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1.

Semiologia urológica
Ítalo Andrade

Anamnese
Distúrbios miccionais
Disúria: micção acompanhada de dor referida no meato uretral, geralmente causada por inflamação decorrente
de infecção urinária ou por processos obstrutivos ou inflamatórios da uretra ou da bexiga;
● Dor acentuada no final da micção (estrangúria): origem provavelmente vesical;
● Dor no início da micção: provável acometimento uretral.
Polaciúria: aumento da frequência das micções, frequentemente associado à eliminação de volumes urinários
menores que o habitual;
Poliúria: aumento da diurese, o qual pode ser causado por mobilização de edemas, diminuição do hormônio
antidiurético, diabetes mellitus ou desobstrução aguda das vias urinárias excretoras;
Oligúria: diminuição da diurese, a qual pode ser decorrente de falta de ingestão de líquidos, formação de edema
por processos inflamatórios,estados hipovolêmicos ou intoxicação exógena;
Anúria: ausência total de urina, causada por sofrimento renal ou pré-renal (anúria verdadeira) ou por
impossibilidade de a urina chegar à bexiga (anúria obstrutiva);
Urgência: desejo forte, súbito e irrefreável de urinar;
Esforço: uso de recursos auxiliares para urinar por dificuldade no esvaziamento vesical, a qual pode ter origem
inflamatória, neurogênica, infecciosa ou obstrutiva → clinicamente, é acompanhada de apneia expiratória, estase
jugular, contratura da parede abdominal e eliminação de flatos;
Alteração do jato: alteração da força ou do calibre, geralmente acompanha o esforço miccional e tem significado
clínico semelhante;
Retenção urinária: incapacidade de eliminar urina acumulada na bexiga → quando aguda, tende a ser mais
sintomática, mas, se crônica, apesar dos poucos sintomas, pode comprometer o trato urinário superior,
tornando-se mais grave;
● Na infância, deve-se suspeitar de problemas neurológicos, de ureterocele em meninas e de válvula de
uretra posterior em meninos;
● Em homens adultos, deve-se suspeitar de problemas uretroprostáticos;
● Em mulheres adultas, deve-se suspeitar de problemas neurológicos, inflamatórios ou infecciosos.
Incontinência: perda involuntária de urina, contínua ou intermitente, com ou sem micções preservadas,
relacionada ou não a esforço abdominal;
● Principais causas: incompetência esfincteriana, transbordamento na retenção urinária (incontinência
paradoxal), fístulas ou ectopias ureterais extravesicais (sexo feminino).
Nictúria: micção noturna (a partir de três vezes/noite), reflete diminuição da autonomia miccional ou aumento do
volume urinário noturno;
● Insuficiência cardíaca congestiva: cursa com nictúria sem polaciúria diurna, devido à mobilização do
edema periférico quando o paciente se deita.
Pneumatúria: emissão de gases pelo trato urinário principalmente ao urinar, mas não exclusivamente, pode ser
causada por quadros infecciosos (mais comuns em diabéticos) ou por comunicação anormal entre os tratos
digestivo e urinário (fístulas neoplásicas, inflamatórias ou actínicas);
Parurese: incapacidade de urinar diante de pessoas ou em ambientes estranhos;
Enurese: micção involuntária e inconsciente (fisiológica até quatro anos de idade), pode ser classificada em
diurna ou noturna, relaciona-se a fatores neuropsicológicos, tem caráter hereditário atribuído ao atraso no
processo de mielinização das fibras nervosas envolvidas no arco reflexo da micção.
Alterações das características da urina
Características normais: aspecto límpido, cor amarelo-citrina e odor característico (sui generis);
Turbidez: quando exposta ao meio ambiente, a urina normal pode se tornar turva pela presença de leucócitos em
suspensão ou pela ação de organismos desdobradores de ureia, que promovem precipitação de cristais cristais de
fosfato amoníaco-magnesiano ou fosfatúria;
Coloração: alimentos, medicamentos, produtos do metabolismo normal e concentração da urina podem alterar a
sua cor, bem como a existência de sangue;
● Hematúrias de origem renal (ex.: glomerulonefrite difusa aguda) predominam na infância;
● Hematúrias de causa urológica (ex.: cálculos e tumores) predominam no adulto;
● Hematúrias Iniciais e finais geralmente refletem acometimento uretrotrigonal;
● Hematúrias totais, via de regra, decorrem de processos supravesicais.
● Coágulos filiformes acompanhados de dor lombar apontam para origem renal → moldados nos ureteres;
● Coágulos grosseiros sem dor lombar sugerem origem vesical;
● Uretrorragia: perda de sangue pelo meato uretral fora das micções, que denota doença uretral
infraesfincteriana.
Espuma: quando em excesso, suspeita-se de proteinúria decorrente de aumento na ingestão de proteínas ou de
perdas por doenças nefrológicas.
Febre
Significado clínico: é mais comum na pielonefrite, na epididimite e na prostatite, é habitualmente intensa e de
início súbito, sendo acompanhada por calafrios e tremores;
Na infância: geralmente reflete acometimento do trato urinário superior, devendo receber atenção especial pelo
risco imediato de bacteremia e choque séptico e pelo risco tardio de cicatrizes renais;
Exame de urina: é recomendado nos quadros de febre de origem indeterminada e de suspeita de infecção
urinária.
Dor
Avaliação: deve ser caracterizada com tipo (contínua ou intermitente), localização, irradiação, intensidade e
fatores de melhora ou de piora → a dor inflamatória tende a ser contínua, e a obstrutiva, em cólicas;
Dor renal: é atribuída à distensão súbita da cápsula renal, normalmente se localiza no ângulo costovertebral
ipsilateral, lateral ao músculo sacroespinhal e abaixo da 12ª costela, pode se irradiar ao trajeto do ureter, à região
umbilical e até aos genitais, pode se acompanhada de náuseas, vômitos e diarreia (estímulo reflexo ao plexo
celíaco);
Dor ureteral: aparece subitamente, geralmente secundária à obstrução, por distensão aguda e aumento de sua
peristalse;
● Obstrução do terço superior: pode mimetizar dor renal;
● Obstrução do terço médio: pode ser referida no quadrante inferior do abdome tanto à direita, no ponto de
McBurney, simulando apendicite, como à esquerda, simulando diverticulite;
● Obstrução do terço distal: produz sintomas de irritabilidade vesical e, nos homens, pode irradiar pela
uretra até a glande e, nas mulheres, para os grandes lábios.
Dor vesical: há desconforto suprapúbico, intermitente nos quadros inflamatórios, que varia de acordo com o grau
de repleção vesical.
Dor prostática: habitualmente decorre de inflamação, de edema e de distensão de sua cápsula, localizando-se no
períneo, embora possa ser referida na área sacral, inguinal ou genital, associa-se a sintomas miccionais,
predominantemente de armazenamento, podendo provocar retenção urinária;
Dor testicular: na puberdade, costuma ter aparecimento súbito, acompanhada ou não de aumento no volume do
escroto, podendo ser causada por processos infecciosos ou por torção do funículo espermático → na dúvida, é
menos grave operar uma orquiepididimite do que não intervir em uma torção;
Dor peniana: no pênis flácido, em geral, é secundária à inflamação da bexiga ou da uretra e pode ser referida com
maior intensidade no meato uretral, já no pênis em ereção costuma se relacionar a processos inflamatórios dos
corpos cavernosos, como na doença de Peyronie ou priapismo;
● Parafimose (anel prepucial que ocorre após exteriorização da glande): provoca ingurgitamento e edema,
dificultando ou impossibilitando a redução da bolsa prepucial.
Tumores
Mais frequentes: cistos, cânceres renais e hidronefrose;
Avaliação: deve ser feita com palpação da região lombar, do hipogástrio e dos genitais;
● Globo vesical palpável quase sempre reflete retenção urinária;
● Aumento no volume da bolsa testicular pode decorrer de hidrocele, varicocele, orquiepididimite ou tumor.
Genitopatias
Malformações: atingem ambos os sexos, mas são mais frequentes em meninos, sendo as mais comuns neles
fimose e hipospádias → quanto mais graves e acompanhadas de bifidez escrotal e de vícios de migração testicular
bilateral, conferem aos genitais aspecto ambíguo, sugerindo estado intersexual;
Anomalias extróficas: incluem ectopias dorsais do meato, nas quais as epispádias e as extrofias representam os
graus mínimo e máximo, respectivamente;
Em adultos: lesões genitais devem sempre levantar suspeita de ISTs.
Hipertensão arterial
Dentre a população hipertensa, são de interesse dos urologistas os portadores de hipertensão renovascular e de
feocromocitoma.

Exame clínico
Avaliação geral: deve avaliar alterações cutâneas (icterícia, palidez), estado nutricional (caquexia pode indicar
neoplasia maligna, e obesidade, doença endócrina);
● Em homens, ginecomastia pode ser indício de hepatopatia, alcoolismo, tumores adrenais ou uso de
hormônios femininos para tratar neoplasia da próstata;
● Edema de membros inferiores podem sinalizar obstrução linfática pélvica ou retroperitonial;
● Edema bipalpebral sugere glomerulopatia;
● Edema universal sugere hipoproteinemia, como em decorrência de síndrome nefrótica.
Rins
Palpação: por estarem protegidos pelo gradeado costal e por musculatura, geralmente não são palpáveis no
adulto;
● Em pacientes magros, o polo inferior do rim direito normal pode ser palpado ao final da expiração
profunda;
● Em lactentes: pode ser facilmente palpado com o polegar colocado abaixo do gradil costal e os demais
dedos posteriormente, no ângulo costovertebral;
Manobra de Giordano: punho-percussão da loja renal deve ser feita de maneira sutil e costuma ser positiva em
pacientes com distensão da cápsula renal por obstrução ou por infecção;
● Todo paciente com queixa de dor lombar deve ser examinado em busca de sinais de irritação de raízes
nervosas ou de dor osteomuscular.
Ureteres
Palpação: não são palpáveis, exceto quando extremamente dilatados em pacientes magros ou na disgenesia da
musculatura abdominal, como na síndrome de Prune-Belly;
Bexiga
Avaliação: em adultos, não pode ser avaliada por palpação ou por percussão, a menos que contenha urina em
quantidade superior a 300 mL, mas, em crianças ou em pacientes magros, pode ser visível e palpável como uma
tumoração mediana infraumbilical;
● Percussão: é mais sensível que palpação para diagnóstico de bexiga hiperdistendida e deve iniciar-se logo
acima da sínfise púbica, progredindo cranialmente até que haja alteração na característica do som;
● Palpação: em mulheres, a bexiga pode ser palpada entre a parede abdominal anterior e a vagina e, em
homens, no reto, sob anestesia → palpação bimanual permite avaliar a mobilidade do órgão, além de
fornecer informações importantes sobre a extensão de tumores vesicais.
Genitais masculinos
Meato uretral: deve-se avaliar calibre e posição, além de ser entreaberto entre os dedos em busca de lesões
neoplásicas ou inflamatórias;
● Estenose de meato: é frequente em pacientes submetidos à postectomia em tenra idade;
● Ectopia: quando na face ventral, denomina-se hipospádia e, na dorsal, epispádia;
○ Hipospádias podem ser acompanhadas de outras alterações ao exame físico, como ausência de
prepúcio ventral, excesso de prepúcio dorsal (“capuchão”), presença de corda fibrosa ventral
(chordee, confere ventroflexão ao pênis ereto, podendo dificultar ou impossibilitar o ato sexual),
escroto bífido e transposição penoescrotal.
Tubérculo peniano: se não tiver desenvolvimento adequado, pode haver agenesia peniana ou graus variáveis de
micropênis → não deve ser confundido com a síndrome “adiposogenital”, na qual o panículo adiposo pré-púbico
torna a haste peniana relativamente mais curta;
Pele: deve-se buscar lesões compatíveis com doenças sexualmente transmissíveis
Haste: deve ser palpada em toda sua extensão em busca de eventuais placas na túnica albugínea, caracterizando
doença de Peyronie ou fibrose de outra origem;
Uretra: também deve ser avaliada à procura de cálculos ou de tumores.
Bolsa testicular e conteúdo
Avaliação: durante o exame da genitália, deve-se procurar por hérnias, preferencialmente com o paciente em
posição ortostática.
Bolsa testicular: normalmente flácida, contém os testículos e os elementos do funículo espermático;
Pele: contém folículos pilosos e glândulas sebáceas, sendo local frequente de infecções e de cistos;
Testículos: devem ser palpados com cuidado entre as polpas digitais de ambas as mãos, normalmente têm
consistência firme, algo elástica e superfície lisa;
● Quando muito pequenos, sugerem hipogonadismo ou doença de Klinefelter;
● Qualquer área endurecida deve ser considerada tumor maligno até prova em contrário, ao passo que as
massas no epidídimo são, quase sempre, benignas;
● Ausência dos testículos é denominada anorquia e exige reposição hormonal exógena;
● Quando se identifica apenas um testículo na bolsa, situação chamada monorquia, geralmente é
impossível localizar a glândula ausente pelos métodos diagnósticos habituais, sendo necessário indicar
cirurgia por inguinotomia convencional ou por laparoscopia;
● Vício de migração: malformação testicular mais frequente;
○ Criptorquidia: ocorre quando a glândula não está na bolsa, mas está em um ponto qualquer de seu
trajeto habitual de descida;
○ Testículo ectópico: ocorre quando o testículo está fora do eixo normal;
○ Testículo retrátil ou migratório: condição diversa quando o testículo habita a bolsa de forma
intermitente.
Cordão espermático: deve ser examinado inicialmente com o paciente em posição ortostática → presença de
plexo venoso pampiniforme dilatado e tortuoso caracteriza varicocele, melhor evidenciada com manobra de
Valsalva;
Epidídimo: quando normal, é palpado na face posterior de cada testículo → a desconexão epidídimo-testicular
adquire importância clínica em consulta sobre infertilidade conjugal.
Exame retal e prostático:
Indicação: deve ser realizado em todo paciente com queixas urológicas, independentemente de sua idade;
Inspeção anal: podem ser detectadas doenças orificiais, como hemorroidas ou fissuras;
Palpação: com a introdução do dedo indicador adequadamente lubrificado, avalia-se o tônus do esfíncter anal e
as características da face posterior da próstata;
● Normalmente, a glândula é do tamanho de uma noz, com consistência elástica semelhante àquela da
eminência tenar quando o polegar se encontra com o dedo mínimo;
● Toda a superfície prostática deve ser examinada, buscando-se áreas ou nódulos endurecidos, assimetria
na consistência dos lobos, aumento na sensibilidade ou perda de mobilidade, bem como apagamento dos
limites laterais da glândula, alterações sugestivas de carcinoma → metade dos nódulos detectados ao
exame clínico é maligna à biópsia;
● Processos inflamatórios da próstata podem ocorrer em qualquer época, sendo mais frequentes durante a
vida sexual ativa, normalmente dos 20 aos 40 anos de idade;
○ Prostatite aguda: pode haver febre, queda do estado geral, desconforto perineal e retal, sintomas
miccionais irritativos ou mesmo retenção urinária e, na existência desse quadro, o exame deve ser
realizado com cuidado, sem massageá-la → a consistência pode estar diminuída, e o órgão pode
estar quente e com áreas de flutuação que podem corresponder a abscessos, condição que impõe
tratamento mais agressivo.
● Hiperplasia prostática: situação em que a glândula permanece com consistência elástica, porém com
aumento de volume, é mais frequentemente diagnosticada após os 50 anos de idade, não sendo motivo
para aprofundar investigação urológica.
Genitais femininos
Inspeção da genitália externa e do introito vaginal: buscam-se alterações tróficas, lesões ulcerosas ou
verrucosas e secreções uretrais ou vaginais;
Manobra de Valsalva: procura de cistocele ou retocele e avaliação da continência urinária;
Palpação da uretra: busca de divertículos ou áreas de endurecimento que sugiram neoplasia;
Meato uretral: ectopia ureteral extravesical no sexo feminino pode cursar com perdas urinárias contínuas e com
micções preservadas, fato que sugere o diagnóstico, mas que deve ser confirmado por métodos de imagem ou
endoscópicos.

Propedêutica complementar
Exame de urina
Coleta do material: mais comumente, a amostra é obtida após desprezar o jato inicial (urina e jato médio), mas,
na suspeita de uretrite, deve-se coletar o jato inicial;
● Cateterismo vesical: é indicado quando há dificuldade de obtenção de material adequado ou presença de
secreção uretral abundante;
Teste de Stamey: corresponde à coleta de quatro amostras, deve ser realizado quando há diagnóstico presuntivo
de infecção crônica, com o objetivo de localizar o foco infeccioso;
● VB1: os primeiros 5 a 10 mL inicialmente urinados → flora uretral;
● VB2: urina do jato médio → flora vesical;
● EPS: secreções uretrais obtidas após massagem prostática por via retal → flora prostática;
● VB3: os primeiros 2 a 3 mL urinados após a massagem prostática → flora prostática.
Análise do material
Idealmente, deve ser realizada em até uma hora após a coleta, mas, na impossibilidade de análise imediata, o
material pode ser refrigerado a 5 °C;
Densidade: reflete o estado de hidratação do paciente, varia de 1.001 a 1.035 mOsm/L;
● Urina diluída: densidade < 1.008 mOsm/L → uso de diuréticos, menor capacidade renal de concentração,
diabetes insipidus, ingesta hídrica abundante;
● Urina concentrada: densidade > 1.020 mOsm/L → febre, vômitos, diarréia, sudorese, secreção inadequada
de ADH, diabetes mellitus.
pH: normalmente, situa-se entre 5,5 e 6,5, mas pode variar entre 4,5 e 8,0;
● Urina ácida: pH < 5,5 → litíase por ácido úrico e cistina;
● Urina alcalina: pH > 6,5 → infecção por bactérias desdobradoras de ureia (Proteus e Klebsiella, se pH > 7,5).
Glicose: normalmente, toda glicose filtrada é reabsorvida, e a glicosúria só acontece quando a glicemia é superior
a 180 mg/dL → rastreamento de diabetes;
Corpos cetônicos: excreção de corpos cetônicos ocorre habitualmente na cetoacidose diabética, na gestação, no
jejum prolongado ou na rápida perda de peso corpóreo;
Pigmentos biliares: o filtrado urinário normal contém pequena quantidade de urobilinogênio, mas não apresenta
bilirrubina, exceto quando há doença hepática de conjugação ou obstrução de ductos biliares ;
Células de descamação: habitualmente observadas no sedimento urinário, principalmente em mulheres, são
provenientes da porção distal da uretra e do trígono (células escamosas) e do restante do trato urinário (urotélio) →
a presença de células tubulares renais sempre refletem acometimento do parênquima;
Eritrócitos: presença de dismorfismo eritrocitário sugere doença glomerular, ao passo que eritrócitos circulares
apontam para causas tubulointersticiais e excretoras;
Leucócitos: podem estar presentes na urina normal, em homens, em quantidade inferior a 1-2 por campo e, em
mulheres, inferior a 5 por campo;
● Aumento de leucócitos na urina: refletem inflamação ou infecção, principalmente quando degenerados ou
agrupados (piúria) → leucócitos íntegros podem significar apenas irritabilidade da mucosa.
Filamentos: o filamento mais encontrado é a Candida albicans, em geral nos diabéticos, na contaminação de
monilíase vaginal ou na uretrite (primeiro jato de adultos masculinos);
Cilindros
● Hialinos: contêm mucoproteínas e não têm significado clínico;
● Hemáticos: indicam sangramento glomerular;
● Leucocitários: são observados em glomerulonefrite aguda, pielonefrite aguda e nefrite tubulointersticial
aguda.
Cristais: auxiliam no diagnóstico do material forma os cálculos na litíase urinária;
Bacterioscopia e bacteriologia: na urina normal, não são encontradas bactérias → urocultura com mais de
100.000 UFC/mL confirmam o diagnóstico de infecção.
Exame de sangue
Principais exames: exames inespecíficos (hemograma, glicemia, uricemia), função renal, marcadores tumorais
(PSA, beta-HCG, alfa-fetoproteína), hormônios, metabólitos de catecolaminas;
● Função renal: pode ser estimada pela quantificação de ureia e creatinina, bem como pela determinação do
clearance de creatinina e da gasometria sanguínea (níveis de bicarbonato de pH).
Esperma
Indicação: avaliação da infertilidade conjugal, doenças venéreas;
Parâmetros avaliados: concentração de espermatozoides, motilidade, morfologia e parâmetros bioquímicos.

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