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Carminda Gomes

Eusébio Francisco Magalhães

Salimane Faquira

Tabu Henriques Magaga

Teorias de aprendizagem da época contemporâneas: O Behaviorismo

(Licenciatura em Ensino de Matemática)

Universidade Rovuma

Nampula

2019
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Carminda Gomes

Eusébio Francisco Magalhães

Salimane Faquira

Tabu Henriques Magaga

Teorias de aprendizagem da época contemporâneas: O Behaviorismo

Trabalho de carácter avaliativo da cadeira


Psicologia de Aprendizagem (PA), a ser
entregue ao Departamento de Ciências
Naturais e Matemática, 2o Ano, 2o
Semestre, 1o Grupo. Leccionada pelo
Docente:

MA. Laurentino Tarcísio

Universidade Rovuma

Nampula

2019
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Índice

Introdução...................................................................................................................................3

1.0. Teorias de aprendizagem da época contemporâneas...........................................................4


1.1. Teorias de aprendizagem behavioristas e contemporâneas, e suas implicações
pedagógicas.............................................................................................................................4
1.1.1. Breve resenha do Behaviorismo (comportamento/ condicionamento)........................4
1.1.2. Condicionamento Clássico...........................................................................................4
1.1.2.1. Suas implicações pedagógicas..................................................................................6
1.1.3. Condicionamento Operante (Instrumental)..................................................................7
1.1.3.1. O ENSAIO-ERRO....................................................................................................8
1.1.3.2. Suas implicações pedagógicas..................................................................................9
1.1.4. Teoria Associacionista...............................................................................................10
1.1.4.1. Suas implicações pedagógicas................................................................................10
1.1.5. Teoria de aprendizagem social...................................................................................11
1.1.5.1. Factores que facilitam a aprendizagem social.........................................................11
1.1.5.2. Suas implicações pedagógicas................................................................................11

Conclusão..................................................................................................................................13

Bibliografia...............................................................................................................................15
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Introdução

Partindo do pressuposto que o Homem é um ser bio-psico-socio-cultural, ele é banhado de


um determinado comportamento na própria sociedade inserida, como afirmado por
CHICOTE., et al (2007, p. 30) que “todo ser humano à nascença já constitui-se como
indivíduo, com qualidades de integridade próprias, particularidades que o distinguem dos
outros”, e com base nessas particularidades do Homem entrarão em concordância com o seu
aprendizado no seu dia-a-dia, ou seja, da forma como assimilará os conhecimentos sociais tem
a ver com o seu comportamento padronizado e das experiências vividas. Para tal, é chegado o
momento de estudar as teorias que condicionam ou tentam explicar os mecanismos da
aprendizagem do Homem, e o trabalho em destaque irá se abordar em relação as Teorias de
aprendizagem da época contemporâneas (O Behaviorismo), este que é o tema em abordagem
neste trabalho.

No entanto, a relevância deste trabalho esta no facto do estudante que se encontra na careira
de docência saber como lidar com os seus alunos na sala de aula independentemente do
comportamento apresentado, procurando mecanismo de como faze-lo perceber a matéria
explanada.

Portanto, as Teorias de aprendizagem da época contemporâneas são teorias que explicam


como é que se formam os comportamentos do Homem e dos outros animais. E o trabalho em
destaque está centrado aos aspectos relevantes do tema referido anteriormente, onde se aborda
as teorias de aprendizagem behavioristas e contemporâneas, e suas implicações pedagógicas.
Na descrição das teorias, destaca-se primeiramente a breve resenha do behaviorismo
(comportamento/ condicionamento), de seguida aborda-se acerca do condicionamento
clássico, condicionamento operante (instrumental), teoria de aprendizagem associacionista e a
teoria de aprendizagem social, com as respectivas implicações pedagógicas de cada teoria.
Segue por diante a conclusão e a bibliografia do trabalho.
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1.0. Teorias de aprendizagem da época contemporâneas

1.1. Teorias de aprendizagem behavioristas e contemporâneas, e suas implicações


pedagógicas

Segundo STÉLIO (2013, p. 51), a aprendizagem é a primeira razão para a existência da escola
e o meio através do qual a sociedade é efectuada. É difícil imaginar como é que os seres
humanos podem estar separados da aprendizagem, uma vez que os dois são inseparáveis.

“Sem aprendizagem, as pessoas não saberiam os seus nomes, os dos pais, onde vivem, entre
outras coisas. Sem aprendizagem não seríamos capazes de ler esta informação, nem sermos
capazes de falar a linguagem que falamos ou tratar das nossas necessidades
psicológicas”(MWAMWENDA, 2005:163).

De acordo com STÉLIO (2013, p. 51), a perspectiva comportamentalista considera que a


aprendizagem resulta da associação de estímulo-resposta (S-R) quer dizer, para que haja
aprendizagem é necessário estimular o indivíduo que aprende.

Nesta linha de abordagem, fala-se mais de John B. Watson, Ivan Pavlov, Frederic Skinner,
Edward Thorndike e Albert Bandura.

1.1.1. Breve resenha do Behaviorismo (comportamento/ condicionamento)

“A palavra behaviorismo vem do inglês behaviour, que significa conduta, comportamento, em


Língua Portuguesa (William e Raitt, 1996: 199). O behaviorismo procura explicar a formação
do comportamento com base na influência de determinadas condições. Segundo a teoria do
behaviorismo determinadas condições, determinados estímulos do meio ambiente podem
produzir determinados comportamentos. Deste modo, o behaviorismo considera que se pode
estabelecer uma ligação entre uma determinada situação, condição ou estímulo e o
comportamento do indivíduo. O behaviorismo foi criado por John B. Watson (1878-1958),
psicólogo americano, baseando-se nas investigações de Ivan Pavlov, que a seguir vamos
apresentar”. (RODRIGUES & BILA, p. 107)

1.1.2. Condicionamento Clássico

De acordo com STÉLIO (2013, p. 51), a pesquisa sobre o condicionamento foi feita por Ivan
Pavlov. Esta foi a primeira teoria da aprendizagem que é referida como clássica.
Condicionamento significa aprendizagem ou modificação de comportamento. O
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condicionamento clássico de Pavlov nos dá o conhecimento de como um comportamento


novo é aprendido.

Ivan Pavlov (1889 – 1936), fisiólogo russo, que ganhou mérito após ter realizado
investigações que resultaram na teoria do condicionamento clássico.

Em que consistiram tais investigações?

“Pavlov apresentou a um cão esfomeado um pedaço de carne e verificou que o cão salivou e
aproximou-se para comer a carne. Nesta experiência a carne é um estímulo incondicionado
(Ei), porque está ligado a satisfação de necessidades instintivas, a necessidades vitais, sendo,
por isso, um estímulo significativo. A salivação é um reflexo incondicionado (Ri), uma
reacção automática ligada aos instintos”. (RODRIGUES & BILA, p. 107)

Em seguida, Pavlov realizou a seguinte experiência: Tocou uma campainha seguida de


apresentação de pedaço de carne ao cão esfomeado, tendo verificado que o cão salivou e
aproximou-se para comer a carne. Nesta experiência, o toque de campainha é um estímulo
não significativo para o cão, é um estímulo neutro, porque não está ligado a satisfação de suas
necessidades vitais. A carne é um estímulo significativo e a salivação reflexo incondicionado.

Pavlov repetiu várias vezes a experiência de toque da campainha seguido de apresentação de


carne e constatou a salivação e aproximação do cão.

Depois de repetida combinação do toque de campainha, seguida de apresentação de um


pedaço de carne, em que o cão salivou e se aproximou para comer a carne, Pavlov realizou a
outra experiência que consistiu em tocar a campainha para o cão esfomeado, sem, contudo,
apresentar a carne, tendo verificado que o cão salivou e se aproximou. O toque da campainha
passou a ser sinal de estímulo incondicionado, isto é, a ser significativo para o animal. O cão
aprendeu que o toque de campainha é sinal de carne. A reacção de salivação e consequente
aproximação resultante do toque de campainha é um reflexo condicionado. Dizemos aqui que
o animal aprendeu através de reflexos condicionados.

Qual o mecanismo fisiológico do reflexo condicionado?

O reflexo condicionado, neste caso, a reacção de salivação e aproximação perante o toque de


campainha é resultado da ligação formada no cérebro entre as zonas auditiva e digestiva. Caso
o cão não receba o alimento, o estímulo incondicionado, em casos sucessivos de toque de
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campainha quando esfomeado, não reagirá salivando e se aproximando. A ligação entre as


zonas auditiva e digestiva no cérebro apagar-se-á.

Será que só os animais aprendem através de reflexos condicionados?

O exemplo a seguir dá-nos a resposta a esta questão.

Exemplo

O ser humano também aprende através de reflexos condicionados. O bebé aprende a palavra
leite, quando a mãe repetidas vezes pronuncia a palavra leite e lhe dá leite. Mais tarde ao
pronunciar a palavra leite o bebé reage animado com todo o corpo à procura de leite.

1.1.2.1. Suas implicações pedagógicas

STÉLIO (2013, p. 52) afirma que o interesse dos professores no condicionamento clássico é
baseado no facto de que este constitui um factor de suporte na forma como um novo
comportamento é formado. O conceito de associação de um facto a outro é importante quer na
escola quer na sociedade. O objectivo de um professor passa por ver que o que quer que ele
faça na escola está associado a aspectos positivos da vida, tais como sucesso, felicidade e ser
tratado com respeito e dignidade humana. Este tipo de interacção facilitará o estabelecimento
de um ambiente propício a aprendizagem.

“A respeito das implicações pedagógicas dessa teoria, MWAMWENDA (2005:166) afirma


que existem muitas razões pelas quais as crianças faltam a escola e desistem da escola, mas é
evidente que algumas delas se prendem com o tipo de associações que as crianças
estabelecem entre a escola e o efeito que esta tem nelas. Para algumas crianças, a escola está
associada a hostilidade, crueldade e indiferença; e por esta razão, muitos alunos preferem não
ir a escola; por outro, se as crianças experimentam a escola como um lugar amistoso onde são
tratadas amavelmente, com amor e carinho, não deverá existir nenhuma razão para que elas
não queiram ficar na escola o tempo que for necessário”. (STÉLIO, 2013, p. 52)

O mesmo princípio de associação poderá ser relacionado com as várias disciplinas


leccionadas, algumas das quais são odiadas sendo outras do agrado dos alunos.
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1.1.3. Condicionamento Operante (Instrumental)

Segundo BOCK e tal (2008, p. 61) afirma que o comportamento operante abrange um leque
amplo da actividade humana — dos comportamentos do bebê de balbuciar, de agarrar
objectos e de olhar os enfeites do berço aos mais sofisticados, apresentados pelo adulto. Como
nos diz Keller, o comportamento operante: “inclui todos os movimentos de um organismo dos
quais se possa dizer que, em algum momento, têm efeito sobre ou fazem algo ao mundo em
redor. O comportamento operante opera sobre o mundo, por assim dizer, quer directa, quer
indirectamente”.

Exemplo: A leitura feita num certo livro é um exemplo de comportamento operante, assim
como escrever uma carta, chamar o táxi com um gesto de mão, tocar um instrumento etc.

“Skinner considera na sua abordagem a teoria do condicionamento clássico, uma teoria


plausível da aprendizagem, mas dá um passo em frente através da defesa de que nem toda
aprendizagem pode ser explicada na base do estímulo identificável. Na sua perspectiva,
existem outras formas de aprendizagem que ocorrem independentemente de qualquer
estímulo identificável”. (STÉLIO, 2013, p. 52)

O termo operante refere-se ao facto de um organismo, que pode ser uma pessoa ou um
animal, trabalhar sobre o seu meio, e a medida que o faz ser responsável por gerar
consequências.

Nas suas abordagens, Skinner enfatiza o reforço como elemento básico para a aprendizagem e
identificou quatro tipos:

a) Reforço Positivo ou recompensa: as reacções que são recompensadas têm tendência a ser
repetidas.

b) Reforço Negativo: as reacções que libertam o organismo de uma situação penosa têm
tendência a ser repetidas.

c) Extinção: as reacções que não são recompensadas têm tendência a desaparecer.

d) Castigo: as reacções que conduzem a consequências indesejáveis ou penosas têm tendência


a ser suprimidas.

Experiência: “Skinner (1904 –1991), colocou um rato esfomeado numa gaiola, que para
obter alimento teria que pisar numa alavanca que despoletaria alimento. A fome funcionou
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como estímulo incondicionado O rato começou por saltitar cegamente na gaiola durante muito
tempo, tendo, por acaso, pisado na alavanca e obtido alimento. O saltitar cegamente pela
gaiola foi a reacção, o comportamento do animal e o alimento a recompensa recebida. Estas
tentativas cegas verificaram-se várias vezes, tendo conduzido à obtenção de alimento
casualmente. Ao longo do tempo as tentativas para pisar a alavanca e obter alimento foram
diminuindo, até que a animal passou a dirigir-se directamente a alavanca e pisá-la. Pode-se
dizer que o rato aprendeu que pisar a alavanca conduz à obtenção dos alimentos. O efeito do
“pisar da alavanca” conduziu à aprendizagem do comportamento de “pisar a alavanca para
obter alimentação, sendo o efeito do pisar a alavanca reforçadora. O estímulo alimento é,
deste modo, um reforço. Assim a aprendizagem realizou-se através do mecanismo estímulo,
reacção e reforço. O animal aprendeu que tem que agir, operar, neste caso, tem que pisar a
alavanca para obter alimento. Daí que, este condicionamento se designe de condicionamento
operante”. (RODRIGUES & BILA, p. 108-109)

Segundo RODRIGUES & BILA (p. 109) afirmam que é através do condicionamento operante
que se adestram animais. O rato acabaria por pisar a alavanca e transpor o obstáculo para
obter o alimento. Deste modo, se podem ensinar comportamentos complexos aos animais
vertebrados.

É também Skinner que lança as bases do Ensino Programado, suportado basicamente por
princípios:

a) Um comportamento novo é mais facilmente adquirido se o sujeito emite respostas a ele, e


não simplesmente se se expõe a estímulos.

b) Um comportamento novo é mais facilmente adquirido se reforçamentos apropriados são


promovidos.

c) No ensino, a matéria deve ser apresentada em fragmentos de dificuldades progressivas.

d) O ensino de contemplar as diferenças individuais.

1.1.3.1. O ENSAIO-ERRO

Edward L. Thorndike (1874-1949), psicólogo educacional dos Estados Unidos da América,


elaborou a teoria de aprendizagem por ensaio-erro baseada em experiências de colocação de
ratos e gatos em caixas-labirinto. Os animais expostos em situação de descoberta de caminho
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correcto para chegarem ao ponto onde se encontrava a saída e o alimento, agiram por
tentativas, experimentando êxitos e fracassos até terem sucesso.

Com efeito, o que observamos nas experiências da caixa problema de Skinner foram
interpretados por Thorndike como aprendizagem por ensaio-erro, pois o rato, inicialmente, fez
vários movimentos às cegas na gaiola e, por acaso, pisou a alavanca que despoletou o
alimento. Estas tentativas passaram a diminuir à medida que o animal passou a estabelecer
uma relação entre pisar a alavanca e obtenção de alimento. O animal passou a pisar
directamente a alavanca sempre que tinha fome.

1.1.3.2. Suas implicações pedagógicas

STÉLIO (2013, p. 53) afirma que as implicações do condicionamento operante estão


relacionadas com o reforço. Sem o reforço na escola, os alunos alcançarão menos do que o
seu potencial permite. Os professores podem reforçar os alunos através de boa preparação das
aulas e tornando-as interessantes, reconhecendo o esforço do aluno, sendo amigáveis, e
proporcionando aos alunos a atenção que a situação justifica. A presença dos alunos na aula
ou na escola é uma resposta da sua parte, e passa pelos professores verem se essa resposta
recebe o reforço que merece.

“Para Skinner, o ensino é o arranjo de contingências de reforço a tarefa principal do professor/


formador é fazer “brotar” o comportamento oprimo, utilizando quer estímulos, quer reforços
apropriados”. (PINTO, 2003, p. 33)

De acordo com PINTO (2003, p. 33) afirma que o professor/ formador deve conhecer as
respostas apropriadas – objectivos – para levar os outros que aprendem a adoptá-las.

No planeamento destes objectivos devem ser respondidas algumas questões tais como:

a) Qual o comportamento que se deseja?


b) Quais são os reforços mais eficazes?
c) Que respostas são validas?
d) Qual a melhor maneira de administrar os reforços?

Deste modo, os reforços podem ser constates (se são reforçadas todas as respostas correctas)
ou intermitentes (se são reforçadas apenas algumas respostas correctas).
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1.1.4. Teoria Associacionista

“Edward Thorndike foi um dos psicólogos educacionais americanos reconhecido por ter
publicado o primeiro livro de Psicologia educacional: The Psychology of Learning (1913). Ele
foi responsável por desenvolver uma teoria da aprendizagem conhecida como conexionismo
(concepção de que a aprendizagem se dá por processo de associação das ideias, das mais
simples às mais complexas. Assim, para aprender algo complexo precisamos primeiro
aprender as ideias simples, que a ela estariam associadas) ”. (STÉLIO, 2013, p. 54)

Com base nos seus estudos de comportamento animal, ele formulou três leis da
aprendizagem: lei de efeito, lei da prática ou exercício e lei da maturidade específica
(prontidão).

A lei de efeito afirma que a resposta que é seguida por um reforço é fortalecida, enquanto a
resposta que é seguida por um estímulo adverso é enfraquecida.

A lei de prática ou exercício afirma que o domínio de um conjunto de capacidades ou de um


corpo de informação pode ser alcançado através da prática.

A lei de maturidade enfatiza a importância de um organismo estar (previamente) preparado


para lidar com esse conjunto de comportamentos; se o organismo estiver preparado, a
actividade será satisfatória e agradável, enquanto se não estiver, será aborrecida e frustrante.
Esta lei tem implicações importantes na observação da motivação dos alunos.

“Mais tarde, Thorndike modificou as leis do efeito e do exercício. Olhando para a lei do
efeito, ele argumenta que a componente de punição é menos crucial para mudar um
comportamento do que o reforço para manter um comportamento desejável; olhando para a lei
de exercício ou prática, ele postulou que a prática tem efeito se for acompanhada do
conhecimento dos resultados, que ajuda o organismo a corrigir os erros e a capitalizar mais
respostas correctas e a alancar o domínio”. (STÉLIO, 2013, p. 54)

1.1.4.1. Suas implicações pedagógicas

STÉLIO (2013, p. 54-55) afirma que a ênfase do reforço é semelhante a teoria de Skinner. A
aprendizagem ocorre como resultado do reforço, e consequentemente, é imperativo que os
professores utilizem o reforço na sua interacção com os alunos. De forma semelhante, a lei do
exercício é vital para os alunos ganharem domínio do que estão a estudar, isso pode ser
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encorajado através de revisão, de discussão e de envio de trabalhos de casa com base no que
aprenderam.

Segundo a lei da maturidade, é obvio que o indivíduo poderá ter facilidades na aprendizagem
se o organismo estiver preparado (maduro).

1.1.5. Teoria de aprendizagem social

De acordo com STÉLIO (2013, p. 55), a teoria de aprendizagem social foi encabeçada por
Albert Bandura (americano - Canada). Albert Bandura desenvolveu numerosas experiências
que fundamentaram a importância da aprendizagem por observação, isto é, a aprendizagem
que resulta da interacção e da imitação social.

“A teoria de Aprendizagem Social enfatiza a importância da modelagem dos


comportamentos, atitudes e respostas emocionais dos outros na aquisição de novos
conhecimentos. Os comportamentos observados que são reforçados positivamente conduzem
a sua reprodução pelos observadores e os comportamentos que são reforçados
negativamente desaparecem”. (STÉLIO, 2013, p. 55)

De acordo com Bandura, muitos dos nossos comportamentos são aprendidos através da
observação e imitação de um modelo – modelação ou modelagem. Além disso, ressalta que
os eventos ambientais (recursos, ambiente físico) pessoais (crenças, expectativas) e
comportamentais (escolhas, actos individuais) interagem no processo de aprendizagem,
num determinismo recíproco.

1.1.5.1. Factores que facilitam a aprendizagem social

Existem um número de factores que são úteis para a promover a ocorrência da aprendizagem
social. Alguns desses factores são: a atenção, a memória, as capacidades motoras, o reforço, a
identificação, o estatuto do modelo e a origem do modelo.

1.1.5.2. Suas implicações pedagógicas

De acordo com STÉLIO (2013, p. 55-56), a medida que o professor interage com os seus
alunos investem uma determinada informação que vai alem do próprio ensino. Com os seus
professores, os alunos podem aprender coisas sobre a higiene, honestidade, egoísmo,
autodisciplina ou desorganização.
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PINTO (2003, p. 35) afirma que esta teoria parte da constatação de que muitas das
aprendizagem que realizamos ocorre em situação sócias, e que:

 Um indivíduo não precisa de experimentar todos os factos particulares de um


comportamento mais complexo para o aprender.
 Muitos comportamentos e, em especial os mais complexos podem ser ensinados mais
facilmente através da exposição ao que aprende de um Modelo que ilustre o
comportamento desejado.
 Os indivíduos intervêm nos processos de aprendizagem.
 Mais importante do que os reforços é o modo como se organiza a informação que o
modelo irá ilustrar.

Esta teoria tem um potencial explicativo no que diz respeito à aprendizagem dos
comportamentos sociais. Contudo, no domínio da formação contem algumas incongruências.

O modelo pode exemplificar a utilização de alguns saberes mais não o próprio saber – como
passar dum ao outro.
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Conclusão

Com base nos aspectos descritos no trabalho, pode se dizer que “o condicionamento é a
formação de relações entre algumas sequências de estímulos-respostas das quais resulta uma
mudança estável nos padrões de comportamento ou no conjunto de respostas dum
organismo”. (PINTO, 2003, p. 30)

No entanto, RODRIGUES (p. 11) afirma que As teorias behavioristas explicam a formação do
comportamento com base no condicionamento na influência de estímulos específicos que
provocam comportamentos específicos. Segundo os behavioristas, os comportamentos podem
ser formados através da selecção de determinados estímulos e do reforço. As teorias
behavioristas de aprendizagem explicam a formação de hábitos, habilidades e qualidades de
comportamento.

Portanto, o condicionamento clássico foi a primeira teoria da aprendizagem que é referida


como clássica e que diz respeito aos reflexos condicionados do Homem, onde afirmou-se que
o ser humano também aprende através de reflexos condicionados e o fundador dessa teoria foi
Ivan Pavlov (1889 – 1936), fisiólogo russo, que ganhou mérito após ter realizado
investigações que resultaram na teoria do condicionamento clássico. O condicionamento
operante é uma teoria plausível, fundada pelo psicólogo Skinner (1904 – 1991), onde afirma
que nem toda aprendizagem pode ser explicada na base do estímulo identificável, para o
pressuposto da sua conclusão baseou-se numa experiência feita com um rato esfomeado numa
gaiola, Skinner enfatiza o reforço como elemento básico para a aprendizagem e com base na
sua teoria enfatiza que o reforço é como elemento básico para a aprendizagem Humana. A
teoria associacionista foi formulada pelo Edward Thorndike que foi um dos psicólogos
educacionais americanos reconhecido por ter publicado o primeiro livro de Psicologia
educacional: The Psychology of Learning (1913), e foi o responsável por desenvolver uma
teoria da aprendizagem conhecida como conexionismo, com base nos seus estudos de
comportamento animal, ele formulou três leis da aprendizagem: lei de efeito, lei da prática ou
exercício e lei da maturidade específica (prontidão). E a teoria de aprendizagem social foi
encabeçada por Albert Bandura (americano - Canada), que desenvolveu numerosas
experiências que fundamentaram a importância da aprendizagem por observação, isto é, a
aprendizagem que resulta da interacção e da imitação social e enfatizou que à importância da
modelagem dos comportamentos, atitudes e respostas emocionais dos outros na aquisição de
novos conhecimentos.
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E correlação as implicações pedagógicas das teorias behavioristas, realça que As teorias


behavioristas têm validade parcial na explicação de mecanismos de aprendizagem humanos.
O condicionamento explica a formação de hábitos, habilidades e qualidades de
comportamento.

Exemplos

Hábitos tais como o de pentear, lavar as mãos antes de comer, andar com roupa limpa
resultam da colocação de exigências dos pais e encarregados de educação, professores e
respectivo reforço através do elogio quando observados pela criança ou repreensão verbal
quando não observados.

Habilidades como acções automatizadas resultam da repetição e reforço. Quando a criança


aprende a ler e escrever pela primeira vez tem que pronunciar palavras, descobrir fonemas,
letras, escrever no ar, na areia, no quadro e várias vezes no caderno. A criança realiza muitas
combinações das letras, muitas cópias. Sempre que erra tem que repetir.

A criança aprende qualidades de comportamento, tais como respeitar os bens alheios, o


respeito por outras pessoas, a pontualidade à medida que sofre a apreciação dos pais, adultos e
professores.
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Bibliografia

RODRIGUES, Armando & BILA, Luis Ventura. Universidade Pedagógica, Ensino à


Distância: Módulo de Psicologia de Desenvolvimento e de Aprendizagem. Edição: Anilda
Ibraimo Khan.

STÉLIO, Alcino. Psicologia de Aprendizagem. Universidade Pedagógica – Nampula. 2013.

BOCK, Ana M. Bahia., FURTADO, Odair & TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi.
Psicologias: Uma introdução ao estudo de Psicologia. Editora: Ebe Christina Spadaccini. 13ª
ed. São Paulo: Saraiva, 1999.

PINTO, Jorge. Psicologia da Aprendizagem (Concepções, Teorias e Processos). 4a ed,


Editora: instituto de Emprego e Formação Profissional, 2003.

CHICOTE, Ma Luisa Lopes., et al. Psicologia Geral. Módulos para Cursos de Bacharelato
Semi-Presencial. Depto. Ciências Pedagógicas, Nampula, Universidade Pedagógica, 2007.

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