Você está na página 1de 2

CASOS PRÁTICOS I

Identifique o máximo número de princípios processuais em cada uma das seguintes


situações e, sempre que concluir que um princípio foi erradamente violado, indique
qual é a consequência1:

1. António propõe uma acção judicial contra Bento, que contesta. O Juiz notifica
ambas as partes para juntarem aos autos um documento, e fixa 10 dias de
prazo para o Autor e 15 dias de prazo para o Réu.
 Principio do dispositivo- o impulso processual é sempre das partes.
 Pedido do documento: princípio do inquisitório (nomeadamente pedidos de
prova) decorre o dever de prevenção e gestão processual (art. 6º CPC) –
590º/2/c)
 Princípio da igualdade das partes (art. 4º CPC)- prazos diferentes. A igualdade
é material e não formal

2. António propõe uma ação contra Bento, pedindo o cumprimento de um


contrato, alegando que este ainda não havia sido cumprido. Bento contesta,
afirmando que cumpriu, mas que, de qualquer forma, o contrato era nulo. O juiz
decide fazer a produção de prova em duas fases: primeiro prova sobre a
nulidade, depois decisão sobre a mesma e, apenas em caso de improcedência,
prova sobre o cumprimento.

 Principio do dispositivo- o impulso processual é sempre das partes.


 Principio da disponibilidade objetiva (objeto e causa de pedir)
 Princípio da gestão processual
 Processos bifurcados: existindo duas questões dependentes, primeiro trata-se
de uma e depois de outra

1
Alguns destes casos são inspirados em SILVA, Paula Costa e; Paula Meira Lourenço; e Sofia Henriques,
Direito Processual Civil I – Elementos de Trabalho, Vol. I, AAFDL, Lisboa, 2006, pp. 19 e 20, casos 19 a
22.
3. António propõe uma acção judicial contra Bento, que contesta. O Juiz convida
o Autor a aperfeiçoar a petição inicial, mas após o aperfeiçoamento o Réu não
é notificado para se pronunciar.

 Princípio da igualdade das partes (art. 4º CPC)


 Princípio do Contraditório (art. 3º/1 CPC)- pressupõe o tratamento igual das
partes e uma das partes não foi ouvida
 Consequência : nulidade processual?

4. António propõe uma ação contra Bento, pedindo a declaração de que é proprietário
da casa, com fundamento na celebração de um contrato de compra e venda. O Juiz
decide ouvir como testemunha uma vizinha, que não tinha sido arrolada por nenhuma
das partes. No decurso da audiência de discussão e julgamento, essa testemunha
afirma que António vive na casa há 90 anos e o juiz declara a sua propriedade com
base em usucapião.

 Princípio do dispositivo (art. 3º/1)- assegura a autonomia das partes, o juiz


deve ocupar-se das questões submetidas e apenas destas.
 A consequência será a nulidade da sentença art. 615º/1/d) e e)

Você também pode gostar