
encadeamento das idéias.
2. Fuga de idéias: perda da estrutura lógica do discurso. É um passo anterior a
desagregação do pensamento. Está associada ao bloqueio e os pensamentos não
se concluem.
3. Desagregação do pensamento: prejuízo dos laços associativos com acentuada
perda da lógica do discurso (salada de palavras, as vezes a pessoa não consegue
terminar uma palavra ou frase, esquizofrenias, depressões).
Juizo de Realidade
-Nossa capacidade de avaliar, criticar, ajuizar satisfatoriamente a realidade vivida.
Capacidade de estar conectado à realidade coletiva (ao que de fato está
acontecendo). É assim que o indivíduo apreende e compreende a existência de si
mesmo e do mundo.
-A noção de consciência é a primeira noção, matriz de formação da nossa
identidade.
-A principal alteração do juízo de realidade é o delírio (fenômeno primário que não
tem raízes na experiência psíquica do homem normal).
-É impossível convencer a pessoa de que ele não é quem acredita ser.
-Delírio persecutório: a pessoa entra num processo de humor delirante, onde acha
o mundo estranho e parece não reconhecer. O estranhamento já é fruto do
processo de ruptura com a realidade externa. Se desvincula da própria construção
de vida. Começa a atribuir situações delirantes a fatos corriqueiros. A pessoa tem
um insight e constrói uma teoria sobre o fenômeno (vivência de revelação).
Juizo de Realidade
-Delírio de referência: pessoa acha que tudo é para ela e com ela.
-Delírio de relação: envolve persecutoriedade, referência (complô contra a pessoa
etc). Uma coisa está relacionada com a outra (exemplo atribuir emoções a cores).
-Delírio de influência: ou vivência de influência, acredita que as ações ocorrem
com forças externas a pessoa (planos feitos pela máquina de lavar, ondas
magnéticas).
-Delírio de grandeza: a pessoa se acha a melhor.
-Reivindicação sentimentos de justiça: pessoa tem a convicção de que está
sendo injustiçada, mesmo que as evidências da realidade sejam contrárias. Tem a
convicção de estar sendo perseguida injustamente.
-Invenção ou descoberta: pessoa tem certeza de que descobriu uma máquina.
-Delírio de reforma: parecido com o de invenção, mas relacionado a algo
ideológico. Exemplo: pessoa acredita que tem uma fórmula que vai combater a
fome no mundo.
Juizo de Realidade
-Delírio místico ou religioso: em geral é de grandeza.
-Delírio de ciúmes: manifestação de insuficiência.
-Delírio erótico: acredita que todos se apaixonam pela pessoa.
-Delírio de conteúdo depressivo: típico da depressão.
-Delírio nilista ou ruína: o mundo está acabando.
-Delírio de negação dos órgãos: acredita que foi roubada ou perdeu
um órgão.
-Delírio hipocondríaco: acredita que tem doenças.
-Delírio cenestopático: órgãos estragando, sendo comidos.
-Delírio de infestação: comum em transtornos alimentares – não
come com medo de ter micróbios.
Sensopercepção
É a função mental que possibilita a tomada de conhecimento sobre o
ambiente e o próprio corpo.
Dentre as alterações de sensopercepção relacionam-se:
– Ilusões: percepção errônea de estímulos sensoriais externos reais, ou seja,
há deformação do objeto real.
– Alucinação: percepção sensorial falsa não associada a estímulos reais, isto
é, a pessoa percebe como real, algo que não existe. Podem ser auditivas,
táteis, visuais, olfativas, gustativas, sinestésicas, cenestésicas ou negativas.
– Pseudoalucinação: a pessoa percebe algo que não existe, mas tem noção
de que sua experiência não corresponde à realidade.
– Deslocamento da qualidade sensorial: quando há troca de qualidades
sensoriais, por exemplo: “ver vozes”.
Afetividade
-Embotamento afetivo: hipotônico, hipomodulante e hiporessonante
(exemplo: psicoses, depressão grave).
-Labilidade afetiva: hipermodulação do afeto (exemplo: mania, TPM).
-Dissociação afetiva: supressão/separação das emoções vinculadas a
uma ideia (exemplo: histeria, pessoa que gasta compulsivamente, rir após
sofrer um acidente ou receber uma notícia ruim). Está relacionada ao
stress.
-Ambivalência afetiva: sentimentos antagônicos ao mesmo objeto
(exemplo: manias, contar uma história em que chora e ri na mesma
sequência, depressão).
-Incongruência afetiva: emoção ou afeto desvinculado do contexto
(exemplo: rir após sofrer um acidente ou receber uma notícia ruim)
Humor
-Hipotimia: rebaixamento do humor (falta de energia,
desânimo).
-Hipertimia: elação (ânimo, energia).
-Humor irritável: pessoa que busca motivos para brigar.
-Humor ansioso: expectativa negativa sobre algo.
-Disforia: desassossego (pessoa senta, levanta, xinga –
inquietação).
Momento
da
entrevista

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