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Grupo Civil Scaff: Representação (Negocial)

I. Conceito

 Relação interna e externa no mandato representativo: (i) mandato: surgimento de


obrigações de fazer para o mandatário + (ii) representação por meio da outorga de
procuração: poder para que os negócios pactuados pelo representante com terceiros
tenham eficácia (apenas) na esfera do representado
o Representação é elemento natural do contrato de mandato e decorre de
negócio autônomo (unilateral) da procuração [com ressalva para a
possibilidade de representação aparente, em que sua origem é não-negocial]
o Relevância: (i) incapacidade diz respeito ao representado, pois ele será parte
no negócio; (ii) vícios da vontade dizem respeito ao representante, pois ele
manifestou a vontade de contratar.
 Negócio da procuração: unilateral + abstrato + destinado a terceiros.
o Efeito jurídico: Gera apenas possibilidade objetiva de vincular o
representado, porque o direito de revogação imotivada retira o poder de
mando do titular do poder, como ocorre na representação legal.
 Não seria isso um poder (capacidade de modificar esferas jurídicas
alheias por manifestação de vontade) ainda que voltado a um
interesse creditício?
o Qualificação na teoria do fato jurídico: ato jurídico em sentido estrito,
porque (i) não há manifestação de vontade para a produção de relações
jurídicas e (ii) a consciência por parte do declarante dos efeitos da
procuração não lhe é essencial (o que resulta em um regime diferenciado nos
vícios do consentimento).
 Junqueira de Azevedo: a diferença entre o ato jurídico stricto sensu e
o negócio jurídico é cuja razão (socialmente atribuída ao agente) para
a prática deste é a produção de efeitos jurídicos visados, enquanto,
naquele, tais efeitos jurídicos se produzem como consequência
indireta (não visada). LOGO, negócio jurídico.
 Junqueira de Azevedo: Diferença entre declaração de vontade
(manifestação destinada ao conhecimento de outrem para obtenção
de algum tipo de efeito futuro) vs. declaração negocial
(particularizada para a produção de efeitos jurídicos, com
reconhecimento social e igualdade entre declarante e declaratário)
 O fato de eventual invalidade da procuração não afetar direitos de
terceiros de boa-fé não tem a ver com sua natureza negocial ou não,
mas com normas autônomas de proteção desses interesses em face do
alcance das invalidades.
o Receptividade da procuração: há controvérsia sobre a necessidade de
conhecimento de algum declaratário para que a procuração produza efeitos e,
caso positivo, se ele seria o representante ou os terceiros contratantes.
 Posição do autor: receptícia apenas para o representante, porque a lei
(efeitos ex lege) tutela a decisão de terceiros na conclusão de
negócios que recaem sobre o representado > prova disso é a
subsistência dos efeitos a título de aparência
II. Vontade de Representar
Fundamento: transferência do ônus de declarar para o representante
o
implica que este tenha a vontade de agir em nome alheio + notoriedade em
relação aos terceiros daquela manifestação, seja por via expressa ou
circunstancial.
o Incompatibilidade entre vontade e notoriedade: prevalece a aparência
suscitada em face do terceiro, em privilégio à reconhecibilidade social do
comportamento do representante
 Conclusão: vontade de representar não é decisiva quer na
representação negocial quer na aparente, porque prevalece o
reconhecimento social (manifestação de agir em nome alheio) >
conceito unitário de representante [em relação à representação
negocial e aparente] que se determina apenas pelo comportamento
externo deste e não pressupõe uma vontade de representar.
o Negócio a quem interessar: situações em que a exterioridade da atuação em
nome alheio não precisa ocorrer, porque para o terceiro contratante é
irrelevante a pessoa com quem se contrata (p.ex. vendas à vista, leilão).
 Nessa situação, como se dispensa a manifestação, a única forma de
distinguir entre negócios pelo representante em nome próprio ou em
nome do representado é mesmo pela vontade de representar daquele
 Órgão da pessoa jurídica:

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