Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PREVIOUSLY
ON
R+
C: Circulação (avaliação hemodinâmica)
POLITRAUMATIZADO
considerado, até segunda ordem, portador de choque
hipovolêmico hemorrágico.
D: Avaliação neurológica
■
Escala de coma de Glasgow, avaliação pupilar e a
QUADRO DE CONCEITOS
observação de movimentos ativos de extremidades.
➤ AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
■
Várias são as causas de alteração do nível de consciência
no paciente politraumatizado; devemos sempre nos
A: Vias aéreas e estabilização da coluna cervical
lembrar da hipoxemia, hipotensão, uso de álcool e
A estabilização da coluna deve ser prontamente drogas. Excluídas essas causas, alterações do exame
realizada. neurológico devem ser atribuídas a traumatismo do
sistema nervoso central.
Avaliar se as vias aéreas estão pérvias e se há
necessidade de via aérea artificial.
E: Exposure
■
Indicações de via aérea artificial (intubação
orotraqueal, crico, traqueostomia):
■
Examinar o paciente dos pés à cabeça.
> Apneia;
■
Controle do ambiente (environment) para prevenir a
hipotermia.
> Proteção das vias aéreas inferiores contra aspiração
de sangue ou conteúdo gástrico;
➤ AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
> Comprometimento iminente das vias aéreas (por ■
Exame físico completo.
exemplo, lesão térmica por inalação, fraturas faciais
ou convulsões reentrantes); ■
Fase dedicada aos exames complementares, como
radiografias, laboratório, lavado peritoneal
> TCE grave: Glasgow ≤ 8;
diagnóstico, além da instalação de cateteres.
> Incapacidade de manter oxigenação adequada com
ventilação sob máscara.
ANTES DO ATENDIMENTO
Segundo momento: 30% dos óbitos ocorrem em horas –
ASPECTOS GERAIS
➤
Dentre as causas de trauma em nosso país, os homicídios Veja a figura a seguir, que resume a distribuição trimodal nos
(ou tentativas) respondem pela maioria dos casos, seguidos EUA (N = número de óbitos):
por acidentes com veículos de transporte.
Epidemiologia
DISTRIBUIÇÃO TRIMODAL
Para facilitar o entendimento sobre as causas de morte
decorrente do trauma, elas foram dividas em três momentos
de óbito e, com isso, conseguimos relacioná-las com o
momento em que ocorrem e qual seria a melhor maneira de
se evitar essas mortes. A esse conceito damos o nome de
DISTRIBUIÇÃO TRIMODAL das causas de morte no trauma.
a) O reconhecimento da gravidade das lesões e adoção imediata TRIAGEM: avaliar os pacientes e o tipo de tratamento
de cuidados adequados. necessário, indicando a ordem de atendimento de cada
vítima. Na avaliação do trauma, dois cenários são
b) O atendimento correto para as vítimas que exigem
possíveis:
atendimento "especializado".
a) V - V - F - F - V.
b) F - V - V - F - F.
c) V - V - V - V - V.
d) V - F - F - F - V.
e) F - F - F - V - F.
R. 1. "Trauma Score" (TS)
Sobre a triagem, vamos avaliar as assertivas:
Foi o primeiro. Leva em consideração cinco parâmetros:
I: Correta – Em uma situação de desastre, em que o número de Escala de Coma de Glasgow (ECG), Frequência Respiratória
vítimas supera a capacidade de atendimento, damos (FR), esforço respiratório, Pressão Arterial Sistólica (PAS) e
prioridade para as vítimas com menor gravidade. Ou seja, enchimento capilar. Ele é o mais clássico, no entanto,
com maior chance de vida; atualmente, não é tão utilizado.
II: Correta – A grande função do treinamento é esta. No
. "Revised Trauma Score" (RTS)
momento em que se necessita coordenar e realizar o
atendimento, o que não pode faltar é clareza e calma; Como o próprio nome diz, é uma revisão do TS. Ele é
considerado um escore fisiológico pois leva em consideração
III: Incorreta – Esta assertiva não tem resposta. O ideal é
somente três parâmetros: ECG, PAS e FR. Para o seu cálculo, os
avaliarmos o número de vítimas e a capacidade ou não de
valores das variáveis devem ser ponderados e somados da
suporte;
seguinte maneira: RTS = 0,9368 x ECGv + 0,7326 x PASv +
IV: Incorreta – Mais uma vez, a prioridade de atendimento
0,2908 x FRv, onde v é o valor (de 0 a 4) correspondente às
depende do número de vítimas e da nossa capacidade de
variáveis na admissão do paciente. Dessa maneira, o RTS
atendimento. Se for possível atender todas as vítimas, damos
poderá variar de 0 a, aproximadamente, 8, permitindo
prioridade aos mais graves;
frações. Quanto maior o valor final, melhor será o
V: Correta – Este é um dos princípios, por isso devemos sempre
prognóstico. Seu cálculo deve ser feito na admissão do
atender e triar de maneira racional para que possamos ter um
paciente. Veja as tabelas com os valores de referência e o
melhor desfecho para um número maior de vítimas.
percentual de sobrevida de acordo com a pontuação.
Gabarito: letra A.
Índices de Trauma
Você já ouviu falar sobre os índices de trauma? São os
famosos escores de avaliação do paciente vítima de trauma.
São sistemas de pontuação criados para avaliar as alterações
fisiológicas, a gravidade das lesões anatômicas e a
probabilidade de sobrevida dos pacientes politraumatizados.
De uma maneira geral, esses índices permitem estimar a
probabilidade de sobrevida de um paciente vítima de trauma,
sendo possível também a comparação e a avaliação da
qualidade dos serviços.
4 0,605
Vamos entender agora quais são os principais escores
utilizados.
3 0,361
2 0,172
1 0,071
0 0,027
RESIDÊNCIA MÉDICA R3 - 2020
ALIANÇA SAÚDE - PUC-PR
. "Injury Severity Score" (ISS)
É considerado um escore anatômico. Como vamos ver, é mais Os índices de trauma são sistemas de pontuação que levam em
complexo do que o RTS. A gravidade das lesões é avaliada conta gravidade do trauma por meio de indicadores elaborados
através do exame físico, avaliação radiológica, cirurgia e para medir alterações siológicas, gravidade de lesões
autópsia. Logo, não pode ser utilizado durante a triagem e na anatômicas e a sobrevida dos pacientes politraumatizados. A
determinação do prognóstico a admissão. Vamos entender? respeito desse tema, assinale a alternativa CORRETA.
O cálculo de ISS é baseado no "Abbreviated Injury Scale"
(AIS). O AIS é uma lista de milhares de lesões, cada uma com
a) O TS (Revised Trauma Score) é um índice pautado em
valor de gravidade variando de 1 a 6: 1- leve; 2- moderada; 3-
parâmetros siológicos e anatômicos. Utiliza a escala de coma
grave, sem risco iminente de vida; 4- grave, com risco
de Glasgow, a pressão arterial sistólica e a frequência cardíaca
iminente de vida; 5- crítica, sobrevida duvidosa; 6- quase
associada à gravidade das lesões em cada um dos segmentos
sempre fatal;
corporais.
Dividimos o organismo em seis regiões: 1) cabeça e pescoço;
b) O TS (Revised Trauma Score) é capaz de estimar o tempo de
2) face; 3) tórax; 4) abdome/conteúdo pélvico; 5) extremidades
hospitalização e a mortalidade tardia, mas não consegue
e anel pélvico; e 6) geral ou externo.
estimar o risco de óbito precoce.
O cálculo do ISS é feito escolhendo-se os três valores das AIS
c) O ISS (Injury Severity Score) é um índice pautado por
mais altos em segmentos corpóreos diferentes e realizando-se
parâmetros anatômicos, muito utilizado para quanti car a
a soma dos quadrados desses índices. Desta maneira, o ISS
gravidade das lesões, porém não é capaz de estimar o tempo
pode variar de 1 a 75 pontos. Uma dica importante é que
de hospitalização.
qualquer paciente com uma lesão AIS de 6, tem um ISS= 75,
d) O ISS (Injury Severity Score) é utilizado apenas para estimar
por definição. Um ISS de 16 é preditivo de mortalidade em
a mortalidade precoce do paciente politraumatizado.
torno de 10% e define o trauma como sendo grave, em termos
e) O TS (Revised Trauma Score) é um índice pautado em
de lesão anatômica.
parâmetros siológicos. Utiliza a escala de coma de Glasgow,
a pressão arterial sistólica e a frequência respiratória.
. "Trauma and Injury Severity Score" (TRISS)
É o escore utilizado pelo Colégio Americano de Cirurgiões e R.
tem fundamental importância na análise retrospectiva da Ótima questão para lembrarmos alguns conceitos sobre os
probabilidade de sobrevida. Ele associa o RTS com o ISS, além índices de trauma, em especial o TS ("Revised Trauma Score") e
de avaliar a idade e o mecanismo do trauma, se foi penetrante o ISS ("Injury Severity Score"). O TS é tido como um índice
ou contuso. A análise do TRISS é muito utilizada para avaliar siológico, que deve ser realizado no momento da admissão. Ele
a qualidade do atendimento e comparar entre as instituições. leva em consideração os seguintes parâmetros: Escala de Coma
Quanto à idade, o TRISS leva em consideração, se menor ou de Glasgow (ECG), Frequência Respiratória (FR), Pressão
igual a cinquenta e quatro (54) anos (idade = zero) ou se Arterial Sistólica (PAS). Ele estima a mortalidade precoce. Já o
maior de cinquenta e quatro (54) anos (idade= 1). ISS é um índice anatômico que leva em consideração seis regiões
corpóreas (cabeça e pescoço; face; tórax; abdome ou conteúdo
pélvico; extremidades ou cintura pélvica; super ície externa). Ele
VIDEO_05_R3_CIR_02
não é realizado no momento da admissão pois avalia achados do
exame ísico, exames de imagem, achados cirúrgicos e de
autópsias. Relacionado à mortalidade tardia. Logo, gabarito: letra
E.
RESIDÊNCIA MÉDICA R3 - 2020 RESIDÊNCIA MÉDICA R3 - 2019
FACULDADE DE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO FACULDADE DE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO
RIO PRETO - FAMERP RIO PRETO - FAMERP
Índices ou escores de trauma são valores matemáticos ou O TRISS (Trauma Score – Injury Severity Score), apesar de conter
estatísticos, quanti cados por escores numéricos e que variam de algumas limitações, ainda é o índice de trauma mais utilizado
acordo com a gravidade das lesões resultantes do traumatismo. para o cálculo da chance de sobrevida no trauma. Para seu
Com relação aos índices, podemos AFIRMAR que: cálculo, levamos em consideração:
a) O Revised Trauma Score ( TS) é um índice siológico, que a) Idade do paciente, mecanismo de trauma, frequência
utiliza no seu cálculo a frequência cardíaca, escala de coma de respiratória, pressão arterial sistólica, escala de coma de
Glasgow e frequência respiratória e deve ser calculada ao se Glasgow e o valor do ISS.
admitir o paciente no hospital. b) Idade do paciente, o valor do TS e do ISS.
b) O Injury Severity Score (ISS) é um índice misto, anatômico e c) Mecanismo de trauma, frequência cardíaca, pressão arterial
siológico e deve ser utilizado ao nal do atendimento, com sistólica e a presença de sangue na cavidade abdominal.
diagnóstico de todas as lesões. d) O valor do TS e do ISS.
c) O Injury Severity Score (ISS) com valores entre e
classi ca o doente como trauma grave.
R.
d) O Trauma – Injury Severity Score (TRISS) é um índice
Existem vários índices de trauma que podem ser avaliados. Os
siológico e divide o corpo, de maneira prática, em seis
mais utilizados são o "Revised Trauma Score" ( TS), o "Injury
segmentos: cabeça e pescoço; face; tórax; abdome e pelve;
Severity Score" (ISS) e o "Trauma and Injury Severity Score"
extremidades e bacia; e, super ície externa.
(TRISS). O TRISS é o índice utilizado pelo Colégio Americano de
Cirurgiões. Vamos lembrar o que cada um desses escores levam
R. em consideração: TS – tido como siológico, leva em
Em relação aos índices ou escores de avaliação: consideração: Escala de Coma de Glasgow (ECG), Frequência
A- Incorreta: o TS é a revisão do TS ("trauma score"), de fato é Respiratória (FR), Pressão Arterial Sistólica (PAS); já o ISS, é
considerado um índice siológico e leva em consideração os considerado um índice anatômico que não pode ser avaliado no
seguintes fatores: ECG, PAS e FR. Ele deve ser calculado a momento da admissão, se baseia no "Abbreviated Injury Scale"
admissão; (AIS), e considera seis regiões corpóreas (cabeça e pescoço; face;
tórax; abdômen ou conteúdo pélvico; extremidades ou cintura
B- Incorreta: o ISS é tido como um índice anatômico e deriva do
pélvica; super ície externa); e o TRISS é como se fosse uma
Abbreviated Injury Scale (AIS);
associação entre o TS e o ISS. No entanto, para o seu cálculo,
C- Correta: a pontuação do ISS varia de l a . Os escores mais
levamos em consideração o tipo de trauma, se contuso ou
altos indicam maior gravidade do trauma e mais elevada é a
penetrante e a idade do paciente, se é menor ou igual a anos.
probabilidade de morte. Um escore ISS > tem sido considerado
Logo, gabarito letra A.
como aquele de ponto crítico;
D- Incorreta: alternativa que misturou os conceitos sobre os
índices. O TRISS leva em consideração: TS + ISS + idade + tipo
do trauma, se contuso ou penetrante.
Logo, gabarito: letra C. E veja como este assunto se repete.
Toda vez que estamos frente a um politraumatizado,
RESIDÊNCIA MÉDICA R –
independentemente da gravidade do quadro, a primeira
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA medida a ser tomada é sempre referente à letra A, não
UNICAMP – UNICAMP – SP esqueça! Qualquer outro esforço para estabilizar o paciente
antes da verificação das vias aéreas será realizado em vão.
Em relação aos índices de trauma, o escore de trauma
revisado (Revised Trauma Score ou RTS), calculado na
A primeira medida a ser tomada é sempre a estabilização da
admissão do doente, utiliza como parâmetros:
coluna cervical no caso de suspeita de lesão da medula
espinhal. Na prática, todos acabam recebendo essa
estabilização. Os principais indicadores seriam: trauma com
a) Escala de coma de Glasgow, frequência cardíaca e pressão
lesões multissistêmicas, trauma com grande componente
arterial média.
cinético, paciente sintomático (dor cervical, deficit
b) Pressão arterial, frequência cardíaca e idade do doente (≤ neurológico) ou inconsciente. Ela é realizada com a colocação
anos). de um colar cervical rígido. No entanto, o colar rígido de
c) Mecanismo de trauma (penetrante ou fechado), idade do maneira isolada permite algum movimento lateral da cabeça,
doente (≤ anos) e Índice de Gravidade da Lesão (ISS). assim como pequena rotação e movimentação
anteroposterior. Desta forma, além do colar, o ideal é colocar
d) Frequência respiratória, pressão arterial sistólica e escala de
o paciente em prancha rígida e colocarmos coxins laterais de
coma de Glasgow. sustentação. Lembre-se que colares cervicais "moles" são uma
"aberração" na abordagem ao trauma e não devem ser
utilizados... Nesse caso, a estabilização manual efetuada por
R. Agora cou fácil né? TS = escala de coma de Glasgow +
um dos socorristas é preferível (técnica de estabilização
pressão arterial sistólica + frequência respiratória. Gabarito:
inline) – Figura 1. Ou seja, o "padrão-ouro" é a estabilização
letra D.
com colar e prancha rígida, mas se não for possível, a simples
estabilização manual é indicada.
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
A avaliação primária tem como objetivos a identificação e o
tratamento prioritário das lesões que implicam em maior
risco de morte. Esta primeira etapa deve ser sempre
conduzida através do ABCDE (veja a Tabela abaixo), um
mnemônico de fácil emprego.
TABELA 3
ESTABILIZAÇÃO DA COLUNA
CERVICAL E AVALIAÇÃO DAS
VIAS AÉREAS.
No entanto, existem algumas exceções a essa regra. São ➤ Apneia.
situações em que o paciente provavelmente evoluirá com ➤ Incapacidade de manutenção da via aérea devido à queda
obstrução de via aérea, mesmo que não haja nenhuma
do nível de consciência.
evidência de obstrução no momento. As principais seriam:
➤ Proteção das vias aéreas inferiores contra aspiração de
➤ Trauma penetrante de pescoço com hematoma em
sangue ou conteúdo gástrico.
expansão;
➤ Comprometimento iminente das vias aéreas (por exemplo,
➤ Evidência de lesão química ou térmica na boca, narinas ou
lesão por inalação, fraturas faciais ou convulsões
hipofaringe;
reentrantes).
➤ Enfisema subcutâneo extenso no pescoço; ➤ TCE grave com Glasgow ≤ 8.
➤ Trauma maxilofacial complexo; ➤ Incapacidade de manter oxigenação adequada com
➤ Sangramento ativo em via aérea. ventilação sob máscara.
Em todo politraumatizado devemos buscar qualquer Quais são os principais métodos que empregamos para
indicativo de obstrução de via aérea, como cianose, cornagem acessar a via aérea?
ou esforço respiratório. Frente a esses sinais passamos à
laringoscopia direta para aspiração de secreção e remoção de
(1) Métodos para intubação endotraqueal:
corpos estranhos.
➤ Intubação orotraqueal - IOT (método mais utilizado);
6. Administrar um relaxante muscular de ação rápida, Fatores que indicam provável via aérea difícil:
geralmente a succinilcolina* *, por via intravenosa a
uma dose de 1-2 mg/kg.
1. Lesões espinhais;
Figura .
VIDEO_15_R3_CIR_02
VIDEO_13_R3_CIR_02
MACETE PRÁTICO
Figura 6. Máscara laríngea.
e outro proximal, posicionado na laringe que também possui positiva no circuito. Devido a essa "falha" no método, a "crico"
um balonete que oclui a orofaringe e permite a ventilação do por punção causa retenção de gás carbônico e deve ser
Figura 7. Combitubo.
VIDEO_18_R3_CIR_02
Figura 8. Anatomia das principais cartilagens da laringe.
Agora, se estes dispositivos não estão disponíveis ou não seja Você pode palpar facilmente as cartilagens tireóidea e
cricoide para realização da cricotireoidostomia.
possível a utilização, devemos partir para um acesso cirúrgico
à via aérea, e realizar uma CRICOTIREOIDOSTOMIA
CIRÚRGICA. Mas vamos destacar algumas situações, se a
cricotireoidostomia cirúrgica for contraindicada (ver adiante)
ou se o paciente necessita de acesso às vias aéreas de forma
mais do que imediata (como na ocorrência de apneia), a
cricotireoidostomia por punção deve ser empregada como
uma "ponte" até que outro acesso à via aérea seja
providenciado.
RESIDÊNCIA MÉDICA R –
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI – PI
Figura 9. Cricotireoidostomia por punção – quando a luz c) Nas crianças menores de anos.
da traqueia é atingida, observamos bolhas no líquido
contido na seringa. d) Politraumatizados onde a intubação está contraindicada ou
não foi possível.
Vamos ver agora os métodos cirúrgicos para a obtenção e) Sangramento oral intenso.
de via aérea:
traqueostomia com o mesmo diâmetro, em adultos). Como cricotireoidostomia não deve ser realizada devido ao risco de
introduzimos uma cânula com balonete insuflável na traqueomalácia;
traqueia, a cricotireoidostomia cirúrgica é considerada uma D- Correta: conforme discutido na letra B, na impossibilidade
via aérea artificial definitiva. de IOT em um paciente vítima de trauma, indica-se a
cricotireoidostomia;
E- Correta: mais uma vez, a impossibilidade de IOT em um
➤ Evitar em menores de 12 anos* (alto risco de estenose paciente vítima de trauma, indica-se a cricotireoidostomia.
subglótica).
Gabarito: letra C.
➤ Caso o paciente precise de ventilação mecânica durante
períodos maiores, a cricotireoidostomia cirúrgica deve ser
substituída por traqueostomia assim que possível. TRAQUEOSTOMIA
* Apesar de 12 anos ser o limite consagrado no manual do ➤ Não deve ser utilizada rotineiramente no atendimento
ATLS, os tratados de Cirurgia mais recentes trazem a idade de inicial, pois é mais demorada (e difícil) que a
8 anos como ponto de corte. Fique atento às questões!!! cricotireoidostomia cirúrgica.
Observação importante: apenas a cricotireoidostomia
cirúrgica deve ser evitada em crianças. A "crico" por punção
pode ser utilizada. A traqueostomia de urgência tem três indicações principais:
Paciente não identi cado trazido pelos bombeiros após queda de Paciente masculino, anos, vítima de colisão autoanteparo, sem
moto, com colar cervical e prancha rígida. Respiração bastante cinto de segurança, dá entrada na sala de emergência com
ruidosa, com estridor. SaO : % com máscara de O a L/min. di culdade respiratória, frequência respiratória de ipm;
Inspeção cervical com deformidade e crepitação em presença de grande quantidade de sangue em cavidade oral, face
proeminência laríngea associadas a en sema subcutâneo. MV+ e nariz, além da presença de múltiplos dentes fraturados. À
bilateralmente sem ruídos adventícios. Estável e normal palpação de face, apresenta crepitação em região mandibular.
hemodinamicamente. Optada por intubação orotraqueal, sem Além disso, à inspeção, observa-se equimose periorbitária
sucesso. Qual é a conduta mais adequada? bilateral, sinal de Battle e otorragia à esquerda. A conduta, nesse
momento, além de estabilizar a coluna cervical, deve ser:
e) Cricotireoidostomia cirúrgica.
R. Questão clássica. Estamos diante de um paciente com
provável lesão de laringe: "deformidade e crepitação na região da
laringe". Antigamente as fraturas de laringe contraindicavam a R. Um paciente jovem vítima de trauma automobilístico chega à
IOT! Era uma indicação clássica de traqueostomia. No entanto, emergência apresentando sinais de fratura de face grave e de
atualmente, podemos tentar a IOT e, caso não seja possível, fratura de base de crânio, indicando necessidade de via aérea
pensamos na traqueostomia. Gabarito: D. de nitiva. A intubação orotraqueal seria a nossa primeira opção,
no entanto o trauma de face com grande quantidade de sangue
na cavidade oral atrapalharia o procedimento, apesar de não ser
uma contraindicação absoluta. O melhor, nesse caso, é proceder a
cricotireoidostomia cirúrgica, um procedimento rápido e seguro,
para garantia da via aérea naquele momento. Resposta da
questão: alternativa E.
RESIDÊNCIA MÉDICA R – RESIDÊNCIA MÉDICA R –
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DO PARANÁ – HC – FUNDAÇÃO JOÃO GOULA T – HOSPITAIS
UFPR – PR MUNICIPAIS – FJG – RJ
Paciente de anos vítima de colisão auto x auto apresenta Um homem de anos de idade é admitido na emergência vítima
múltiplas fraturas de face, com muito sangue, fragmentos ósseos de um acidente de moto. Ao chegar, havia lacerações de face,
e dentes em vias aéreas, com di culdade respiratória. Após duas rebaixamento do nível de consciência, sinais vitais estáveis, mas
tentativas de intubação orotraqueal sem sucesso, o paciente não discreta cianose. O médico decide realizar a intubação
responde mais a estímulos. Qual a conduta CORRETA? orotraqueal, mas não é bem sucedido. A manobra que pode ser
tentada para melhorar a oxigenação, antes de um procedimento
de nitivo, é:
a) Incisão entre a cartilagem tireoide e o anel cricoide, abertura
da membrana cricotireoide e introdução de tubo traqueal.
a) Realizar a cricotireoidostomia.
b) Incisão cm acima da fúrcula esternal e dissecção por planos,
evitando a tireoide, até a traqueia, abertura desta e b) Introduzir uma máscara laríngea.
introdução de tubo traqueal.
c) Colocar o paciente sob máscara de Hudson.
c) Manutenção da ventilação com máscara e ambu conectados a
d) Realizar uma traqueostomia imediatamente.
fonte de O litros por minuto e solicitar ajuda de colega
mais experiente.
d) Fixação das fraturas da mandíbula com compressas e tentar R. Este cenário sempre se repete em prova. Tentou a IOT e não
mais vezes intubação orotraqueal ou nasotraqueal. conseguiu, devemos pensar nos dispositivos supraglóticos como
a máscara laríngea e o combitubo. Entenda estes dispositivos
e) Busca de outra fonte de sangramento, que não a face, como
como uma ponte para que possamos ventilar o paciente até
causa do choque e da piora clínica do paciente.
garantirmos uma via aérea de nitiva. Gabarito: letra B.
b) Pressão digital.
HEMORRAGIA.
R. Estamos diante de uma lesão no pescoço, com sangramento
Estamos agora entrando no item C do nosso ABCDE, que externo. Pensando no C do ABCDE, para os sangramentos
significa avaliação hemodinâmica (circulation) e controle da externos, a medida inicial é a compressão. Gabarito: B. Veja que
hemorragia. na letra C, também temos a opção de um curativo compressivo,
no entanto, um curativo compressivo ao redor do pescoço, pode
até interromper o sangramento, mas também pode obstruir a via
Uma máxima utilizada no trauma é que todo paciente, vítima
aérea do paciente.
de trauma, HIPOTENSO, até que se prove o contrário,
apresenta choque hemorrágico e hipovolêmico. Ou seja, o
paciente está sangrando.
Logo após devemos estimar o status hemodinâmico do
paciente, o grau de perda volêmica e iniciar a reposição
A hemorragia é a principal causa de morte evitável em um intravascular o mais cedo possível.
cenário de trauma. Por isso, é fundamental a identificação
rápida e o controle da hemorragia, bem como a reposição
Para obter uma "noção geral" do paciente que estamos
volêmica.
abordando, é interessante avaliar inicialmente seus pulsos
centrais e periféricos. A presença de pulso carotídeo denota
Agora, de onde o paciente pode sangrar? uma pressão sistólica de no mínimo 60 mmHg. Analogamente
podemos deduzir uma PS de 70 mmHg para o pulso femoral e
80 mmHg para o pulso radial. A pressão arterial deve ser
1. Hemorragias externas, que devem ser controladas ainda aferida, pelo menos, a cada 5 minutos. Uma pressão menor
na abordagem inicial através da compressão. que 90 mmHg deve ser sempre considerada hipotensão por
2. Hemorragias internas: tórax, abdome, retroperitônio, choque hipovolêmico.
pelve e fratura de ossos longos.
VIDEO_19_R3_CIR_02
RESIDÊNCIA MÉDICA R3 – 2020 RESIDÊNCIA MÉDICA R –
FUNDAÇÃO JOÃO GOULART – HOSPITAIS UNIVERSIDADE FEDERAL DE SE GIPE – UFS – SE
MUNICIPAIS – FJG
Uma criança de anos de idade, vítima de politrauma, está
hipotensa. Tentou-se o acesso periférico venoso, sem sucesso. A
A perda sanguínea que caracteriza um choque hipovolêmico conduta médica nesta situação é:
como grau IV é de, no mínimo:
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PED O ERNESTO – jugular interna, subclávia ou femoral) pode ser tecnicamente
di ícil e demorado. Vale lembrar que todos os expansores de
UERJ – RJ volume, medicações e hemoderivados podem ser administrados
pela via intraóssea. Resposta: letra B.
Homem de anos, vítima de acidente automobilístico, é
admitido no setor de emergência com queixa de dor abdominal.
Ao exame clínico, encontra-se acordado, orientado, ansioso,
hipocorado, FC = bpm, PA = x mmHg e irpm. Diante RESIDÊNCIA MÉDICA R –
desse quadro clínico, o paciente encontra-se em choque
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO
hemorrágico classe:
DE JANEI O – UNIRIO – RJ
VIDEO_20_R3_CIR_02
O que vem a ser esta TRANSFUSÃO MACIÇA? Existem várias
Quando iniciar a transfusão sanguínea?
definições, vamos ver as principais:
d) Incluir exames para coagulopatias presentes em % dos atrasar a transferência do paciente para a unidade
unidade(s) de CH O Rh negativo retipada(s) até a determinação de eventos tromboembólicos para aqueles pacientes que
da tipagem sanguínea do receptor. necessitam de transfusão maciça. Ou seja, o ácido
tranexâmico só deveria ser feito naqueles sangramentos
C- Incorreta: A reposição inicial deve ser de somente ml de
mais dramáticos. Ou seja, naqueles que terão indicação
cristaloides.
de transfusão maciça.
D- Incorreta: O ideal é a avaliação dinâmica do sangramento com
o uso do tromboelastograma.
VIDEO_22_R3_CIR_02
Gabarito letra A.
MACETE PRÁTICO:
Um motociclista de anos, que colidiu com um carro, é Um homem de anos foi atropelado por uma van, que estava a
atendido na sala de emergência, observando-se fratura exposta km/hora. Foi encontrado inconsciente, taquicárdico e
de tíbia distal, com sangramento controlado com curativo hipotenso. Foi imobilizado em prancha longa, com colar cervical,
compressivo. É indicada xação cirúrgica. O médico do pré- e recebeu oxigênio e solução cristaloide intravenosa. Recebeu
hospitalar informa que, durante o transporte, administrou também g de ácido tranexâmico, ainda no pré-hospitalar. Em
medicação intravenosa que "auxilia na coagulação" e é relação à reanimação desse paciente após a chegada ao hospital,
preconizada atualmente para diminuir o sangramento de é CORRETO:
traumatizados graves. Trata-se muito provavelmente de:
c) Administração de ácido tranexâmico, protocolo de transfusão TABELA 5: RESPOSTA À REPOSIÇÃO VOLÊMICA INICIAL
maciça e encaminhar ao centro cirúrgico. 1.000 ML DE RINGER LACTATO EM ADULTO OU 20 ML/KG
EM CRIANÇA.
d) Administração de ácido tranexâmico, transfusão de
concentrados de hemácias e encaminhar ao centro cirúrgico
após.
R.
Estamos recebendo um paciente vítima de trauma. Sempre o
atendimento inicial vai ser de acordo com o ATLS, seguindo o
ABCDE. Paciente já está intubado, via aérea garantida,
murmúrio vesicular bilateral, o que nos mostra um B sem
grandes intercorrências. O que nos chama a atenção é o C! Vamos
estimar a perda volêmica e classi car o choque deste paciente.
Hipotensão: classe III ou IV, com FC > bpm, ou seja, estamos
diante de um choque classe IV. De acordo com a a edição do
ATLS, para esses pacientes devemos iniciar o protocolo de
transfusão maciça. Além disso, esta mesma edição a rma que
teria bene ício em se administrar o ácido tranexâmico para o
paciente.
Todo paciente vítima de trauma, hipotenso, instável
hemodinamicamente, até que se prove o contrário apresenta
A. Resposta Rápida
choque hemorrágico e hipovolêmico. Com um FAST+, estamos
diante de uma lesão abdominal, com indicação cirúrgica. Melhor
resposta: letra C. Geralmente os pacientes pertencentes a este grupo
Somente cuidado com um detalhe! O uso do ácido tranexâmico é apresentam perda volêmica discreta (< 20%). Nesses casos
preconizado nas primeiras três horas após o evento traumático e, não está indicada a administração adicional de volume ou a
como não temos menção ao tempo, não sabemos realmente se ele infusão imediata de sangue, mas não se esqueça de deixar
deve ou não ser realizado. reservado sangue tipado e com prova cruzada realizada.
B. Resposta Transitória
Como avaliar a resposta à reposição inicial?
Esses são os pacientes-modelo que reforçam a ideia de que é A letra D significa Avaliação Neurológica (disability).
sempre necessária a reavaliação contínua de toda vítima de Realizamos um rápido exame neurológico nesta fase que
trauma! Eles respondem à reposição inicial rápida e ficam inclui a Escala de Coma de Glasgow (ECG), avaliação pupilar e
hemodinamicamente normais. O problema é que, à medida a observação de movimentos ativos das extremidades.
que se reduz a velocidade de infusão para níveis de
manutenção, alguns pacientes demonstram hipoperfusão
Várias são as causas de alteração do nível de consciência em
periférica (taquicardia, palidez, oliguria etc.), indicando
um paciente politraumatizado: hipoglicemia, hipotensão, uso
sangramento persistente ou reanimação inadequada. A
de álcool, drogas, tudo isso pode levar ao rebaixamento do
maioria desses indivíduos teve perda sanguínea entre 20 e
nível de consciência. No entanto, da mesma forma que no "C"
40% da volemia! Nessas condições estão indicados a
do ABCDE, o paciente hipotenso, até que se prove o contrário,
administração contínua de líquidos e o início de transfusão
apresenta choque hemorrágico e hipovolêmico, no "D", o
sanguínea. A resposta transitória à administração de sangue
paciente rebaixado, até que se prove o contrário, apresenta
pode identificar os pacientes que ainda estão sangrando e
um TCE.
exigem rápida intervenção cirúrgica.
DISFUNÇÃO NEUROLÓGICA
9-12 Moderado
Nenhuma reação 2
VIDEO_23_R3_CIR_02
a) .
b) .
c) .
d) .
e) .
R.
Questão direta em que o enunciado determina a utilização da
Escala de coma de Glasgow – P. Vamos lembrar que o cálculo
deve ser feito subtraindo-se do calor original da ECG o valor da
resposta pupilar. Ao estímulo luminoso, se ambas as pupilas
apresentarem reação, nenhuma pontuação é dada a avaliação
pupilar, ao passo que se somente uma pupila apresentar reação,
ou se nenhuma apresentar reação, devemos pontuar e pontos
respectivamente. No caso, a ECG = abertura ocular ao chamado
( ); resposta verbal desorientada ( ); localiza o membro a pressão
( ), ECG = . A resposta pupilar, somente pupila reage a luz, ou
seja, ponto. Logo, ECG-P (ECG – RESPOSTA PUPILAR) = .
FIQUE ATENTO Gabarito: letra B.
RESIDÊNCIA MÉDICA R3 – 2020 RESIDÊNCIA MÉDICA R –
FUNDAÇÃO JOÃO GOULART – HOSPITAIS HOSPITAL DAS FO ÇAS ARMADAS – HFA – DF
MUNICIPAIS – FJG
Uma paciente de anos de idade foi levada em protocolo de
trauma pelo serviço de atendimento móvel de urgência ao
Paciente idoso, atropelado em via pública, foi levado à pronto-socorro após ter sido atropelada em uma via pública. À
emergência pela ambulância do corpo de bombeiros. Ao exame avaliação inicial, a paciente apresentava vias aéreas pérvias,
ísico, apresentava abertura ocular espontânea, localizava a dor e mantendo frequência respiratória de irpm, com SpO de %,
apresentava respostas confusas (perguntou por várias vezes o PA de x mmHg, FC de bpm e abertura ocular somente
que havia acontecido). Pela escala de coma de Glasgow recebe a ao estímulo doloroso, com exão anormal e sem resposta verbal.
classi cação de: Havia uma laceração de aproximadamente cm no couro
cabeludo e contusão em região temporal direita. Com base nessa
situação hipotética, assinale a alternativa que apresenta
a) pontos.
CORRETA e respectivamente a pontuação segundo a Escala de
b) pontos. Coma de Glasgow (ECG) e a conduta imediata para a paciente.
c) pontos.
d) pontos.
a) ECG e iniciar suplementação de O com máscara de Venturi a
%.
R.
Questão direta. Qual o cálculo da escala de coma de Glasgow? b) ECG e realizar tomogra a computadorizada de crânio sem
Abertura ocular - espontânea: pontos; melhor resposta verbal - contraste.
resposta confusa: pontos; melhor resposta motora - localiza a
c) ECG e encaminhar para craniectomia descompressiva.
dor: pontos. Logo, ECG = pontos. Gabarito: letra C.
d) ECG e realizar intubação endotraqueal.
RESIDÊNCIA MÉDICA R –
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA – UNB – R. ECG = : abertura ocular à dor ( ), exão anormal ( ) e
nenhuma resposta verbal ( ). Em pacientes com Glasgow ≤ é
DF
indicação de via aérea arti cial. Gabarito: letra D.
Um paciente de sessenta anos de idade, vítima de acidente
automobilístico, deu entrada na emergência com várias
escoriações na face e em região toracoabdominal,
ingurgitamento jugular, bastante agitado e desorientado, embora EXPOSIÇÃO E CONTROLE DO
estivesse apresentando abertura ocular espontânea. O paciente
apresentava, ainda, resposta motora que indicava o local da dor, AMBIENTE.
sudorese importante, taquidispneia e saturação periférica de
oxigênio de %, mesmo com suporte nasal de oxigênio a A Exposição (exposure) é a etapa final da avaliação primária.
L/min. Com referência a esse caso clínico, julgue o item que se Nessa fase, despimos o paciente e o examinamos da cabeça
segue. De acordo com a escala de coma de Glasgow, o paciente aos pés. Lesões na região dorsal e no períneo, além dos
necessita de intubação orotraqueal imediata, a m de proteger a traumas penetrantes, podem ser revelados neste momento.
via aérea e melhorar a oxigenação do sangue. Não podemos esquecer que o E também inclui o controle do
ambiente (Environment) para prevenir a hipotermia. A
administração de líquidos deve ser feita preferencialmente
a) CE TO.
com soro previamente aquecido (37 a 40°C). Obviamente o ar
b) ERRADO. condicionado da sala de trauma deve ser desligado durante as
manobras do ATLS.
R.
Um tipo de questão em que temos que calcular a ECG e a partir
disso, de nir a conduta. Vamos avaliar a escala de coma de
Glasgow do paciente:
Abertura ocular: espontânea - pontos; Melhor resposta verbal:
desorientada - pontos;
Melhor resposta motora: localiza a dor - pontos. ECG = .
Vamos lembrar que o TCE grave (≤ que indica via aérea
arti cial. Gabarito: B.
Cateter urinário normalmente é passado para aferição do
RESIDÊNCIA MÉDICA R3 – 2020 débito urinário, medida fundamental para avaliação da
PROCESSO SELETIVO UNIFICADO – PSU-MG reposição volêmica. Todavia, na suspeita de lesão uretral, este
procedimento está contraindicado. O comprometimento da
uretra deve ser considerado na presença de qualquer um dos
Paciente do sexo masculino, anos, almoxarife, colidiu seu
seguintes achados: sangue no meato uretral, equimose
veículo contra um poste, cando cerca de uma hora preso às
perineal, hematoma escrotal, retenção urinária ou fratura
ferragens, consciente. Após sua retirada do carro, apresentava-se
pélvica. O toque retal para se avaliar uma próstata em posição
pálido, com frequência cardíaca de bpm, frequência
alta (uma evidência de trauma uretral), não é mais
respiratória de irpm, queixando-se de dor em membro
recomendado. Na suspeita de lesão uretral, a uretrografia
inferior esquerdo, que estava deformado. Apresentava também
retrógrada deve ser realizada para afastar a possibilidade de
lesão corto-contusa em sobrancelha esquerda e hematoma no
qualquer lesão.
local, sem sangramento ativo. Recebeu . mL de soro
siológico no transporte. A admissão no pronto socorro, estava
confuso, PA x mmHg, ausculta pulmonar mostrou A passagem de cateter gástrico é recomendada, uma vez que
murmúrio vesicular pouco diminuído bilateralmente. Não descomprime o estômago, medida que tenta evitar a
apresentava distensão abdominal e sem dor à palpação. A broncoaspiração. Sabemos que vítimas de trauma podem
conduta inicial MAIS ADEQUADA é: apresentar gastroparesia intensa devido aos níveis elevados
de catecolaminas. Na suspeita de fraturas de base do crânio e
envolvimento da lâmina crivosa, a via nasogástrica está
a) Encaminhar imediatamente para realização de tomogra as.
formalmente contraindicada. Nesses casos, o cateter tem que
b) Infundir mais litros de soro em dois acessos.
ser passado por via oral (orogástrica).
c) Providenciar imobilização do membro fraturado.
d) Solicitar hemotransfusão imediatamente.
Monitoração de parâmetros como a frequência ventilatória,
saturação de oxigênio no sangue (obtida através da oximetria
R. Vamos avaliar as alternativas e identi car qual seria a conduta de pulso), gasometria arterial, pressão arterial e débito
mais adequada: urinário. Estas avaliações devem ser repetidas
A- incorreta: a tomogra a não deve ser realizada em pacientes periodicamente.
que se encontram instáveis hemodinamicamente.
B- incorreta e D correta: a reposição inicial deve ser feita com
cerca de ml, repetir mais ml só traria prejuízos para QUAIS SÃO OS EXAMES RADIOLÓGICOS INICIAIS QUE
este paciente. Neste caso, o ideal é iniciarmos imediatamente o DEVEMOS SOLICITAR? Durante o exame primário, a
protocolo de transfusão maciça e indicar a administração de utilização de radiografias deve ser feita de maneira racional,
hemoderivados. de modo a não retardar a reanimação do paciente. Em vítimas
de trauma fechado, as radiografias em incidências
C- incorreta: esta é sim uma das condutas, mas não a INICIAL
Anteroposterior (AP) do tórax e AP da pelve são necessárias
MAIS ADEQUADA.
para conduzirmos o processo de ressuscitação. Essas imagens
Gabarito: letra D. podem ser obtidas na própria área de atendimento, com o uso
de aparelho portátil.
Um paciente, vítima de espancamento, encontra-se consciente, Vítima de trauma por atropelamento é atendida por equipe do
mas com hálito etílico, gemente e agitado. Apresenta ferimento SAMU. Ao chegar ao local, a equipe encontra a paciente
cortocontuso pequeno em região frontal, hematomas em parede inconsciente e com fratura exposta na perna esquerda, além de
anterior do tórax, com dor à palpação, pequeno en sema de um ferimento cortocontuso na face. A primeira conduta é:
TCSC na parede lateral D do tórax, MV+ bilateralmente, FR de
ipm, saturação de hemoglobina por oxigênio de % em ar
ambiente e FC de bpm. Raio X de tórax mostrou hemo ou a) Imobilização da fratura.
pneumotórax ausente, mediastino superior medindo cm
b) Sutura do ferimento.
transversalmente e fraturas de três costelas à D. FAST
(ultrassonogra a abdominal na sala de trauma) não disponível. c) Garantir via aérea.
Os demais exames clínicos estavam normais, exceto por algumas d) Passar um cateter venoso central.
escoriações em extremidades, sem evidência de fraturas. Nesse
e) Analgesia.
caso hipotético, a melhor conduta de imediato será:
Melhor resposta: B.
RESIDÊNCIA MÉDICA R – RESIDÊNCIA MÉDICA R –
SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE – DISTRITO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SE GIPE – UFS – SE
FEDERAL – SES-DF
A exigência de intubação eletiva em um paciente, vítima de
trauma, com voz normal, saturação de oxigênio normal e sem
Paciente do sexo feminino, vítima de acidente automobilístico,
anos de idade, foi admitida no setor de emergência de um desconforto respiratório é:
c) Fazer endoscopia digestiva alta (provável lesão de esôfago). Diante do exposto, qual deve ser o próximo passo?
d) Fazer broncoscopia.
a) Realizar traqueostomia de urgência.
R. O atendimento de qualquer paciente vítima de trauma sempre b) Preparar para intubação nasotraqueal.
deve seguir o protocolo ABCDE do ATLS. Ou seja, as primeiras c) Tentar intubação orotraqueal em sequência rápida.
medidas sempre serão estabilizar a cervical e garantir a
d) Aumentar o uxo de oxigênio para L/min e observar.
perviedade das vias aéreas. Gabarito: letra B.
a) Classe ( - %).
b) Classe ( - %).
c) Classe ( - %).
d) Classe (> %).
Homem, anos, vítima de colisão carro x carro, era passageiro Fique tranquilo, tudo o que acabamos de ler e discutir
do banco dianteiro, usava cinto de segurança. Chega à sala de continua valendo e é desta maneira que você vai
trauma de um hospital de referência minutos após o evento, organizar o seu atendimento, seguindo o ATLS, seguindo
adequadamente imobilizado. Durante o atendimento pré- o ABCDE.
hospitalar e transporte, recebeu L de solução cristaloide. Exame
ísico: saturação de O = %, FC = bpm, PA = x mmHg,
O conceito do X-ABCDE foi proposto pelo manual de
Escala de Coma de Glasgow = . Extensa escoriação em
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR, o PHTLS, em sua 9a
hipocôndrio direito, deformidade em coxa direita. Realizado
edição. Este "X" representa a preocupação que devemos
FAST que evidenciou líquido livre na cavidade abdominal. A
ter no atendimento pré-hospitalar com as hemorragias
melhor sequência de conduta é:
exsanguinantes. De acordo com o PTHTL, este tipo de
hemorragia é tão grave que, mesmo antes de estabilzar a
coluna cervical ou avaliar a via aérea, devemos realizar
a) Infundir até L de solução cristaloide, solicitar quatro
a compressão para controlar esta hemorragia. Após a
concentrados de hemácias e encaminhar doente para
compressão deste sangramento, seguimos o ABCDE
tomogra a computadorizada de crânio e abdome.
normalmente.
b) Infundir até L de solução cristaloide, realizar X de coluna
cervical, tórax, bacia, membro inferior direito e encaminhar
doente ao centro cirúrgico para tratamento de nitivo. VIDEO_24_R3_CIR_02
MEDIDAS AUXILIARES NO
EXAME SECUNDÁRIO
Durante a realização do ES, podemos solicitar exames A monitoração continuada dos sinais vitais e da diurese
diagnósticos especializados com o objetivo de se identificar horária é essencial. Os dados fornecidos pela oximetria de
lesões específicas. Os principais exames incluem: pulso (PaO2 e SatO2 ) também devem ser checados
1. TC e radiografias da coluna cervical e das extremidades; periodicamente em doentes graves. Naqueles pacientes
2. TC do restante da coluna vertebral, do crânio, do tórax e do intubados em prótese ventilatória, a solicitação de gasometria
abdome; arterial e a quantificação do CO2 expirado final são dados
importantes a serem obtidos.
3. Urografia excretora;
4. Ecocardiograma transesofágico;
5. Broncoscopia; e
TRATAMENTO DEFINITIVO
6. Esofagoscopia.
Após a identificação das lesões do paciente, da resolução dos
Esses métodos complementares exigem muitas vezes problemas que implicam em risco de vida e da obtenção dos
transporte do paciente para outros setores do hospital, sendo resultados laboratoriais e de exames complementares, o
assim, somente os doentes hemodinamicamente estáveis é tratamento definitivo deve ser realizado. É nesse momento
que a necessidade de transporte ou não para hospitais mais
que poderão se submeter a estes exames.
especializados deve ser julgada.
VIDEO_25_R3_CIR_02