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1.–Relatório:
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21/11/23, 15:18 Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa
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despedimento em apreço.
39.– Por conseguinte, estabelecendo o n.º 5 do citado preceito que
se presume que o trabalhador aceita o despedimento quando recebe
a compensação prevista naquele artigo, só pode concluir-se que, in
casu, falha o pressuposto factual de base para que se verifique essa
presunção legal, por não ter sido paga a compensação ali prevista.
40.– E, assim sendo, não beneficiando a empregadora da aludida
presunção legal, não tinha o trabalhador que a ilidir nos termos do
mencionado n.º 6.
41.– Não tendo sido colocada à disposição do Recorrente a
compensação pela antiguidade devida em virtude do despedimento
por extinção do posto de trabalho, nada obsta a que o mesmo o
impugne judicialmente, pois que está dispensado de ilidir a
presunção estabelecida no artigo 366º, n 4 CT, pelo que deverá ser
revogada a decisão que declarou lícito o despedimento.
42.– Finalmente, consagrando o artigo 366º, nº 4 do CT uma
presunção juris tantum, a prova em contrário pode consistir em
acto expresso, feito até ao momento do recebimento da
compensação, no sentido da não aceitação do despedimento
43.– Em nosso entender, no caso vertente, tendo o pagamento da
“alegada” compensação ocorrido após a citação da Ré para a ação
de impugnação da regularidade do despedimento, não terá o Autor
de ilidir a referida presunção, pois a mesma não poderá operar,
quando se encontra em curso o processo judicial de impugnação.
44.– Está assente que o Recorrente se recusou assinar a
comunicação de despedimento datada de 24 de Novembro de 2016,
o que não poderia deixar de indiciar que nessa data perante a Ré o
Autor terá manifestado a sua recusa em aceitar a licitude do
despedimento.
45.– Mas, também, os autos documentam suficientemente que, o
Recorrente nunca se conformou com o despedimento, tanto assim
que, no dia 06 de Dezembro de 2016, apresentou em Tribunal o
formulário de oposição ao despedimento, remetido via correio
registado no dia 05 de Dezembro 2016.
46.– Mais, a Ré foi citada para a acção, por meio de carta registada
expedida no dia 14/12/2016, cujo aviso de recepção foi assinado no
dia 20 de Dezembro de 2016, isto antes da emissão do recibo que se
mostra assinado pelo Recorrente.
47.– A apresentação em Tribunal da acção de impugnação da
regularidade do despedimento em Tribunal constituiu factor
insofismável de que o Recorrente não aceitou o despedimento e que
se opõe à sua regularidade.
48.– A Citação da Ré para a acção de impugnação judicial da
regularidade e licitude do despedimento, porque anterior à
colocação à disposição do Autor da alegada compensação, e ao
levantamento da quantia titulada pelo cheque, deverá ser entendida
como um acto expresso de rejeição do despedimento de que o Autor
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5.–Decisão.
Em face do exposto, revoga-se a decisão recorrida, devendo os
autos prosseguir para se apurar, nos termos supra expostos, se o
autor recebeu ou não a totalidade da compensação devida pelo
despedimento, e assim se poder concluir se o mesmo aceitou ou não
o despedimento e se este foi lícito ou ilícito.
Custas pelo vencido a final.
Lisboa, 2017-10-11
Albertina Pereira
Leopoldo Soares
Eduardo Sapateiro
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