Você está na página 1de 3

UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU

Centro de Ciências da Educação, Artes e Letras


Curso: Licenciatura em Pedagogia
Componente Curricular: Educação Escolar Indígena
Professor: Georgia Fontoura
Acadêmica: Marcela Todtmann Montandon

AS CRIANÇAS KAINGANG: EDUCAÇÃO ESCOLAR E OS PROCESSOS


PRÓPRIOS DE APRENDIZAGEM

1) Locais e espaços de aprender


São muitos os locais de aprendizagem, mas, destacam-se principalmente
o cotidiano das crianças – considerando as atividades diárias como (caça e
pesca, por exemplo, aprendizados intensificados no acompanhamento das
atividades dos adultos e seus responsáveis). Os espaços da natureza em geral,
são extremamente propícios na aprendizagem, a valorização do meio natural
possibilita passar maior parte do tempo inserido em contato com a natureza,
aprendendo e conhecendo mais sobre ela (suas folhas e plantas, por exemplo).
Comenta-se também a Instituição de Ensino, a Escola (educação indígena)
própria da cultura indígena citada. O ambiente educacional em si, com todos os
conhecimentos repassados dos professores aos seus estudantes, aprimorando
os conhecimentos de vida e valorizando-os no meio social, por exemplo, em
atividades em grupo e planejamento de projetos.

2) Formas de aprender

Na cultura dos Kainang, há variáveis formas de aprender, como, a


socialização – entre crianças e adultos, por intermédio das interações e troca de
saberes (conversas, por exemplo). O acompanhamento também possibilita
aprender através da visão, audição, experimentação e praticando – através das
observações das atividades diárias, ouvindo os ensinamentos e compartilhando
os saberes e as histórias do povo indígena, experimentando e praticando o que
se aprende na vida social, correlacionando as práticas da escola.
3) Mediadores do processo de aprendizagem

Escolar: Considerando a aprendizagem no âmbito escolar, percebe-se


que professores (as) tendem a proporcionar atividades diferenciadas, como, o
trabalho em grupos baseados em projetos. Além disso, há maior autonomia das
crianças e dos jovens no processo participativo, seja de fala e/ou escuta.

Indígena: A educação indígena acarreta-se da própria aldeia,


intermediada por um conjunto de fatores socioculturais, como, as atividades
diárias de caça, os trabalhos domésticos, os ensinamentos apreendidos com os
mais velhos e repassados nas gerações, ainda, as brincadeiras tradicionais do
próprio povo.

4) Características das crianças indígenas

As crianças indígenas caracterizam-se como autônomas, maduras,


corajosas e libertas. Sua criação é totalmente diferenciada das demais crianças
criadas em outras áreas e culturas, justamente porque a cultura indígena
apropria-se de costumes e hábitos próprios. Portanto, o método de enxergar e
criar as crianças são diferenciados. Como, a divisão de tarefas entre crianças e
adultos; os ensinamentos e as rodas de conversas sábias entre os mais velhos
e os pequenos; as brincadeiras das demais idade, seja adulto ou criança. Estas
tomadas de atitudes possibilitam e impulsionam o desenvolvimento das crianças
de forma libertária e segura, onde crescem adultos independentes e que
possuem seus próprios valores.

5) Desafios atuais da educação indígena

A desinformação, o preconceito e, consequentemente a exclusão são os


principais desafios enfrentados pela educação indígena. No cenário atual, há
uma rede de informação desenvolvida como forma de conscientização político-
social, entretanto, ainda há a presença de visões ultrapassadas e errôneas sobre
a perspectiva do ser índio/indígena. Desta forma, em âmbito educacional, os
indígenas enfrentam desafios, especialmente, sobre a perspectiva
preconceituosa, seja com o ser professor indígena, ou ser aluno indígena –
ocasionando na exclusão. Em suma, incluir-se na sociedade contemporânea
sem perder ou anular seus princípios, hábitos e costumes tendem a ser o maior
desafio da atualidade.

Você também pode gostar