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Ré: Helena
Helena, já qualificada nos autos da presente ação penal que lhe moveu o
Ministério Público, vem, respeitosamente, perante esta Egrégia Corte, por seu
advogado, regularmente constituído e qualificado, com procuração acostada
aos autos, apresentar, com fundamento no artigo 588 do CPP, suas RAZÕES
DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, pelos motivos fáticos e de jurídicos
que se seguem.
I – PRELIMINARMENTE
Sabendo-se que o crime de infanticídio é punido com pena de detenção, não
era admissível a interceptação telefônica ocorrida como produção de prova,
consoante inteligência do art. 2º, III da Lei nº 9.296 de 1996.
Como se não bastasse, aponta-se que não houve indícios suficientes de autoria
para a interceptação telefônica ocorrer, uma vez que o delegado representou
pela decretação da quebra de sigilo com base em meras suspeitas.
Por fim, salienta-se que o testemunho de Lia, apesar de ter sido realizado de
forma lícita, é também prova ilícita, vez que se deu por derivação da prova ilícita
acima mencionada, na forma do art. 157, § 1º, do CPP. Desta maneira, todas
as provas produzidas em sede de interceptação telefônica e delas derivadas
devem ser desentranhadas dos autos, nos termos do art. 157 “caput” do CPP.
Insta apontar ainda, que o presente processo deve ser declarado nulo, uma vez
que o magistrado “a quo” ao se deparar com nova prova produzida no processo
após a instrução criminal, não determinou vista dos autos ao Ministério Público
para aditar a denúncia, mesmo que seja alterada para imputar crime cuja pena
é menor, tendo sido, por isso, violados os preceitos dos artigos 411 §
3º e 384 do CPP.
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II – DOS FATOS
O Ministério Público ofereceu denúncia em face da acusada pela suposta
prática do crime de infanticídio, tipificado no art. 123 do CP. Após, o douto
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III – DO DIREITO
Diante das provas nos autos, é evidente que não foi comprovada a
materialidade do suposto crime de aborto, imputado à acusada, uma vez que
não foi realizada nenhuma perícia para apurar se a criança faleceu em
decorrência da ingestão da substância abortiva ou não, requisito essencial para
se configurar a pretensão punitiva estatal.
IV – DOS PEDIDOS
Ante ao exposto, requer: