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Do Crime Doloso e do Culposo

CRIME DOLOSO

Teorias sobre o conteúdo:

1. Da Vontade – ação consciente e voluntária – age


querendo conduta e resultado.

2. Da Representação – Dolo é a simples previsão do


resultado. Não se preocupa com um querer da
conduta. A representação já está contida na teoria da
atividade.

3. Do Assentimento (ou do consentimento) – Dolo é a


previsão do resultado que o agente adere não sendo
necessário que ele o queira. Apenas consente.

O CP adotou (art. 18):

- Dolo Direto – Teoria da Vontade;

- Dolo Eventual – Teoria do Assentimento.

Teoria Finalista – A vontade faz parte do tipo penal.

Dolo é, pois, a consciência e a vontade na realização da


conduta típica.
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Elementos do Dolo:

1. Consciência – Conhecimento completo do fato;


2. Vontade – Desejo de realizar esse fato.

A conduta dolosa tem duas fases:

- Interna – dentro do pensamento do Suj. ativo;


- Externa – exterioriza-se em uma atividade.

Espécies de Dolo:

Teoria Finalista

- Direto ou determinado;

- Indireto ou indeterminado (o conteúdo do dolo não é


preciso – indefinido). Divide-se em:

Dolo eventual – o agente assume o risco de produzir o


resultado.

Dolo alternativo – o agente quer um entre dois ou mais


resultados possíveis.
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Teoria Tradicional

- Dolo genérico – Vontade de praticar o núcleo do tipo.


Exs.: Arts. 121; 129.

- Dolo Específico – Tipo com finalidade especial. Exs.:


Arts. 131; 134; 155.

Divide-se ainda:

- Dolo de Dano – o agente quer ou assume o risco de


causar a lesão efetiva. Busca impossibilitar ou reduzir
a possibilidade de uso de um bem jurídico. Exs.: arts.
122; 155.

- Dolo de Perigo – o agente quer apenas o perigo. Exs.:


132; 250.

CRIME CULPOSO

Não existe conceito perfeito.

O art. 18, II – limita-se a cuidar de suas modalidades.

O Código Penal tipo para a América Latina, conceitua


no art. 26:

“age com culpa quem realiza o fato legalmente descrito


por inobservância do dever de cuidado que lhe incumbe, de
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acordo com as circunstâncias e suas condições pessoais, e,


no caso de representá-lo como possível, se conduz na
confiança de poder evitá-lo.

Conceito Doutrinário

É a conduta voluntária que produz resultado antijurídico


não querido, mas previsível, e excepcionalmente previsto,
que podia, com a devida atenção, ser evitado.

Conceito de Carrara

“Culpa é a imprevisão do previsível.”

Elementos da Culpa:

1. Conduta Voluntária;
2. Inobservância do dever de cuidado objetivo;
3. Resultado lesivo involuntário;
4. Previsibilidade; e
5. Tipicidade.

Inobservância do Dever de Cuidado Objetivo.

É esta inobservância que torna a conduta antijurídica.

Aguarda-se o dever de diligência de um ser humano comum.

Resultado Lesivo Involuntário


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O resultado é um “componente de azar”- só com o resultado


existe o crime.

Previsibilidade
Possibilidade de conhecimento do agente.

Olha-se para a possibilidade de previsão de um homem


normal (objetiva).

Previsibilidade subjetiva – Deve ser apreciada na análise da


culpabilidade.

Crime Culposo

Tipo aberto – Complementam-se com as condutas do


“caput” dos dispositivos e com o art. 18, II.

Exs: Arts. 121, § 3º; 129, § 6º; 250, § 2º etc.

MODALIDADES DE CULPA

Art. 18, II

1. Imprudência – sem cautelas, o agente atua com


precipitação, é afoito.

Exs.: - Limpar arma carregada próximo de outras pessoas;


- Dirigir com sono;
- Caçar em local de excursões.
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2. Negligência – é a indiferença do agente que, podendo


tomar as cautelas exigíveis, não o faz por displicência ou
preguiça mental.

Exs.: - Deixar substância tóxica ao alcance de crianças;


- Não deixar freado o automóvel quando estacionado.

3. Imperícia – é a incapacidade, a falta de conhecimentos


técnicos.

Exs.: - Não saber dirigir um veículo;


- Não estar habilitado para uma cirurgia que exija
conhecimentos apurados (pressupõe sempre a
qualidade de habilitação legal).

ESPÉCIES DE CULPA

Culpa Inconsciente – Quando o agente não prevê o resultado


que é previsível.

Culpa Consciente – (Também chamada de culpa com


previsão) Quando o agente prevê o resultado, mas acredita,
sinceramente que não ocorrerá.

Ex.: - Caçador que atira no animal e seu colega está


próximo, mas confia em sua condição de perito como
atirador.
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Culpa Própria – O agente não quer o resultado, nem assume


o risco de produzi-lo.

Culpa Imprópria – (por extensão, equiparação ou


assimilação) deriva do erro de tipo inescusável, do erro
inescusável nas discriminantes putativas ou do excesso nas
causas justificativas.

- O sujeito quer o resultado, mas sua vontade está


viciada por um erro (que poderia com o cuidado
necessário ter evitado).

GRAUS DE CULPA

Grave, leve e levíssima.

Estabelecida diante da maior ou menor previsão do resultado


e dos cuidados. Não é tratado na lei. O juiz deve observar
quando da aplicação da pena - art. 59 – Circunstâncias do
fato.

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