AS CRIANÇAS KAINGANG: EDUCAÇÃO ESCOLAR E OS PROCESSOS
PRÓPRIOS DE APRENDIZAGEM
1) Locais e espaços de aprender
São muitos os locais de aprendizagem, mas, destacam-se principalmente o cotidiano das crianças – considerando as atividades diárias como (caça e pesca, por exemplo, aprendizados intensificados no acompanhamento das atividades dos adultos e seus responsáveis). Os espaços da natureza em geral, são extremamente propícios na aprendizagem, a valorização do meio natural possibilita passar maior parte do tempo inserido em contato com a natureza, aprendendo e conhecendo mais sobre ela (suas folhas e plantas, por exemplo). Comenta-se também a Instituição de Ensino, a Escola (educação indígena) própria da cultura indígena citada. O ambiente educacional em si, com todos os conhecimentos repassados dos professores aos seus estudantes, aprimorando os conhecimentos de vida e valorizando-os no meio social, por exemplo, em atividades em grupo e planejamento de projetos.
2) Formas de aprender
Na cultura dos Kainang, há variáveis formas de aprender, como, a
socialização – entre crianças e adultos, por intermédio das interações e troca de saberes (conversas, por exemplo). O acompanhamento também possibilita aprender através da visão, audição, experimentação e praticando – através das observações das atividades diárias, ouvindo os ensinamentos e compartilhando os saberes e as histórias do povo indígena, experimentando e praticando o que se aprende na vida social, correlacionando as práticas da escola. 3) Mediadores do processo de aprendizagem
Escolar: Considerando a aprendizagem no âmbito escolar, percebe-se
que professores (as) tendem a proporcionar atividades diferenciadas, como, o trabalho em grupos baseados em projetos. Além disso, há maior autonomia das crianças e dos jovens no processo participativo, seja de fala e/ou escuta.
Indígena: A educação indígena acarreta-se da própria aldeia,
intermediada por um conjunto de fatores socioculturais, como, as atividades diárias de caça, os trabalhos domésticos, os ensinamentos apreendidos com os mais velhos e repassados nas gerações, ainda, as brincadeiras tradicionais do próprio povo.
4) Características das crianças indígenas
As crianças indígenas caracterizam-se como autônomas, maduras,
corajosas e libertas. Sua criação é totalmente diferenciada das demais crianças criadas em outras áreas e culturas, justamente porque a cultura indígena apropria-se de costumes e hábitos próprios. Portanto, o método de enxergar e criar as crianças são diferenciados. Como, a divisão de tarefas entre crianças e adultos; os ensinamentos e as rodas de conversas sábias entre os mais velhos e os pequenos; as brincadeiras das demais idade, seja adulto ou criança. Estas tomadas de atitudes possibilitam e impulsionam o desenvolvimento das crianças de forma libertária e segura, onde crescem adultos independentes e que possuem seus próprios valores.
5) Desafios atuais da educação indígena
A desinformação, o preconceito e, consequentemente a exclusão são os
principais desafios enfrentados pela educação indígena. No cenário atual, há uma rede de informação desenvolvida como forma de conscientização político- social, entretanto, ainda há a presença de visões ultrapassadas e errôneas sobre a perspectiva do ser índio/indígena. Desta forma, em âmbito educacional, os indígenas enfrentam desafios, especialmente, sobre a perspectiva preconceituosa, seja com o ser professor indígena, ou ser aluno indígena – ocasionando na exclusão. Em suma, incluir-se na sociedade contemporânea sem perder ou anular seus princípios, hábitos e costumes tendem a ser o maior desafio da atualidade.