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………………………………………………...…....diagnóstico e plano de tratamento em dentística.…………………..……...

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PRÉ-CLÍNICA MULTIDISCIPLINAR III - dentística / AULA 1

● DENTÍSTICA

→ A dentística engloba o estudo e a aplicação de procedimentos educativos, preventivos e


terapêuticos, para devolver ao elemento dentário sua integridade fisiológica, e assim
contribuir de forma integrada com as demais especialidades para o restabelecimento e a
manutenção da saúde do sistema estomatognático.
○ A dentística não trabalha sozinha, uma vez que é uma parte de um plano de
tratamento.

● Diagnóstico

→ Para um diagnóstico adequado é preciso unir o conhecimento adquirido + raciocínio crítico


e lógico diante da situação clínica apresentada.

● plano de tratamento

→ Plano de tratamento adequado é uma lista ordenada de procedimentos que irão atender às
necessidades do paciente, ou seja, deve ser feito na ordem de realização de cada
procedimento.

O paciente chega para o profissional com sinais ou sintomas, que podem ser clínicos (quando
são perceptíveis pelo paciente e profissional no exame clínico) ou subclínicos (quando não
são percebidos por ambos), sendo necessário, neste último caso, a realização de exames
complementares. As informações do exame clínico e complementar permitem o correto
diagnóstico, a elaboração do plano de tratamento e a sua execução, com o intuito de
restabelecer a saúde do indivíduo.

● decisão terapêutica

→ A decisão terapêutica, ou seja, a necessidade de realizar algum tratamento, é baseada na:


○ Presença de doença;
○ Grau de destruição dental (bacteriana ou não, lesão ativa ou inativa);
○ Qualidade das restaurações existentes (restaurações fraturadas, bem adaptadas, com
cárie secundária);
○ Necessidades estéticas (diastemas, alteração de forma e cor);

Tomada de decisão terapêutica

→ A tomada de decisão terapêutica vai levar em conta a situação clínica que é apresentada
pelo paciente, podendo ser de 3 tipos:

○ Não intervir - não há necessidade de utilizar instrumentos rotatórios;

○ Mínima intervenção - não há necessidade de utilizar instrumentos rotatórios (caneta


de alta e baixa rotação, brocas, pontas diamantadas);

○ Intervenção restauradora - utiliza-se instrumentos rotatórios, pois há por exemplo


cavitação, fraturas, etc;

1ª imagem - Não intervir - Selamento biológico


2ª imagem - Mínima intervenção - Cárie em esmalte
3ª imagem - Intervenção restaurada

Obs.: A odontologia minimamente invasiva deve ser levada em consideração. Em relação a


isso, a utilização clínica do amálgama não é mais tão proveitoso, uma vez que é preciso, em
alguns casos, realizar um desgaste maior do que o necessário para que o material fique retido.

→ A tomada de decisão terapêutica também deve levar em consideração 3 pontos


importantes:
1. A melhor opção terapêutica é a que apresenta mais benefícios e menores custos;
2. A presença de dor + perda de estrutura dentária : necessária uma intervenção
terapêutica;
3. O envolvimento do paciente nesse processo é essencial;
○ A decisão não deve ficar nas mãos do paciente, pois ele não possui o
conhecimento do profissional, mas é preciso que ele participe do processo de
escolha do tratamento de acordo com as suas condições.

● exame clínico

→ O exame clínico é o primeiro passo do processo diagnóstico.

→ TODOS os dados obtidos devem ser registrados no prontuário.

→ Sempre adequar a linguagem de maneira que facilite o entendimento pelo paciente.

→ O exame intra-oral EXIGE um campo LIMPO, SECO e BEM ILUMINADO.

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→ É preciso verificar a atividade da doença, levando em conta número,


tipo, aparência e localizações das lesões em todas as faces de cada
elemento dentário.

→ O paciente precisa receber OHB (Orientação de Higiene Bucal) e ser


motivado para realizar esse controle do biofilme.
● AMB (ADEQUAÇÃO DO MEIO BUCAL)

→ A AMB é aplicável somente para pacientes com alto índice de cárie e consiste em
remover os nichos que favorecem a retenção de biofilme + reduzir o nível de infecção.
○ Na AMB é necessário fazer a remoção de tudo o que está ativo e que é foco de
infecção para estabilizar a situação do paciente e, em consequência, realizar o
tratamento.

→ A adequação do meio bucal depende do tipo de lesão:

○ Lesões cavitadas: remoção do tecido cariado com instrumentos manuais (colher de


dentina) ou brocas esféricas em baixa rotação.
↪ Não se utiliza instrumento rotatório na AMB, exceto em ambiente clínico.

○ Lesões de mancha branca ativa: inativação com ATF (Aplicação Tópica de Flúor).

● remoção seletiva de tecido cariado

→ Quando a dentina está cariada ela se divide em duas zonas:

○ Zona de dentina afetada (dentina esclerótica): apresenta uma diminuição da


formação reticular das fibras colágenas e cristais de apatita unidos às fibras. Na
maioria das vezes, a dentina afetada não entrou em contato com o streptococcus, mas
sim com o ácido produzido por essa bactéria, mas mesmo assim não é infectada e pode
ser mantida.

Obs.: Em dentes anteriores pode ser necessário remover um pouco de dentina afetada por
questões estéticas devido a sua cor.

○ Zona de dentina infectada: é uma dentina necrótica, altamente descalcificada, com


cristais irregulares e fibras colágenas irreversivelmente desnaturadas. Dessa forma,
não é possível salvá-la e deve ser removida.
→ Para saber até onde vai se remover a dentina infectada utiliza-se dois métodos:

1. Visual: visualização de tecido amolecido.

2. Tátil: ao passar a colher de dentina e ela estiver resistente significa que toda a dentina
infectada foi removida e há apenas a dentina afetada (escurecida, acastanhada).

Obs.: Visualização radiográfica - na radiografia, abaixo de uma imagem radiopaca compatível


com material restaurador pode haver uma linha radiolúcida, que nem sempre será uma nova
lesão cariosa uma vez que pode ser uma remoção seletiva de tecido cariado. Isso acontece
porque a dentina afetada pode aparecer na radiografia como uma linha radiolúcida.
○ As radiografias são exames complementares cujas informações fornecidas devem ser
utilizadas em associação àquelas colhidas no exame clínico.

Paciente com múltiplas lesões cariosas, sendo necessário a realização de AMB - remoção do
tecido cariado com colher de dentina e restauração provisória com ionômero de vidro, além de
ATF (aplicação tópica de flúor para lesões de mancha branca ativa).
● perda de estrutura dentária

PERDA DE ESTRUTURA DENTÁRIA POR COMPROMETIMENTO BACTERIANO (LESÃO DE CÁRIE)

→ Estágio clínico inicial: desmineralização subsuperficial do esmalte.

→ Mais encontrada nas regiões cervicais e proximais.

→ Lesão de cárie ATIVA: opaca + rugosa

→ Lesão de cárie INATIVA: brilhante + lisa = Não precisa de


tratamento.

→ Quando encontrada na face oclusal está circundando sulcos


escurecidos.

diagnóstico em superfícies lisas proximais


diagnóstico em superfícies lisas proximais

Radiografia interproximal

tratamento de lesões de mancha branca ativa

Obs.: Infiltração resinosa - consiste na utilização de resina líquida em manchas brancas


ativas, principalmente em região interproximal.

Lesão de mancha branca - esmalte desmineralizado (poroso) - álcool - etanol - aplicação do


infiltrante (resina líquida) - poros preenchidos.

selamento biológico x cárie dentária ativa

→ Quando há envolvimento dentinário o tratamento restaurador deve ser realizado.

→ Remoção seletiva do tecido cariado.


→ Caso seja cavidade incipiente (restrita a cicatrículas e fissuras) pode ser realizada aplicação
de selante resinoso.
○ O selante resinoso é uma resina não tão viscosa quanto o infiltrante resinoso, porém
mais do que a resina flor. A sua composição é a mesma da resina composta e a sua
aplicação consiste em: profilaxia - aplicação de ácido fosfórico - lavagem e secagem -
aplicação do selante resinoso em cicatrículas e fissuras de dentes posteriores -
fotopolimerização - teste de oclusão.

PERDA DE ESTRUTURA DENTÁRIA sem COMPROMETIMENTO BACTERIANO (traumatismo)

→ O tratamento depende do nível do traumatismo.

→ Em um caso superficial é necessário somente a regularização e


alisamento do esmalte com os discos de lixa.

→ Se incomodar esteticamente opaciente pode ser feita restauração.

fratura de esmalte profunda

→ Restauração adesiva direta ou colagem do fragmento dental (ácido + adesivo + um pouco


de resina).

fratura de esmalte e dentina

→ O tratamento é sempre restauração adesiva direta ou colagem do fragmento dental.


→ No caso de exposição pulpar, antes é feito tratamento conservador ou radical da polpa.

PERDA DE ESTRUTURA DENTÁRIA sem COMPROMETIMENTO BACTERIANO (lesão cervical não cariosa)

→ Perda de tecido mineralizado dentário sem envolvimento


bacteriano, podendo estar associado ou não a hipersensibilidade
dentinária.

→ Causada por:
○ Abrasão: escovação forte
○ Abfração
○ Erosão: bulimia
○ Atrição: bruxismo

● hipersensibilidade dentinária

→ A hipersensibilidade dentinária é causada por estímulos químicos, térmicos, osmóticos e


táteis. A teoria hidrodinâmica de Brannstrom (1986) aponta que a hipersensibilidade
dentinária é causada graças ou por causa dos prolongamentos dos odontoblastos presentes nos
túbulos dentinários que levam as informações externas de dor para o meio interno (polpa).

No exame intra-oral o teste com o jato de ar da seringa tríplice já é suficiente para o paciente
acusar dor!

→ Em 57% dos casos está associada a lesões cervicais não-cariosas.


decisão terapêutica para a sensibilidade dentinária

presença de cavitação

→ Restauração adesiva direta.

ausência de cavitação

→ Obliteração dos túbulos dentinários com cremes dentais dessensibilizantes, enxaguantes


bucais dessensibilizantes, laser de baixa potência, aplicação de verniz fluoretado (apresenta
uma maior concentração de flúor).

○ O uso de verniz fluoretado necessita de:


1. Profilaxia com pedra-pomes;
2. Lavagem abundantemente e secagem;
3. Agitação do produto antes da aplicação;
4. Aplicação (pincelando) de uma fina camada de verniz;
5. Remoção dos excessos não aderidos.

- Não é necessário a secagem com ar do produto.


- Quatro aplicações com intervalo de sete dias.

● qualidade das restaurações

→ A substituição de restaurações é uma situação muito recorrente na prática


clínica.

→ É preciso avaliar:
○ Integridade marginal: restauração bem adaptada ou não às margens;
○ Alteração de cor;
○ Desgaste;
○ Descoloração marginal;
○ Cáries recorrentes;

Obs.: A troca de restaurações em amálgama é, além de estética, preventiva principalmente em


restaurações extensas de dentes posteriores. O amálgama não é tão elástico quanto o dente, ou
seja é mais duro do que o elemento dentário e pode, muitas vezes, causar fraturas.

razões para a troca ou reparo de restaurações

1. Cárie secundária: cárie reincidente no elemento dentário que já continha


uma restauração;
2. Alteração de cor: restauração com coloração muito alterada;
3. Descoloração Marginal;
4. Desgaste;
5. Fratura Dentária;
6. Fratura da restauração;
7. Forma Inadequada;

● alterações de forma

→ As alterações de forma dos dentes podem ser causadas por:


1. Infecções
2. Traumatismos
3. Disfunções nutricionais
4. Intoxicações

dente conóide

→ Restauração adesiva.
○ No dente conóide é preciso utilizar uma matriz como base, seja de poliéster ou de
condensação para apoiar o material.

→ Decisão terapêutica: Procedimento Restaurador Adesivo Direto ou Indireto

● alterações de posição
dIASTEMA

→ Fatores associados:

1. Inserção volumosa e palatina do freio labial;


2. Hábitos de sucção inapropriados;
3. Hereditariedade;
4. Ausência dos ILS;

→ Só podem ser fechados após todos os dentes permanentes estarem erupcionados e a causa
local tiver sido removida.

→ Decisão terapêutica: Procedimento Restaurador Adesivo e/ou Ortodontia

● alterações de cor

→ Causas do escurecimento dental:

1. FATORES EXTRÍNSECOS: café, vinho, cigarro, refrigerante.

2. FATORES INTRÍNSECOS: tetraciclina, excesso de flúor.

3. EM DENTES DESVITALIZADOS: hemorragia por trauma,


excesso de material obturador endodôntico.

→ Decisão terapêutica: Clareamento externo, Clareamento interno,


Microabrasão.

………………………………………………………………..………..exames complementares………………………………………………...……………………

→ Os exames complementares auxiliam na identificação do grau de comprometimento


tecidual.

Obs.: O laser consegue identificar através de uma escala numérica o nível de profundidade e
comprometimento tecidual da lesão cariosa.
………………………………………………………………..….manutenção do tratamento………………………………………………...…………..…………

→ Já na elaboração do plano de tratamento devem ser programadas consultas de retorno após


finalização dos procedimentos.

→ É importante deixar o paciente ciente disso e explicar a importância para a longevidade do


tratamento.

→ Entrar em contato com o paciente para fazer as manutenções necessárias.

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