Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Salimane Faquira
Universidade Rovuma
Nampula
2019
1
ii
Carminda Gomes
Salimane Faquira
Universidade Rovuma
Nampula
2019
iii
Índice
Introdução...................................................................................................................................3
Conclusão..................................................................................................................................13
Bibliografia...............................................................................................................................15
4
Introdução
No entanto, a relevância deste trabalho esta no facto do estudante que se encontra na careira
de docência saber como lidar com os seus alunos na sala de aula independentemente do
comportamento apresentado, procurando mecanismo de como faze-lo perceber a matéria
explanada.
Segundo STÉLIO (2013, p. 51), a aprendizagem é a primeira razão para a existência da escola
e o meio através do qual a sociedade é efectuada. É difícil imaginar como é que os seres
humanos podem estar separados da aprendizagem, uma vez que os dois são inseparáveis.
“Sem aprendizagem, as pessoas não saberiam os seus nomes, os dos pais, onde vivem, entre
outras coisas. Sem aprendizagem não seríamos capazes de ler esta informação, nem sermos
capazes de falar a linguagem que falamos ou tratar das nossas necessidades
psicológicas”(MWAMWENDA, 2005:163).
Nesta linha de abordagem, fala-se mais de John B. Watson, Ivan Pavlov, Frederic Skinner,
Edward Thorndike e Albert Bandura.
De acordo com STÉLIO (2013, p. 51), a pesquisa sobre o condicionamento foi feita por Ivan
Pavlov. Esta foi a primeira teoria da aprendizagem que é referida como clássica.
Condicionamento significa aprendizagem ou modificação de comportamento. O
6
Ivan Pavlov (1889 – 1936), fisiólogo russo, que ganhou mérito após ter realizado
investigações que resultaram na teoria do condicionamento clássico.
“Pavlov apresentou a um cão esfomeado um pedaço de carne e verificou que o cão salivou e
aproximou-se para comer a carne. Nesta experiência a carne é um estímulo incondicionado
(Ei), porque está ligado a satisfação de necessidades instintivas, a necessidades vitais, sendo,
por isso, um estímulo significativo. A salivação é um reflexo incondicionado (Ri), uma
reacção automática ligada aos instintos”. (RODRIGUES & BILA, p. 107)
Exemplo
O ser humano também aprende através de reflexos condicionados. O bebé aprende a palavra
leite, quando a mãe repetidas vezes pronuncia a palavra leite e lhe dá leite. Mais tarde ao
pronunciar a palavra leite o bebé reage animado com todo o corpo à procura de leite.
STÉLIO (2013, p. 52) afirma que o interesse dos professores no condicionamento clássico é
baseado no facto de que este constitui um factor de suporte na forma como um novo
comportamento é formado. O conceito de associação de um facto a outro é importante quer na
escola quer na sociedade. O objectivo de um professor passa por ver que o que quer que ele
faça na escola está associado a aspectos positivos da vida, tais como sucesso, felicidade e ser
tratado com respeito e dignidade humana. Este tipo de interacção facilitará o estabelecimento
de um ambiente propício a aprendizagem.
Segundo BOCK e tal (2008, p. 61) afirma que o comportamento operante abrange um leque
amplo da actividade humana — dos comportamentos do bebê de balbuciar, de agarrar
objectos e de olhar os enfeites do berço aos mais sofisticados, apresentados pelo adulto. Como
nos diz Keller, o comportamento operante: “inclui todos os movimentos de um organismo dos
quais se possa dizer que, em algum momento, têm efeito sobre ou fazem algo ao mundo em
redor. O comportamento operante opera sobre o mundo, por assim dizer, quer directa, quer
indirectamente”.
Exemplo: A leitura feita num certo livro é um exemplo de comportamento operante, assim
como escrever uma carta, chamar o táxi com um gesto de mão, tocar um instrumento etc.
O termo operante refere-se ao facto de um organismo, que pode ser uma pessoa ou um
animal, trabalhar sobre o seu meio, e a medida que o faz ser responsável por gerar
consequências.
Nas suas abordagens, Skinner enfatiza o reforço como elemento básico para a aprendizagem e
identificou quatro tipos:
a) Reforço Positivo ou recompensa: as reacções que são recompensadas têm tendência a ser
repetidas.
b) Reforço Negativo: as reacções que libertam o organismo de uma situação penosa têm
tendência a ser repetidas.
Experiência: “Skinner (1904 –1991), colocou um rato esfomeado numa gaiola, que para
obter alimento teria que pisar numa alavanca que despoletaria alimento. A fome funcionou
9
como estímulo incondicionado O rato começou por saltitar cegamente na gaiola durante muito
tempo, tendo, por acaso, pisado na alavanca e obtido alimento. O saltitar cegamente pela
gaiola foi a reacção, o comportamento do animal e o alimento a recompensa recebida. Estas
tentativas cegas verificaram-se várias vezes, tendo conduzido à obtenção de alimento
casualmente. Ao longo do tempo as tentativas para pisar a alavanca e obter alimento foram
diminuindo, até que a animal passou a dirigir-se directamente a alavanca e pisá-la. Pode-se
dizer que o rato aprendeu que pisar a alavanca conduz à obtenção dos alimentos. O efeito do
“pisar da alavanca” conduziu à aprendizagem do comportamento de “pisar a alavanca para
obter alimentação, sendo o efeito do pisar a alavanca reforçadora. O estímulo alimento é,
deste modo, um reforço. Assim a aprendizagem realizou-se através do mecanismo estímulo,
reacção e reforço. O animal aprendeu que tem que agir, operar, neste caso, tem que pisar a
alavanca para obter alimento. Daí que, este condicionamento se designe de condicionamento
operante”. (RODRIGUES & BILA, p. 108-109)
Segundo RODRIGUES & BILA (p. 109) afirmam que é através do condicionamento operante
que se adestram animais. O rato acabaria por pisar a alavanca e transpor o obstáculo para
obter o alimento. Deste modo, se podem ensinar comportamentos complexos aos animais
vertebrados.
É também Skinner que lança as bases do Ensino Programado, suportado basicamente por
princípios:
1.1.3.1. O ENSAIO-ERRO
correcto para chegarem ao ponto onde se encontrava a saída e o alimento, agiram por
tentativas, experimentando êxitos e fracassos até terem sucesso.
Com efeito, o que observamos nas experiências da caixa problema de Skinner foram
interpretados por Thorndike como aprendizagem por ensaio-erro, pois o rato, inicialmente, fez
vários movimentos às cegas na gaiola e, por acaso, pisou a alavanca que despoletou o
alimento. Estas tentativas passaram a diminuir à medida que o animal passou a estabelecer
uma relação entre pisar a alavanca e obtenção de alimento. O animal passou a pisar
directamente a alavanca sempre que tinha fome.
De acordo com PINTO (2003, p. 33) afirma que o professor/ formador deve conhecer as
respostas apropriadas – objectivos – para levar os outros que aprendem a adoptá-las.
No planeamento destes objectivos devem ser respondidas algumas questões tais como:
Deste modo, os reforços podem ser constates (se são reforçadas todas as respostas correctas)
ou intermitentes (se são reforçadas apenas algumas respostas correctas).
11
“Edward Thorndike foi um dos psicólogos educacionais americanos reconhecido por ter
publicado o primeiro livro de Psicologia educacional: The Psychology of Learning (1913). Ele
foi responsável por desenvolver uma teoria da aprendizagem conhecida como conexionismo
(concepção de que a aprendizagem se dá por processo de associação das ideias, das mais
simples às mais complexas. Assim, para aprender algo complexo precisamos primeiro
aprender as ideias simples, que a ela estariam associadas) ”. (STÉLIO, 2013, p. 54)
Com base nos seus estudos de comportamento animal, ele formulou três leis da
aprendizagem: lei de efeito, lei da prática ou exercício e lei da maturidade específica
(prontidão).
A lei de efeito afirma que a resposta que é seguida por um reforço é fortalecida, enquanto a
resposta que é seguida por um estímulo adverso é enfraquecida.
“Mais tarde, Thorndike modificou as leis do efeito e do exercício. Olhando para a lei do
efeito, ele argumenta que a componente de punição é menos crucial para mudar um
comportamento do que o reforço para manter um comportamento desejável; olhando para a lei
de exercício ou prática, ele postulou que a prática tem efeito se for acompanhada do
conhecimento dos resultados, que ajuda o organismo a corrigir os erros e a capitalizar mais
respostas correctas e a alancar o domínio”. (STÉLIO, 2013, p. 54)
STÉLIO (2013, p. 54-55) afirma que a ênfase do reforço é semelhante a teoria de Skinner. A
aprendizagem ocorre como resultado do reforço, e consequentemente, é imperativo que os
professores utilizem o reforço na sua interacção com os alunos. De forma semelhante, a lei do
exercício é vital para os alunos ganharem domínio do que estão a estudar, isso pode ser
12
encorajado através de revisão, de discussão e de envio de trabalhos de casa com base no que
aprenderam.
Segundo a lei da maturidade, é obvio que o indivíduo poderá ter facilidades na aprendizagem
se o organismo estiver preparado (maduro).
De acordo com STÉLIO (2013, p. 55), a teoria de aprendizagem social foi encabeçada por
Albert Bandura (americano - Canada). Albert Bandura desenvolveu numerosas experiências
que fundamentaram a importância da aprendizagem por observação, isto é, a aprendizagem
que resulta da interacção e da imitação social.
De acordo com Bandura, muitos dos nossos comportamentos são aprendidos através da
observação e imitação de um modelo – modelação ou modelagem. Além disso, ressalta que
os eventos ambientais (recursos, ambiente físico) pessoais (crenças, expectativas) e
comportamentais (escolhas, actos individuais) interagem no processo de aprendizagem,
num determinismo recíproco.
Existem um número de factores que são úteis para a promover a ocorrência da aprendizagem
social. Alguns desses factores são: a atenção, a memória, as capacidades motoras, o reforço, a
identificação, o estatuto do modelo e a origem do modelo.
De acordo com STÉLIO (2013, p. 55-56), a medida que o professor interage com os seus
alunos investem uma determinada informação que vai alem do próprio ensino. Com os seus
professores, os alunos podem aprender coisas sobre a higiene, honestidade, egoísmo,
autodisciplina ou desorganização.
13
PINTO (2003, p. 35) afirma que esta teoria parte da constatação de que muitas das
aprendizagem que realizamos ocorre em situação sócias, e que:
Esta teoria tem um potencial explicativo no que diz respeito à aprendizagem dos
comportamentos sociais. Contudo, no domínio da formação contem algumas incongruências.
O modelo pode exemplificar a utilização de alguns saberes mais não o próprio saber – como
passar dum ao outro.
14
Conclusão
Com base nos aspectos descritos no trabalho, pode se dizer que “o condicionamento é a
formação de relações entre algumas sequências de estímulos-respostas das quais resulta uma
mudança estável nos padrões de comportamento ou no conjunto de respostas dum
organismo”. (PINTO, 2003, p. 30)
No entanto, RODRIGUES (p. 11) afirma que As teorias behavioristas explicam a formação do
comportamento com base no condicionamento na influência de estímulos específicos que
provocam comportamentos específicos. Segundo os behavioristas, os comportamentos podem
ser formados através da selecção de determinados estímulos e do reforço. As teorias
behavioristas de aprendizagem explicam a formação de hábitos, habilidades e qualidades de
comportamento.
Exemplos
Hábitos tais como o de pentear, lavar as mãos antes de comer, andar com roupa limpa
resultam da colocação de exigências dos pais e encarregados de educação, professores e
respectivo reforço através do elogio quando observados pela criança ou repreensão verbal
quando não observados.
Bibliografia
BOCK, Ana M. Bahia., FURTADO, Odair & TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi.
Psicologias: Uma introdução ao estudo de Psicologia. Editora: Ebe Christina Spadaccini. 13ª
ed. São Paulo: Saraiva, 1999.
CHICOTE, Ma Luisa Lopes., et al. Psicologia Geral. Módulos para Cursos de Bacharelato
Semi-Presencial. Depto. Ciências Pedagógicas, Nampula, Universidade Pedagógica, 2007.