Você está na página 1de 82

Pessoa

com
Deficiência

PcD CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINASSAU


CURSO DE ED. FÍSICA BACH
DISC. METODOLOGIA DO ESPORTE ADAPTADO
PROF. ME GLAUBER R MONTEIRO
1
2

3
3
• Pessoas com deficiência são aquelas que têm
impedimento de médio ou longo prazo de natureza
física, mental, intelectual ou sensorial, o que, em
interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir
sua participação plena e efetiva na sociedade em
igualdade de condições com as demais pessoas.

Ministério da Saúde
§ 1º A avaliação da deficiência, quando necessária, será
biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e
interdisciplinar e considerará: (Vigência) (Vide Decreto
nº 11.063, de 2022)

I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;


II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
III - a limitação no desempenho de atividades; e
IV - a restrição de participação.
Epidemiologia
Epidemiologia
Epidemiologia
Introdução
❑ Novo paradigma em relação à profissão Educação Física.

❑ Educação Física, no passado


parâmetros de resultados os
“rendimentos”, “recordes”,
“classificações por performances”.

❑ Objetivo: homogeneização das condições físicas, técnicas e


táticas dos praticantes das atividades físicas.

❑ Potencializava a exclusão ou segregação das pessoas


incapazes de acompanhar o processo desenvolvido.
SEGREGAÇÃO
Introdução

• Antes do século XVIII, a sociedade


simplesmente ignorava, excluía, perseguia
e explorava as pessoas com deficiência.

• Em alguns casos, as pessoas deficientes


eram consideradas “possuídas por maus
espíritos ou vítimas da sina diabólica e
feitiçaria” (Jonsson, 1994, p.61).

• Com o decorrer da história várias


situações, nomenclaturas e
“normalizações” foram surgindo!
EXCLUSÃO

• Na ficção, o seriado
American Horror History
faz alusão a uma época
triste e que abriu
margem para muita
discussão à cerca da
exclusão e segregação
das pessoas com
deficiências
SEGREGAÇÃO
• O termo “necessidades especiais” vem do “ensino especial”,
“pessoa com deficiencia”.

• A proposta era de se criar, de forma “segregada”, um espaço


“exclusivo” para as “pessoas com deficiência”.

• Durante anos, antes da década de 80, este sistema de ensino se


sobressaiu.

• Os alunos eram “colocados” em instituições, estas no início,


filantrópicas, assistencialistas e principalmente religiosas,
com o consentimento governamental de funcionamento, mas
sem algum tipo de fiscalização ou financiamento do governo
SEGREGAÇÃO

• Não se tinha nenhuma avaliação da qualidade de


ensino, os alunos ficavam escondidos nestas
instituições, sem nenhum contato com o meio
social, e na maioria das vezes passavam a vida
inteira trancados à instituição

Os termos “portador de deficiência” e “portador de necessidades especiais


(PNE)” não devem ser mais usados. O correto é usar apenas “pessoa com
deficiência” ou na forma abreviada “PcD”. A sigla PcD é invariável, por
exemplo: a PcD, as PcD, da PcD, das PcD
SEGREGAÇÃO
• Além das instituições segregadas, surgiram escolas especiais
e centros de reabilitação preocupados com a produção e
desenvolvimento das pessoas com deficiência.

• Também com o caráter de exclusão, sem nenhuma interação


com o meio social.

• Eram “escolas normais”, com alunos inseridos em ambientes


segregados, isto é, somente para pessoas deficientes, e o único
contato era com as famílias

• Podemos observar, ainda nos dias atuais,


a existência destas “escolas especiais”.
INTEGRAÇÃO
• A sociedade, bem como suas leis, foi
evoluindo e surgiram as “classes
especiais”, dentro das “escolas
regulares”.

• A proposta era integrar os alunos


deficientes junto com os “alunos
normais”.

• No entanto, a integração era apenas a


inserção dos alunos na escola, já que
foram criadas “classes especiais”.

• Os alunos continuavam “separados”,


sem conviverem com outras pessoas.
INTEGRAÇÃO
Na “fase de integração”, os
deficientes tinham que mudar para
serem inseridos juntos com os “não
deficientes”, isto é, para serem
inseridos na sociedade.

Nesta fase, além dos alunos com


deficiência, alunos com
dificuldades de aprendizagem,
“alunos problemas”, também foram
inseridos e “taxados/rotulados” nas
classes especiais.

Também podemos observar este


sistema nos dias atuais.
INCLUSÃO
• No ano de 1981, motivados pela proposta do “Ano Internacional das
Pessoas Deficientes”, com o lema “Participação Plena e
Igualdade”, vários países começaram a estudar com o objetivo de
mudar o enfoque das interações.
•Para que as PcD pudessem ter
participação de igualdade perante
as oportunidades, seria necessário
que não se “pensasse tanto em
adaptar as pessoas à sociedade e
sim adaptar a sociedade às
pessoas” (Jönsson, 1994, p.63.).

•O conceito de inclusão teve seu


início no final da década de 80.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm
Introdução
INCLUSÃO

• Na inclusão escolar, a
meta é não deixar ninguém
de fora do ensino regular.

• As escolas inclusivas propõem um sistema educacional que considera as


necessidades de todos os alunos e, estas escolas, são estruturadas em virtude
dessas necessidades.

• A proposta da inclusão não se limita a pensar somente na pessoa com


deficiência, mas em todos que apresentam suas dificuldades.
Porém, é algo que vai mais além...
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA

✓ Seriam os cuidados para se chegar a um ambiente


adequado e de qualidade, isto é, com condições das
pessoas locomoverem de forma autônoma.

✓ Este locomover de forma autônoma faz com que as


pessoas exerçam seu direito constitucional de “ir e vir”.

✓ Acessibilidade arquitetônica consiste nas normas de


arquitetura, normas estas padronizadas, que diminuem
as barreiras e dificuldades de locomoção
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA

❑ Podemos observar acessibilidade

• nas larguras das portas,


• corrimãos,
• elevadores para cadeirantes (exemplo da palestra de ontem
sobre o Enade)
• telefone para pessoas deficientes auditivos,
• banheiros adaptados,
• pisos adaptados para orientação, principalmente para
deficientes visuais,
• ônibus adaptados, entre outras adaptações arquitetônicas
• Quais lugares, por onde vocês passam, percebem a
necessidade de acessibilidade ou de que as
condições arquitetônicas pensadas não foram
totalmente contempladas para atender a PcD?

• Exemplos?
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA

• O símbolo universal da
acessibilidade consiste numa
pessoa com deficiência física
assentada numa cadeira de
rodas.

• Este símbolo, em um
estacionamento reservado
para pessoas com deficiência,
pode ser observado no
sentido horizontal ou vertical.
ACESSIBILIDADE
• Nas últimas décadas, diversos instrumentos
legais, de âmbito nacional e internacional,
foram implementados com o propósito de
garantir a todas as pessoas, independente de
limitações físicas, motoras, sensoriais ou
cognitivas, o acesso a todos os contextos,
principalmente à educação, ao esporte e ao
lazer.
E como tudo isso
começou?
1939

overdoses por drogas e injeções le


• Em 18 de agosto de 1939, o Ministério do Interior
do Reich exigiu, por meio de decreto, médicos,
profissionais de enfermagem e parteiras reportarem
crianças recém-nascidas, menor de 3 anos com
sinais de severas deficiências mentais ou físicas.

• Estimativas conservadoras sugerem que pelo


menos 10.000 crianças alemãs com deficiências
físicas e mentais morreram como resultado do
programa de "eutanásia" para crianças durante os
anos da guerra.
Estendendo
o programa
de
eutanásia

O codinome veio do
endereço de uma rua do
gabinete de coordenação
do programa em Berlim:
Tiergartenstrasse 4.
• médico Karl Brandt lideraram a
operação de extermínio

• seis instalações de câmara de


gás para adultos como parte da ação
de "eutanásia“

• Questionários foram veiculados para


diversas instâncias de saúde: dar a
impressão de a pesquisa estatísticos
PROJETO T4
• Estas eram as categorias de pacientes:

❑ pessoas que sofriam de esquizofrenia, epilepsia, demência,


encefalite, e outros transtornos crônicos psiquiátricos ou
neurológicos.
❑ pessoas que não tinham sangue alemão ou "relacionado“
❑ pessoas criminalmente insanas ou com motivações criminais
❑ pessoas confinadas à instituição em questão por mais de
cinco anos

• 1942: eutanásia velada como extinta: práticas no ocultismo


em espaço descentralizados
O significado do programa de
eutanásia
• O programa de eutanásia representou em diversos aspectos
um ensaio para as políticas genocidas subsequentes da
Alemanha nazista

• destruição dos "inaptos" para outras categorias de inimigos


biológicos vistos como tal, principalmente os judeus e romani
(ciganos)

• Os planejadores da "Solução final" posteriormente usaram as


câmaras de gás e crematórios, especificamente projetadas
para a campanha do T4, para assassinar judeus na Europa
Acesse ao
link para
maiores
informações!
https://simplesmenteberlim.com/t4-memorial-e-centro-de-informacao-para-as-vitimas-
do-programa-de-eutanasia-dos-nazistas/
Cerca de 200.000 deficientes foram assassinados pelos nazistas entre 1940 e 1945. O programa
T-4 tornou-se o modelo para o extermínio em massa de judeus, ciganos, e outras vítimas, nos
campos equipados com câmaras de gás criados pelos nazistas em 1941 e 1942.
Pessoa com Deficiência (PcD)

• De acordo com Winnick (2004), as primeiras participações em


atividades físicas de pessoas com deficiência aconteceram em
programas denominados de “ginástica médica”, na China, a
cerca de 3 mil anos a.C.

•Estas participações foram


isoladas, em relação ao
período histórico e, no
início, o propósito era
exclusivo de tratamento
médico
Pessoa com Deficiência (PcD)

• Nos séculos XVIII e XIX a contribuição das atividades


esportivas foi maior no sentido de reeducação e de
reabilitação das pessoas com deficiência.

• Os estudos científicos multiplicaram nestes séculos,


atingindo seu auge no século XX, marcado por um
período de reformas sociais e guerras, início de
interesses governamentais em relação às pessoas com
deficiência, especialmente no campo da educação, psicologia
e medicina
Pessoa com Deficiência (PcD)

As grandes guerras foram


propulsoras do surgimento
dos “esportes adaptados”.
• Depois da I Guerra Mundial
(1914/1918), a fisioterapia e a
medicina esportiva surgiram como
recursos importantes na
recuperação das cirurgias internas
e ortopédicas
Pessoa com Deficiência (PcD)

• As primeiras notícias da existência de clubes


esportivos para pessoas surdas datam de 1888, em
Berlim, Alemanha.

• No mês de agosto de 1924 foram realizados


em Paris, os Jogos do Silêncio, com a
participação de 145 atletas de nove países europeus.
Sendo esta a primeira competição internacional para
pessoas com deficiência
MARCO IMPORTANTE!
Pessoa com Deficiência (PcD)

❑ Em 1944, durante a segunda guerra mundial, o governo


britânico contratou o neurocirurgião Dr. Ludwig
Guttmann.

❑ O objetivo era iniciar um trabalho de reabilitação


para lesionados medulares, dando origem ao
Centro Nacional de Lesionados Medulares de
Stoke Mandeville, na Inglaterra
Pessoa com Deficiência (PcD)

Dr Guttman marcou • Os primeiros


seu trabalho, de esportes
reabilitação médica surgidos a
e social, partir deste
direcionados aos trabalho
veteranos de guerra, foram o
“Basquetebol
pelo uso da prática para
esportiva como cadeirantes”
parte do tratamento e “tênis de
médico. mesa para
deficientes
físicos”
Pessoa com Deficiência (PcD)
Pessoa com Deficiência (PcD)

• Em 1952, ex-soldados holandeses se uniram para


participar dos jogos de Stoke Mandeville, juntamente
com os ingleses, fundaram a “International Stoke
Mandeville Games Federation”, dando início ao
movimento esportivo internacional que viria a ser
base para a criação do que hoje conhecemos como
esporte paraolímpico
Pessoa com Deficiência (PcD)

• Em 1960, o comitê organizador dos jogos de Stoke


Mandeville aceitou o desafio e realizou os jogos em Roma,
logo após a realização dos Jogos Olímpicos.

• Usando os mesmos espaços esportivos e o mesmo formato


das olimpíadas, 400 atletas de 23 países participaram da
primeira paraolimpíada.

• A partir de Roma, em 1960, e sempre a cada quatro


anos, os jogos vêm sendo realizados de forma cada vez
mais organizados e sempre com um número crescente de
países participantes
Pessoa com Deficiência (PcD)

• De 1960 até os jogos de 1972, em


Heildelberg, Alemanha, tivemos a
participação apenas de atletas em
cadeira de rodas.

• Em 1976, nas Paraolimpíadas de Toronto,


Canadá, houve a inclusão dos atletas cegos e
amputados.

• A partir de 1980, em Arnhem, Holanda,


tivemos a inclusão dos paralisados
cerebrais.
Pessoa com Deficiência (PcD)

• A palavra “Paraolímpico” ou “Paralímpico” deriva da


preposição grega “para” que significa ao lado, paralelo, e da
palavra “olímpico”.
Pessoa com Deficiência (PcD)

Os jogos paraolímpicos começaram em


paralelo aos Jogos Olímpicos de Roma.
No início, paraolímpico vinha da
combinação de paraplégico e
olímpico
Pessoa com Deficiência (PcD)

• Com a inclusão de novos grupos e união de


associações de deficientes, “Paraolimpíada”
tornou-se um movimento paralelo, lado a lado, com
o movimento olímpico

• A décima quinta edição dos Jogos Paraolímpicos


aconteceu em 2016, no Rio de Janeiro, Brasil.
Curiosidades

• No entanto, foi no final da década de 70 e início


da década de 80 que surgiram as primeiras
associações ligadas ao esporte para pessoas com
deficiência.

• Com a criação do “Comitê Paralímpico Brasileiro”


(C.P.B.), em 1995, este passou a contribuir com o
fomento do esporte de alto-rendimento no Brasil
EDUCAÇÃO FÍSICA PARA PESSOAS
COM DEFICIÊNCIA
• Durante a história, muitos programas de Educação
Física foram desenvolvidos, com os mais variados
nomes.
• Dentre estes nomes temos:

❑ “Educação Física Corretiva” ou “Ginástica Corretiva”,


❑ “Educação Física Preventiva”,
❑ “Educação Física Ortopédica”,
❑ “Educação Física Reabilitativa” e
❑ “Educação Física Terapêutica".
EDUCAÇÃO FÍSICA PARA PESSOAS
COM DEFICIÊNCIA
• Estes nomes refletem o momento histórico e
social que passa por objetivos de “tratamento
médico”, “reabilitação física e social”, “eugenista”
e “higienista”.

• Atualmente, a “Educação Física para pessoas com


deficiência” propõe assumir uma identidade
educativa e pedagógica. Propõe assumir seu
papel de uma Educação Física para todos.
EDUCAÇÃO FÍSICA PARA PESSOAS
COM DEFICIÊNCIA

• Pedrinelli e Verenguer (in Gorgatti, 2005, p.4) dizem que:

• Educação Física Adaptada é uma parte da Educação Física, cujos


objetivos são o estudo e a intervenção profissional no universo das
pessoas que apresentam diferentes e peculiares condições para a
prática das atividades físicas. Seu foco é o desenvolvimento da
cultura corporal de movimento. Atividades como ginástica, danças,
jogos e esportes, conteúdos de qualquer programa de atividade
física, devem ser considerados tendo em vista o potencial de
desenvolvimento pessoal.
E o que seria Atividade Física para
grupos Especiais?

• Consiste numa área responsável pela


sistematização do conhecimento relativo à
cultura corporal de movimento que envolve as
pessoas com deficiência.

Assim...
E o que seria Atividade Física para
grupos Especiais?

• De acordo com Pedrinelli (2005, p.8), “corresponde à área


de sistematização e acúmulo de conhecimentos, a partir de
pesquisas aplicadas, que estudam a cultura corporal do
movimento das pessoas que apresentam diferentes e
peculiares condições para a prática de atividade física”.

• Pedrinelli (2005) define deficiência como uma condição que


provoca diferenças peculiares, e estas diferenças devem ser
analisadas no contexto da atividade física
Atentem!
❑ Observem que nos exemplos acima, houve a necessidade das
adaptações!

❑ No entanto, lembrem-se, a adaptação da atividade só se fará caso


haja necessidade!!!

❑ O importante é fazer com que os alunos com deficiência pratiquem


atividade, de preferência, em ambientes inclusivos.

❑ Atualmente a atividade física é um direito do cidadão, e o termo


adaptado faz jus às diferenças necessárias para que determinado
grupo de pessoas possam ser incluídas nas atividades, sem que
seus atributos físicos ou funcionais constituam fatores limitantes
Obrigado!
Para próxima aula
• Estudar como deve ser a abordagem para Pessoa com
Deficiencia:

❑ Física
❑ Intelectual
❑ Visual e
❑ Auditiva

Além disso, criar folder explicativo sobre abordagens!

• AULA PRÁTICA!

Você também pode gostar