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PAMELA PERES

# D E N T I S T A D E S C O M P L I C A

EXAME DE
SANGUE PARA
DENTISTAS

PART 3 - HEMOSTASIA
Controle Normal de
Sangramento

[1] FASE VASCULAR


Vasoconstrição no local da lesão (sindesmotomia, incisão,

trauma dos tecidos).

Inicia-se imediatamente após a lesão vascular.

2] FASE PLAQUETÁRIA
[

Plaquetas e parede dos vasos tornam-se "viscosas", se

acumulam e formam um tampão mecânico que fecha a

abertura dos vasos lesionados.

Inicia-se segundos após a lesão.

[3] FASE DE COAGULAÇÃO


Sangue perdido ao redor do local coagula através das

vias extrínsecas e comum.

Sangue dos vasos vasos do local lesionado coagula

atrávez das vias intrínsecas e comum.

Ocorre mais lentamente que as outras fases (9 a 18

minutos).

[4] FASE FIBRINOLÍTICA


Liberação de agentes antitrombóticos.

Baço e fígado destroem os agentes antitrombóticos.

# D E N T I S T A D E S C O M P L I C A
lesão vascular

ativação de plaquetas ativação da coagulação

produção de trombina
agregação plaquetária

formação da fibrina

plaqueta + fibrina

TROMBO

agentes agentes
anticoagulantes
antiplaquetários fibrinolíticos

drogas antitrombóticas

[1] Lesão vascular desencadeia ativação do sistema de coagulação

e agregação das plaquetas ativadas. Esses dois sistemas levam a

formação do coágulo de plaqueta+fibrina ou TROMBO.

[2] Coágulo cumpre seu papel no controle de sangramento, então o

plasminogênio é convertido em plasmina, promovendo a

degradação do coágulo.

[3] Quando a formação do trombo precisa ser inibida, utilizam-se

drogas antitrombóticas

- agentes antiplaquetários

- agentes fibrinolíticos

- anticoagulantes

# D E N T I S T A D E S C O M P L I C A
Sangramento após
cirurgias ou traumas
Defeito na fase vascular ou plaquetária
Ocorre sangramento clínico imediato, logo após a cirurgia.

Essas fases estão relacionadas com o controle da perda de

sangue imediatamente após a lesão.

Defeito na fase de coagulação


O sangramento se manterá durante algumas ou muitas

horas após a lesão ou procedimento cirúrgico.

Se o defeito for grave, essa lenta persa de sangue pode

permanecer durante dias, cerca de 0,5 ml por minuto.

Testes laboratoriais
Avaliação inicial de possíveis distúrbios de
sangramento:
[1] Tempo de Tromboplastina Parcial ativada (TTPa)

[2] Tempo de Protrombina (TP)

[3] Contagem de plaquetas

Tudo normal nos exames acima mas o paciente


teve problemas de sangramento:
[4]Analisador da função plaquetária (PFA-100)

[5] Tempo de Trombina (TT)

# D E N T I S T A D E S C O M P L I C A
O que cada exame me diz?
[1] Tempo de Tromboplastina Parcial ativada (TTPa)
- usado para medir o estado da vias intrínseca e comum da

coagulação

- reflete a capacidade de coagulação do sangue remanescente

dentro dos vasos no local da lesão

- está aumentado nos casos de hemofilia, doença hepática e casos

de fibrinólise excessiva.

[2] Tempo de Protrombina (TP)


- usado para medir o estado das vias extrínsecas e comum da

coagulação.

- reflete a capacidade do sangue perdido dos vasos do local da

lesão de coagular.

- está aumentado nos casos de hemofilia

[3] Contagem de plaquetas


- serve para avaliar a trombocitopenia (diminuição do número de

plaquetas)

- normal de 140 a 400 mil/mm3

- problema de sangramento se estiver abaixo de 50 mil/mm3

[4] Analisador da função plaquetária (PFA-100)


- utilizado para avaliar alterações funcionais das plaquetas

- normal: número adequado de plaquetas de boa qualidade,

funcionais

[5] Tempo de Trombina (TT)


- avalia a capacidade do fibrinogênio de formar o coágulo inicial

# D E N T I S T A D E S C O M P L I C A
Quando e quais testes de
hemostasia pedir?

[1] Se o paciente tiver sangramento excessivo após uma cirurgia,

mesmo sem nenhuma evidência no exame clínico ou relato na

anamnese.

[2] Quando na anamnese o paciente relata problemas de

sangramento ou uso de medicações antitrombóticas, solicitar todos

(TP, TTPa, TT, PFA-100, contagem de plaquetas).

[3] Nas seguintes condições clínicas ou patologias, ficar de olho em:

Terapia com AAS - PFA-100

Terapia com Cumarínicos [Varfarina] - TP

Terapia com Heparina ou Enoxaparina - TTPa

Possível doença hepática - Contagem de plaquetas e TP

Leucemia - Contagem de plaquetas

Antibioticoterapia de longo prazo - TP

Paciente em diálise renal - TTPa

Alterações da parede vascular - TS

Câncer - TT

# D E N T I S T A D E S C O M P L I C A
MANEJO ODONTOLÓGICO

Terapia com AAS (ácido acetilsalicílico)


- paciente podem apresentar sangramento devido efeito do AAS

sobre as plaquetas.
- melhor exame para avaliar o efeito do AAS -> PFA-100
- apesar do AAS afetar as plaquetas e o processo de coagulação
por meio de seus efeitos na liberação das plaquetas, ela em geral

não ocasionam problemas de sangramento importante, a menos


que o PFA-100 esteja consideravelemente aumentado.

- não prescrever AINES para pacientes que usam AAS.


- não é indicado suspender AAS profilático (geralmente
prescrito 100 mg por dia) para cirurgias odontológicas.

Terapia com Heparina ou Enoxaparina


- Heparina é utilizado em pacientes renais, para hemodiálise
(filtração sanguínea artificial) em ambiente hospitalar.

- a meia-vida da Heparina é de 1 a 2 horas, por tanto procedimentos

invasivos podem ser realizados no dia seguinte a hemodiálise.

- Enoxaparina é usado para tratamento de trombose venosa


profunda ou embolismo pulmonar, durante 3 a 6 meses.

- procedimentos eletivos devem ser adiados até suspensão da

medicação

- em caso de procedimentos cirúrgicos emergenciais, conservar com

o médico para suspender por 1 ou 2 dias.

# D E N T I S T A D E S C O M P L I C A
MANEJO ODONTOLÓGICO
Terapia com Cumarínicos (Varfarina)
- principal preocupação é a hemorragia durante o procedimento
cirúrgico.

- ENTRETANTO, se o anticoagulante é descontinuado no preparo do

paciente para o procedimento odontológico, a principal

preocupação médica é a trombose, que pode levar risco à vida.


- a literatura é clara: NÃO suspender a varfarina para cirurgias

odontológicas menores se o RNI for igual ou menor a 3,0.


RNI 2,0 a 3,0 - não precisa alterar a dose do medicamento

RNI 3,0 a 3,5 - dose pode ser alterada para cirurgia oral maior

RNI maior que 3,5 - adiar procedimentos cirúrgicos até diminuição

da dose

Cuidados
- não fazer procedimento cirúrgico com infecção aguda

- a decisão de alterar ou suspender a medicação deve ser apenas


do médico

- após alteração da dose, se for o caso, aguardar no mínimo 3 dias

para intervenção cirúrgica

- procedimento cirúrgico menos invasivo possível com controle de

sangramento por medidas locais ( sutura em primeira intensão,


esponja hemostática, pressão digital com gaze, compressão
local com ácido tranexâmico ou ácido amidocapróico)
- evitar AAS ou AINES

- a hemorragia pode ocorrer até 48 depois a cirurgia, por isso reforce

os cuidados pós-operatórios (dieta gelada, evitar calor e atividades

físicas, higiene oral com uso de clorexidina 0,12%)

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MANEJO ODONTOLÓGICO

Ácido tranexânimo - Ativação de plasminogênio

Macerar e pressionar sobre ferida cirúrgica

Ácido animocapróico - Ativação de plasminogênio

Macerar e pressionar sobre ferida cirúrgica

Hemospon - Gelatina liofilizada de origem

porcina, hemostática e cicatrizante

Estéril, colocar dentro do alvéolo ou na


região a ser suturada

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