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ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Leitura, compreensão e interpretação de texto(s) original(is) ou adaptado(s), de natureza diversa: descritivo, narrativo e dis-
sertativo, e de diferentes gêneros, como por exemplo: poema, crônica, notícia, reportagem, editorial, artigo de opinião, tex-
to ficcional, texto argumentativo, informativo, normativo, charge, tirinha, cartun, propaganda, ensaio e outros. Identificar a
ideia central de um texto; identificar informações no texto; estabelecer relações entre ideia principal e ideias secundárias;
relacionar uma informação do texto com outras informações oferecidas no próprio texto ou em outro texto; . Relacionar
uma informação do texto com outras informações pressupostas pelo contexto; analisar a pertinência de uma informação do
texto em função da estratégia argumentativa do autor; depreender de uma afirmação explícita outra afirmação implícita;
inferir o sentido de uma palavra ou expressão, considerando: o contexto e/ou universo temático e/ou estrutura morfológica
da palavra (radical, afixos e flexões); relacionar, na análise e compreensão do texto, informações verbais com informações
de ilustrações ou fatos e/ou gráficos ou tabelas e/ou esquemas; relacionar informações constantes de texto com conheci-
mentos prévios, identificando situações de ambiguidade ou de ironia, opiniões, valores implícitos e pressuposições. Conhe-
cimentos linguísticos gerais e específicos relativos à leitura e interpretação de texto, recursos sintáticos e semânticos, do
efeito de sentido de palavras, expressões e ilustrações .............................................................................................................. 7
2. Interpretação de recursos coesivos na construção do texto ....................................................................................................... 19
3. Conteúdos gramaticais e conhecimento gramatical de acordo com o padrão culto da língua: fonética: acento tônico, sílaba,
sílaba tônica, ortoépia e prosódia ............................................................................................................................................... 20
4. Ortografia: divisão silábica, acentuação gráfica, correção ortográfica ........................................................................................ 20
5. Morfologia: estrutura dos vocábulos; elementos mórficos; processos de formação de palavras; derivação, composição e ou-
tros processos; classes de palavras; classificação, flexões nominais e verbais, emprego. Colocação de pronomes: próclise, me-
sóclise, ênclise ............................................................................................................................................................................ 22
6. Sintaxe: teoria geral da frase e sua análise: frase, oração, período, funções sintáticas ............................................................... 28
7. Concordância verbal e nominal .................................................................................................................................................. 30
8. Crase ........................................................................................................................................................................................... 33
9. Semântica: antônimos, sinônimos, homônimos e parônimos .................................................................................................... 34
10. Pontuação: emprego dos sinais de pontuação 34

Legislação E Ética No Serviço Público


1. Lei Estadual n. º 5.810/1994 e alterações (Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis da Administração Direta,
das Autarquias e das Fundações Públicas do Estado do Pará.) ........................................................................................... 45
2. Lei Complementar Estadual nº. 003/90, de 26 de abril de 1990, e suas alterações ............................................................ 64
3. Lei Complementar Estadual nº. 052, de 30 de janeiro de 2006 e suas alterações .............................................................. 65
4. Lei n. 13.853/2019 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais) .......................................................................................... 66
5. Ética e moral ....................................................................................................................................................................... 70
6. Ética, princípios, valores e a lei .......................................................................................................................................... 71
7. Ética e democracia: exercício da cidadania ........................................................................................................................ 71
8. Conduta ética ..................................................................................................................................................................... 72
9. Ética profissional ................................................................................................................................................................ 73
10. Ética e responsabilidade social .......................................................................................................................................... 75
11. Ética e função pública ........................................................................................................................................................ 78
12. Ética no setor público ......................................................................................................................................................... 79
13. Lei n. 8.429/1992 e suas alterações ................................................................................................................................... 80
14. Decreto n. 11.129/2022 ..................................................................................................................................................... 89
15. Lei n. 12.846/2013 e suas alterações ................................................................................................................................. 98
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Dessa maneira, para compreender e interpretar bem um texto,


LEITURA, COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE é necessário fazer a decodificação de códigos linguísticos e/ou vi-
TEXTO(S) ORIGINAL(IS) OU ADAPTADO(S), DE suais, isto é, identificar figuras de linguagem, reconhecer o sentido
NATUREZA DIVERSA: DESCRITIVO, NARRATIVO de conjunções e preposições, por exemplo, bem como identificar
E DISSERTATIVO, E DE DIFERENTES GÊNEROS, expressões, gestos e cores quando se trata de imagens.
COMO POR EXEMPLO: POEMA, CRÔNICA, NOTÍCIA,
REPORTAGEM, EDITORIAL, ARTIGO DE OPINIÃO,
Dicas práticas
TEXTO FICCIONAL, TEXTO ARGUMENTATIVO,
1. Faça um resumo (pode ser uma palavra, uma frase, um con-
INFORMATIVO, NORMATIVO, CHARGE, TIRINHA,
CARTUN, PROPAGANDA, ENSAIO E OUTROS. ceito) sobre o assunto e os argumentos apresentados em cada pa-
IDENTIFICAR A IDEIA CENTRAL DE UM TEXTO; rágrafo, tentando traçar a linha de raciocínio do texto. Se possível,
IDENTIFICAR INFORMAÇÕES NO TEXTO; ESTABELECER adicione também pensamentos e inferências próprias às anotações.
RELAÇÕES ENTRE IDEIA PRINCIPAL E IDEIAS 2. Tenha sempre um dicionário ou uma ferramenta de busca
SECUNDÁRIAS; RELACIONAR UMA INFORMAÇÃO DO por perto, para poder procurar o significado de palavras desconhe-
TEXTO COM OUTRAS INFORMAÇÕES OFERECIDAS NO cidas.
PRÓPRIO TEXTO OU EM OUTRO TEXTO; . RELACIONAR 3. Fique atento aos detalhes oferecidos pelo texto: dados, fon-
UMA INFORMAÇÃO DO TEXTO COM OUTRAS te de referências e datas.
INFORMAÇÕES PRESSUPOSTAS PELO CONTEXTO; 4. Sublinhe as informações importantes, separando fatos de
ANALISAR A PERTINÊNCIA DE UMA INFORMAÇÃO DO opiniões.
TEXTO EM FUNÇÃO DA ESTRATÉGIA ARGUMENTATIVA 5. Perceba o enunciado das questões. De um modo geral, ques-
DO AUTOR; DEPREENDER DE UMA AFIRMAÇÃO tões que esperam compreensão do texto aparecem com as seguin-
EXPLÍCITA OUTRA AFIRMAÇÃO IMPLÍCITA; INFERIR tes expressões: o autor afirma/sugere que...; segundo o texto...; de
O SENTIDO DE UMA PALAVRA OU EXPRESSÃO, acordo com o autor... Já as questões que esperam interpretação do
CONSIDERANDO: O CONTEXTO E/OU UNIVERSO
texto aparecem com as seguintes expressões: conclui-se do texto
TEMÁTICO E/OU ESTRUTURA MORFOLÓGICA DA
que...; o texto permite deduzir que...; qual é a intenção do autor
PALAVRA (RADICAL, AFIXOS E FLEXÕES); RELACIONAR,
NA ANÁLISE E COMPREENSÃO DO TEXTO, quando afirma que...
INFORMAÇÕES VERBAIS COM INFORMAÇÕES DE
ILUSTRAÇÕES OU FATOS E/OU GRÁFICOS OU TABELAS Tipologia Textual
E/OU ESQUEMAS; RELACIONAR INFORMAÇÕES A partir da estrutura linguística, da função social e da finali-
CONSTANTES DE TEXTO COM CONHECIMENTOS dade de um texto, é possível identificar a qual tipo e gênero ele
PRÉVIOS, IDENTIFICANDO SITUAÇÕES DE pertence. Antes, é preciso entender a diferença entre essas duas
AMBIGUIDADE OU DE IRONIA, OPINIÕES, VALORES classificações.
IMPLÍCITOS E PRESSUPOSIÇÕES. CONHECIMENTOS
LINGUÍSTICOS GERAIS E ESPECÍFICOS RELATIVOS À Tipos textuais
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO, RECURSOS A tipologia textual se classifica a partir da estrutura e da finali-
SINTÁTICOS E SEMÂNTICOS, DO EFEITO DE SENTIDO dade do texto, ou seja, está relacionada ao modo como o texto se
DE PALAVRAS, EXPRESSÕES E ILUSTRAÇÕES apresenta. A partir de sua função, é possível estabelecer um padrão
específico para se fazer a enunciação.
Compreender e interpretar textos é essencial para que o obje- Veja, no quadro abaixo, os principais tipos e suas característi-
tivo de comunicação seja alcançado satisfatoriamente. Com isso, é cas:
importante saber diferenciar os dois conceitos. Vale lembrar que o
texto pode ser verbal ou não-verbal, desde que tenha um sentido Apresenta um enredo, com ações e
completo. relações entre personagens, que ocorre
A compreensão se relaciona ao entendimento de um texto e em determinados espaço e tempo. É
de sua proposta comunicativa, decodificando a mensagem explíci- TEXTO NARRATIVO
contado por um narrador, e se estrutura
ta. Só depois de compreender o texto que é possível fazer a sua da seguinte maneira: apresentação >
interpretação. desenvolvimento > clímax > desfecho
A interpretação são as conclusões que chegamos a partir do
Tem o objetivo de defender determinado
conteúdo do texto, isto é, ela se encontra para além daquilo que
TEXTO ponto de vista, persuadindo o leitor a
está escrito ou mostrado. Assim, podemos dizer que a interpreta-
DISSERTATIVO partir do uso de argumentos sólidos.
ção é subjetiva, contando com o conhecimento prévio e do reper-
ARGUMENTATIVO Sua estrutura comum é: introdução >
tório do leitor. desenvolvimento > conclusão.

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Procura expor ideias, sem a necessidade Estrofes:


de defender algum ponto de vista. Para - dístico: dois versos;
isso, usa-se comparações, informações, - terceto: três versos;
TEXTO EXPOSITIVO - quadra ou quarteto: quatro versos;
definições, conceitualizações etc. A
estrutura segue a do texto dissertativo- - quinteto ou quintilha: cinco versos;
argumentativo. - sexteto ou sextilha: seis versos;
- sétima ou septilha: sete versos;
Expõe acontecimentos, lugares, pessoas, - oitava: oito versos;
de modo que sua finalidade é descrever, - novena ou nona: nove versos;
TEXTO DESCRITIVO ou seja, caracterizar algo ou alguém. - décima: dez versos.
Com isso, é um texto rico em adjetivos e
em verbos de ligação. O poema também pode apresentar rima:
- externa: sons semelhantes no final de diferentes versos;
Oferece instruções, com o objetivo de
- interna: rima entre a palavra final de um verso e outra do in-
TEXTO INJUNTIVO orientar o leitor. Sua maior característica
terior do verso seguinte;
são os verbos no modo imperativo.
- rica: entre palavras pertencentes a diferentes classes grama-
ticais;
Gêneros textuais - pobre: entre palavras pertencentes à mesma classe grama-
A classificação dos gêneros textuais se dá a partir do reconhe- tical;
cimento de certos padrões estruturais que se constituem a partir - emparelhada: AABB;
da função social do texto. No entanto, sua estrutura e seu estilo - alternada ou cruzada: ABAB;
não são tão limitados e definidos como ocorre na tipologia textual, - interpolada ou oposta: ABBA;
podendo se apresentar com uma grande diversidade. Além disso, o - mista: outro tipo de combinação, como ABACD;
padrão também pode sofrer modificações ao longo do tempo, as- - aguda: entre palavras oxítonas ou monossílabas tônicas;
sim como a própria língua e a comunicação, no geral. - grave: entre palavras paroxítonas;
Alguns exemplos de gêneros textuais: - esdrúxula: entre proparoxítonas;
• Artigo - perfeita, soante ou consoante: correspondência completa de
• Bilhete sons;
• Bula - imperfeita, toante ou assoante: sem correspondência com-
• Carta pleta de sons.
• Conto
• Crônica Tipos de poema
• E-mail Poema épico ou narrativo
• Lista Conta uma história, em forma de versos, e apresenta todas as
• Manual características do gênero narrativo, como narrador, personagens,
• Notícia tempo e espaço.”
• Poema
• Propaganda Poema dramático
• Receita culinária Não apresenta a voz de um narrador, pois a história se desen-
• Resenha rola a partir das falas dos personagens, estruturadas em forma de
• Seminário versos.

Vale lembrar que é comum enquadrar os gêneros textuais em Poema lírico


determinados tipos textuais. No entanto, nada impede que um tex- Manifesta ideias, emoções ou desejos. Não apresenta caracte-
to literário seja feito com a estruturação de uma receita culinária, rísticas do gênero dramático nem conta uma história.
por exemplo. Então, fique atento quanto às características, à finali-
dade e à função social de cada texto analisado. Crônica
Crônica é o tipo de texto que aborda acontecimentos do dia a
Poema dia de uma forma diferenciada. Muito encontrada nos meios de co-
Poema é um texto literário escrito em versos, que são distri- municação como revistas, jornais e rádios, tem como objetivo fazer
buídos em estrofes. Esses versos podem ser regulares, brancos uma análise crítica das situações cotidianas, possibilitando ao leitor
ou livres. Se for composto por versos regulares, esse texto pode- uma reflexão sobre aquele assunto.
rá apresentar diversos tipos de rimas. Também pode ser narrativo, A palavra deriva do latim chronica, que significa narrativa cro-
dramático ou lírico. nológica. A primeira crônica data de 1799 e foi publicada no Jornal
Com relação às diferenças entre poema e poesia, o poema se des Débats, em Paris. No Brasil, ela passou a ser conhecida na me-
refere a uma estrutura textual, enquanto a poesia está relacionada tade do século XIX e era publicada em folhetins.
ao conteúdo do texto.”
Características
Características do poema Por tratar de assuntos cotidianos e factuais, a crônica tem “vida
Um poema apresenta: curta”. O assunto em pauta hoje não será o mesmo de amanhã,
Versos: aspecto similar ao jornalismo, visto que ambas buscam inspiração
- regulares: com métrica e rima; nos acontecimentos do dia a dia.
- brancos: com métrica e sem rima;
- livres: sem métrica e sem rima.

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Com uma linguagem simples, a crônica relata de forma dife- Notícia
renciada as ocorrências, seja de forma artística, em tom crítico ou Este é um dos tipos de texto que é mais fácil de identificar. Sua
com humor. linguagem é narrativa e descritiva e o objetivo desse texto é infor-
Veja as principais características dessa vertente dos gêneros mar algo que aconteceu.
textuais: A notícia é um dos principais tipos de textos jornalísticos exis-
- É escrita em textos curtos; tentes e tem como intenção nos informar acerca de determinada
- Possui linguagem despojada e simples; ocorrência. Bastante recorrente nos meios de comunicação em ge-
- Narra situações do cotidiano; ral, seja na televisão, em sites pela internet ou impresso em jornais
- Visa prender a atenção do leitor. ou revistas.
Caracteriza-se por apresentar uma linguagem simples, clara,
Tipos de crônica objetiva e precisa, pautando-se no relato de fatos que interessam
Apesar de ter em comum o tom crítico com a intenção de cau- ao público em geral. A linguagem é clara, precisa e objetiva, uma
sar uma reflexão no leitor sobre o assunto abordado, a crônica pode vez que se trata de uma informação.
ser classificada em: descritiva, narrativa, dissertativa, narrativo-des-
critiva, humorística, lírica, jornalística e histórica. Reportagem
Reportagem é um texto jornalístico amplamente divulgado nos
Descritiva meios de comunicação de massa. A reportagem informa, de modo
Como o próprio nome diz, a crônica descritiva detalha, expõe mais aprofundado, fatos de interesse público. Ela situa-se no ques-
com pormenores os atributos de pessoas, animais ou objetos. A lin- tionamento de causa e efeito, na interpretação e no impacto, so-
guagem utilizada é dinâmica e conotativa. mando as diferentes versões de um mesmo acontecimento.
A reportagem não possui uma estrutura rígida, mas geralmen-
Narrativa te costuma estabelecer conexões com o fato central, anunciado no
Esse tipo de crônica tem como pano de fundo a narração de que chamamos de lead. A partir daí, desenvolve-se a narrativa do
uma história, que pode ser feita na 1ª ou 3ª pessoa do singular, e fato principal, ampliada e composta por meio de citações, trechos
por isso acaba sendo confundida com o conto (texto fictício que cria de entrevistas, depoimentos, dados estatísticos, pequenos resu-
fantasias e acontecimentos). Humor, ação e crítica são as principais mos, dentre outros recursos. É sempre iniciada por um título, como
características. todo texto jornalístico.
O objetivo de uma reportagem é apresentar ao leitor várias
Narrativo-descritiva versões para um mesmo fato, informando-o, orientando-o e contri-
Apresenta características narrativas e descritivas de maneira buindo para formar sua opinião.
intercalada no decorrer do texto, com acontecimentos retratados A linguagem utilizada nesse tipo de texto é objetiva, dinâmi-
em uma sequência temporal. ca e clara, ajustada ao padrão linguístico divulgado nos meios de
comunicação de massa, que se caracteriza como uma linguagem
Dissertativa acessível a todos os públicos, mas pode variar de formal para mais
A apresentação explícita da opinião do autor sobre determi- informal dependendo do público a que se destina. Embora seja im-
nado assunto do cotidiano é a principal característica desse tipo de pessoal, às vezes é possível perceber a opinião do repórter sobre os
crônica, que pode ser escrita em 1ª do singular ou 3ª pessoa do fatos ou sua interpretação.
plural.
Editorial
Humorística O editorial é um tipo de texto jornalístico que geralmente apa-
A crônica humorística utiliza a ironia, o sarcasmo e o humor rece no início das colunas. Diferente dos outros textos que com-
para tratar assuntos que impactam a sociedade, como política, eco- põem um jornal, de caráter informativo, os editoriais são textos
nomia e cultura. opinativos.
Embora sejam textos de caráter subjetivo, podem apresentar
Lírica certa objetividade. Isso porque são os editoriais que apresentam
A crônica lírica apresenta uma linguagem poética e metafórica os assuntos que serão abordados em cada seção do jornal, ou seja,
que demonstra emoções como nostalgia, saudade e paixão. Política, Economia, Cultura, Esporte, Turismo, País, Cidade, Classifi-
cados, entre outros.
Jornalística Os textos são organizados pelos editorialistas, que expressam
Como o próprio nome diz, esse tipo de crônica explora notícias as opiniões da equipe e, por isso, não recebem a assinatura do au-
jornalísticas. A principal diferença entre a crônica jornalística e a tor. No geral, eles apresentam a opinião do meio de comunicação
dissertativa é que a primeira aborda apenas os fatos que permeiam (revista, jornal, rádio, etc.).
os meios de comunicação. Tanto nos jornais como nas revistas podemos encontrar os edi-
toriais intitulados como “Carta ao Leitor” ou “Carta do Editor”.
Histórica Em relação ao discurso apresentado, esse costuma se apoiar
A crônica histórica aborda apenas fatos reais ocorridos no pas- em fatos polêmicos ligados ao cotidiano social. E quando falamos
sado, com personagens, tempo e espaço definidos, com uma lin- em discurso, logo nos atemos à questão da linguagem que, mesmo
guagem leve e coloquial. em se tratando de impressões pessoais, o predomínio do padrão
formal, fazendo com que prevaleça o emprego da 3ª pessoa do sin-
gular, ocupa lugar de destaque.

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Artigo de Opinião Em nosso cotidiano, temos inúmeros exemplos de textos nor-
É comum encontrar circulando no rádio, na TV, nas revistas, mativos, dentre eles ressaltamos:
nos jornais, temas polêmicos que exigem uma posição por parte ● Um contrato de trabalho ou compra e venda
dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso, o autor geralmente ● O código de defesa do consumidor
apresenta seu ponto de vista sobre o tema em questão através do ● As leis de trânsito
artigo de opinião. ● A Constituição Federal
Nos tipos textuais argumentativos, o autor geralmente tem ● A Declaração Universal dos Direitos Humanos
a intenção de convencer seus interlocutores e, para isso, precisa ● Diário Oficial
apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e opini- ● ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente
ões. ● Estatuto do idoso
O artigo de opinião é fundamentado em impressões pessoais Os textos normativos são fundamentais para relações humanas
do autor do texto e, por isso, são fáceis de contestar. e acima de tudo são considerados como gêneros que asseguram
nossos direitos e deveres.
Texto ficcional
O que é narrativa ficcional? Propaganda
A narrativa ficcional retrata acontecimentos, cenários e pesso- Este gênero aparece também na forma oral, diferente da maio-
as de forma não necessariamente compatível com a realidade. Esse ria dos outros gêneros. Suas principais características são a lingua-
tipo aparece em meios literários, como romances, contos e novelas. gem argumentativa e expositiva, pois a intenção da propaganda é
Mas um uso menos restrito do termo também leva à narrativa fazer com que o destinatário se interesse pelo produto da propa-
imaginária. Por exemplo, teatro, filmes, jogos de videogame e qua- ganda. O texto pode conter algum tipo de descrição e sempre é
drinhos. Na narrativa ficcional, o autor precisa construir um mundo claro e objetivo.
imaginário, desviando-se da realidade às vezes.
Por não ter um pé na realidade, a narrativa ficcional não se Charge
preocupa em ser precisa. Isso, porque os eventos são abertos às Charge tem a finalidade de ilustrar, por meio da sátira, os acon-
interpretações e os personagens podem fazer parte de um universo tecimentos atuais que despertam o interesse público. Muito usado
totalmente fictício. em jornais e revistas por causa do cunho político e social.
É o gênero no qual o autor expressa sua visão dos fatos por
Quais são os elementos da narrativa ficcional? meio de caricaturas. A charge pode vir com um ou mais persona-
O primeiro elemento é o enredo. Por meio dele, os fatos se gens, geralmente personalidades públicas. Mas também costuma
desenrolam. Uma narrativa conta com conflito e clímax. Em alguns apresentar pessoas envolvidos na política, devido ao seu teor crí-
casos, os autores se apoiam em uma estrutura chamada de “jorna- tico. Podendo conter ou não legendas e balão de fala, faz uso do
da do herói”. humor.
O segundo elemento é o narrador. É quem conta o que vai De origem francesa, “charger” quer dizer “carga”, ou seja, o uso
acontecer na história. Os personagens são o elemento responsável do exagerado para representar alguma situação ou alguém de for-
por fazer viver os fatos da história. Podem ser mocinhos, vilões, co- ma cômica. A primeira charge publicada no Brasil tinha o título “A
adjuvantes ou pares românticos, por exemplo. Campanha e o Cujo”, criada por Manuel José de Araújo, em 1837,
Mas a história precisa se passar em algum lugar, né? É aqui que em Porto Alegre.
entram o ambiente e o tempo. Assim, é neles que acontecem os Surgiram no século XIX e trouxeram à tona a necessidade do
fatos, definido pela época em que as coisas acontecem e o mundo público de expressar indignação e insatisfação com o governo vi-
da história. gente. O leitor, através da charge, encontra caminhos para entender
os acontecimentos ocorridos no mundo todo. O profissional que as
Gênero normativo desenha, chargista, precisa ter conhecimento dos assuntos em pau-
Os textos normativos são considerados como textos regulató- ta para poder retratá-los e transmiti-los de forma objetiva.
rios capazes de sistematizar leis e códigos que asseguram nossos
direitos e deveres. Esta modalidade textual também regula as nor- Características da Charge
mas funcionais de uma determinada comunidade, instituição, igre- • Representa a atualidade: para entendimento da piada conti-
ja, escola, empresas privadas ou instituições públicas. Atualmente da no desenho, é necessário um contexto histórico. Ou seja, sem sa-
viver em sociedade significa seguir regras e respeitar normas, não é ber qual âmbito uma história está sendo contada, a piada é perdida;
verdade? Regras de como conviver com outras pessoas. Regras para • Linguagem verbal e não verbal: o desenho pode ser verbaliza-
se ter segurança no trânsito. Respeitar normas de boa convivência do ou não, através das legendas ou balões de textos.
no trabalho ou na escola. Formais ou informais. No entanto, muitas • Fator social ou político: tem como tema especialmente ques-
vezes para que uma regra seja respeitada é necessário um registro, tões políticas e sociais, sejam elas nacionais ou internacionais. E
desta forma protocolos, portarias e editais são claros exemplos de está em volta da satirizarão de um fato político e/ou social de re-
textos normativos. levância.
Os textos normativos e legais devem ser claros, de modo a não • Posicionamento editorial: normalmente pode retratar o pon-
causar problemas de compreensão para o público a quem ele se to de vista do veículo comunicacional no qual a charge está sendo
destina. Deve ser objetivo e centra-se na regulamentação do que veiculada;
está em questão, podendo ser relações de convivência, trabalho e • Circulação: é considerado um gênero jornalístico, então é
comércio. bastante usado pelo meio. Ou seja, sua circulação será em jornais
e revistas;
• Efemeridade: retrata acontecimentos contemporâneos. A
charge é tida como efêmera, pois está sempre se atualizando;

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• Exagero: aponta o exagero para provocar a vertente humo- Elas não possuem contexto histórico como os charges, mas po-
rística; o riso. No exagero, o chargista enfatiza pontos tidos como dem fazer críticas pessoais ou de fenômenos coletivos. Geralmente
principais. O profissional faz distorções da realidade, mas não tira é uma narração sequenciada pela linguagem verbal.
a veracidade;
• Caráter: humorístico, cômico, irônico e satírico. ARGUMENTAÇÃO
• Ruptura discursiva: o final inesperado trata-se de uma quebra O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma
do discurso construído na charge; informação a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem
• Intertemporalidade: a charge nunca irá explicar a sua própria positiva de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado,
piada. ou inteligente, ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz
seja admitido como verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de
Charge animada convencer, ou seja, tem o desejo de que o ouvinte creia no que o
A Charge animada possui as mesmas características de uma texto diz e faça o que ele propõe.
charge em desenho. Ela foi popularizada por meio das redes sociais Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo
e televisão. Nesse tipo é mais frequente o uso da linguagem verbal, texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o
por ser desenhos em movimentos e com sonoridade. conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir
Curiosidade: emissoras de TV começaram o uso das charges a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo
através das obras do cartunista Mauricio Ricardo Quirino, em fe- tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de
vereiro de 2000. Atualmente, são encontradas de forma mais fre- vista defendidos.
quente no programa Big Brother Brasil da Rede Globo. As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a
Qual a diferença entre Cartum e Charge veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse
Bastantes confundidos, cartum e charge são diferentes e apli- acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocutor
cados em casos específicos. O Cartum não tem ligação com a rea- a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o que
lidade. É utilizado em qualquer situação, sendo uma crítica humo- está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio da
rística ou não. Esse gênero textual pode ser entendido por diversas retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recursos
pessoas, de diferentes países, diferentes culturas e em diferentes de linguagem.
épocas. A palavra é uma versão aportuguesada do inglês “cartoon”, Para compreender claramente o que é um argumento, é bom
que significa “cartão” e tem origem italiana “cartone”. voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa
Ou seja, no cartum é abordado temas universais, que todo ser obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de
humano está sujeito a passar, como fome, sede, injustiça, morte, escolher entre duas ou mais coisas”.
etc. E por ser tematicamente universal não necessita de contexto, Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e
gancho ou época para ser entendido. Normalmente são aborda- uma desvantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos
dos questões de comportamento humano, mas sem referência a argumentar. Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher
um personagem especifico, pois são atemporais. Além disso, usa entre duas coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse
características das histórias em quadrinhos, como balões e as ono- caso, precisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável.
matopeias. O argumento pode então ser definido como qualquer recurso que
O nascimento do cartum ocorreu a partir de um fato no ano torna uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua
de 1874, em Londres. O príncipe Albert queria decorar o Palácio no domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor
de Westminster e, para isto, promoveu um concurso de desenhos crer que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais
feitos em cartões. Os vencedores teriam seus desenhos colados na possível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra.
parede do palácio. No intuito de satirizar, a revista “Punch” publicou O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de
seus próprios “cartoons”. um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o
Portanto, o cartum é relacionado à acontecimentos e temas enunciador está propondo.
atemporais, enquanto que a charge é temporal, com temas da con- Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação.
temporaneidade. O primeiro não retrata uma personalidade isola- O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende
da, mas sim a coletividade, já o segundo pode usar a imagem de demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das
pessoas públicas. premissas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos
postulados admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não
Características do Cartum dependem de crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas
• Gênero textual de linguagem não-verbal apenas do encadeamento de premissas e conclusões.
• Humorístico Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento:
• Cômico A é igual a B.
• Mistura imagens, palavras e sentido A é igual a C.
• Irônico Então: C é igual a B.
• Sátiro
• Atemporal Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente,
que C é igual a A.
Charge versus Tirinhas Outro exemplo:
Tirinhas é uma sequência de quadrinhos que critica os valores Todo ruminante é um mamífero.
sociais. São semelhantes as histórias em quadrinhos (HQ’s), porém A vaca é um ruminante.
mais curtas. Assim como as charges, as tirinhas também podem ser Logo, a vaca é um mamífero.
encontradas em jornais, revistas e internet.

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Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão Argumento de Quantidade
também será verdadeira. É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior
No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele, número de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior
a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve- duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento
se mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz
plausível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo- largo uso do argumento de quantidade.
se mais confiável do que os concorrentes porque existe desde a
chegada da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo- Argumento do Consenso
nos que um banco com quase dois séculos de existência é sólido É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se
e, por isso, confiável. Embora não haja relação necessária entre em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como
a solidez de uma instituição bancária e sua antiguidade, esta tem verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que
peso argumentativo na afirmação da confiabilidade de um banco. o objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia
Portanto é provável que se creia que um banco mais antigo seja de que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao
mais confiável do que outro fundado há dois ou três anos. indiscutível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que
Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase não desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo,
impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer as afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de
as pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante que as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos.
entender bem como eles funcionam. Ao confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos
Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso argumentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as
acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o frases carentes de qualquer base científica.
auditório, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais
fácil quanto mais os argumentos estiverem de acordo com suas Argumento de Existência
crenças, suas expectativas, seus valores. Não se pode convencer É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar
um auditório pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas
que ele abomina. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o
que ele considera positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem argumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na
com frequência associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos mão do que dois voando”.
Estados Unidos, essa associação certamente não surtiria efeito, Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais
porque lá o futebol não é valorizado da mesma forma que no Brasil. (fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas
O poder persuasivo de um argumento está vinculado ao que é concretas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica.
valorizado ou desvalorizado numa dada cultura. Durante a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o
exército americano era muito mais poderoso do que o iraquiano.
Tipos de Argumento Essa afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia
Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado ser vista como propagandística. No entanto, quando documentada
a fazer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um pela comparação do número de canhões, de carros de combate, de
argumento. Exemplo: navios, etc., ganhava credibilidade.

Argumento de Autoridade Argumento quase lógico


É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa
pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber, e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios
para servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse são chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios
recurso produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do lógicos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias
produtor do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao entre os elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis,
texto a garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do plausíveis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a
texto um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e C”, “então A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade
verdadeira. Exemplo: lógica. Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu
“A imaginação é mais importante do que o conhecimento.” amigo” não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade
provável.
Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente
ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que
conhecimento. Nunca o inverso. concorrem para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir
do tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se
Alex José Periscinoto. fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2 com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações
indevidas.
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais
importante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir Argumento do Atributo
a ela, o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. É aquele que considera melhor o que tem propriedades típicas
Se um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais
acreditar que é verdade. raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
que é mais grosseiro, etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido,
celebridades recomendando prédios residenciais, produtos de uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir
beleza, alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o outros à sua dependência política e econômica”.
consumidor tende a associar o produto anunciado com atributos
da celebridade. A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situação
Uma variante do argumento de atributo é o argumento da concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvidos
competência linguística. A utilização da variante culta e formal na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, o
da língua que o produtor do texto conhece a norma linguística assunto, etc).
socialmente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um Convém ainda alertar que não se convence ninguém com
texto em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o manifestações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo
modo de dizer dá confiabilidade ao que se diz. mentir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas
Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de feitas (como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é
saúde de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas evidente, afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer,
maneiras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais em seu texto, sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o
adequada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria enunciador deve construir um texto que revele isso. Em outros
certa estranheza e não criaria uma imagem de competência do termos, essas qualidades não se prometem, manifestam-se na ação.
médico: A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer
- Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a
conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz.
por bem determinar o internamento do governador pelo período Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um
de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001. ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui
- Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir.
alguns deles são barrapesada, a gente botou o governador no Argumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações
hospital por três dias. para chegar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é
um processo de convencimento, por meio da argumentação, no
Como dissemos antes, todo texto tem uma função qual procura-se convencer os outros, de modo a influenciar seu
argumentativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, pensamento e seu comportamento.
para ser ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão
comunicação deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que válida, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia
pretenda ser, um texto tem sempre uma orientação argumentativa. ou proposição, e o interlocutor pode questionar cada passo
A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante do raciocínio empregado na argumentação. A persuasão não
traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um válida apoia-se em argumentos subjetivos, apelos subliminares,
homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo chantagens sentimentais, com o emprego de “apelações”, como a
ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza. inflexão de voz, a mímica e até o choro.
O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades,
dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a favor
episódios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresenta
não outras, etc. Veja: dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos
“O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma
trocavam abraços afetuosos.” “tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na dissertação,
ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse
O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão,
e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse debate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento,
fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até, a possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade
que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada. de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar
Além dos defeitos de argumentação mencionados quando um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos
tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros: fundamentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de
- Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão vista.
amplo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude
contrário. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, argumentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de
pode ser usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras discurso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia.
podem ter valor positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições,
ou vir carregadas de valor negativo (autoritarismo, degradação do é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e
meio ambiente, injustiça, corrupção). seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas vezes,
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre,
um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício
ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir para aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em
o argumento. desenvolver as seguintes habilidades:
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do
contexto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e
atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite

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LÍNGUA PORTUGUESA
- argumentação: anotar todos os argumentos a favor de A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseiase
uma ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse caso,
totalmente contrária; as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, parte de
- contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconhecidos. O
argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresentaria percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo:
contra a argumentação proposta; O calor dilata o ferro (particular)
- refutação: argumentos e razões contra a argumentação O calor dilata o bronze (particular)
oposta. O calor dilata o cobre (particular)
O ferro, o bronze, o cobre são metais
A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, Logo, o calor dilata metais (geral, universal)
argumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões
válidas, como se procede no método dialético. O método dialético Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido
não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas. e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas
Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos
de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno fatos, pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma
em questão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na conclusão falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição
sociedade. inexata, uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa
Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou analogia são algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe
o método de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que má fé, intenção deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o
parte do simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência sofisma não tem essas intenções propositais, costuma-se chamar
são a mesma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a esse processo de argumentação de paralogismo. Encontra-se um
conclusões verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em exemplo simples de sofisma no seguinte diálogo:
partes, começando-se pelas proposições mais simples até alcançar, - Você concorda que possui uma coisa que não perdeu?
por meio de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio - Lógico, concordo.
cartesiana, é fundamental determinar o problema, dividi-lo em - Você perdeu um brilhante de 40 quilates?
partes, ordenar os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os - Claro que não!
seus elementos e determinar o lugar de cada um no conjunto da - Então você possui um brilhante de 40 quilates...
dedução.
A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a Exemplos de sofismas:
argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma Dedução
série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca Todo professor tem um diploma (geral, universal)
da verdade: Fulano tem um diploma (particular)
- evidência; Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa)
- divisão ou análise;
- ordem ou dedução; Indução
- enumeração. O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor.
(particular)
A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular)
e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o Rio de Janeiro e Taubaté são cidades.
encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo. Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral
A forma de argumentação mais empregada na redação – conclusão falsa)
acadêmica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas,
que contém três proposições: duas premissas, maior e menor, Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão pode
e a conclusão. As três proposições são encadeadas de tal forma, ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são professores;
que a conclusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Redentor. Comete-
premissa maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois se erro quando se faz generalizações apressadas ou infundadas. A
alguns não caracteriza a universalidade. “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise superficial
Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, baseados nos
(silogística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai sentimentos não ditados pela razão.
do particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não
é o silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se fundamentais, que contribuem para a descoberta ou comprovação
em uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva da verdade: análise, síntese, classificação e definição. Além desses,
à conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, existem outros métodos particulares de algumas ciências, que
de verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação adaptam os processos de dedução e indução à natureza de uma
de fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa realidade particular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu
para o efeito. Exemplo: método próprio demonstrativo, comparativo, histórico etc. A
análise, a síntese, a classificação a definição são chamadas métodos
Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal) sistemáticos, porque pela organização e ordenação das ideias visam
Fulano é homem (premissa menor = particular) sistematizar a pesquisa.
Logo, Fulano é mortal (conclusão)

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LÍNGUA PORTUGUESA
Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados; decrescente, primeiro o menos importante e, no final, o impacto
a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para do mais importante; é indispensável que haja uma lógica na
o todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma classificação. A elaboração do plano compreende a classificação
depende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto das partes e subdivisões, ou seja, os elementos do plano devem
a síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém, obedecer a uma hierarquização. (Garcia, 1973, p. 302304.)
que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na
reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu introdução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para
o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria expressar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara
todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combinadas, e racionalmente as posições assumidas e os argumentos que as
seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então, o justificam. É muito importante deixar claro o campo da discussão e
relógio estaria reconstruído. a posição adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo os pontos de vista sobre ele.
por meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da
conjunto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a linguagem e consiste na enumeração das qualidades próprias
análise, que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma de uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento
decomposição organizada, é preciso saber como dividir o todo em conforme a espécie a que pertence, demonstra: a característica que
partes. As operações que se realizam na análise e na síntese podem o diferencia dos outros elementos dessa mesma espécie.
ser assim relacionadas: Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição
Análise: penetrar, decompor, separar, dividir. é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências.
Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir. A definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às
palavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou
A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica
a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação de tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos:
abordagens possíveis. A síntese também é importante na escolha - o termo a ser definido;
dos elementos que farão parte do texto. - o gênero ou espécie;
Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou - a diferença específica.
informal. A análise formal pode ser científica ou experimental;
é característica das ciências matemáticas, físico-naturais e O que distingue o termo definido de outros elementos da
experimentais. A análise informal é racional ou total, consiste mesma espécie. Exemplo:
em “discernir” por vários atos distintos da atenção os elementos Na frase: O homem é um animal racional classifica-se:
constitutivos de um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou
fenômeno.
A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabelece
as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as Elemento especiediferença
partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se a ser definidoespecífica
confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
análise é decomposição e classificação é hierarquisação. É muito comum formular definições de maneira defeituosa,
Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenômenos por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em
por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a partes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando
classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou é advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é
menos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importante
são empregados de modo mais ou menos convencional. A é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973,
classificação, no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens, p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”.
gêneros e espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos:
características comuns e diferenciadoras. A classificação dos - o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em
variados itens integrantes de uma lista mais ou menos caótica é que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está
artificial. realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta
ou instalação”;
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão, - o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os
canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio, exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito
sabiá, torradeira. para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade;
Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá. - deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade,
Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo. definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”;
Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira. - deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui
Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus. definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem”
não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem);
Os elementos desta lista foram classificados por ordem - deve ser breve (contida num só período). Quando a definição,
alfabética e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos
critérios de classificação das ideias e argumentos, pela ordem ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição
de importância, é uma habilidade indispensável para elaborar expandida;d
o desenvolvimento de uma redação. Tanto faz que a ordem seja
crescente, do fato mais importante para o menos importante, ou

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LÍNGUA PORTUGUESA
- deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) + Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras
cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as de se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar
diferenças). uma ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da
mesma forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente.
As definições dos dicionários de língua são feitas por meio Para estabelecer contraste, empregam-se as expressões: mais que,
de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística menos que, melhor que, pior que.
que consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar
palavra e seus significados. o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se:
A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade
Sempre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma
e necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada afirmação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a
com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional credibilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais
do mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma no corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao
fundamentação coerente e adequada. fazer uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos
Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica na linha de raciocínio que ele considera mais adequada para
clássica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o explicar ou justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento
julgamento da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é tem mais caráter confirmatório que comprobatório.
clara e pode reconhecer-se facilmente seus elementos e suas Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam
relações; outras vezes, as premissas e as conclusões organizam-se explicação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido
de modo livre, misturando-se na estrutura do argumento. Por isso, por consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural.
é preciso aprender a reconhecer os elementos que constituem um Nesse caso, incluem-se
argumento: premissas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar - A declaração que expressa uma verdade universal (o homem,
se tais elementos são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar mortal, aspira à imortalidade);
se o argumento está expresso corretamente; se há coerência e - A declaração que é evidente por si mesma (caso dos
adequação entre seus elementos, ou se há contradição. Para isso postulados e axiomas);
é que se aprende os processos de raciocínio por dedução e por - Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de
indução. Admitindo-se que raciocinar é relacionar, conclui-se que natureza subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria
o argumento é um tipo específico de relação entre as premissas e razão desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto
a conclusão. não se discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda
Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos que parece absurdo).
argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação:
exemplificação, explicitação, enumeração, comparação. Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns concretos, estatísticos ou documentais.
nesse tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação
maior relevância que. Empregam-se também dados estatísticos, se realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica:
acompanhados de expressões: considerando os dados; conforme causa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência.
os dados apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações,
apresentação de causas e consequências, usando-se comumente as julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opiniões
expressões: porque, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada,
por causa de, em virtude de, em vista de, por motivo de. e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que
Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é explicar expresse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na
ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade
esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpretação. dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra-
Na explicitação por definição, empregamse expressões como: quer argumentação ou refutação. São vários os processos de contra-
dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista, ou argumentação:
melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme, Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação
segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no demonstrando o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a
entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela contraargumentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o
interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece, cordeiro”;
assim, desse ponto de vista. Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses
Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga
elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração verdadeira;
de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento
frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, à opinião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a
depois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, universalidade da afirmação;
depois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente, Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade:
respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de consiste em refutar um argumento empregando os testemunhos de
espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí, autoridade que contrariam a afirmação apresentada;
além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em
interior, nas grandes cidades, no sul, no leste... desautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador
baseou-se em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou

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LÍNGUA PORTUGUESA
inconsequentes. Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de
meio de dados estatísticos, que “o controle demográfico produz o redação: é um dos possíveis.
desenvolvimento”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece
baseia-se em uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na
Para contraargumentar, propõese uma relação inversa: “o criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualidade
desenvolvimento é que gera o controle demográfico”. como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já
Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para existente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem
desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas funções diferentes que dependem muito dos textos/contextos em
ao desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em que ela é inserida.
seguida, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,
para a elaboração de um Plano de Redação. não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume
Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a
tecnológica cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura,
- Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois
a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da textos caracterizada por um citar o outro.
resposta, justificar, criando um argumento básico; A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando
- Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e um texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira,
construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação se utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos
que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la – a fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero
(rever tipos de argumentação); ou de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos
- Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias diferentes. Assim, como você constatou, uma história em
que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias quadrinhos pode utilizar algo de um texto científico, assim como
podem ser listadas livremente ou organizadas como causa e um poema pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de
consequência); opinião pode mencionar um provérbio conhecido.
- Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com
argumento básico; outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com
- Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que outras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao
poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se tomá-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao
em argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do ironizá-lo ou ao compará-lo com outros.
argumento básico; Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum
- Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos,
sequência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo desenhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos
às partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou expressamos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que
menos a seguinte: já foram formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los
ou mesmo contradizê-los. Em outras palavras, não há textos
Introdução absolutamente originais, pois eles sempre – de maneira explícita ou
- função social da ciência e da tecnologia; implícita – mantêm alguma relação com algo que foi visto, ouvido
- definições de ciência e tecnologia; ou lido.
- indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
Tipos de Intertextualidade
Desenvolvimento A intertextualidade acontece quando há uma referência
- apresentação de aspectos positivos e negativos do explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode
desenvolvimento tecnológico; ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, filme,
- como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as novela etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a
condições de vida no mundo atual; intertextualidade.
- a tecnocracia: oposição entre uma sociedade Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo,
tecnologicamente desenvolvida e a dependência tecnológica dos um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um
países subdesenvolvidos; diálogo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social; as mesmas ideias da obra citada ou contestando-as.
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do
passado; apontar semelhanças e diferenças; texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar,
- analisar as condições atuais de vida nos grandes centros reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer
urbanos; com outras palavras o que já foi dito.
- como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar
mais a sociedade. A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros
textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso
Conclusão é objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes.
- a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/ Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original
consequências maléficas; é retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a uma
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos reflexão crítica de suas verdades incontestadas anteriormente, com
apresentados. esse processo há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos

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LÍNGUA PORTUGUESA
e uma busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e PONTO DE VISTA
da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo dessa O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes
arte, frequentemente os discursos de políticos são abordados sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos
de maneira cômica e contestadora, provocando risos e também de vista diferentes. É considerado o elemento da narração que
reflexão a respeito da demagogia praticada pela classe dominante. compreende a perspectiva através da qual se conta a história.
Trata-se da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar
A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras, textos de existir diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma
científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que narrativa, considera-se dois pontos de vista como fundamentais: O
consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma narrador-observador e o narrador-personagem.
relação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo
“epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e Primeira pessoa
“graphé” (escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto
Patrimônio Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos
a.C.): “A cultura é o melhor conforto para a velhice”. o livro com a sensação de termos a visão do personagem podendo
também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma
A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras numa leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas
produção textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e
expressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro só descobrimos ao decorrer da história.
autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação
sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o Segunda pessoa
termo “citação” (citare) significa convocar. O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um
diálogo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se
A Alusão faz referência aos elementos presentes em outros sinta quase como outro personagem que participa da história.
textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois
termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar). Terceira pessoa
Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas
Pastiche é uma recorrência a um gênero. observasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa
em primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como
A Tradução está no campo da intertextualidade porque implica alguém que estivesse apenas contando o que cada personagem
a recriação de um texto. disse.
Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será
Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao transmitida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história
“conhecimento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja, é contada por mais de um ser fictício, a transição do ponto de
comum ao produtor e ao receptor de textos. vista de um para outro deve ser bem clara, para que quem estiver
A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito acompanhando a leitura não fique confuso.
amplo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimento de
remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos, ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO TEXTO E DOS
além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função PARÁGRAFOS
daquela citação ou alusão em questão. São três os elementos essenciais para a composição de um tex-
to: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Vamos estudar
Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita cada uma de forma isolada a seguir:
A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou
implícita, de acordo com a relação estabelecida com o texto fonte, Introdução
ou seja, se mais direta ou se mais subentendida. É a apresentação direta e objetiva da ideia central do texto. A
introdução é caracterizada por ser o parágrafo inicial.
A intertextualidade explícita:
– é facilmente identificada pelos leitores; Desenvolvimento
– estabelece uma relação direta com o texto fonte; Quando tratamos de estrutura, é a maior parte do texto. O
– apresenta elementos que identificam o texto fonte; desenvolvimento estabelece uma conexão entre a introdução e a
– não exige que haja dedução por parte do leitor; conclusão, pois é nesta parte que as ideias, argumentos e posicio-
– apenas apela à compreensão do conteúdos. namento do autor vão sendo formados e desenvolvidos com a fina-
lidade de dirigir a atenção do leitor para a conclusão.
A intertextualidade implícita: Em um bom desenvolvimento as ideias devem ser claras e ap-
– não é facilmente identificada pelos leitores; tas a fazer com que o leitor anteceda qual será a conclusão.
– não estabelece uma relação direta com o texto fonte;
– não apresenta elementos que identificam o texto fonte; São três principais erros que podem ser cometidos na elabora-
– exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por ção do desenvolvimento:
parte dos leitores; - Distanciar-se do texto em relação ao tema inicial.
– exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios para - Focar em apenas um tópico do tema e esquecer dos outros.
a compreensão do conteúdo. - Falar sobre muitas informações e não conseguir organizá-las,
dificultando a linha de compreensão do leitor.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Conclusão
Ponto final de todas as argumentações discorridas no desenvolvimento, ou seja, o encerramento do texto e dos questionamentos
levantados pelo autor.
Ao fazermos a conclusão devemos evitar expressões como: “Concluindo...”, “Em conclusão, ...”, “Como já dissemos antes...”.

Parágrafo
Se caracteriza como um pequeno recuo em relação à margem esquerda da folha. Conceitualmente, o parágrafo completo deve conter
introdução, desenvolvimento e conclusão.
- Introdução – apresentação da ideia principal, feita de maneira sintética de acordo com os objetivos do autor.
- Desenvolvimento – ampliação do tópico frasal (introdução), atribuído pelas ideias secundárias, a fim de reforçar e dar credibilidade
na discussão.
- Conclusão – retomada da ideia central ligada aos pressupostos citados no desenvolvimento, procurando arrematá-los.

Exemplo de um parágrafo bem estruturado (com introdução, desenvolvimento e conclusão):

“Nesse contexto, é um grave erro a liberação da maconha. Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado perderá
o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão estrutura
suficiente para atender à demanda. Enfim, viveremos o caos. ”
(Alberto Corazza, Isto É, com adaptações)

Elemento relacionador: Nesse contexto.


Tópico frasal: é um grave erro a liberação da maconha.
Desenvolvimento: Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce sobre
as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda.
Conclusão: Enfim, viveremos o caos.

INTERPRETAÇÃO DE RECURSOS COESIVOS NA CONSTRUÇÃO DO TEXTO

Coerência e a coesão
A coerência e a coesão são essenciais na escrita e na interpretação de textos. Ambos se referem à relação adequada entre os compo-
nentes do texto, de modo que são independentes entre si. Isso quer dizer que um texto pode estar coeso, porém incoerente, e vice-versa.
Enquanto a coesão tem foco nas questões gramaticais, ou seja, ligação entre palavras, frases e parágrafos, a coerência diz respeito ao
conteúdo, isto é, uma sequência lógica entre as ideias.

Coesão
A coesão textual ocorre, normalmente, por meio do uso de conectivos (preposições, conjunções, advérbios). Ela pode ser obtida a
partir da anáfora (retoma um componente) e da catáfora (antecipa um componente).
Confira, então, as principais regras que garantem a coesão textual:

REGRA CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Pessoal (uso de pronomes pessoais ou possessivos) –
João e Maria são crianças. Eles são irmãos.
anafórica
Fiz todas as tarefas, exceto esta: colonização
REFERÊNCIA Demonstrativa (uso de pronomes demonstrativos e
africana.
advérbios) – catafórica
Mais um ano igual aos outros...
Comparativa (uso de comparações por semelhanças)
Maria está triste. A menina está cansada de
SUBSTITUIÇÃO Substituição de um termo por outro, para evitar repetição
ficar em casa.
No quarto, apenas quatro ou cinco convidados.
ELIPSE Omissão de um termo
(omissão do verbo “haver”)
Conexão entre duas orações, estabelecendo relação entre Eu queria ir ao cinema, mas estamos de
CONJUNÇÃO
elas quarentena.
Utilização de sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos ou
A minha casa é clara. Os quartos, a sala e a
COESÃO LEXICAL palavras que possuem sentido aproximado e pertencente a
cozinha têm janelas grandes.
um mesmo grupo lexical.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Coerência Separa
Nesse caso, é importante conferir se a mensagem e a conexão • Hiato (encontro de duas vogais): mo-e-da; na-vi-o; po-e-si-a
de ideias fazem sentido, e seguem uma linha clara de raciocínio. • Ditongo decrescente (vogal + semivogal) + vogal: prai-a; joi-a;
Existem alguns conceitos básicos que ajudam a garantir a co- es-tei-o
erência. Veja quais são os principais princípios para um texto coe- • Dígrafo (encontro consoantal) com mesmo som: guer-ra; nas-
rente: -cer; ex-ce-ção
• Princípio da não contradição: não deve haver ideias contradi- • Encontros consonantais disjuntivos: ad-vo-ga-do; mag-né-ti-
tórias em diferentes partes do texto. -co, ap-ti-dão
• Princípio da não tautologia: a ideia não deve estar redundan- • Vogais idênticas: Sa-a-ra; em-pre-en-der; vo-o
te, ainda que seja expressa com palavras diferentes.
• Princípio da relevância: as ideias devem se relacionar entre Não separa
si, não sendo fragmentadas nem sem propósito para a argumenta- • Ditongos (duas vogais juntas) e tritongos (três vogais juntas):
ção. des-mai-a-do; U-ru-guai
• Princípio da continuidade temática: é preciso que o assunto • Dígrafos (encontros consonantais): chu-va; de-se-nho; gui-
tenha um seguimento em relação ao assunto tratado. -lho-ti-na; quei-jo; re-gra; pla-no; a-brir; blo-co; cla-ro; pla-ne-tá-
• Princípio da progressão semântica: inserir informações no- -rio; cra-var
vas, que sejam ordenadas de maneira adequada em relação à pro-
gressão de ideias. DICA: há uma exceção para essa regra —> AB-RUP-TO
• Dígrafos iniciais: pneu-mo-ni-a; mne-mô-ni-co; psi-có-lo-ga
Para atender a todos os princípios, alguns fatores são recomen- • Consoantes finais: lu-tar; lá-pis; i-gual.
dáveis para garantir a coerência textual, como amplo conhecimen-
to de mundo, isto é, a bagagem de informações que adquirimos ao
longo da vida; inferências acerca do conhecimento de mundo do ORTOGRAFIA: DIVISÃO SILÁBICA, ACENTUAÇÃO
leitor; e informatividade, ou seja, conhecimentos ricos, interessan- GRÁFICA, CORREÇÃO ORTOGRÁFICA
tes e pouco previsíveis.
A ortografia oficial diz respeito às regras gramaticais referentes
à escrita correta das palavras. Para melhor entendê-las, é preciso
CONTEÚDOS GRAMATICAIS E CONHECIMENTO analisar caso a caso. Lembre-se de que a melhor maneira de memo-
GRAMATICAL DE ACORDO COM O PADRÃO CULTO DA rizar a ortografia correta de uma língua é por meio da leitura, que
LÍNGUA: FONÉTICA: ACENTO TÔNICO, SÍLABA, SÍLABA também faz aumentar o vocabulário do leitor.
TÔNICA, ORTOÉPIA E PROSÓDIA Neste capítulo serão abordadas regras para dúvidas frequentes
entre os falantes do português. No entanto, é importante ressaltar
A fonética e a fonologia é parte da gramática descritiva, que que existem inúmeras exceções para essas regras, portanto, fique
estuda os aspectos fônicos, físicos e fisiológicos da língua. atento!
Fonética é o nome dado ao estudo dos aspectos acústicos e
fisiológicos dos sons efetivos. Com isso, busca entender a produção, Alfabeto
a articulação e a variedade de sons reais. O primeiro passo para compreender a ortografia oficial é co-
Fonologia é o estudo dos sons de uma língua, denominados fo- nhecer o alfabeto (os sinais gráficos e seus sons). No português, o
nemas. A definição de fonema é: unidade acústica que não é dotada alfabeto se constitui 26 letras, divididas entre vogais (a, e, i, o, u) e
de significado, e ele é classificado em vogais, semivogais e consoan- consoantes (restante das letras).
tes. Sua representação escrita é feita entre barras (/ /). Com o Novo Acordo Ortográfico, as consoantes K, W e Y foram
É importante saber diferencias letra e fonema, uma vez que são reintroduzidas ao alfabeto oficial da língua portuguesa, de modo
distintas realidades linguísticas. A letra é a representação gráfica que elas são usadas apenas em duas ocorrências: transcrição de
dos sons de uma língua, enquanto o fonema são os sons que dife- nomes próprios e abreviaturas e símbolos de uso internacional.
renciam os vocábulos (fala).
Vale lembrar que nem sempre há correspondência direta e ex- Uso do “X”
clusiva entre a letra e seu fonema, de modo que um símbolo fonéti- Algumas dicas são relevantes para saber o momento de usar o
co pode ser repetido em mais de uma letra. X no lugar do CH:
• Depois das sílabas iniciais “me” e “en” (ex: mexerica; enxer-
Divisão Silábica gar)
A divisão silábica nada mais é que a separação das sílabas que • Depois de ditongos (ex: caixa)
constituem uma palavra. Sílabas são fonemas pronunciados a partir • Palavras de origem indígena ou africana (ex: abacaxi; orixá)
de uma única emissão de voz. Sabendo que a base da sílaba do por-
tuguês é a vogal, a maior regra da divisão silábica é a de que deve Uso do “S” ou “Z”
haver pelo menos uma vogal. Algumas regras do uso do “S” com som de “Z” podem ser ob-
servadas:
O hífen é o sinal gráfico usado para representar a divisão si- • Depois de ditongos (ex: coisa)
lábica. A depender da quantidade de sílabas de uma palavra, elas • Em palavras derivadas cuja palavra primitiva já se usa o “S”
podem se classificar em: (ex: casa > casinha)
• Monossílaba: uma sílaba • Nos sufixos “ês” e “esa”, ao indicarem nacionalidade, título ou
• Dissílaba: duas sílabas origem. (ex: portuguesa)
• Trissílaba: três sílabas • Nos sufixos formadores de adjetivos “ense”, “oso” e “osa” (ex:
• Polissilábica: quatro ou mais sílabas
populoso)
Confira as principais regras para aprender quando separar ou
não os vocábulos em uma sílaba:

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LÍNGUA PORTUGUESA
Uso do “S”, “SS”, “Ç”
• “S” costuma aparecer entre uma vogal e uma consoante (ex: diversão)
• “SS” costuma aparecer entre duas vogais (ex: processo)
• “Ç” costuma aparecer em palavras estrangeiras que passaram pelo processo de aportuguesamento (ex: muçarela)

Os diferentes porquês

POR QUE Usado para fazer perguntas. Pode ser substituído por “por qual motivo”
PORQUE Usado em respostas e explicações. Pode ser substituído por “pois”
O “que” é acentuado quando aparece como a última palavra da frase, antes da pontuação final (interrogação,
POR QUÊ
exclamação, ponto final)
PORQUÊ É um substantivo, portanto costuma vir acompanhado de um artigo, numeral, adjetivo ou pronome

Parônimos e homônimos
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pronúncia semelhantes, porém com significados distintos.
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfego (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
Já as palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo
“rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).

Acentuação
A acentuação é uma das principais questões relacionadas à Ortografia Oficial, que merece um capítulo a parte. Os acentos utilizados
no português são: acento agudo (´); acento grave (`); acento circunflexo (^); cedilha (¸) e til (~).
Depois da reforma do Acordo Ortográfico, a trema foi excluída, de modo que ela só é utilizada na grafia de nomes e suas derivações
(ex: Müller, mülleriano).
Esses são sinais gráficos que servem para modificar o som de alguma letra, sendo importantes para marcar a sonoridade e a intensi-
dade das sílabas, e para diferenciar palavras que possuem a escrita semelhante.
A sílaba mais intensa da palavra é denominada sílaba tônica. A palavra pode ser classificada a partir da localização da sílaba tônica,
como mostrado abaixo:
• OXÍTONA: a última sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: café)
• PAROXÍTONA: a penúltima sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: automóvel)
• PROPAROXÍTONA: a antepenúltima sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: lâmpada)
As demais sílabas, pronunciadas de maneira mais sutil, são denominadas sílabas átonas.

Regras fundamentais

CLASSIFICAÇÃO REGRAS EXEMPLOS


• terminadas em A, E, O, EM, seguidas ou não do
cipó(s), pé(s), armazém
OXÍTONAS plural
respeitá-la, compô-lo, comprometê-los
• seguidas de -LO, -LA, -LOS, -LAS
• terminadas em I, IS, US, UM, UNS, L, N, X, PS, Ã, ÃS,
ÃO, ÃOS
táxi, lápis, vírus, fórum, cadáver, tórax, bíceps, ímã,
• ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou
PAROXÍTONAS órfão, órgãos, água, mágoa, pônei, ideia, geleia,
não do plural
paranoico, heroico
(OBS: Os ditongos “EI” e “OI” perderam o acento com
o Novo Acordo Ortográfico)
PROPAROXÍTONAS • todas são acentuadas cólica, analítico, jurídico, hipérbole, último, álibi

Regras especiais

REGRA EXEMPLOS
Acentua-se quando “I” e “U” tônicos formarem hiato com a vogal anterior, acompanhados ou não de
saída, faísca, baú, país
“S”, desde que não sejam seguidos por “NH”
feiura, Bocaiuva, Sauipe
OBS: Não serão mais acentuados “I” e “U” tônicos formando hiato quando vierem depois de ditongo
Acentua-se a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos “TER” e “VIR” e seus compostos têm, obtêm, contêm, vêm
Não são acentuados hiatos “OO” e “EE” leem, voo, enjoo
Não são acentuadas palavras homógrafas
pelo, pera, para
OBS: A forma verbal “PÔDE” é uma exceção

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LÍNGUA PORTUGUESA

MORFOLOGIA: ESTRUTURA DOS VOCÁBULOS; ELEMENTOS MÓRFICOS; PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS;


DERIVAÇÃO, COMPOSIÇÃO E OUTROS PROCESSOS; CLASSES DE PALAVRAS; CLASSIFICAÇÃO, FLEXÕES NOMINAIS E
VERBAIS, EMPREGO. COLOCAÇÃO DE PRONOMES: PRÓCLISE, MESÓCLISE, ÊNCLISE

Formação de Palavras
A formação de palavras se dá a partir de processos morfológicos, de modo que as palavras se dividem entre:
• Palavras primitivas: são aquelas que não provêm de outra palavra. Ex: flor; pedra
• Palavras derivadas: são originadas a partir de outras palavras. Ex: floricultura; pedrada
• Palavra simples: são aquelas que possuem apenas um radical (morfema que contém significado básico da palavra). Ex: cabelo; azeite
• Palavra composta: são aquelas que possuem dois ou mais radicais. Ex: guarda-roupa; couve-flor
Entenda como ocorrem os principais processos de formação de palavras:

Derivação
A formação se dá por derivação quando ocorre a partir de uma palavra simples ou de um único radical, juntando-se afixos.
• Derivação prefixal: adiciona-se um afixo anteriormente à palavra ou radical. Ex: antebraço (ante + braço) / infeliz (in + feliz)
• Derivação sufixal: adiciona-se um afixo ao final da palavra ou radical. Ex: friorento (frio + ento) / guloso (gula + oso)
• Derivação parassintética: adiciona-se um afixo antes e outro depois da palavra ou radical. Ex: esfriar (es + frio + ar) / desgovernado
(des + governar + ado)
• Derivação regressiva (formação deverbal): reduz-se a palavra primitiva. Ex: boteco (botequim) / ataque (verbo “atacar”)
• Derivação imprópria (conversão): ocorre mudança na classe gramatical, logo, de sentido, da palavra primitiva. Ex: jantar (verbo para
substantivo) / Oliveira (substantivo comum para substantivo próprio – sobrenomes).

Composição
A formação por composição ocorre quando uma nova palavra se origina da junção de duas ou mais palavras simples ou radicais.
• Aglutinação: fusão de duas ou mais palavras simples, de modo que ocorre supressão de fonemas, de modo que os elementos for-
madores perdem sua identidade ortográfica e fonológica. Ex: aguardente (água + ardente) / planalto (plano + alto)
• Justaposição: fusão de duas ou mais palavras simples, mantendo a ortografia e a acentuação presente nos elementos formadores.
Em sua maioria, aparecem conectadas com hífen. Ex: beija-flor / passatempo.

Abreviação
Quando a palavra é reduzida para apenas uma parte de sua totalidade, passando a existir como uma palavra autônoma. Ex: foto (fo-
tografia) / PUC (Pontifícia Universidade Católica).

Hibridismo
Quando há junção de palavras simples ou radicais advindos de línguas distintas. Ex: sociologia (socio – latim + logia – grego) / binóculo
(bi – grego + oculus – latim).

Combinação
Quando ocorre junção de partes de outras palavras simples ou radicais. Ex: portunhol (português + espanhol) / aborrecente (aborrecer
+ adolescente).

Intensificação
Quando há a criação de uma nova palavra a partir do alargamento do sufixo de uma palavra existente. Normalmente é feita adicionan-
do o sufixo -izar. Ex: inicializar (em vez de iniciar) / protocolizar (em vez de protocolar).

Neologismo
Quando novas palavras surgem devido à necessidade do falante em contextos específicos, podendo ser temporárias ou permanentes.
Existem três tipos principais de neologismos:
• Neologismo semântico: atribui-se novo significado a uma palavra já existente. Ex: amarelar (desistir) / mico (vergonha)
• Neologismo sintático: ocorre a combinação de elementos já existentes no léxico da língua. Ex: dar um bolo (não comparecer ao
compromisso) / dar a volta por cima (superar).
• Neologismo lexical: criação de uma nova palavra, que tem um novo conceito. Ex: deletar (apagar) / escanear (digitalizar)

Onomatopeia
Quando uma palavra é formada a partir da reprodução aproximada do seu som. Ex: atchim; zum-zum; tique-taque.

Classes de Palavras
Para entender sobre a estrutura das funções sintáticas, é preciso conhecer as classes de palavras, também conhecidas por classes
morfológicas. A gramática tradicional pressupõe 10 classes gramaticais de palavras, sendo elas: adjetivo, advérbio, artigo, conjunção, in-
terjeição, numeral, pronome, preposição, substantivo e verbo.

22
LÍNGUA PORTUGUESA
Veja, a seguir, as características principais de cada uma delas.

CLASSE CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Menina inteligente...
Expressar características, qualidades ou estado dos seres Roupa azul-marinho...
ADJETIVO
Sofre variação em número, gênero e grau Brincadeira de criança...
Povo brasileiro...
A ajuda chegou tarde.
Indica circunstância em que ocorre o fato verbal
ADVÉRBIO A mulher trabalha muito.
Não sofre variação
Ele dirigia mal.
Determina os substantivos (de modo definido ou indefinido) A galinha botou um ovo.
ARTIGO
Varia em gênero e número Uma menina deixou a mochila no ônibus.
Liga ideias e sentenças (conhecida também como conectivos) Não gosto de refrigerante nem de pizza.
CONJUNÇÃO
Não sofre variação Eu vou para a praia ou para a cachoeira?
Exprime reações emotivas e sentimentos Ah! Que calor...
INTERJEIÇÃO
Não sofre variação Escapei por pouco, ufa!
Atribui quantidade e indica posição em alguma sequência Gostei muito do primeiro dia de aula.
NUMERAL
Varia em gênero e número Três é a metade de seis.
Posso ajudar, senhora?
Acompanha, substitui ou faz referência ao substantivo Ela me ajudou muito com o meu trabalho.
PRONOME
Varia em gênero e número Esta é a casa onde eu moro.
Que dia é hoje?
Relaciona dois termos de uma mesma oração Espero por você essa noite.
PREPOSIÇÃO
Não sofre variação Lucas gosta de tocar violão.
Nomeia objetos, pessoas, animais, alimentos, lugares etc. A menina jogou sua boneca no rio.
SUBSTANTIVO
Flexionam em gênero, número e grau. A matilha tinha muita coragem.
Indica ação, estado ou fenômenos da natureza Ana se exercita pela manhã.
Sofre variação de acordo com suas flexões de modo, tempo, Todos parecem meio bobos.
VERBO
número, pessoa e voz. Chove muito em Manaus.
Verbos não significativos são chamados verbos de ligação A cidade é muito bonita quando vista do alto.

Substantivo
Tipos de substantivos
Os substantivos podem ter diferentes classificações, de acordo com os conceitos apresentados abaixo:
• Comum: usado para nomear seres e objetos generalizados. Ex: mulher; gato; cidade...
• Próprio: geralmente escrito com letra maiúscula, serve para especificar e particularizar. Ex: Maria; Garfield; Belo Horizonte...
• Coletivo: é um nome no singular que expressa ideia de plural, para designar grupos e conjuntos de seres ou objetos de uma mesma
espécie. Ex: matilha; enxame; cardume...
• Concreto: nomeia algo que existe de modo independente de outro ser (objetos, pessoas, animais, lugares etc.). Ex: menina; cachor-
ro; praça...
• Abstrato: depende de um ser concreto para existir, designando sentimentos, estados, qualidades, ações etc. Ex: saudade; sede;
imaginação...
• Primitivo: substantivo que dá origem a outras palavras. Ex: livro; água; noite...
• Derivado: formado a partir de outra(s) palavra(s). Ex: pedreiro; livraria; noturno...
• Simples: nomes formados por apenas uma palavra (um radical). Ex: casa; pessoa; cheiro...
• Composto: nomes formados por mais de uma palavra (mais de um radical). Ex: passatempo; guarda-roupa; girassol...

Flexão de gênero
Na língua portuguesa, todo substantivo é flexionado em um dos dois gêneros possíveis: feminino e masculino.
O substantivo biforme é aquele que flexiona entre masculino e feminino, mudando a desinência de gênero, isto é, geralmente o final
da palavra sendo -o ou -a, respectivamente (Ex: menino / menina). Há, ainda, os que se diferenciam por meio da pronúncia / acentuação
(Ex: avô / avó), e aqueles em que há ausência ou presença de desinência (Ex: irmão / irmã; cantor / cantora).
O substantivo uniforme é aquele que possui apenas uma forma, independente do gênero, podendo ser diferenciados quanto ao gêne-
ro a partir da flexão de gênero no artigo ou adjetivo que o acompanha (Ex: a cadeira / o poste). Pode ser classificado em epiceno (refere-se
aos animais), sobrecomum (refere-se a pessoas) e comum de dois gêneros (identificado por meio do artigo).
É preciso ficar atento à mudança semântica que ocorre com alguns substantivos quando usados no masculino ou no feminino, trazen-
do alguma especificidade em relação a ele. No exemplo o fruto X a fruta temos significados diferentes: o primeiro diz respeito ao órgão
que protege a semente dos alimentos, enquanto o segundo é o termo popular para um tipo específico de fruto.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Flexão de número
No português, é possível que o substantivo esteja no singular, usado para designar apenas uma única coisa, pessoa, lugar (Ex: bola;
escada; casa) ou no plural, usado para designar maiores quantidades (Ex: bolas; escadas; casas) — sendo este último representado, geral-
mente, com o acréscimo da letra S ao final da palavra.
Há, também, casos em que o substantivo não se altera, de modo que o plural ou singular devem estar marcados a partir do contexto,
pelo uso do artigo adequado (Ex: o lápis / os lápis).

Variação de grau
Usada para marcar diferença na grandeza de um determinado substantivo, a variação de grau pode ser classificada em aumentativo
e diminutivo.
Quando acompanhados de um substantivo que indica grandeza ou pequenez, é considerado analítico (Ex: menino grande / menino
pequeno).
Quando acrescentados sufixos indicadores de aumento ou diminuição, é considerado sintético (Ex: meninão / menininho).

Novo Acordo Ortográfico


De acordo com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, as letras maiúsculas devem ser usadas em nomes próprios de
pessoas, lugares (cidades, estados, países, rios), animais, acidentes geográficos, instituições, entidades, nomes astronômicos, de festas e
festividades, em títulos de periódicos e em siglas, símbolos ou abreviaturas.
Já as letras minúsculas podem ser usadas em dias de semana, meses, estações do ano e em pontos cardeais.
Existem, ainda, casos em que o uso de maiúscula ou minúscula é facultativo, como em título de livros, nomes de áreas do saber,
disciplinas e matérias, palavras ligadas a alguma religião e em palavras de categorização.

Adjetivo
Os adjetivos podem ser simples (vermelho) ou compostos (mal-educado); primitivos (alegre) ou derivados (tristonho). Eles podem
flexionar entre o feminino (estudiosa) e o masculino (engraçado), e o singular (bonito) e o plural (bonitos).
Há, também, os adjetivos pátrios ou gentílicos, sendo aqueles que indicam o local de origem de uma pessoa, ou seja, sua nacionali-
dade (brasileiro; mineiro).
É possível, ainda, que existam locuções adjetivas, isto é, conjunto de duas ou mais palavras usadas para caracterizar o substantivo. São
formadas, em sua maioria, pela preposição DE + substantivo:
• de criança = infantil
• de mãe = maternal
• de cabelo = capilar

Variação de grau
Os adjetivos podem se encontrar em grau normal (sem ênfases), ou com intensidade, classificando-se entre comparativo e superlativo.
• Normal: A Bruna é inteligente.
• Comparativo de superioridade: A Bruna é mais inteligente que o Lucas.
• Comparativo de inferioridade: O Gustavo é menos inteligente que a Bruna.
• Comparativo de igualdade: A Bruna é tão inteligente quanto a Maria.
• Superlativo relativo de superioridade: A Bruna é a mais inteligente da turma.
• Superlativo relativo de inferioridade: O Gustavo é o menos inteligente da turma.
• Superlativo absoluto analítico: A Bruna é muito inteligente.
• Superlativo absoluto sintético: A Bruna é inteligentíssima.

Adjetivos de relação
São chamados adjetivos de relação aqueles que não podem sofrer variação de grau, uma vez que possui valor semântico objetivo, isto
é, não depende de uma impressão pessoal (subjetiva). Além disso, eles aparecem após o substantivo, sendo formados por sufixação de um
substantivo (Ex: vinho do Chile = vinho chileno).

Advérbio
Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Eles se classificam de acordo com a tabela
abaixo:

CLASSIFICAÇÃO ADVÉRBIOS LOCUÇÕES ADVERBIAIS


DE MODO bem; mal; assim; melhor; depressa ao contrário; em detalhes
ontem; sempre; afinal; já; agora; doravante; primei- logo mais; em breve; mais tarde, nunca mais, de
DE TEMPO
ramente noite
DE LUGAR aqui; acima; embaixo; longe; fora; embaixo; ali Ao redor de; em frente a; à esquerda; por perto
DE INTENSIDADE muito; tão; demasiado; imenso; tanto; nada em excesso; de todos; muito menos
DE AFIRMAÇÃO sim, indubitavelmente; certo; decerto; deveras com certeza; de fato; sem dúvidas
DE NEGAÇÃO não; nunca; jamais; tampouco; nem nunca mais; de modo algum; de jeito nenhum
DE DÚVIDA Possivelmente; acaso; será; talvez; quiçá Quem sabe

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LÍNGUA PORTUGUESA
Advérbios interrogativos • Ênclise: verbo no imperativo afirmativo; verbo no início da
São os advérbios ou locuções adverbiais utilizadas para intro- frase (não estando no futuro e nem no pretérito); verbo no gerún-
duzir perguntas, podendo expressar circunstâncias de: dio não acompanhado por “em”; verbo no infinitivo pessoal.
• Lugar: onde, aonde, de onde Inscreveu-se no concurso para tentar realizar um sonho.
• Tempo: quando
• Modo: como • Mesóclise: verbo no futuro iniciando uma oração.
• Causa: por que, por quê Orgulhar-me-ei de meus alunos.

DICA: o pronome não deve aparecer no início de frases ou ora-


Grau do advérbio
ções, nem após ponto-e-vírgula.
Os advérbios podem ser comparativos ou superlativos.
• Comparativo de igualdade: tão/tanto + advérbio + quanto Verbos
• Comparativo de superioridade: mais + advérbio + (do) que Os verbos podem ser flexionados em três tempos: pretérito
• Comparativo de inferioridade: menos + advérbio + (do) que (passado), presente e futuro, de maneira que o pretérito e o futuro
• Superlativo analítico: muito cedo possuem subdivisões.
• Superlativo sintético: cedíssimo Eles também se dividem em três flexões de modo: indicativo
(certeza sobre o que é passado), subjuntivo (incerteza sobre o que é
Curiosidades passado) e imperativo (expressar ordem, pedido, comando).
Na linguagem coloquial, algumas variações do superlativo são • Tempos simples do modo indicativo: presente, pretérito per-
aceitas, como o diminutivo (cedinho), o aumentativo (cedão) e o feito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do
uso de alguns prefixos (supercedo). presente, futuro do pretérito.
Existem advérbios que exprimem ideia de exclusão (somente; • Tempos simples do modo subjuntivo: presente, pretérito im-
salvo; exclusivamente; apenas), inclusão (também; ainda; mesmo) perfeito, futuro.
e ordem (ultimamente; depois; primeiramente).
Os tempos verbais compostos são formados por um verbo
Alguns advérbios, além de algumas preposições, aparecem
auxiliar e um verbo principal, de modo que o verbo auxiliar sofre
sendo usados como uma palavra denotativa, acrescentando um flexão em tempo e pessoa, e o verbo principal permanece no parti-
sentido próprio ao enunciado, podendo ser elas de inclusão (até, cípio. Os verbos auxiliares mais utilizados são “ter” e “haver”.
mesmo, inclusive); de exclusão (apenas, senão, salvo); de designa- • Tempos compostos do modo indicativo: pretérito perfeito,
ção (eis); de realce (cá, lá, só, é que); de retificação (aliás, ou me- pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do preté-
lhor, isto é) e de situação (afinal, agora, então, e aí). rito.
• Tempos compostos do modo subjuntivo: pretérito perfeito,
Pronomes pretérito mais-que-perfeito, futuro.
Os pronomes são palavras que fazem referência aos nomes, As formas nominais do verbo são o infinitivo (dar, fazerem,
isto é, aos substantivos. Assim, dependendo de sua função no aprender), o particípio (dado, feito, aprendido) e o gerúndio (dando,
enunciado, ele pode ser classificado da seguinte maneira: fazendo, aprendendo). Eles podem ter função de verbo ou função
• Pronomes pessoais: indicam as 3 pessoas do discurso, e po- de nome, atuando como substantivo (infinitivo), adjetivo (particí-
dem ser retos (eu, tu, ele...) ou oblíquos (mim, me, te, nos, si...). pio) ou advérbio (gerúndio).
• Pronomes possessivos: indicam posse (meu, minha, sua, teu,
nossos...) Tipos de verbos
Os verbos se classificam de acordo com a sua flexão verbal.
• Pronomes demonstrativos: indicam localização de seres no
Desse modo, os verbos se dividem em:
tempo ou no espaço. (este, isso, essa, aquela, aquilo...)
Regulares: possuem regras fixas para a flexão (cantar, amar,
• Pronomes interrogativos: auxiliam na formação de questio- vender, abrir...)
namentos (qual, quem, onde, quando, que, quantas...) • Irregulares: possuem alterações nos radicais e nas termina-
• Pronomes relativos: retomam o substantivo, substituindo-o ções quando conjugados (medir, fazer, poder, haver...)
na oração seguinte (que, quem, onde, cujo, o qual...) • Anômalos: possuem diferentes radicais quando conjugados
• Pronomes indefinidos: substituem o substantivo de maneira (ser, ir...)
imprecisa (alguma, nenhum, certa, vários, qualquer...) • Defectivos: não são conjugados em todas as pessoas verbais
• Pronomes de tratamento: empregados, geralmente, em situ- (falir, banir, colorir, adequar...)
ações formais (senhor, Vossa Majestade, Vossa Excelência, você...) • Impessoais: não apresentam sujeitos, sendo conjugados sem-
pre na 3ª pessoa do singular (chover, nevar, escurecer, anoitecer...)
Colocação pronominal • Unipessoais: apesar de apresentarem sujeitos, são sempre
Diz respeito ao conjunto de regras que indicam a posição do conjugados na 3ª pessoa do singular ou do plural (latir, miar, custar,
pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as, lo, acontecer...)
la, no, na...) em relação ao verbo, podendo haver próclise (antes do • Abundantes: possuem duas formas no particípio, uma regular
e outra irregular (aceitar = aceito, aceitado)
verbo), ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo).
• Pronominais: verbos conjugados com pronomes oblíquos
Veja, então, quais as principais situações para cada um deles:
átonos, indicando ação reflexiva (suicidar-se, queixar-se, sentar-se,
• Próclise: expressões negativas; conjunções subordinativas; pentear-se...)
advérbios sem vírgula; pronomes indefinidos, relativos ou demons- • Auxiliares: usados em tempos compostos ou em locuções
trativos; frases exclamativas ou que exprimem desejo; verbos no verbais (ser, estar, ter, haver, ir...)
gerúndio antecedidos por “em”. • Principais: transmitem totalidade da ação verbal por si pró-
Nada me faria mais feliz. prios (comer, dançar, nascer, morrer, sorrir...)
• De ligação: indicam um estado, ligando uma característica ao
sujeito (ser, estar, parecer, ficar, continuar...)

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LÍNGUA PORTUGUESA
Vozes verbais
As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação, podendo ser três tipos diferentes:
• Voz ativa: sujeito é o agente da ação (Vi o pássaro)
• Voz passiva: sujeito sofre a ação (O pássaro foi visto)
• Voz reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação (Vi-me no reflexo do lago)

Ao passar um discurso para a voz passiva, é comum utilizar a partícula apassivadora “se”, fazendo com o que o pronome seja equiva-
lente ao verbo “ser”.

Conjugação de verbos
Os tempos verbais são primitivos quando não derivam de outros tempos da língua portuguesa. Já os tempos verbais derivados são
aqueles que se originam a partir de verbos primitivos, de modo que suas conjugações seguem o mesmo padrão do verbo de origem.
• 1ª conjugação: verbos terminados em “-ar” (aproveitar, imaginar, jogar...)
• 2ª conjugação: verbos terminados em “-er” (beber, correr, erguer...)
• 3ª conjugação: verbos terminados em “-ir” (dormir, agir, ouvir...)

Confira os exemplos de conjugação apresentados abaixo:

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-lutar

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LÍNGUA PORTUGUESA

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-impor

Preposições
As preposições são palavras invariáveis que servem para ligar dois termos da oração numa relação subordinada, e são divididas entre
essenciais (só funcionam como preposição) e acidentais (palavras de outras classes gramaticais que passam a funcionar como preposição
em determinadas sentenças).
Preposições essenciais: a, ante, após, de, com, em, contra, para, per, perante, por, até, desde, sobre, sobre, trás, sob, sem, entre.
Preposições acidentais: afora, como, conforme, consoante, durante, exceto, mediante, menos, salvo, segundo, visto etc.
Locuções prepositivas: abaixo de, afim de, além de, à custa de, defronte a, a par de, perto de, por causa de, em que pese a etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Ao conectar os termos das orações, as preposições estabele-
cem uma relação semântica entre eles, podendo passar ideia de: SINTAXE: TEORIA GERAL DA FRASE E SUA ANÁLISE:
• Causa: Morreu de câncer. FRASE, ORAÇÃO, PERÍODO, FUNÇÕES SINTÁTICAS
• Distância: Retorno a 3 quilômetros.
• Finalidade: A filha retornou para o enterro. A sintaxe estuda o conjunto das relações que as palavras esta-
• Instrumento: Ele cortou a foto com uma tesoura. belecem entre si. Dessa maneira, é preciso ficar atento aos enuncia-
• Modo: Os rebeldes eram colocados em fila. dos e suas unidades: frase, oração e período.
• Lugar: O vírus veio de Portugal. Frase é qualquer palavra ou conjunto de palavras ordenadas
• Companhia: Ela saiu com a amiga. que apresenta sentido completo em um contexto de comunicação
• Posse: O carro de Maria é novo. e interação verbal. A frase nominal é aquela que não contém verbo.
• Meio: Viajou de trem. Já a frase verbal apresenta um ou mais verbos (locução verbal).
Oração é um enunciado organizado em torno de um único ver-
Combinações e contrações bo ou locução verbal, de modo que estes passam a ser o núcleo
Algumas preposições podem aparecer combinadas a outras pa- da oração. Assim, o predicativo é obrigatório, enquanto o sujeito é
lavras de duas maneiras: sem haver perda fonética (combinação) e opcional.
havendo perda fonética (contração). Período é uma unidade sintática, de modo que seu enuncia-
• Combinação: ao, aos, aonde do é organizado por uma oração (período simples) ou mais orações
• Contração: de, dum, desta, neste, nisso (período composto). Eles são iniciados com letras maiúsculas e fina-
lizados com a pontuação adequada.
Conjunção
As conjunções se subdividem de acordo com a relação estabe- Análise sintática
lecida entre as ideias e as orações. Por ter esse papel importante A análise sintática serve para estudar a estrutura de um perío-
de conexão, é uma classe de palavras que merece destaque, pois do e de suas orações. Os termos da oração se dividem entre:
reconhecer o sentido de cada conjunção ajuda na compreensão e • Essenciais (ou fundamentais): sujeito e predicado
interpretação de textos, além de ser um grande diferencial no mo- • Integrantes: completam o sentido (complementos verbais e
mento de redigir um texto. nominais, agentes da passiva)
Elas se dividem em duas opções: conjunções coordenativas e • Acessórios: função secundária (adjuntos adnominais e adver-
conjunções subordinativas. biais, apostos)

Conjunções coordenativas Termos essenciais da oração


As orações coordenadas não apresentam dependência sintáti- Os termos essenciais da oração são o sujeito e o predicado.
ca entre si, servindo também para ligar termos que têm a mesma O sujeito é aquele sobre quem diz o resto da oração, enquanto o
função gramatical. As conjunções coordenativas se subdividem em predicado é a parte que dá alguma informação sobre o sujeito, logo,
cinco grupos: onde o verbo está presente.
• Aditivas: e, nem, bem como.
• Adversativas: mas, porém, contudo. O sujeito é classificado em determinado (facilmente identificá-
• Alternativas: ou, ora…ora, quer…quer. vel, podendo ser simples, composto ou implícito) e indeterminado,
• Conclusivas: logo, portanto, assim. podendo, ainda, haver a oração sem sujeito (a mensagem se con-
• Explicativas: que, porque, porquanto. centra no verbo impessoal):
Lúcio dormiu cedo.
Conjunções subordinativas Aluga-se casa para réveillon.
As orações subordinadas são aquelas em que há uma relação Choveu bastante em janeiro.
de dependência entre a oração principal e a oração subordinada.
Desse modo, a conexão entre elas (bem como o efeito de sentido) Quando o sujeito aparece no início da oração, dá-se o nome de
se dá pelo uso da conjunção subordinada adequada. sujeito direto. Se aparecer depois do predicado, é o caso de sujeito
Elas podem se classificar de dez maneiras diferentes: inverso. Há, ainda, a possibilidade de o sujeito aparecer no meio
• Integrantes: usadas para introduzir as orações subordinadas da oração:
substantivas, definidas pelas palavras que e se. Lívia se esqueceu da reunião pela manhã.
• Causais: porque, que, como. Esqueceu-se da reunião pela manhã, Lívia.
• Concessivas: embora, ainda que, se bem que. Da reunião pela manhã, Lívia se esqueceu.
• Condicionais: e, caso, desde que.
• Conformativas: conforme, segundo, consoante. Os predicados se classificam em: predicado verbal (núcleo do
• Comparativas: como, tal como, assim como. predicado é um verbo que indica ação, podendo ser transitivo, in-
• Consecutivas: de forma que, de modo que, de sorte que. transitivo ou de ligação); predicado nominal (núcleo da oração é
• Finais: a fim de que, para que. um nome, isto é, substantivo ou adjetivo); predicado verbo-nomi-
• Proporcionais: à medida que, ao passo que, à proporção que. nal (apresenta um predicativo do sujeito, além de uma ação mais
• Temporais: quando, enquanto, agora. uma qualidade sua)
As crianças brincaram no salão de festas.
Mariana é inteligente.
Os jogadores venceram a partida. Por isso, estavam felizes.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Termos integrantes da oração
Os complementos verbais são classificados em objetos diretos (não preposicionados) e objetos indiretos (preposicionado).
A menina que possui bolsa vermelha me cumprimentou.
O cão precisa de carinho.

Os complementos nominais podem ser substantivos, adjetivos ou advérbios.


A mãe estava orgulhosa de seus filhos.
Carlos tem inveja de Eduardo.
Bárbara caminhou vagarosamente pelo bosque.

Os agentes da passiva são os termos que tem a função de praticar a ação expressa pelo verbo, quando este se encontra na voz passiva.
Costumam estar acompanhados pelas preposições “por” e “de”.
Os filhos foram motivo de orgulho da mãe.
Eduardo foi alvo de inveja de Carlos.
O bosque foi caminhado vagarosamente por Bárbara.

Termos acessórios da oração


Os termos acessórios não são necessários para dar sentido à oração, funcionando como complementação da informação. Desse
modo, eles têm a função de caracterizar o sujeito, de determinar o substantivo ou de exprimir circunstância, podendo ser adjunto adver-
bial (modificam o verbo, adjetivo ou advérbio), adjunto adnominal (especifica o substantivo, com função de adjetivo) e aposto (caracteriza
o sujeito, especificando-o).
Os irmãos brigam muito.
A brilhante aluna apresentou uma bela pesquisa à banca.
Pelé, o rei do futebol, começou sua carreira no Santos.

Tipos de Orações
Levando em consideração o que foi aprendido anteriormente sobre oração, vamos aprender sobre os dois tipos de oração que existem
na língua portuguesa: oração coordenada e oração subordinada.

Orações coordenadas
São aquelas que não dependem sintaticamente uma da outra, ligando-se apenas pelo sentido. Elas aparecem quando há um período
composto, sendo conectadas por meio do uso de conjunções (sindéticas), ou por meio da vírgula (assindéticas).
No caso das orações coordenadas sindéticas, a classificação depende do sentido entre as orações, representado por um grupo de
conjunções adequadas:

CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS CONJUNÇÕES


ADITIVAS Adição da ideia apresentada na oração anterior e, nem, também, bem como, não só, tanto...
Oposição à ideia apresentada na oração anterior (inicia
ADVERSATIVAS mas, porém, todavia, entretanto, contudo...
com vírgula)
Opção / alternância em relação à ideia apresentada na
ALTERNATIVAS ou, já, ora, quer, seja...
oração anterior
CONCLUSIVAS Conclusão da ideia apresentada na oração anterior logo, pois, portanto, assim, por isso, com isso...
EXPLICATIVAS Explicação da ideia apresentada na oração anterior que, porque, porquanto, pois, ou seja...

Orações subordinadas
São aquelas que dependem sintaticamente em relação à oração principal. Elas aparecem quando o período é composto por duas ou
mais orações.
A classificação das orações subordinadas se dá por meio de sua função: orações subordinadas substantivas, quando fazem o papel
de substantivo da oração; orações subordinadas adjetivas, quando modificam o substantivo, exercendo a função do adjetivo; orações
subordinadas adverbiais, quando modificam o advérbio.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Cada uma dessas sofre uma segunda classificação, como pode ser observado nos quadros abaixo.

SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS FUNÇÃO EXEMPLOS


APOSITIVA aposto Esse era meu receio: que ela não discursasse outra vez.
COMPLETIVA NOMINAL complemento nominal Tenho medo de que ela não discurse novamente.
OBJETIVA DIRETA objeto direto Ele me perguntou se ela discursaria outra vez.
OBJETIVA INDIRETA objeto indireto Necessito de que você discurse de novo.
PREDICATIVA predicativo Meu medo é que ela não discurse novamente.
SUBJETIVA sujeito É possível que ela discurse outra vez.

SUBORDINADAS
CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS
ADJETIVAS
Esclarece algum detalhe, adicionando uma infor-
O candidato, que é do partido socialista, está
EXPLICATIVAS mação.
sendo atacado.
Aparece sempre separado por vírgulas.
Restringe e define o sujeito a que se refere.
As pessoas que são racistas precisam rever seus
RESTRITIVAS Não deve ser retirado sem alterar o sentido.
valores.
Não pode ser separado por vírgula.
Introduzidas por conjunções, pronomes e locuções
conjuntivas. Ele foi o primeiro presidente que se preocupou
DESENVOLVIDAS
Apresentam verbo nos modos indicativo ou sub- com a fome no país.
juntivo.
Não são introduzidas por pronomes, conjunções
sou locuções conjuntivas. Assisti ao documentário denunciando a corrup-
REDUZIDAS
Apresentam o verbo nos modos particípio, gerún- ção.
dio ou infinitivo

SUBORDINADAS ADVERBIAIS FUNÇÃO PRINCIPAIS CONJUNÇÕES


CAUSAIS Ideia de causa, motivo, razão de efeito porque, visto que, já que, como...
COMPARATIVAS Ideia de comparação como, tanto quanto, (mais / menos) que, do que...
CONCESSIVAS Ideia de contradição embora, ainda que, se bem que, mesmo...
CONDICIONAIS Ideia de condição caso, se, desde que, contanto que, a menos que...
CONFORMATIVAS Ideia de conformidade como, conforme, segundo...
CONSECUTIVAS Ideia de consequência De modo que, (tal / tão / tanto) que...
FINAIS Ideia de finalidade que, para que, a fim de que...
quanto mais / menos... mais /menos, à medida que,
PROPORCIONAIS Ideia de proporção
na medida em que, à proporção que...
TEMPORAIS Ideia de momento quando, depois que, logo que, antes que...

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL

Concordância é o efeito gramatical causado por uma relação harmônica entre dois ou mais termos. Desse modo, ela pode ser verbal
— refere-se ao verbo em relação ao sujeito — ou nominal — refere-se ao substantivo e suas formas relacionadas.
• Concordância em gênero: flexão em masculino e feminino
• Concordância em número: flexão em singular e plural
• Concordância em pessoa: 1ª, 2ª e 3ª pessoa

Concordância nominal
Para que a concordância nominal esteja adequada, adjetivos, artigos, pronomes e numerais devem flexionar em número e gênero,
de acordo com o substantivo. Há algumas regras principais que ajudam na hora de empregar a concordância, mas é preciso estar atento,
também, aos casos específicos.
Quando há dois ou mais adjetivos para apenas um substantivo, o substantivo permanece no singular se houver um artigo entre os
adjetivos. Caso contrário, o substantivo deve estar no plural:
• A comida mexicana e a japonesa. / As comidas mexicana e japonesa.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Quando há dois ou mais substantivos para apenas um adjetivo, a concordância depende da posição de cada um deles. Se o adjetivo
vem antes dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o substantivo mais próximo:
• Linda casa e bairro.

Se o adjetivo vem depois dos substantivos, ele pode concordar tanto com o substantivo mais próximo, ou com todos os substantivos
(sendo usado no plural):
• Casa e apartamento arrumado. / Apartamento e casa arrumada.
• Casa e apartamento arrumados. / Apartamento e casa arrumados.

Quando há a modificação de dois ou mais nomes próprios ou de parentesco, os adjetivos devem ser flexionados no plural:
• As talentosas Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles estão entre os melhores escritores brasileiros.

Quando o adjetivo assume função de predicativo de um sujeito ou objeto, ele deve ser flexionado no plural caso o sujeito ou objeto
seja ocupado por dois substantivos ou mais:
• O operário e sua família estavam preocupados com as consequências do acidente.

CASOS ESPECÍFICOS REGRA EXEMPLO


É PROIBIDO Deve concordar com o substantivo quando há presença
É proibida a entrada.
É PERMITIDO de um artigo. Se não houver essa determinação, deve
É proibido entrada.
É NECESSÁRIO permanecer no singular e no masculino.
Mulheres dizem “obrigada” Homens dizem
OBRIGADO / OBRIGADA Deve concordar com a pessoa que fala.
“obrigado”.
As bastantes crianças ficaram doentes com a
volta às aulas.
Quando tem função de adjetivo para um substantivo,
Bastante criança ficou doente com a volta às
BASTANTE concorda em número com o substantivo.
aulas.
Quando tem função de advérbio, permanece invariável.
O prefeito considerou bastante a respeito da
suspensão das aulas.
É sempre invariável, ou seja, a palavra “menas” não Havia menos mulheres que homens na fila para
MENOS
existe na língua portuguesa. a festa.
As crianças mesmas limparam a sala depois da
MESMO Devem concordar em gênero e número com a pessoa a
aula.
PRÓPRIO que fazem referência.
Eles próprios sugeriram o tema da formatura.
Quando tem função de numeral adjetivo, deve
concordar com o substantivo. Adicione meia xícara de leite.
MEIO / MEIA
Quando tem função de advérbio, modificando um Manuela é meio artista, além de ser engenheira.
adjetivo, o termo é invariável.
Segue anexo o orçamento.
Seguem anexas as informações adicionais
ANEXO INCLUSO Devem concordar com o substantivo a que se referem. As professoras estão inclusas na greve.
O material está incluso no valor da
mensalidade.

Concordância verbal
Para que a concordância verbal esteja adequada, é preciso haver flexão do verbo em número e pessoa, a depender do sujeito com o
qual ele se relaciona.

Quando o sujeito composto é colocado anterior ao verbo, o verbo ficará no plural:


• A menina e seu irmão viajaram para a praia nas férias escolares.

Mas, se o sujeito composto aparece depois do verbo, o verbo pode tanto ficar no plural quanto concordar com o sujeito mais próximo:
• Discutiram marido e mulher. / Discutiu marido e mulher.

Se o sujeito composto for formado por pessoas gramaticais diferentes, o verbo deve ficar no plural e concordando com a pessoa que
tem prioridade, a nível gramatical — 1ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2ª (tu, vós); a 2ª tem prioridade em relação à 3ª (ele,
eles):
• Eu e vós vamos à festa.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Quando o sujeito apresenta uma expressão partitiva (sugere “parte de algo”), seguida de substantivo ou pronome no plural, o verbo
pode ficar tanto no singular quanto no plural:
• A maioria dos alunos não se preparou para o simulado. / A maioria dos alunos não se prepararam para o simulado.

Quando o sujeito apresenta uma porcentagem, deve concordar com o valor da expressão. No entanto, quanto seguida de um subs-
tantivo (expressão partitiva), o verbo poderá concordar tanto com o numeral quanto com o substantivo:
• 27% deixaram de ir às urnas ano passado. / 1% dos eleitores votou nulo / 1% dos eleitores votaram nulo.

Quando o sujeito apresenta alguma expressão que indique quantidade aproximada, o verbo concorda com o substantivo que segue
a expressão:
• Cerca de duzentas mil pessoas compareceram à manifestação. / Mais de um aluno ficou abaixo da média na prova.

Quando o sujeito é indeterminado, o verbo deve estar sempre na terceira pessoa do singular:
• Precisa-se de balconistas. / Precisa-se de balconista.

Quando o sujeito é coletivo, o verbo permanece no singular, concordando com o coletivo partitivo:
• A multidão delirou com a entrada triunfal dos artistas. / A matilha cansou depois de tanto puxar o trenó.

Quando não existe sujeito na oração, o verbo fica na terceira pessoa do singular (impessoal):
• Faz chuva hoje

Quando o pronome relativo “que” atua como sujeito, o verbo deverá concordar em número e pessoa com o termo da oração principal
ao qual o pronome faz referência:
• Foi Maria que arrumou a casa.

Quando o sujeito da oração é o pronome relativo “quem”, o verbo pode concordar tanto com o antecedente do pronome quanto com
o próprio nome, na 3ª pessoa do singular:
• Fui eu quem arrumei a casa. / Fui eu quem arrumou a casa.

Quando o pronome indefinido ou interrogativo, atuando como sujeito, estiver no singular, o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular:
• Nenhum de nós merece adoecer.

Quando houver um substantivo que apresenta forma plural, porém com sentido singular, o verbo deve permanecer no singular. Ex-
ceto caso o substantivo vier precedido por determinante:
• Férias é indispensável para qualquer pessoa. / Meus óculos sumiram.

REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL

A regência estuda as relações de concordâncias entre os termos que completam o sentido tanto dos verbos quanto dos nomes. Dessa
maneira, há uma relação entre o termo regente (principal) e o termo regido (complemento).
A regência está relacionada à transitividade do verbo ou do nome, isto é, sua complementação necessária, de modo que essa relação
é sempre intermediada com o uso adequado de alguma preposição.

Regência nominal
Na regência nominal, o termo regente é o nome, podendo ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio, e o termo regido é o
complemento nominal, que pode ser um substantivo, um pronome ou um numeral.
Vale lembrar que alguns nomes permitem mais de uma preposição. Veja no quadro abaixo as principais preposições e as palavras que
pedem seu complemento:

PREPOSIÇÃO NOMES
acessível; acostumado; adaptado; adequado; agradável; alusão; análogo; anterior; atento; benefício; comum;
A contrário; desfavorável; devoto; equivalente; fiel; grato; horror; idêntico; imune; indiferente; inferior; leal; necessário;
nocivo; obediente; paralelo; posterior; preferência; propenso; próximo; semelhante; sensível; útil; visível...
amante; amigo; capaz; certo; contemporâneo; convicto; cúmplice; descendente; destituído; devoto; diferente; dotado;
DE escasso; fácil; feliz; imbuído; impossível; incapaz; indigno; inimigo; inseparável; isento; junto; longe; medo; natural;
orgulhoso; passível; possível; seguro; suspeito; temeroso...
SOBRE opinião; discurso; discussão; dúvida; insistência; influência; informação; preponderante; proeminência; triunfo...
acostumado; amoroso; analogia; compatível; cuidadoso; descontente; generoso; impaciente; ingrato; intolerante;
COM
mal; misericordioso; ocupado; parecido; relacionado; satisfeito; severo; solícito; triste...

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LÍNGUA PORTUGUESA

abundante; bacharel; constante; doutor; erudito; firme; hábil; incansável; inconstante; indeciso; morador; negligente;
EM
perito; prático; residente; versado...
atentado; blasfêmia; combate; conspiração; declaração; fúria; impotência; litígio; luta; protesto; reclamação;
CONTRA
representação...
PARA bom; mau; odioso; próprio; útil...

Regência verbal
Na regência verbal, o termo regente é o verbo, e o termo regido poderá ser tanto um objeto direto (não preposicionado) quanto um
objeto indireto (preposicionado), podendo ser caracterizado também por adjuntos adverbiais.
Com isso, temos que os verbos podem se classificar entre transitivos e intransitivos. É importante ressaltar que a transitividade do
verbo vai depender do seu contexto.

Verbos intransitivos: não exigem complemento, de modo que fazem sentido por si só. Em alguns casos, pode estar acompanhado
de um adjunto adverbial (modifica o verbo, indicando tempo, lugar, modo, intensidade etc.), que, por ser um termo acessório, pode ser
retirado da frase sem alterar sua estrutura sintática:
• Viajou para São Paulo. / Choveu forte ontem.

Verbos transitivos diretos: exigem complemento (objeto direto), sem preposição, para que o sentido do verbo esteja completo:
• A aluna entregou o trabalho. / A criança quer bolo.

Verbos transitivos indiretos: exigem complemento (objeto indireto), de modo que uma preposição é necessária para estabelecer o
sentido completo:
• Gostamos da viagem de férias. / O cidadão duvidou da campanha eleitoral.

Verbos transitivos diretos e indiretos: em algumas situações, o verbo precisa ser acompanhado de um objeto direto (sem preposição)
e de um objeto indireto (com preposição):
• Apresentou a dissertação à banca. / O menino ofereceu ajuda à senhora.

CRASE

Crase é o nome dado à contração de duas letras “A” em uma só: preposição “a” + artigo “a” em palavras femininas. Ela é demarcada
com o uso do acento grave (à), de modo que crase não é considerada um acento em si, mas sim o fenômeno dessa fusão.
Veja, abaixo, as principais situações em que será correto o emprego da crase:
• Palavras femininas: Peça o material emprestado àquela aluna.
• Indicação de horas, em casos de horas definidas e especificadas: Chegaremos em Belo Horizonte às 7 horas.
• Locuções prepositivas: A aluna foi aprovada à custa de muito estresse.
• Locuções conjuntivas: À medida que crescemos vamos deixando de lado a capacidade de imaginar.
• Locuções adverbiais de tempo, modo e lugar: Vire na próxima à esquerda.

Veja, agora, as principais situações em que não se aplica a crase:


• Palavras masculinas: Ela prefere passear a pé.
• Palavras repetidas (mesmo quando no feminino): Melhor termos uma reunião frente a frente.
• Antes de verbo: Gostaria de aprender a pintar.
• Expressões que sugerem distância ou futuro: A médica vai te atender daqui a pouco.
• Dia de semana (a menos que seja um dia definido): De terça a sexta. / Fecharemos às segundas-feiras.
• Antes de numeral (exceto horas definidas): A casa da vizinha fica a 50 metros da esquina.

Há, ainda, situações em que o uso da crase é facultativo


• Pronomes possessivos femininos: Dei um picolé a minha filha. / Dei um picolé à minha filha.
• Depois da palavra “até”: Levei minha avó até a feira. / Levei minha avó até à feira.
• Nomes próprios femininos (desde que não seja especificado): Enviei o convite a Ana. / Enviei o convite à Ana. / Enviei o convite à
Ana da faculdade.

DICA: Como a crase só ocorre em palavras no feminino, em caso de dúvida, basta substituir por uma palavra equivalente no masculino.
Se aparecer “ao”, deve-se usar a crase: Amanhã iremos à escola / Amanhã iremos ao colégio.

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SEMÂNTICA: ANTÔNIMOS, SINÔNIMOS, HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS

Este é um estudo da semântica, que pretende classificar os sentidos das palavras, as suas relações de sentido entre si. Conheça as
principais relações e suas características:

Sinonímia e antonímia
As palavras sinônimas são aquelas que apresentam significado semelhante, estabelecendo relação de proximidade. Ex: inteligente
<—> esperto
Já as palavras antônimas são aquelas que apresentam significados opostos, estabelecendo uma relação de contrariedade. Ex: forte
<—> fraco

Parônimos e homônimos
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pronúncia semelhantes, porém com significados distintos.
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfego (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
As palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo “rir”)
X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).
As palavras homófonas são aquelas que possuem a mesma pronúncia, mas com escrita e significado diferentes. Ex: cem (numeral) X
sem (falta); conserto (arrumar) X concerto (musical).
As palavras homógrafas são aquelas que possuem escrita igual, porém som e significado diferentes. Ex: colher (talher) X colher (ver-
bo); acerto (substantivo) X acerto (verbo).

Polissemia e monossemia
As palavras polissêmicas são aquelas que podem apresentar mais de um significado, a depender do contexto em que ocorre a frase.
Ex: cabeça (parte do corpo humano; líder de um grupo).
Já as palavras monossêmicas são aquelas apresentam apenas um significado. Ex: eneágono (polígono de nove ângulos).

Denotação e conotação
Palavras com sentido denotativo são aquelas que apresentam um sentido objetivo e literal. Ex:Está fazendo frio. / Pé da mulher.
Palavras com sentido conotativo são aquelas que apresentam um sentido simbólico, figurado. Ex: Você me olha com frieza. / Pé da
cadeira.

Hiperonímia e hiponímia
Esta classificação diz respeito às relações hierárquicas de significado entre as palavras.
Desse modo, um hiperônimo é a palavra superior, isto é, que tem um sentido mais abrangente. Ex: Fruta é hiperônimo de limão.
Já o hipônimo é a palavra que tem o sentido mais restrito, portanto, inferior, de modo que o hiperônimo engloba o hipônimo. Ex:
Limão é hipônimo de fruta.

Formas variantes
São as palavras que permitem mais de uma grafia correta, sem que ocorra mudança no significado. Ex: loiro – louro / enfarte – infarto
/ gatinhar – engatinhar.

Arcaísmo
São palavras antigas, que perderam o uso frequente ao longo do tempo, sendo substituídas por outras mais modernas, mas que ainda
podem ser utilizadas. No entanto, ainda podem ser bastante encontradas em livros antigos, principalmente. Ex: botica <—> farmácia /
franquia <—> sinceridade.

PONTUAÇÃO: EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO

Os sinais de pontuação são recursos gráficos que se encontram na linguagem escrita, e suas funções são demarcar unidades e sinalizar
limites de estruturas sintáticas. É também usado como um recurso estilístico, contribuindo para a coerência e a coesão dos textos.
São eles: o ponto (.), a vírgula (,), o ponto e vírgula (;), os dois pontos (:), o ponto de exclamação (!), o ponto de interrogação (?), as
reticências (...), as aspas (“”), os parênteses ( ( ) ), o travessão (—), a meia-risca (–), o apóstrofo (‘), o asterisco (*), o hífen (-), o colchetes
([]) e a barra (/).

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Confira, no quadro a seguir, os principais sinais de pontuação e suas regras de uso.

SINAL NOME USO EXEMPLOS


Indicar final da frase declarativa Meu nome é Pedro.
. Ponto Separar períodos Fica mais. Ainda está cedo
Abreviar palavras Sra.
A princesa disse:
Iniciar fala de personagem
- Eu consigo sozinha.
Antes de aposto ou orações apositivas, enumerações
Esse é o problema da pandemia: as
: Dois-pontos ou sequência de palavras para resumir / explicar ideias
pessoas não respeitam a quarentena.
apresentadas anteriormente
Como diz o ditado: “olho por olho,
Antes de citação direta
dente por dente”.
Indicar hesitação
Sabe... não está sendo fácil...
... Reticências Interromper uma frase
Quem sabe depois...
Concluir com a intenção de estender a reflexão
Isolar palavras e datas A Semana de Arte Moderna (1922)
() Parênteses Frases intercaladas na função explicativa (podem substituir Eu estava cansada (trabalhar e estudar
vírgula e travessão) é puxado).
Indicar expressão de emoção Que absurdo!
Ponto de
! Final de frase imperativa Estude para a prova!
Exclamação
Após interjeição Ufa!
Ponto de
? Em perguntas diretas Que horas ela volta?
Interrogação
A professora disse:
Iniciar fala do personagem do discurso direto e indicar — Boas férias!
— Travessão mudança de interloculor no diálogo — Obrigado, professora.
Substituir vírgula em expressões ou frases explicativas O corona vírus — Covid-19 — ainda
está sendo estudado.

Vírgula
A vírgula é um sinal de pontuação com muitas funções, usada para marcar uma pausa no enunciado. Veja, a seguir, as principais regras
de uso obrigatório da vírgula.
• Separar termos coordenados: Fui à feira e comprei abacate, mamão, manga, morango e abacaxi.
• Separar aposto (termo explicativo): Belo Horizonte, capital mineira, só tem uma linha de metrô.
• Isolar vocativo: Boa tarde, Maria.
• Isolar expressões que indicam circunstâncias adverbiais (modo, lugar, tempo etc): Todos os moradores, calmamente, deixaram o
prédio.
• Isolar termos explicativos: A educação, a meu ver, é a solução de vários problemas sociais.
• Separar conjunções intercaladas, e antes dos conectivos “mas”, “porém”, “pois”, “contudo”, “logo”: A menina acordou cedo, mas não
conseguiu chegar a tempo na escola. Não explicou, porém, o motivo para a professora.
• Separar o conteúdo pleonástico: A ela, nada mais abala.

No caso da vírgula, é importante saber que, em alguns casos, ela não deve ser usada. Assim, não há vírgula para separar:
• Sujeito de predicado.
• Objeto de verbo.
• Adjunto adnominal de nome.
• Complemento nominal de nome.
• Predicativo do objeto do objeto.
• Oração principal da subordinada substantiva.
• Termos coordenados ligados por “e”, “ou”, “nem”.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Marque a alternativa abaixo que apresenta a(s) proposi-
QUESTÕES ção(ões) verdadeira(s).
(A) I, apenas
1. (FMPA – MG) (B) II e III
Assinale o item em que a palavra destacada está incorretamen- (C) III, apenas
te aplicada: (D) II, apenas
(A) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes. (E) I e II
(B) A justiça infligiu pena merecida aos desordeiros.
(C) Promoveram uma festa beneficiente para a creche. 3. (UNIFOR CE – 2006)
(D) Devemos ser fieis aos cumprimentos do dever. Dia desses, por alguns momentos, a cidade parou. As televi-
(E) A cessão de terras compete ao Estado. sões hipnotizaram os espectadores que assistiram, sem piscar, ao
resgate de uma mãe e de uma filha. Seu automóvel caíra em um
2. (UEPB – 2010) rio. Assisti ao evento em um local público. Ao acabar o noticiário, o
Um debate sobre a diversidade na escola reuniu alguns, dos silêncio em volta do aparelho se desfez e as pessoas retomaram as
maiores nomes da educação mundial na atualidade. suas ocupações habituais. Os celulares recomeçaram a tocar. Per-
guntei-me: indiferença? Se tomarmos a definição ao pé da letra,
Carlos Alberto Torres indiferença é sinônimo de desdém, de insensibilidade, de apatia e
1
O tema da diversidade tem a ver com o tema identidade. Por- de negligência. Mas podemos considerá-la também uma forma de
tanto, 2quando você discute diversidade, um tema que cabe muito no ceticismo e desinteresse, um “estado físico que não apresenta nada
3
pensamento pós-modernista, está discutindo o tema da 4diversida- de particular”; enfim, explica o Aurélio, uma atitude de neutralida-
de não só em ideias contrapostas, mas também em 5identidades que de.
se mexem, que se juntam em uma só pessoa. E 6este é um processo Conclusão? Impassíveis diante da emoção, imperturbáveis
de aprendizagem. Uma segunda afirmação é 7que a diversidade está diante da paixão, imunes à angústia, vamos hoje burilando nossa
relacionada com a questão da educação 8e do poder. Se a diversidade indiferença. Não nos indignamos mais! À distância de tudo, segui-
fosse a simples descrição 9demográfica da realidade e a realidade fos- mos surdos ao barulho do mundo lá fora. Dos movimentos de mas-
se uma boa articulação 10dessa descrição demográfica em termos de sa “quentes” (lembram-se do “Diretas Já”?) onde nos fundíamos na
constante articulação 11democrática, você não sentiria muito a pre- igualdade, passamos aos gestos frios, nos quais indiferença e dis-
sença do tema 12diversidade neste instante. Há o termo diversidade tância são fenômenos inseparáveis. Neles, apesar de iguais, somos
porque há 13uma diversidade que implica o uso e o abuso de poder, estrangeiros ao destino de nossos semelhantes. […]
de uma 14perspectiva ética, religiosa, de raça, de classe.
(Mary Del Priore. Histórias do cotidiano. São Paulo: Contexto, 2001.
[…]
p.68)
Rosa Maria Torres
Dentre todos os sinônimos apresentados no texto para o vo-
15
O tema da diversidade, como tantos outros, hoje em dia, abre
cábulo indiferença, o que melhor se aplica a ele, considerando-se
16
muitas versões possíveis de projeto educativo e de projeto 17po-
o contexto, é
lítico e social. É uma bandeira pela qual temos que reivindicar, 18e
(A) ceticismo.
pela qual temos reivindicado há muitos anos, a necessidade 19de
(B) desdém.
reconhecer que há distinções, grupos, valores distintos, e 20que a
(C) apatia.
escola deve adequar-se às necessidades de cada grupo. 21Porém, o
(D) desinteresse.
tema da diversidade também pode dar lugar a uma 22série de coisas
(E) negligência.
indesejadas.
[…]
4. (CASAN – 2015) Observe as sentenças.
Adaptado da Revista Pátio, Diversidade na educação: limites e possibi-
I. Com medo do escuro, a criança ascendeu a luz.
lidades. Ano V, nº 20, fev./abr. 2002, p. 29. II. É melhor deixares a vida fluir num ritmo tranquilo.
III. O tráfico nas grandes cidades torna-se cada dia mais difícil
Do enunciado “O tema da diversidade tem a ver com o tema para os carros e os pedestres.
identidade.” (ref. 1), pode-se inferir que
I – “Diversidade e identidade” fazem parte do mesmo campo Assinale a alternativa correta quanto ao uso adequado de ho-
semântico, sendo a palavra “identidade” considerada um hiperôni- mônimos e parônimos.
mo, em relação à “diversidade”. (A) I e III.
II – há uma relação de intercomplementariedade entre “diversi- (B) II e III.
dade e identidade”, em função do efeito de sentido que se instaura (C) II apenas.
no paradigma argumentativo do enunciado. (D) Todas incorretas.
III – a expressão “tem a ver” pode ser considerada de uso co-
loquial e indica nesse contexto um vínculo temático entre “diversi-
dade e identidade”.

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LÍNGUA PORTUGUESA
5. (UFMS – 2009) 7. (PUC-SP) Dê a função sintática do termo destacado em: “De-
Leia o artigo abaixo, intitulado “Uma questão de tempo”, de pressa esqueci o Quincas Borba”.
Miguel Sanches Neto, extraído da Revista Nova Escola Online, em (A) objeto direto
30/09/08. Em seguida, responda. (B) sujeito
“Demorei para aprender ortografia. E essa aprendizagem con- (C) agente da passiva
tou com a ajuda dos editores de texto, no computador. Quando eu (D) adjunto adverbial
cometia uma infração, pequena ou grande, o programa grifava em (E) aposto
vermelho meu deslize. Fui assim me obrigando a escrever minima-
mente do jeito correto. 8. (MACK-SP) Aponte a alternativa que expressa a função sintá-
Mas de meu tempo de escola trago uma grande descoberta, tica do termo destacado: “Parece enfermo, seu irmão”.
a do monstro ortográfico. O nome dele era Qüeqüi Güegüi. Sim, (A) Sujeito
esse animal existiu de fato. A professora de Português nos disse que (B) Objeto direto
devíamos usar trema nas sílabas qüe, qüi, güe e güi quando o u é (C) Predicativo do sujeito
pronunciado. Fiquei com essa expressão tão sonora quanto enig- (D) Adjunto adverbial
mática na cabeça. (E) Adjunto adnominal
Quando meditava sobre algum problema terrível – pois na pré-
-adolescência sempre temos problemas terríveis –, eu tentava me 9. (OSEC-SP) “Ninguém parecia disposto ao trabalho naquela
libertar da coisa repetindo em voz alta: “Qüeqüi Güegüi”. Se numa manhã de segunda-feira”.
prova de Matemática eu não conseguia me lembrar de uma fórmu- (A) Predicativo
la, lá vinham as palavras mágicas. (B) Complemento nominal
Um desses problemas terríveis, uma namorada, ouvindo minha (C) Objeto indireto
evocação, quis saber o que era esse tal de Qüeqüi Güegüi. (D) Adjunto adverbial
– Você nunca ouviu falar nele? – perguntei. (E) Adjunto adnominal
– Ainda não fomos apresentados – ela disse.
– É o abominável monstro ortográfico – fiz uma falsa voz de 10. (MACK-SP) “Não se fazem motocicletas como antigamen-
terror. te”. O termo destacado funciona como:
– E ele faz o quê? (A) Objeto indireto
– Atrapalha a gente na hora de escrever. (B) Objeto direto
Ela riu e se desinteressou do assunto. Provavelmente não sabia (C) Adjunto adnominal
usar trema nem se lembrava da regrinha. (D) Vocativo
Aos poucos, eu me habituei a colocar as letras e os sinais no (E) Sujeito
lugar certo. Como essa aprendizagem foi demorada, não sei se con-
seguirei escrever de outra forma – agora que teremos novas regras. 11. (UFRJ) Esparadrapo
Por isso, peço desde já que perdoem meus futuros erros, que servi- Há palavras que parecem exatamente o que querem dizer. “Es-
rão ao menos para determinar minha idade. paradrapo”, por exemplo. Quem quebrou a cara fica mesmo com
– Esse aí é do tempo do trema.” cara de esparadrapo. No entanto, há outras, aliás de nobre sentido,
que parecem estar insinuando outra coisa. Por exemplo, “incuná-
Assinale a alternativa correta. bulo*”.
(A) As expressões “monstro ortográfico” e “abominável mons-
tro ortográfico” mantêm uma relação hiperonímica entre si. QUINTANA, Mário. Da preguiça como método de trabalho. Rio de
(B) Em “– Atrapalha a gente na hora de escrever”, conforme a Janeiro, Globo. 1987. p. 83.
norma culta do português, a palavra “gente” pode ser substi-
tuída por “nós”. *Incunábulo: [do lat. Incunabulu; berço]. Adj. 1- Diz-se do livro
(C) A frase “Fui-me obrigando a escrever minimamente do jeito impresso até o ano de 1500./ S.m. 2 – Começo, origem.
correto”, o emprego do pronome oblíquo átono está correto de
acordo com a norma culta da língua portuguesa. A locução “No entanto” tem importante papel na estrutura do
(D) De acordo com as explicações do autor, as palavras pregüiça texto. Sua função resume-se em:
e tranqüilo não serão mais grafadas com o trema. (A) ligar duas orações que querem dizer exatamente a mesma
(E) A palavra “evocação” (3° parágrafo) pode ser substituída no coisa.
texto por “recordação”, mas haverá alteração de sentido. (B) separar acontecimentos que se sucedem cronologicamen-
te.
(C) ligar duas observações contrárias acerca do mesmo assun-
6. (FMU) Leia as expressões destacadas na seguinte passagem: to.
“E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero (D) apresentar uma alternativa para a primeira ideia expressa.
na salada – o meu jeito de querer bem.” (E) introduzir uma conclusão após os argumentos apresenta-
Tais expressões exercem, respectivamente, a função sintática dos.
de:
(A) objeto indireto e aposto
(B) objeto indireto e predicativo do sujeito
(C) complemento nominal e adjunto adverbial de modo
(D) complemento nominal e aposto
(E) adjunto adnominal e adjunto adverbial de modo

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LÍNGUA PORTUGUESA
12. (IBFC – 2013) Leia as sentenças: Leia atentamente a oração destacada no período a seguir:
“(...) pois ainda escutava em mim as risadas da menina que
É preciso que ela se encante por mim! queria correr nas lajes do pátio (...)”
Chegou à conclusão de que saiu no prejuízo.
Assinale a alternativa em que a oração em negrito e sublinhada
Assinale abaixo a alternativa que classifica, correta e respecti- apresenta a mesma classificação sintática da destacada acima.
vamente, as orações subordinadas substantivas (O.S.S.) destacadas: (A) “A menina que levava castigo na escola porque ria fora de
(A) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. objetiva indireta. hora (...)”
(B) O.S.S. subjetiva e O.S.S. completiva nominal (B) “(...) e deixava cair com estrondo sabendo que os meninos,
(C) O.S.S. subjetiva e O.S.S. objetiva indireta. mais que as meninas, se botariam de quatro catando lápis, ca-
(D) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. completiva nominal. netas, borracha (...)”
(C) “(...) não queria que soubessem que ela (...)”
13. (ADVISE-2013) Todos os enunciados abaixo correspondem (D) “Logo me dei conta de que hoje setenta é quase banal (...)”
a orações subordinadas substantivas, exceto:
(A) Espero sinceramente isto: que vocês não faltem mais. 16. (FUNRIO – 2012) “Todos querem que nós
(B) Desejo que ela volte. ____________________.”
(C) Gostaria de que todos me apoiassem.
(D) Tenho medo de que esses assessores me traiam. Apenas uma das alternativas completa coerente e adequada-
(E) Os jogadores que foram convocados apresentaram-se on- mente a frase acima. Assinale-a.
tem. (A) desfilando pelas passarelas internacionais.
(B) desista da ação contra aquele salafrário.
14. (PUC-SP) “Pode-se dizer que a tarefa é puramente formal.” (C) estejamos prontos em breve para o trabalho.
No texto acima temos uma oração destacada que é ________e (D) recuperássemos a vaga de motorista da firma.
um “se” que é . ________. (E) tentamos aquele emprego novamente.
(A) substantiva objetiva direta, partícula apassivadora
(B) substantiva predicativa, índice de indeterminação do sujeito 17. (ITA - 1997) Assinale a opção que completa corretamente as
(C) relativa, pronome reflexivo lacunas do texto a seguir:
(D) substantiva subjetiva, partícula apassivadora “Todas as amigas estavam _______________ ansiosas
(E) adverbial consecutiva, índice de indeterminação do sujeito _______________ ler os jornais, pois foram informadas de que as
críticas foram ______________ indulgentes ______________ ra-
15. (UEMG) “De repente chegou o dia dos meus setenta anos. paz, o qual, embora tivesse mais aptidão _______________ ciên-
Fiquei entre surpresa e divertida, setenta, eu? Mas tudo parece cias exatas, demonstrava uma certa propensão _______________
ter sido ontem! No século em que a maioria quer ter vinte anos arte.”
(trinta a gente ainda aguenta), eu estava fazendo setenta. Pior: du- (A) meio - para - bastante - para com o - para - para a
vidando disso, pois ainda escutava em mim as risadas da menina (B) muito - em - bastante - com o - nas - em
que queria correr nas lajes do pátio quando chovia, que pescava (C) bastante - por - meias - ao - a - à
lambaris com o pai no laguinho, que chorava em filme do Gordo e (D) meias - para - muito - pelo - em - por
Magro, quando a mãe a levava à matinê. (Eu chorava alto com pena (E) bem - por - meio - para o - pelas – na
dos dois, a mãe ficava furiosa.)
A menina que levava castigo na escola porque ria fora de hora, 18. (Mackenzie) Há uma concordância inaceitável de acordo
porque se distraía olhando o céu e nuvens pela janela em lugar de com a gramática:
prestar atenção, porque devagarinho empurrava o estojo de lápis I - Os brasileiros somos todos eternos sonhadores.
até a beira da mesa, e deixava cair com estrondo sabendo que os II - Muito obrigadas! – disseram as moças.
meninos, mais que as meninas, se botariam de quatro catando lá- III - Sr. Deputado, V. Exa. Está enganada.
pis, canetas, borracha – as tediosas regras de ordem e quietude se- IV - A pobre senhora ficou meio confusa.
riam rompidas mais uma vez. V - São muito estudiosos os alunos e as alunas deste curso.
Fazendo a toda hora perguntas loucas, ela aborrecia os profes-
sores e divertia a turma: apenas porque não queria ser diferente, (A) em I e II
queria ser amada, queria ser natural, não queria que soubessem (B) apenas em IV
que ela, doze anos, além de histórias em quadrinhos e novelinhas (C) apenas em III
açucaradas, lia teatro grego – sem entender – e achava emocionan- (D) em II, III e IV
te. (E) apenas em II
(E até do futuro namorado, aos quinze anos, esconderia isso.)
O meu aniversário: primeiro pensei numa grande celebração, 19. (CESCEM–SP) Já ___ anos, ___ neste local árvores e flores.
eu que sou avessa a badalações e gosto de grupos bem pequenos. Hoje, só ___ ervas daninhas.
Mas pensei, setenta vale a pena! Afinal já é bastante tempo! Logo (A) fazem, havia, existe
me dei conta de que hoje setenta é quase banal, muita gente com (B) fazem, havia, existe
oitenta ainda está ativo e presente. (C) fazem, haviam, existem
Decidi apenas reunir filhos e amigos mais chegados (tarefa difí- (D) faz, havia, existem
cil, escolher), e deixar aquela festona para outra década.” (E) faz, havia, existe

LUFT, 2014, p.104-105

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20. (IBGE) Indique a opção correta, no que se refere à concor- 25. (TRE-MG) Observe a regência dos verbos das frases reescri-
dância verbal, de acordo com a norma culta: tas nos itens a seguir:
(A) Haviam muitos candidatos esperando a hora da prova. I - Chamaremos os inimigos de hipócritas. Chamaremos aos ini-
(B) Choveu pedaços de granizo na serra gaúcha. migos de hipócritas;
(C) Faz muitos anos que a equipe do IBGE não vem aqui. II - Informei-lhe o meu desprezo por tudo. Informei-lhe do meu
(D) Bateu três horas quando o entrevistador chegou. desprezo por tudo;
(E) Fui eu que abriu a porta para o agente do censo. III - O funcionário esqueceu o importante acontecimento. O
funcionário esqueceu-se do importante acontecimento.
21. (FUVEST – 2001) A única frase que NÃO apresenta desvio
em relação à regência (nominal e verbal) recomendada pela norma A frase reescrita está com a regência correta em:
culta é: (A) I apenas
(A) O governador insistia em afirmar que o assunto principal (B) II apenas
seria “as grandes questões nacionais”, com o que discordavam (C) III apenas
líderes pefelistas. (D) I e III apenas
(B) Enquanto Cuba monopolizava as atenções de um clube, do (E) I, II e III
qual nem sequer pediu para integrar, a situação dos outros pa-
íses passou despercebida. 26. (INSTITUTO AOCP/2017 – EBSERH) Assinale a alternativa
(C) Em busca da realização pessoal, profissionais escolhem a em que todas as palavras estão adequadamente grafadas.
dedo aonde trabalhar, priorizando à empresas com atuação (A) Silhueta, entretenimento, autoestima.
social. (B) Rítimo, silueta, cérebro, entretenimento.
(D) Uma família de sem-teto descobriu um sofá deixado por um (C) Altoestima, entreterimento, memorização, silhueta.
morador não muito consciente com a limpeza da cidade. (D) Célebro, ansiedade, auto-estima, ritmo.
(E) O roteiro do filme oferece uma versão de como consegui-
(E) Memorização, anciedade, cérebro, ritmo.
mos um dia preferir a estrada à casa, a paixão e o sonho à regra,
a aventura à repetição.
27. (ALTERNATIVE CONCURSOS/2016 – CÂMARA DE BANDEI-
RANTES-SC) Algumas palavras são usadas no nosso cotidiano de
22. (FUVEST) Assinale a alternativa que preenche corretamente
forma incorreta, ou seja, estão em desacordo com a norma culta
as lacunas correspondentes.
padrão. Todas as alternativas abaixo apresentam palavras escritas
A arma ___ se feriu desapareceu.
erroneamente, exceto em:
Estas são as pessoas ___ lhe falei.
(A) Na bandeija estavam as xícaras antigas da vovó.
Aqui está a foto ___ me referi.
(B) É um privilégio estar aqui hoje.
Encontrei um amigo de infância ___ nome não me lembrava.
(C) Fiz a sombrancelha no salão novo da cidade.
Passamos por uma fazenda ___ se criam búfalos.
(D) A criança estava com desinteria.
(E) O bebedoro da escola estava estragado.
(A) que, de que, à que, cujo, que.
(B) com que, que, a que, cujo qual, onde.
28. (SEDUC/SP – 2018) Preencha as lacunas das frases abaixo
(C) com que, das quais, a que, de cujo, onde.
com “por que”, “porque”, “por quê” ou “porquê”. Depois, assinale a
(D) com a qual, de que, que, do qual, onde.
alternativa que apresenta a ordem correta, de cima para baixo, de
(E) que, cujas, as quais, do cujo, na cuja.
classificação.
“____________ o céu é azul?”
23. (FESP) Observe a regência verbal e assinale a opção falsa:
“Meus pais chegaram atrasados, ____________ pegaram trân-
(A) Avisaram-no que chegaríamos logo.
sito pelo caminho.”
(B) Informei-lhe a nota obtida.
“Gostaria muito de saber o ____________ de você ter faltado
(C) Os motoristas irresponsáveis, em geral, não obedecem aos
ao nosso encontro.”
sinais de trânsito.
“A Alemanha é considerada uma das grandes potências mun-
(D) Há bastante tempo que assistimos em São Paulo.
diais. ____________?”
(E) Muita gordura não implica saúde.
(A) Porque – porquê – por que – Por quê
24. (IBGE) Assinale a opção em que todos os adjetivos devem
(B) Porque – porquê – por que – Por quê
ser seguidos pela mesma preposição:
(C) Por que – porque – porquê – Por quê
(A) ávido / bom / inconsequente
(D) Porquê – porque – por quê – Por que
(B) indigno / odioso / perito
(E) Por que – porque – por quê – Porquê
(C) leal / limpo / oneroso
(D) orgulhoso / rico / sedento
(E) oposto / pálido / sábio

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29. (CEITEC – 2012) Os vocábulos Emergir e Imergir são parô- 34. (IFAL – 2016 ADAPTADA) Quanto à acentuação das palavras,
nimos: empregar um pelo outro acarreta grave confusão no que assinale a afirmação verdadeira.
se quer expressar. Nas alternativas abaixo, só uma apresenta uma (A) A palavra “tendem” deveria ser acentuada graficamente,
frase em que se respeita o devido sentido dos vocábulos, selecio- como “também” e “porém”.
nando convenientemente o parônimo adequado à frase elaborada. (B) As palavras “saíra”, “destruída” e “aí” acentuam-se pela
Assinale-a. mesma razão.
(A) A descoberta do plano de conquista era eminente. (C) O nome “Luiz” deveria ser acentuado graficamente, pela
(B) O infrator foi preso em flagrante. mesma razão que a palavra “país”.
(C) O candidato recebeu despensa das duas últimas provas. (D) Os vocábulos “é”, “já” e “só” recebem acento por constituí-
(D) O metal delatou ao ser submetido à alta temperatura. rem monossílabos tônicos fechados.
(E) Os culpados espiam suas culpas na prisão. (E) Acentuam-se “simpática”, “centímetros”, “simbólica” por-
que todas as paroxítonas são acentuadas.
30. (FMU) Assinale a alternativa em que todas as palavras estão
grafadas corretamente. 35. (MACKENZIE) Indique a alternativa em que nenhuma pala-
(A) paralisar, pesquisar, ironizar, deslizar vra é acentuada graficamente:
(B) alteza, empreza, francesa, miudeza (A) lapis, canoa, abacaxi, jovens
(C) cuscus, chimpazé, encharcar, encher (B) ruim, sozinho, aquele, traiu
(D) incenso, abcesso, obsessão, luxação (C) saudade, onix, grau, orquídea
(E) chineza, marquês, garrucha, meretriz (D) voo, legua, assim, tênis
(E) flores, açucar, album, virus
31. (VUNESP/2017 – TJ-SP) Assinale a alternativa em que todas
as palavras estão corretamente grafadas, considerando-se as regras 36. (IFAL - 2011)
de acentuação da língua padrão.
(A) Remígio era homem de carater, o que surpreendeu D. Firmi- Parágrafo do Editorial “Nossas crianças, hoje”.
na, que aceitou o matrimônio de sua filha.
(B) O consôlo de Fadinha foi ver que Remígio queria desposa-la “Oportunamente serão divulgados os resultados de tão impor-
apesar de sua beleza ter ido embora depois da doença. tante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos sentimos
(C) Com a saúde de Fadinha comprometida, Remígio não con- na pele e na alma a dor dos mais altos índices de sofrimento da
seguia se recompôr e viver tranquilo. infância mais pobre. Nosso Estado e nossa região padece de índices
(D) Com o triúnfo do bem sobre o mal, Fadinha se recuperou, vergonhosos no tocante à mortalidade infantil, à educação básica e
Remígio resolveu pedí-la em casamento. tantos outros indicadores terríveis.” (Gazeta de Alagoas, seção Opi-
(E) Fadinha não tinha mágoa por não ser mais tão bela; agora, nião, 12.10.2010)
interessava-lhe viver no paraíso com Remígio. O primeiro período desse parágrafo está corretamente pontua-
do na alternativa:
32. (PUC-RJ) Aponte a opção em que as duas palavras são acen- (A) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão
tuadas devido à mesma regra: importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos,
(A) saí – dói sentimos na pele e na alma a dor dos mais altos índices de so-
(B) relógio – própria frimento da infância mais pobre.”
(C) só – sóis (B) “Oportunamente serão divulgados os resultados de tão
(D) dá – custará importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos
(E) até – pé sentimos, na pele e na alma, a dor dos mais altos índices de
sofrimento da infância mais pobre.”
33. (UEPG ADAPTADA) Sobre a acentuação gráfica das palavras (C) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão
agradável, automóvel e possível, assinale o que for correto. importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos,
(A) Em razão de a letra L no final das palavras transferir a toni- sentimos na pele e na alma, a dor dos mais altos índices de
cidade para a última sílaba, é necessário que se marque grafi- sofrimento da infância mais pobre.”
camente a sílaba tônica das paroxítonas terminadas em L, se (D) “Oportunamente serão divulgados os resultados de tão
isso não fosse feito, poderiam ser lidas como palavras oxítonas. importante encontro, mas, enquanto nordestinos e alagoanos
(B) São acentuadas porque são proparoxítonas terminadas em sentimos, na pele e na alma a dor dos mais altos índices de
L. sofrimento, da infância mais pobre.”
(C) São acentuadas porque são oxítonas terminadas em L. (E) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão
(D) São acentuadas porque terminam em ditongo fonético – importante encontro, mas, enquanto nordestinos e alagoanos,
eu. sentimos, na pele e na alma, a dor dos mais altos índices de
(E) São acentuadas porque são paroxítonas terminadas em L. sofrimento da infância mais pobre.”

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37. (F.E. BAURU) Assinale a alternativa em que há erro de pontuação:
(A) Era do conhecimento de todos a hora da prova, mas, alguns se atrasaram.
(B) A hora da prova era do conhecimento de todos; alguns se atrasaram, porém.
(C) Todos conhecem a hora da prova; não se atrasem, pois.
(D) Todos conhecem a hora da prova, portanto não se atrasem.
(E) N.D.A

38. (VUNESP – 2020) Assinale a alternativa correta quanto à pontuação.


(A) Colaboradores da Universidade Federal do Paraná afirmaram: “Os cristais de urato podem provocar graves danos nas articulações.”.
(B) A prescrição de remédios e a adesão, ao tratamento, por parte dos pacientes são baixas.
(C) É uma inflamação, que desencadeia a crise de gota; diagnosticada a partir do reconhecimento de intensa dor, no local.
(D) A ausência de dor não pode ser motivo para a interrupção do tratamento conforme o editorial diz: – (é preciso que o doente confie
em seu médico).
(E) A qualidade de vida, do paciente, diminui pois a dor no local da inflamação é bastante intensa!

39. (ENEM – 2018)

Física com a boca


Por que nossa voz fica tremida ao falar na frente do ventilador?
Além de ventinho, o ventilador gera ondas sonoras. Quando você não tem mais o que fazer e fica falando na frente dele, as ondas da
voz se propagam na direção contrária às do ventilador. Davi Akkerman – presidente da Associação Brasileira para a Qualidade Acústica – diz
que isso causa o mismatch, nome bacana para o desencontro entre as ondas. “O vento também contribui para a distorção da voz, pelo fato
de ser uma vibração que influencia no som”, diz. Assim, o ruído do ventilador e a influência do vento na propagação das ondas contribuem
para distorcer sua bela voz.

Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012 (adaptado).

Sinais de pontuação são símbolos gráficos usados para organizar a escrita e ajudar na compreensão da mensagem. No texto, o sentido
não é alterado em caso de substituição dos travessões por
(A) aspas, para colocar em destaque a informação seguinte
(B) vírgulas, para acrescentar uma caracterização de Davi Akkerman.
(C) reticências, para deixar subetendida a formação do especialista.
(D) dois-pontos, para acrescentar uma informação introduzida anteriormente.
(E) ponto e vírgula, para enumerar informações fundamentais para o desenvolvimento temático.

40. (FUNDATEC – 2016)

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LÍNGUA PORTUGUESA
Sobre fonética e fonologia e conceitos relacionados a essas 44. (FUVEST-SP) Foram formadas pelo mesmo processo as se-
áreas, considere as seguintes afirmações, segundo Bechara: guintes palavras:
I. A fonologia estuda o número de oposições utilizadas e suas (A) vendavais, naufrágios, polêmicas
relações mútuas, enquanto a fonética experimental determina a (B) descompõem, desempregados, desejava
natureza física e fisiológica das distinções observadas. (C) estendendo, escritório, espírito
II. Fonema é uma realidade acústica, opositiva, que nosso ouvi- (D) quietação, sabonete, nadador
do registra; já letra, também chamada de grafema, é o sinal empre- (E) religião, irmão, solidão
gado para representar na escrita o sistema sonoro de uma língua.
III. Denominam-se fonema os sons elementares e produtores 45. (FUVEST) Assinale a alternativa em que uma das palavras
da significação de cada um dos vocábulos produzidos pelos falantes não é formada por prefixação:
da língua portuguesa. (A) readquirir, predestinado, propor
(B) irregular, amoral, demover
Quais estão INCORRETAS? (C) remeter, conter, antegozar
(A) Apenas I. (D) irrestrito, antípoda, prever
(B) Apenas II. (E) dever, deter, antever
(C) Apenas III.
(D) Apenas I e II 46. (UNIFESP - 2015) Leia o seguinte texto:
(E) Apenas II e III. Você conseguiria ficar 99 dias sem o Facebook?
Uma organização não governamental holandesa está propondo
41. (CEPERJ) Na palavra “fazer”, notam-se 5 fonemas. O mesmo um desafio que muitos poderão considerar impossível: ficar 99 dias
número de fonemas ocorre na palavra da seguinte alternativa: sem dar nem uma “olhadinha” no Facebook. O objetivo é medir o
(A) tatuar grau de felicidade dos usuários longe da rede social.
(B) quando O projeto também é uma resposta aos experimentos psicológi-
(C) doutor cos realizados pelo próprio Facebook. A diferença neste caso é que
(D) ainda o teste é completamente voluntário. Ironicamente, para poder par-
(E) além ticipar, o usuário deve trocar a foto do perfil no Facebook e postar
um contador na rede social.
42. (OSEC) Em que conjunto de signos só há consoantes sono- Os pesquisadores irão avaliar o grau de satisfação e felicidade
ras? dos participantes no 33º dia, no 66º e no último dia da abstinência.
(A) rosa, deve, navegador; Os responsáveis apontam que os usuários do Facebook gastam
(B) barcos, grande, colado; em média 17 minutos por dia na rede social. Em 99 dias sem acesso,
(C) luta, após, triste; a soma média seria equivalente a mais de 28 horas, 2que poderiam
(D) ringue, tão, pinga; ser utilizadas em “atividades emocionalmente mais realizadoras”.
(E) que, ser, tão.
(http://codigofonte.uol.com.br. Adaptado.)
43. (UFRGS – 2010) No terceiro e no quarto parágrafos do tex-
to, o autor faz referência a uma oposição entre dois níveis de análi- Após ler o texto acima, examine as passagens do primeiro pa-
se de uma língua: o fonético e o gramatical. rágrafo: “Uma organização não governamental holandesa está pro-
Verifique a que nível se referem as características do português pondo um desafio” “O objetivo é medir o grau de felicidade dos
falado em Portugal a seguir descritas, identificando-as com o núme- usuários longe da rede social.”
ro 1 (fonético) ou com o número 2 (gramatical). A utilização dos artigos destacados justifica-se em razão:
( ) Construções com infinitivo, como estou a fazer, em lugar de (A) da retomada de informações que podem ser facilmente de-
formas com gerúndio, como estou fazendo. preendidas pelo contexto, sendo ambas equivalentes seman-
( ) Emprego frequente da vogal tônica com timbre aberto em ticamente.
palavras como académico e antónimo, (B) de informações conhecidas, nas duas ocorrências, sendo
( ) Uso frequente de consoante com som de k final da sílaba, possível a troca dos artigos nos enunciados, pois isso não alte-
como em contacto e facto. raria o sentido do texto.
( ) Certos empregos do pretérito imperfeito para designar fu- (C) da generalização, no primeiro caso, com a introdução de
turo do pretérito, como em Eu gostava de ir até lá por Eu gostaria informação conhecida, e da especificação, no segundo, com
de ir até lá. informação nova.
(D) da introdução de uma informação nova, no primeiro caso,
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de e da retomada de uma informação já conhecida, no segundo.
cima para baixo, é: (E) de informações novas, nas duas ocorrências, motivo pelo
(A) 2 – 1 – 1 – 2. qual são introduzidas de forma mais generalizada
(B) 2 – 1 – 2 – 1.
(C) 1 – 2 – 1 – 2.
(D) 1 – 1 – 2 – 2.
(E) 1 – 2 – 2 – 1.

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LÍNGUA PORTUGUESA
47. (UFMG-ADAPTADA) As expressões em negrito correspon-
14 B
dem a um adjetivo, exceto em:
(A) João Fanhoso anda amanhecendo sem entusiasmo. 15 A
(B) Demorava-se de propósito naquele complicado banho. 16 C
(C) Os bichos da terra fugiam em desabalada carreira.
17 A
(D) Noite fechada sobre aqueles ermos perdidos da caatinga
sem fim. 18 C
(E) E ainda me vem com essa conversa de homem da roça. 19 D

48. (UMESP) Na frase “As negociações estariam meio abertas 20 C


só depois de meio período de trabalho”, as palavras destacadas são, 21 E
respectivamente: 22 C
(A) adjetivo, adjetivo
(B) advérbio, advérbio 23 A
(C) advérbio, adjetivo 24 D
(D) numeral, adjetivo
25 E
(E) numeral, advérbio
26 A
49. (ITA-SP) 27 B
Beber é mal, mas é muito bom.
28 C
(FERNANDES, Millôr. Mais! Folha de S. Paulo, 5 ago. 2001, p. 28.) 29 B
30 A
A palavra “mal”, no caso específico da frase de Millôr, é:
(A) adjetivo 31 E
(B) substantivo 32 B
(C) pronome
33 E
(D) advérbio
(E) preposição 34 B
35 B
50. (PUC-SP) “É uma espécie... nova... completamente nova!
(Mas já) tem nome... Batizei-(a) logo... Vou-(lhe) mostrar...”. Sob o 36 E
ponto de vista morfológico, as palavras destacadas correspondem 37 A
pela ordem, a: 38 A
(A) conjunção, preposição, artigo, pronome
(B) advérbio, advérbio, pronome, pronome 39 B
(C) conjunção, interjeição, artigo, advérbio 40 C
(D) advérbio, advérbio, substantivo, pronome
41 B
(E) conjunção, advérbio, pronome, pronome
42 D
GABARITO 43 A
44 D

1 C 45 E

2 B 46 D

3 D 47 B

4 C 48 B

5 C 49 B

6 A 50 E

7 D
8 C
9 B
10 E
11 C
12 B
13 E

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ANOTAÇÕES

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