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DT.

20220812
DS. Anotações sobre a obra do autor Epicuro.

<Resumo>

Epicuro (Grécia, 341-270 a.c)


Obras: Carta a Meneceu, Carta a Herodotus, A arte da Felicidade.
Após Platão, Grécia dominada pelo império Macedônio. Ética e felicidade.
Influência em Karl Marx, Nietzsche. Pai do materialismo.
Teoria do prazer, princípio e fim da vida. Educação dos sentidos. Proclamação da
liberdade humana, livre das correntes da crendice, misticismo. Tudo é imanente. O
homem não deve temer a morte, nem os deuses. Pois a morte é uma não sentir, e os
deuses lhe são indiferentes.

Filosofia como meio de "alcançar a saúde do espírito".

<Citações>
"Então, o mais terrível de todos os males, a morte, não significa nada para nós,
justamente porque, quando estamos vivos, é a morte que não está presente; ao
contrário,
quando a morte está presente, nós é que não estamos."
- Sobre a morte, Carta a Meneceu

"o prazer é o início e o fim de uma vida feliz."


- Sobre o prazer, Carta a Meneceu. Entendido como "ausência de sofrimentos físicos
e de perturbações da alma".

"tudo o que é natural é fácil de conseguir; difícil é tudo o que é inútil."


- Sobre o prazer natural.

"A quem não basca pouco, nada basta."

<As Delícias do Jardim, por José Americo Motta Pessanha>

As falas crenças são a doença do mundo. A cura, filosofia epicurista, pertence a


todos. A filosofia socrática, diferente da epicurista, possui um viés religioso. O
remédio, o logos filosófico, phármakon (discurso remédio/veneno), que "espanca as
trevas da crendice", expulando os males da alma. Tetraphármakon;

Não há o que temer quanto aos deuses,


não há o que temer quanto a morte,
pode-se alcançar a felicidade,
pode-se suportar a dor.

"A verdade é alcançada em dupla ascese, teorética e erótica". A filosofia exposta


possui
um carácter de confraria (laica), centrada na valorização do humano. Rejeição ao
mistério, como "intelectual e empiricamente insondável". Humanismo radical.

Sobre a cosmologia de Demócrito, aprendida por Epicuro em sua formação inicial; "o
cosmos com todos os seres lhe é então apresentado como resultado de átomos que se
movem desde sempre no vazio infinito e que se aglutinam segundo leis estritamente
mecânicas, sem intervenção de qualquer finalismo."

Afastamento da polis, da política, enquanto condição para a felicidade.


A vida social não constitui, para o homem, uma condição natural. É mera convenção.
Epicuro foi criticado posteriormente por Cícero.
"é sobretudo no seio da corrente pitagórica, a partir do século VI a.c, que se
afirma claramente ter o homem decaído, anímica e cosmologicamente, da condição
originária"

3 patamares, lógica, física e ética. Tudo o que existe é feito de átomos, vazio,
movimento, também a alma humana, constituída por átomos mais leves e sutis. A morte
é a desagregação desse conjunto atômico. A physis, mundo físico (natural,
material), é eterno, não principiado, e move-se infinito vazio. As "imagens",
possuem existência corpórea e objetiva (ideia criticada por Sartre).

Sobre Deus,
1) quer impedir os males, e não pode (impotente)
2) pode, não quer (invejoso)
3) não quer, não pode (impotente, invejoso)
4) quer e pode (por que permanecem os males?)

O prazer epicurista não é o de satisfazer a necessidade, mas antes, de eliminar a


necessidade. Achar-se livre de sofrimentos do corpo e perturbações da alma,
conquista da imperturbabilidade de espírito (ataraxia).
Os desejos podem ser: naturais e necessários, naturais e não necessários, nem
naturais e nem necessários (imposição do meio social em seu aparente progresso).
Deve-se manter nos limites impostos pela natureza, substituindo a prudência
(phrónesis) pela impulsividade instintiva. Resgate da condição original (primeiras
eras, homem natural), quanto à administração dos prazeres.

"Evocar imagens agradáveis do passado e, desse modo, agastar as sensações penosas


que lhe oferece o presente".

A sabedoria em Epicuro é acessível a todos, diferentemente da aristotélica,


destinada àqueles cuja condição material lhes possibilita o ócio contemplativo.

<Termos>

philia, afeição-matriz, amizade e amor.


daemon, gênio inspirador.
noético, mente, alma racional, ato de pensar, comprensão global, completa e
instantânea de qualquer questão sem o intermédio da linguagem. "Que permite o
conhecimento dos fins e significados últimos.", por José Américo Motta Pessanha.
humanismo; filosofia que põe o homem em destaque, contraposição ao apelo ao
sobrenatural ou a uma autoridade superior. Associado à; laicismo, iluminismo,
antropocentrismo, renascimento.
climamen; desvio imprevisível de átomos, nome dado a Lucrécio, compreensão da
doutrina atomista de Epicuro.

Bibliografia

1. Diógenes de Enoanda (II d.c)


2. Tito Lucrécio Caro (97 a.c)

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