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RTS

ADVANCED TRAINING FOR


THE EXERCISE PROFESSIONAL

MECÂNICA
ARTICULAR I

TOM PURVIS

www.rtsbrazil.com.br
Copyright © 2017, by Tom Purvis; RTS, LLC

Edited for the Science 1 manual, copyright © 1997, by Tom Purvis; RTS, LLC
Revised 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009,
2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2015, 2016

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Printed in the United States of America

RTS®, Resistance Training Specialist®, Continuum Training®, Custom Fit Exercise®,


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The Exercise Experience™, Strategic Resistance™, Internal Performance™, Internal


Performance Specialist™, IPS™, Internal Performance Consultant™, Institute for
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and the “three overlapping rings” design are servicemarks of Thomas C. Purvis

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Tradução e Revisão Técnica


Mariane M. Franceschi Malucelli
Fisioterapeuta CREFITO 59595
CREF 005460-P

Resistance Training Specialist – Master


Membro do Corpo Docente RTS®
Direitos Autorais Exclusivos para a Língua Portuguesa
Copyright® 2003, N TX – 5 – 979 – 892
Revisado 2004, 2005, 2012, 2017

Mariane M. Franceschi Malucelli


by RTS Brazil ltda EPP

contato@rtsbrazil.com.br ; admin@rtsbrazil.com.br

Reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou


em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação,
fotocópia, ou outros), sem permissão expressa do autor.

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Mecânica do exercício:
MECÂNICA ARTICULAR
Parte 1

Conteúdo

Seção 1 Movimento Articular


Seção 2 Estrutura Articular
Seção 3 Integridade Intra-Articular: Estabilidade x Gerenciamento articular
Seção 4 Explorando Estrutura e Anatomia: Força e Anatomia
Seção 5 Descrevendo Posições e Movimento

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Sobre este manual

Este manual foi criado exclusivamente para ser parte do curso RTS Mecânica do
Exercício. Ele não tem a intenção de ser uma ferramenta educacional para ser usada
separada do curso porque muitas das seções incluem conceitos equivocados
baseados na maneira tradicional ensinada pela indústria do exercício. A correção
destes conceitos faz parte das muitas discussões que acontecem durante as aulas.

Sem a apresentação correspondente, este manual não está completo e, mesmo


assim, ele está sempre em trabalho de evolução.

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Appendix: Describing Aspect, Position, and Motion

Movimento Articular
Movimento Translatorio = Linear
 Jogo Articular

Movimento Rotatório
 Eixo
 Arc dentro do Plano
 O plano é perpendicular ao eixo
 A Direção do movimento em qualquer ponto - tangencial
 Eixo do movimento X “eixo da força” x “eixo de potencial movimento”
 Eixo e a posição gerada pela forma das superfícies de contato
 Eixo instantaneo da rotação
 Eixo do lado convexo
 Ação Reversa = Inverção da ação articular

Graus de Liberdade e a ADM Flexibilidade x Mobilidade


Graus de Liberdade
 Oportunidade Rotacional :3
 Oportunidade Linear: 3
 Movimento tri-planar?

ADM Articular
 Lado da Separação
 Lado da Aproximação
 ADM Influências

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Appendix: Describing Aspect, Position, and Motion

Movimento Articular
2
“Não são os ossos que movem, são as articulações!”
4
Mesmo que um membro se mova no espaço, o seu movimento é resultado de
6 movimento em uma ou mais articulações. Todo movimento humano, simples ou
complexo, é resultado da orquestração de forças em torno de uma articulação.
8 Independentemente de quantas articulações estão se movendo durante um exercício,
a função individual de cada articulação não pode ser ignorada. “Movimento
10 integrado é, por definição, composto por várias articulações individuais. Sendo
assim, é dependente da integridade de cada uma das que foram integradas!”
12
A articulação não é o ponto mais proeminente, quer dizer, o olécrano ou a patella não
14 são a articulação do ombro ou a articulação do joelho.

16 Artrocinemática (artro = articulação; cinemática = movimento). O movimento que


acontece em uma articulação depende do formato das superfícies de contato e dos
18 ligamentos de estabilização passiva.

20
Tipos de Movimento Articular
22
Movimento translatório ou movimento linear é o movimento de um objeto em
24 linha reta. Ele acontece em pequena quantidade durante o movimento articular e está
presente em algumas articulações mais do que outras, dependendo da forma das
26 superfícies de contato (joelho, facetas da coluna). Movimento linear é mais visível
em uma articulação durante mobilizações passivas que exibem jogo articular.
28
Jogo Articular (Normal vs. Anormal)
30 Para que uma articulação se movimente normalmente é necessário que exista um
certo grau de “jogo articular passivo”. Jogo articular é a “folga ideal” do tecido
32 conjuntivo quando se encontra em uma posição loose-packed e com a musculatura
relaxada. Esta folga é necessária para permitir o movimento articular e representa
34 como não é tão preciso o que o tecido passivo oferece de “guia” para o trajeto do
movimento.
36
O jogo articular pode ser demonstrado somente através da translação passiva da
38 articulação em um plano específico, ou mais de um plano dependendo da articulação,
também pode ser demonstrado através da rotação e distração passiva. Estes
40 movimentos de jogo articular não podem ser demonstrados através do movimento
ativo, porém o movimento ativo normal é evidência de um jogo articular normal.

42 Se o tecido conjuntivo está frouxo ou rompido, a articulação irá exibir mais jogo
articular do que o necessário, quer dizer, excessive e estará passivamente instável. Se
44 ela estiver limitada por tecido cicatricial o movimento articular estará restrito e a

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manipulação do jogo articular nos planos específicos será uma parte importante da
2 reabilitação.

4 Movimento linear ativo (no espaço) acontece como resultado de rotação em múltiplas
articulações. Por exemplo, no agachamento, o centro de massa se move linearmente, mas é o
6 resultado do movimento rotatório de muitas articulações. Outro exemplo é quando tentamos
alcançar algo com a mão. A mão se move linearmente, mas é resultado da rotação do cotovelo
8 e do ombro.

10
Movimento rotatório é o movimento de um objeto ou segmento ao redor de um eixo. A
12 maioria dos movimentos das articulações sinoviais é rotatório. Para o profissional do
exercício, o eixo do movimento é o aspecto mais importante para ser entendido.
14
É vital que você seja capaz de identificar o eixo de cada articulação durante o exercício, para
16 que seja possível criar e analisar um exercício, determinar a participação muscular e ainda
tornar capaz identificar a diferença entre força e resistência em um exercício. Para enfatizar
18 a importância do estudo sobre o eixo articular e suas influências, organizamos os fatores mais
importantes e classificamos como características específicas do eixo.
20
Axis Characteristics:
221. O eixo é o centro da rotação/movimento.

242. O trajeto de um objeto girando ao redor do eixo


é um arco.
26
3. Esse arco está dentro de um plano de
28 movimento criado pelo eixo. Uma linha conecta
dois pontos no espaço. Um plano conecta ou
30 contém quaisquer três pontos (e não está
limitado pelos “três planos cardinais”).
32
Often a plane is congruent with a tangible object: a flat sheet of glass, paper, etc.
34 Relative to the body, a plane, although very real, is not tangible and must be
envisioned. A useful analogy for visualizing planes of motion can be that of a
36 “windshield wiper”. A windshield wiper moving across a flat glass is moving through
a plane closely represented by the glass itself. Even if the glass is removed the plane
38 of motion of the wiper remains the same. There are an infinite number of planes
surrounding and crossing the body.
40
4. Um plano de movimento é sempre perpendicular ao eixo. É essencial que sejamos capazes

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Appendix: Describing Aspect, Position, and Motion

de enxergar que o eixo é sempre perpendicular ao plano de


2 movimento .

4 5. A direção do movimento de um segmento é


tangencial ao arco, em qualquer ponto do arco.
6 Então, o segmento está constantemente mudando de
direção com cada nova posição porque a direção do
8 movimento é sempre perpendicular ao segmento. Da
mesma maneira que uma linha é o conjunto de
10 infinitos pontos, um arco é o conjunto de infinitas
tangentes.
12
6. Ação Reversa
14 Ação Reversa pode soar como um movimento na direção oposta (como dar a ré
quando dirigimos), ação reversa é um termo utilizado na cinesiologia tradicional para
16 descrever uma situação em que o segmento que está fixo e o segmento que se move são
invertidos. Por exemplo, a flexão do cotovelo normalmente é descrita como o segmento distal
18 se movendo em direção ao proximal, que está fixo. Na ação reversa, o segmento proximal se
move em direção ao distal, porém o movimento rotatório em torno do eixo do cotovelo não
20 muda. Na vida e para locomovermos muitas vezes ambos os ossos que envolvem a articulação
estão se movendo (nadando, andar, etc..)
22
O conceito de ação reversa poderia ser usado também para descrever movimentos
24 mais globais, ou movimentos brutos do corpo. Puxando um objeto que se move em
direção ao corpo e mover o corpo em direção de um objeto fixo exige a ação reversa
26 das articulações envolvidas.

28 Ação Reversa vs. Inverção da Ação Articular


“Se em um mecanismo o elo que originalmente está fixo passa a se mover e outro elo se torna
30 fixo, diz-se que este mecanismo foi invertido. Esta inversão não altera o movimento relativo
entre os elos, mas altera seus movimentos absolutos (em relação ao solo).”1 Mechanisms
32 and Dynamics of Machinery (4ed, 1986) by Hamilton Mabie and Charles Reinholtz

34 NOTA: É necessário reconhecer e delinear a diferença entre inversão da ação


articular vs. Inversão da ação muscular!

36

1 MABIE, Hamilton; REINHOLTZ, Charles. Mechanisms and Dynamics of Machinery. 4ª ed. 1986.

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Appendix: Describing Aspect, Position, and Motion

Influências Estruturais “Normais” no Movimento Rotatório


2
1. Diferentemente de uma dobradiça, uma articulação humana não tem um parafuso
4 atravessando no meio dela para fixar o centro da rotação. Na verdade, o movimento
articular não é gerado pelo eixo, mas pelo formato das superfícies de contato. Em
6 outras palavras, é o formato em arco das superfícies articulares que define a posição
do eixo e o movimento. O eixo articular é mais virtual do que tangível.
8
2. O eixo encontra-se sempre dentro do lado convexo da articulação, independente de qual
10 lado da articulação está se movendo.

12
3. Devido às irregularidades e aos graus de
14 curvaturas que são inconsistentes nas superfícies
de contato articulares o ponto exato da posição
16 do eixo muda durante a amplitude de movimento.
Isto é chamado de eixo instantâneo da rotação
18 ou centro instantâneo da rotação. Um dos
exemplos mais evidente para observarmos este
20 fato é a articulação do joelho. Este acontecimento
gerou muitas interpretações equivocadas na
22 tentativa de descrever o movimento do joelho
como sendo uma sequência de rotações e
24 translações. Porque as superfícies de contato de
uma articulação não são perfeitamente achatadas
26 a translação pura nunca acontece e sempre existe um grau de rotação. Este tipo de
movimento se chama curvilíneo.
28
4. Então, será que existe um eixo articular quando não existe movimento articular?
30 Sim, existe um eixo mesmo quando não existe movimento articular e este seria o
ponto em que o movimento aconteceria caso os efeitos da força não fossem iguais
32 (empatados). Sempre imagine se uma força ou outra se tornasse maior, em que
direção o movimento aconteceria. Este então é o plano e o eixo será perpendicular a
34 ele. A este eixo chamamos de eixo da força ou eixo do movimento em potencial. O
termo “eixo da força” não é encontrado nos livros de Biomecânica e utilizamos
36 puramente para descrever uma perspectiva que será fundamental no entendimento
sobre a participação muscular nas isometrias! O termo correto é momento de flexão.
38 Um ponto muito importante para ressaltar sobre o eixo da força é que mesmo sem
movimento existe o momento e é necessário que seja consistente com o DOF da
40 articulação.

42 Centrification
As estruturas de cada articulação são muito diferentes, mas podemos entender que o
44 movimento articular é basicamente um osso escorregando sobre ou rodando em
torno de outro (convexo e côncavo) sem um eixo tangível colocado através deles. O
46 bom controle orquestrado de todos os lados da articulação (contrátil e não contrátil,
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passivo e ativo) é essencial para uma função articular apropriada e manutenção das
2 relativas posições do eixo e para a estabilidade do eixo. Isto é chamado de
centrificação.

4 A Lei da Concavidade e Convexidade


Originalmente, esta lei estabeleceu que, se uma superfície côncava se mover sobre uma
6 superfície convexa, o deslizamento da superfície de contato acontece na mesma direção (do
mesmo lado) do movimento do segmento ósseo. Quando uma superfície convexa se move
8 sobre uma superfície côncava fixa, o deslizamento da superfície convexa acontece na direção
oposta do movimento do segmento ósseo.

Haste Fixa

10
Para aplicação desta lei, é importante a compreensão de qual é o lado em que o eixo se
12 encontra. Sempre que o eixo se encontra no lado do segmento que se move, este fica contido
dentro do objeto (dentro do segmento ósseo) e parte deste objeto se estende além do eixo e,
14 como uma gangorra, a parte que está do outro lado do eixo se move em direção contrária.
Porém, quando a parte que se move é aquela que não contém o eixo, todo o objeto (segmento
16 ósseo) se move na mesma direção.

18 Lembre-se de que o eixo se encontra sempre do lado convexo!

20 Discussão: As implicações
Este conceito é útil para desenvolvermos uma “visão interna”, especialmente quando
22 consideramos ADMP (amplitude de movimento passiva) em pacientes com
comprometimento neurológico, como AVC (acidente vascular cerebral), ou quando testamos
24 músculos em torno de uma articulação instável.
 O que encoraja estes movimentos?
26 Diferenças de contribuição entre várias estruturas articulares?
 Se de alguma maneira a integridade do movimento articular é dependente
predominantemente do controle ativo, então quais são as preocupações durante
movimentos passivos que são impostos?

28

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Appendix: Describing Aspect, Position, and Motion

GDL (Graus de Liberdade) e ADM (Amplitude de Movimento):


2 Flexibilidade vs. Mobilidade!

4 A quantidade de movimento disponível que é viável e controlável não é determinado


pela “flexibilidade”, quer dizer, não é dependente da habilidade de um material em
6 dobrar ou curvar ou ainda alongar através de suas propriedades elásticas, e não deve
ser referida como tal. A quantidade de movimento é determinada por uma quantidade
8 de influências mecânicas da mobilidade articular, e sua fundação é a própria estrutura
articular!
10
Os graus de liberdade
12
O termo “graus de liberdade” pode gerar confusão. Como a rotação em torno de qualquer eixo
14 individual é medida em graus, temos a ideia de graus angulares. Mas isto é diferente.
Graus podem ser vistos também como: uma série de passos ou níveis, como em um processo;
16 ou um ponto em uma escala.

18 Existem potencialmente seis graus de liberdade em cada articulação para serem


reconhecidos e considerados. Então existem seis oportunidades para uma articulação se
20 mover.
- Oportunidade rotacional: 3 (+)
22 - Oportunidade linear: 3 (+)

24
Oportunidade Axial
26 Quando o termo “graus” é aplicado aos graus de liberdade das articulações, é melhor
entendermos como a oportunidade de movimento permitida pela estrutura articular relativa
28 ao espaço tridimensional. Em outras palavras, de quantas maneiras uma articulação pode
rodar em relação ao espaço tridimensional dentro do que está predeterminado pelas
30 superfícies de contato e o tecido conjuntivo?

32 É útil relembrar que tridimensional é representado graficamente pelo sistema de


coordenadas X, Y, Z. Dessa maneira, é possível identificar posições no espaço relativas a “em
34 cima/embaixo”, “um lado para outro” e “frente/atrás”. Os movimentos corporais podem ser
descritos da mesma maneira.
36
Então, uma articulação pode rodar em torno de um eixo vertical e de um eixo horizontal.
38 Se esta consegue fazer ambos, então pode se mover também na diagonal, assim como em
movimentos cônicos. Se existir um terceiro eixo perpendicular aos outros dois, este eixo
40 permitirá que o membro “rode” longitudinalmente. Quando analisamos articulações
individuais, encontramos algumas que se movem em somente um plano, outras que se
42 movem em dois e outras que se movem em três. As articulações que se movem em três graus
de movimento, na verdade, podem mover-se em um número infinito de planos individuais e
44 em qualquer combinação deles.

46 Uma articulação de dobradiça verdadeira possui um eixo e, assim, por definição, se move
somente em um plano e possui apenas um grau de liberdade.

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Appendix: Describing Aspect, Position, and Motion

(movimento uni-dimensional).
2
O joelho é comumente descrito como uma articulação de dobradiça, com somente um grau
4 de liberdade, mas na verdade não é, porque a rotação longitudinal está disponível durante a
amplitude. O movimento do joelho acontece em torno de dois eixos, então possui dois graus
6 de liberdade.

8 Articulações esferoides (em soquete), como a glenoumeral e o quadril, possuem três graus de
liberdade (por exemplo, movimento tridimensional).
10

12 Oportunidade Linear
A oportunidade do movimento linear está baseado no sistema de coordenadas X Y Z,
14 e está baseado na oportunidade de uma articulação em transladar nestas dimensões.

16 Agora, se pegarmos um objeto e girarmos em torno do seu centro em três direções, e


depois movermos linearmente em três direções, teremos a ideia do que acontece.
18
Sistemas Multi Articulares possuem uma definição completamente diferente para
20 graus de Liberdade. Ele continua sendo baseado no número de opções que cada
articulação é responsável sozinha, porém adiciona as possibilidades e opções de
22 todas as articulações juntas. (Veja o capítulo sobre cadeia cinética fechada: … “o
número de entradas que são necessárias para criar um resultado previsível.”)
24

26 “Movimento Tri-planar”?
Problemas com esta má-interpretação.
28 Definir espaço tridimensional como sendo 3 planos vs 3 eixos com infinitos planos.
 Um movimento verdadeiramente multiplanar exige que o movimento aconteça em
30 mais do que um eixo mecânico então não é um movimento que acontece em mais de
um plano cardinal porém em torno de somente um eixo, e este cria um plano que não
32 tem nomenclatura definida.
 Movimento Tri-planar em uma única articulação ou em múltiplas articulações.
34o se a articulação do joelho, por exemplo, se mover em um terceiro plano, nós
consideraremos isso uma lesão.
36o Mudar o plano de flexão do joelho em relação ao chão ou ao quadril não muda o único
plano de flexão do joelho!
38o Três articulações diferentes se movendo em três planos diferentes não é tri-planar. É
uni-planar nas três articulações.
40o Você não precisa ter movimento em um plano para treinar em um plano. Treinamento
tem mais a ver com a direção da resistência. (força não movimento!! )

42

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ADM: O que Está Realmente Acontecendo na Articulação?!


2
Existem dois fatores fundamentais que precisam ser reconhecidos e considerados
4 quando examinamos amplitude articular rotatória/axial:

6 O “Lado da Aproximação” vs. o “Lado da Separação”

8 Explorando o “Lado da Aproximação”


Aqui os segmentos ósseos se movem em direção um ao outro:
10 As inserções dos tecidos estão se aproximando.
 Os tecidos não-contráteis estão sendo submetidos à uma redução da tensão passiva
12 que leva este tecido a apresentar uma potencial “folga”.
 E os tecidos contráteis estão aumentando sua folga ou estão encurtando, dependendo
14 do que está movendo a articulação. A
o Se durante o movimento ativo a força externa está contrária
16 ao movimento articular, então ali é onde o agonista se
encontra. Se a força externa é congruente com o movimento
18 articular, então um certo nível de co-contração residual é
necessária para gerenciar a articulação.
20
Explorando o “Lado da Separação”
22 Aqui os segmentos ósseos se movem se afastando um do
S
outro:
24 As inserções dos tecidos estão se afastando.
 O tecido não contrátil pode estar sendo alongado ou
26 simplesmente pode estar sendo submetido à uma redução da
sua “folga” e pode estar levando a um aumento na sua tensão passiva.
28 E os tecidos contráteis estão sofrendo um ajuste em seu comprimento ou estão
diminuindo sua folga, ou ambos.
30o Se durante o movimento ativo a direção da força externa está contrária ao movimento
articular, ali é onde o antagonista se encontra. Se a força externa é congruente com o
32 movimento articular então estes músculos estão agindo excentricamente para
controlar a resistência.

34 Nota: A consideração automática de “alongar” como intervenção para modificar a


ADM é tendencioso para o “lado da separação”! Porque sempre que percebemos uma
36 limitação na amplitude nós assumimos que é um problema no “lado da separação”?
E se na realidade o lado da separação for o fator limitante, porque entendemos que é
38 ruim ou errado quando na verdade pode ser um fator protetor?

40 Nós conhecemos as diferenças da estrutura do indivíduo bem o suficiente para saber


quando a barreira do lado da aproximação é o problema?
42

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Nothing except structural reality


for most of the population!!

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Influências na Amplitude de Movimento (ADM)

• Estrutura
• Normal (arquitetura óssea relativamente normal)
• Anormal (osteofitos, massa de tecido)

• Preparação:
• Ajustes Agudos = “ajustes atuais”
• Adaptações Crônicas = homeostase

• Proteção:
• Relação inibição-Tensão
• Relação da Co-contração
• Adesão?

• Habilidade do Agonista: Contração vs. Output


• Inabilidade patológica de contrair?
• Inibição (mecanismos de proteção?)
• “Fraqueza”
• “Fraqueza vs. Força = relativo
• Em qual comprimento?
• Insuficiência Ativa (2 art., longa e curta)

• Tensão do Antagonista
• Resposta Protetora à inibição do agonista?
• Gerencia Articular = “manter as partes juntas enquanto o agonista tenta separar”
• Desaceleração
• Insuficiência Passiva/Antagonista (2 jt)

• Patologia
• Neurológica (PC, EM, AVC)
• Ortopédica (tecido, função do tecido muscular vs neuro, estrutura)
• Sistêmica (Endócrina, Imune, resposta inflamatória generalizada?)
• Edema
• Adesão?

• Mecânica da Restrição (múltiplas articulações)


• Proporções / amplitudes / planos e posições da restrição
• Restrição virtual (amplitude do agachamento vs. Amplitude articular)
• Apoio/Orientação apropriada para as necessidades do movimento de cada indivíduo.

• Carga do Exercício / Forças Articulares


• ADMR específica do Exercício = relação da musculatura bi-articular associada com a necessária combinação
e sequencia de movimentos multi-articulares.
 ADC – amplitude de controle vs. amplitude de disponibilidade
• PR vs. PP – Perfil da Resistência vs. Perfil da Potência
• Mudanças da amplitude sem dor devido há forças e artrose (desconforto específico da força)
• Mudança na estabilidade articular devido a quantidade de carga, rispidez ou direção (instabilidade
especifica da força)
• Instabilidade ou desconforto relacionado com a Fadiga (o que era OK agora é muito)
Finalmente, qual destas são influenciáveis? De que maneira? Porque o cliente/paciente está nesta posição?
Corrigir vs. respeitar?!!! Impor ou investigar?

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Mecânica Articular: Estrutura Articular

Estrutura Articular
O fator determinante do máximo potencial para o movimento humano

 Estrutura e função interdependente


o A grande “janela de oportunidade”, a “barreira permanente”

 Superfície de contato e congruência articular


 Alinhamento, assimetria, idiossincrasias individuais
 Articulações sinoviais – Projetadas para movimento e alimentadas por movimento!

 Cartilagem hialina
o Absorção de choque
o Baixa fricção
o Embebição – Força (compressão/soltura)

Fluido sinovial
o Movimento

 Desgaste articular
o Condromalácia
o Artrite

 Osteófitos

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Mecânica Articular: Estrutura Articular

Estrutura Articular
2
“Não são os ossos que se movem, são as articulações!”
4
Mesmo que um membro se mova no espaço, o seu movimento é resultado de
6 movimento em uma ou mais articulações. Todo movimento humano, simples ou
complexo, é resultado da orquestração de forças em torno de uma articulação.
8 Independentemente de quantas articulações estão se movendo durante um
exercício, a função individual de cada articulação não pode ser ignorada. O sucesso
10 do movimento como um todo e a oportunidade de realizar qualquer movimento
depende primeiramente da integridade individual de cada articulação.
12
Peça para a maioria das pessoas apontarem para a articulação e elas provavelmente
14 apontarão para a parte mais proeminente da união entre os ossos. Eles apontam
para o olécrano no cotovelo ou para a patela no joelho, mas raramente apontam para
16 a frente do cotovelo ou para a parte de posterior do joelho.

18 Como profissionais, é absolutamente vital que tenhamos conhecimento do que


é a articulação a partir de uma visão interna, iniciando pela estrutura
20 articular. Este conhecimento precisa ser geral, mas também específico para cada
indivíduo com quem o profissional trabalha.
22
Uma articulação é o ponto de conexão entre dois ossos. Existem diferentes tipos de
24 articulações no corpo humano. Na engenharia, o projeto de uma articulação é
determinado por sua função, é determinado por aquilo que deve fazer. Porém, uma
26 vez que a articulação está construída, a estrutura vai determinar sua função, ou, pelo
menos, vai determinar seu potencial estrutural. Potencial estrutural significa a
28 capacidade da articulação para o movimento e para tolerância às forças, e também
suas habilidades e suas limitações. Então, será definido pela sua estrutura o seu
30 potencial funcional máximo. Obviamente, as capacidades e funções de outros tecidos
que estão intimamente ligados e que “regulam” a articulação serão também
32 impostos além da sua estrutura e têm o potencial de impor ainda mais limitações
ativas e passivas em uma direção específica para uma articulação.
34
O “projeto” ou “forma” de uma articulação do corpo humano é tal que cada estrutura
36 que é parte de uma articulação tem uma ou mais funções específicas que são
essenciais para a performance global da articulação. Qualquer processo que
38 danifique qualquer uma das partes de uma articulação danificará a função global
desta articulação (JS&F).
40

42 Articulações são projetadas para o movimento


De todas as variedades de articulações do corpo, enfatizaremos o estudo das
44 articulações sinoviais mais móveis.
 A articulação sinovial é a unidade funcional fundamental do movimento humano.

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Mecânica Articular: Estrutura Articular

 Ela é o ponto de encontro de todas as forças que são transmitidas através de dois
2 ossos que criam a articulação.
 Articulação sinovial foi criada para o movimento e se desenvolve (e é mantida) com
4 o movimento!

A influência da estrutura
6 O que determina de que forma uma dobradiça vai dobrar? Escolher dobrá-la
lateralmente não altera sua função, porém a torna disfuncional. Escolher dirigir um
8 carro esportivo em uma estrada off-road não o transforma em uma camionete,
assim como jogar basquete não faz você ficar mais alto.
10
Norkin e Levangie, em Joint Structure and Function, afirmam que “existe uma
12 ligação muito forte entre a estrutura e a função.

14 “Estrutura, quando predeterminada, determina a função.”

16 Componentes estruturais, tais como a superfície de contato articular, são os


principais determinantes da amplitude de movimento e da direção do movimento.
18 Alterações na estrutura como artrose ou osteófitos (esporão de osso) podem
produzir alterações sutis ou dramáticas na função. Então, uma vez que a estrutura já
20 está projetada, a função não é determinada por vontade própria. No entanto, nossas
escolhas irão influenciar a estrutura. Elas podem alterar positivamente ou
22 negativamente (algumas atividades podem promover o desgaste articular, etc.).

24 Mas ficou evidente que JS&F não considerou algo muito importante sobre a função
humana. A função vai além da estrutura por si só. Existem situações em que não
26 podemos fazer pleno uso daquilo que a estrutura tem para oferecer. Existem
processos que regem não só a estrutura, mas também a sua interdependência. Por
28 isso podemos dizer que:
Na verdade, função é determinada pela estrutura articular e por

30 suas influências do controle neuromuscular/contrátil!

Os processos de controle neuromuscular


321. Os processos de proteção da estrutura: são os reflexos que são normalmente
programados, as inibições musculares e/ou as tensões restritivas, etc.
342. Os processos de utilização da estrutura: entrada sensorial e saída motora através
da orquestração da tensão, utilização de energia (combustível) etc.
36
Poderíamos dizer que a estrutura é a grande janela de oportunidade que é
38 normalmente regulada por processos de controle neuromuscular (como uma
analogia da cerca temporária versus a cerca permanente).
40

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Superfícies de Contato, Alinhamento e Congruência


2

4 “Um alinhamento adequado não vem dos ossos.


Vem das articulações… das superfícies de contato!
6 (por exemplo, você não pode olhar para o pé para avaliar o alinhamento do
joelho)
8
A função da articulação e a tolerância à força é influenciada por quão bem
10 “alinhadas” estão as superfícies de contato em relação a qualquer posição articular
específica.
12
Este alinhamento em três dimensões começa com a forma das superfícies de contato.
14 A congruência se refere à qualidade de encaixe dessas duas formas.

16 Congruente
 “juntar-se, concordar, equivaler” – Dicionário Online de Etmologia.
18 “Ter formas idênticas, de maneira que todas as partes sejam correspondents” –
Collins English Dictionary.
20 “Refere-se a figuras geométricas que têm o mesmo tamanho e forma” – The
American Heritage® Science Dictionary.
22
Observar e alterar o “alinhamento” é, na verdade, uma tentativa externa de
24 indiretamente avaliar e influenciar a integridade intra-articular. Este é um termo
que descreve os efeitos coletivos da congruência estrutural junto com os processos
26 dinâmicos interdependentes de estabilidade articular e gerenciamento articular
necessários para manter as relações ideais de superfícies de contato por meio
28 da amplitude de movimento disponível. O resultado apropriado da manutenção das
superfícies de contato é denominado como “centrificação”.
30
As tentativas mais comuns de avaliação do alinhamento são as do joelho e da pelve:
32  Joelho via relação da coxa com o pé
o Isso não reflete congruência do joelho ou falta dele!
34 o Isso só pode ser determinado olhando-se para o próprio joelho!

36  E apenas se você sabe o que está procurando.


o Se o pé se mantém em um ângulo para fora, mas o joelho está
38 alinhado, não mude isso.
 A “torção pélvica” é frequentemente avaliada de várias maneiras, como
40 através da discrepância posicional do comprimento da perna ou através do
posicionamento dos polegares na espinha ilíaca anterossuperior para à
42 medição de simetria.
o Isso pode não ser um problema.
44 o Ou pode ser um grande problema que está além do escopo
profissional.

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2 Existem alguns padrões que podem ser observados externamente, pelos quais
podemos comprar ou medir. Porém ao contrário da crença popular, não existe
4 simetria perfeita no corpo humano. Cada indivíduo apresenta suas próprias
idiossincrasias e soluções orquestradas. O que você está olhando pode já ser uma
6 solução para uma questão muito maior da qual você ainda não tem conhecimento.
Você não está aqui para consertar nada, a não ser que isso aconteça por meio de
8 uma melhoria razoável da contração muscular. Do contrário, não existem
“exercícios corretivos” como comumente se acredita (uma intervenção mágica em
10 coisas que são primariamente de natureza estrutural). Assim, devemos
simplesmente permitir muitas coisas que observamos, enquanto outras podem ser
12 influenciadas pela aplicação de força, intenção, conhecimento/escolha ou adaptação
a um estímulo apropriado aplicado nas propriedades contráteis.
14
Escolhas que vamos “permitir” versus tentativa de intervenção
através de tentativa e erro são decisões sérias que requerem
julgamento profissional sério e com conhecimento profundo sobre
estrutura e função, não a crença em um guru ou sistema!

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“Postura” = “posição”; uma avaliação superficial de uma posição global/bruta na


2 qual todas as causas específicas e/ou suas correlações são meramente suposições;
baseadas em uma performance externa sem a detecção ou apreciação das
4 influências de qualquer especificidade interna; uma crença temperada com
verdades biomecânicas, porém infundadas e puramente especulativas dentro das
6 idiossincrasias do indivíduo.

8 Supostas causas?
 “Encurtamento aqui e fraqueza ali” … Como você sabe?
10 Como é feita a avaliação?
 Sem nenhum direcionamento ou tentativa de alteração, dessa forma, sem
12 conhecimento sobre a força ou amplitude.
 Precisão de observação?
14 Precisão dos raios X?

16 Possíveis causas (lista parcial)


 Encurtamento / fraqueza
18 Estrutura
o Osteófitos, DNA, nutrição, adaptação relacionada à idade
20 Inibição e tensão protetora
 Emoções / humor / autoestima
22 Dor / patologia
 “Síndrome da garota alta”
24 Hábito
 Fadiga
26
Força ou fraqueza raramente determinam a postura!
28 “Ficar mais forte” provavelmente não melhora a posição global/bruta contra a
gravidade.
30 O fortalecimento dos flexores de ombro deixa seus braços elevados
involuntariamente o dia todo?!
32 O tanto quanto for possível (dentro da amplitude) é preciso escolher a postura!
 Porém é óbvio que se a tensão contrátil não for suficiente para manter a postura
34 contra a gravidade temos um problema.

36 Existem grandes problemas com nosso modelo e suposições sobre postura que
levam à negligência:
38 Somos ensinados que cada indivíduo deve ter curvaturas na coluna consideradas
ideais, padrão e ideal para todos. Porém pensar que todos os indivíduos devem ter
40 a mesma estrutura é um absurdo.
 Se para alguns indivíduos alcançar tal posição ideal requer que ele alcance sua
42 máxima extensão, então vários outros planos de movimento se tornam limitados
(mecânica espinhal tipo III), incluindo rotação e a flexão lateral, onde ambos são
44 encorajados a serem realizados com o “alinhamento sagital apropriado”, aquele
apresentado nos livros.
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4 Verdadeiro valor/influência na performance, saúde, etc.?


 Existe algum valor verdadeiro em manter uma postura igual a dos livros durante a
6 prática esportiva ou para a saúde? Somos todos levados a crer que é vital, mas você
está disposto a investigar a verdade?
8o O que você podemos realmente influenciar/afetar?
o O quanto é decisão do paciente/cliente?
10o Não avaliamos e abordamos isso com TODO EXERCÍCIO que aplicamos?
o Qual é o valor de olhar para isso em apenas um cenário inicial e somente na
12 posição anatômica?

14

16 Postura não é um indicativo direto de nada específico!


 Não te diz por que ou o que fazer!
18 É tudo suposição e expectativa injustificada!
 Impor que a “postura perfeita” que você acredita e reforça como uma “forma”
20 externa do neutro (se for atingível) pode ser a amplitude final para um indivíduo.
Aliás, limita dramaticamente outros movimentos (extensão, facetas em close-packed
22 e mecânicas do tipo III). Isto é, você precisa entender de estrutura e da mecânica
articular!
24 Treinar para melhorar a função verdadeira e o domínio da posição através do estímulo
das amplitudes finais, e médias e todas as posições articulares com suas capacidades
26 de gerar tensão específicas!

28

30 “Eu gostaria que tivéssemos raios X de todo mundo” … então você ainda não
entendeu!
32 E o que você acha que eles te diriam? Se você diz isso, então você ainda não entende
que quando dois relatórios radiográficos similares ou mesmo duas estruturas
34 humanas aparentemente iguais (que são provavelmente bem diferentes nos
detalhes não vistos) podem não render os mesmos achados subjetivos, nem as
36 mesmas oportunidades e disponibilidades de desafios e de possibilidades de serem
estimuladas.
38
Além disso, o que parece ser uma estrutura ou relação extrema ou atípica no raio X
40 não te diz o que o indivíduo pode fazer ou tolerar. Nossa intervenção sempre se
resume ao que o indivíduo tem, possui e tolera. Sem achismos desnecessários... ou
42 eticamente permitidos! Tudo é definido pelo cliente! Quem? Não é uma população!

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Alinhamento? Simetria?
 Corrigir, respeita ou ambos?
 Se tivermos a intenção de alterar, é necessário ter bem claro qual é o objetivo. Você
quer consertar ou influenciar a oportunidade?
o Como?
 Impor ou examinar/investigar?
 Quais são as potenciais razões?
 Somente um jeito = detectar e tentar alterar qualquer déficit contrátil.
 Em outras palavras: influenciar a habilidade de gerar uma contração em
comprimentos específicos e/ou os diferentes níveis de capacidade de tensão
contrátil.
 Abordagem tradicional que não utiliza progressão e melhora a habilidade da
compensação versus especificidade e depois permite ou ensina o corpo a usar todas
as partes juntas demonstradas em uma habilidade específica.

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Fatores estruturais fundamentais para a função articular normal


2
As características e componentes de articulações sinoviais
4 Todas as articulações sinoviais são construídas da mesma forma e todas tem as
seguintes características que são vitais para o movimento articular:
6 1. Uma cápsula articular que é formada de tecido fibroso;
2. Uma cavidade articular que é inclusa na cápsula;
8 3. Uma membrana sinovial, que forra a superfície interna da cápsula;
4. Fluido sinovial, que forma um filme sobre as superfícies articulares;
10 5. Cartilagem hialina, que cobre as superfícies de contato da articulação.

12 Para entender a estrutura e função das articulações, é necessário algum


conhecimento sobre a natureza dos materiais usados na construção das articulações
14 e as forças que atuam sobre elas.

16 Cartilagem
Há muitos tipos de cartilagem. Em algumas articulações, cunhas de fibrocartilagem
18 com nomes como menisco e labrum aumentam a superfície para distribuir a força
e facilitar o movimento. Contudo, a cartilagem hialina é um pouco diferente e
20 conteúdo e propósito.

22 A cartilagem hialina cobre as superfícies de contato e tem dois objetivos principais:


1) absorção de choque;
24 2) uma superfície suave, resiliente e de baixa fricção, para movimento da superfície
de contato.

26
“A cartilagem articular patelar normal é oito vezes mais escorregadia que um cubo de
28 gelo quando move-se.” -Orthopedic Rehabilitation of the Knee. 2006, Ed Mulligan, MS,
PT, SCS, ATC

30 A distribuição da cartilagem hialina parece ser maior nas regiões da superfície de


contato que são congruentes com suporte de peso normal e, dessa forma, tem que
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distribuir consistentemente a carga. As regiões remanescentes são mais finas e


2 potencialmente menos tolerantes a força. “A mais grossa no corpo tem 4-5mm e
reveste a articulação patelofemoral.” MULLIGAN
4
A cartilagem hialina não é densa o suficiente para aparecer no raio X. Um espaço
6 articular normal é considerado evidência de uma espessura de cartilagem
relativamente normal (assim como os discos intervertebrais).
8
Consideração: o que diz que as articulações sacroilíacas e as facetas intervertebrais
10 são forradas com cartilagem hialina?

12 Imbibição: uma resposta circulatória à compressão


A cartilagem hialina não é fornecida pelo sistema circulatório, mas ainda assim
14 requer um sistema de remoção de resíduo celular e fornecimento de nutrientes.
Quando a cartilagem hialina é comprimida, o fluido é liberado pelos poros para a
16 superfície externa. Assim que a compressão acaba, o fluido volta para a cartilagem
não só do espaço articular, mas também dos capilares da extremidade do osso. Esse
18 processo é chamado de imbibição. A permeabilidade é influenciada tanto pelo tempo
como pela força. Se alguns desses for excessivo ou inadequado, a permeabilidade e
20 o fluxo do fluido para dentro ou para fora da cartilagem diminuirá.

22 Fluido sinovial: uma reposta lubrificante ao movimento


Vital para a função articular, o fluido sinovial fornece uma fina camada lubrificante
24 (similar a um jato de spray de Teflon®) que cobre as superfícies de contato. Ele é
secretado pela membrana sinovial, que forra a superfície interna da cápsula
26 articular. Convenientemente, é o movimento articular que estimula sua secreção.

28 Por fim, as articulações sinoviais não são apenas projetadas para o movimento,
mas também requerem o movimento e forças para permanecerem saudáveis.
30
Cartilagem Hialina Forças (imbibição)
32 Articulação
Sinovial Membrana Sinovial Movimento
34

36 “A imobilização a longo prazo de uma articulação mata a cartilagem.”


–Ed Mulligan, PT
38
Disfunção estrutural: desgaste mecânico e artrite
40 O desgaste da cartilagem pode estar relacionado ao relaxamento dos ligamentos,
padrões de movimento repetitivos, assim como distribuição anormal de força
42 devido ao controle ativo fraco sobre a articulação. Este desgaste mecânico é
frequentemente denominado doença degenerativa articular ou osteoartrite. Ela
44 acontece em estágios, e o primeiro deles são graus de condromalácia ou
amaciamento da cartilagem articular.
46

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No estágio inicial, o edema é provavelmente o único sintoma. Os estágios


2 subsequentes são marcados por um barulho crepitante chamado de crepitus, devido
à aspereza da cartilagem. Conforme o desgaste e a degeneração continuam, o
4 crepitus aumenta e o desconforto se sucede. A dor ainda não se faz presente até os
estágios finais, porque não há terminações nervosas na cartilagem, então ela precisa
6 se desgastar completamente, expondo o osso, que é altamente inervado.

Grau I II III IV
Estado da hialina Amaciando Áspera “com porções Ausente
descoladas e
desgastadas”
Sintoma Leve efusão Crepitação Crepitação Dor
moderada aumentada Efusão
crônica
8

10

12

Grade I Grade III

Grade IV
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A cartilagem hialina não é visível no raio X. Dessa forma, a presença de cartilagem


2 hialina normal aparecerá como uma separação entre os ossos. Vários estágios de
ruptura aparecerão como uma redução no espaço entre os ossos. Quando a
4 cartilagem está completamente ausente do contato com as superfícies de ambos os
ossos, não haverá espaço entre os ossos, dando origem à expressão “osso no osso”.
6

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Discussão:
2 O papel do “impacto” e seu efeito nas articulações.
 Por que a cartilagem articular é o único tecido no corpo que virtualmente nunca é
4 considerado como tendo resposta positiva a forças/estresses que “ocorrem
normalmente”?
6 Qual o papel dos sapatos high-tech na criação de uma distribuição de forças não
adequada?
8 É o impacto ou como o distribuímos?
 O que acontece com os pneus se a parte da frente não está propriamente alinhada?
10 O que acontece com os pneus que não são rodados ou quando nã fazemos o rodízio?

12 Osteófitos
Osteófitos são comumente chamados de esporão ósseo e normalmente ocorrem
14 perto ou dentro das articulações. São normalmente associados a:

161. mudanças artríticas; e/ou


2. falta de integridade intra-articular (frouxidão devido a baixa estabilidade ou
18 gerenciamento articular);
3. e aos estresses anormais e compensatórios associados.
20 Eles se localizam normalmente:
1. no local de inserção do tecido mole;
222. entre os ossos que estão localizados próximos e que podem sustentar uma força
indevida, como o espaço subacromial.
24
Os osteófitos são extremamente comuns na coluna, joelhos, ombros e calcanhares. E
26 como evidenciam as fotos do ombro, coluna e joelho, podem limitar os movimentos
por pouco tempo ou severamente. Os osteófitos podem ter um impacto dramático
28 na assimetria.

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10 Os resultados de uma pesquisa indicam que:


1. 74% das pessoas acima de 50 apresentam alterações estruturais que poderiam
12 influenciar permanentemente a ADM;
2. 69% têm alterações estruturais que podem influenciar a tolerância à força;
143. 88% das pessoas sem queixas de dor tiveram pelo menos uma das patologias citadas
que indicam que ausência de dor não significa ausência de possíveis fatores que
16 requerem considerações especiais.
18 E isto é somente considerando a articulação do joelho.

20 Prevalência de anormalidades no joelho detectadas por ressonância


magnética em adultos sem indicativo de artrose no joelho: estudo
22 observacional baseado na população (Estudo de Osteoartrose em
Framingham)1
24

1
BMJ. 2012; 345: e5339.
Published online 2012 Aug 29. doi: 10.1136/bmj.e5339
PMCID: PMC3430365
Prevalence of abnormalities in knees detected by MRI in adults without knee osteoarthritis:
population based observational study (Framingham Osteoarthritis Study)
Ali Guermazi, professor of radiology, Jingbo Niu, research assistant professor of medicine, Daichi
Hayashi, research assistant professor of radiology, Frank W Roemer, associate professor of
radiology, Martin Englund, associate professor, epidemiologist, Tuhina Neogi, associate professor of
medicine and epidemiology, Piran Aliabadi, professor of radiology, Christine E McLennan, project
manager, and David T Felson, professor of medicine and epidemiology
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2 Objetivo: Examinar o uso da ressonância magnética em joelhos que não indicaram


evidência radiografica de osteoartrose para determinar a prevalência de lesões
4 estruturais associadas com a osteoartrose e suas relações com idade, sexo e
obesidade.
6 Design: Estudo observacional baseado na população.
Localização: Comunidade em Framingham, MA, Estados Unidos (estudo de
8 osteoartrose em Framingham).
Participantes: 710 indivíduos > 50 que não tinham evidências radiográficas de
10 osteoartrose no joelho (Kellgren-Lawrence grade 0) e que se submeteram à
ressonância magnética do joelho.
12 Medidas de resultado principais: Prevalência de descobertas através da
ressonância magnética que são insinuantes de osteoartrose de joelho (osteófitos,
14 danos na cartilagem, lesões da medula óssea, cistos subcondral, lesões meniscais;
sinovite; atrito; e lesões ligamentosas) em todos os participantes e depois da
16 estratificação por idade, sexo, índice de massa corporal (BMI) e a presença ou a
ausência de dor de joelho. A dor foi avaliada por três perguntas diversas e também
18 pelo questionário de WOMAC.
Resultados
20 Dos 710 participantes
 393 (55%) eram mulheres;
22 660 (93%) eram brancos;
 206 (29%) tiveram dor no joelho no último mês.
24 A idade média era 62,3 anos.
 A prevalência de “qualquer anormalidade” foi 89% (631/710) do total.
26 Osteófitos foram a anormalidade mais comum entre todos os participantes: 74%
(524/710 ).
28 Seguido por dano na cartilagem: 69% (492/710);
 Lesões de medula óssea: 52% (371/710.)
30 Quanto maior a idade, maior a prevalência de todos os tipos das anormalidades
detectáveis por ressonância magnética.
32 A prevalência de pelo menos um tipo de patologia (“qualquer anormalidade”)
foi alto em ambos os joelhos com presença de dor (90-97%, dependendo da
34 definição de dor) e joelhos com ausência de dor (86-88%).

36 Conclusão
A ressonância magnética mostra lesões na articulação tíbio-femoral na maioria dos
38 indivíduos acima de 50 anos de idade, em quem as radiografias de joelho não
apresentam nenhum traço de osteoartrose, independentemente de dor.

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Integridade intra-articular

Integridade Intra-Articular:
“Estabilidade” x “Gerenciamento” Articular
Manutenção das relações das superfícies de contato
Centrificação

“Estabilização”: Controle Motor Global/Bruto x Estabilização Intra-Articular


Isometria x influência involuntária

Estabilidade Passiva
Função e propriedades do tecido conjuntivo
o Colágeno e elastina
Ligamentos:
o Verifica/Evita
o Evita movimento
o Algum movimento
Guia sinérgico
Percentual de contribuição
Tensão passiva
Posição closed-pack e o exercício
Loose-packed
Jogo articular

Introdução ao gerenciamento ativo

Integridade Intra-Articular: Estabilidade x Gerenciamento Articular


2
Integridade intra-articular é um termo que descreve os efeitos coletivos da
4 congruência estrutural junto com os processos dinâmicos e interdependentes da
estabilidade articular e gerenciamento articular necessários para manter as
6 superfícies de contato ideal durante um amplitude de movimento disponível. O
resultado apropriado tem sido denominado de “centrificação”.
8

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Integridade intra-articular

2 O que está sendo estabilizado e gerenciado é a posição relativa das superfícies de


contato, e o seu eixo, normalmente através da prevenção de qualquer translação
4 incorreta ou inadequada (deslizar) ou trans-rotação (rolar) das superfícies de contato
(qualquer um destes pode ser normal para algumas articulações em situações
6 específicas limitadas, porém não é normal em todas as articulações e em todos os
movimentos).
8
“Estabilização”?
10 Antes de continuarmos, devemos explorar os desafios de contexto e comunicação
associados com conseguir clareza sobre o que exatamente estamos falando e
12 analisando neste contexto de estabilização (que são normalmente equívocos,
generalizações e com várias interpretações e utilizações do termo estabilidade).
14
O primeiro desafio é a própria palavra “estabilização”.
16
Estabilização: Se você precisa usar esta palavra...
18
Não confunda a estabilidade interna com a exposta externamente!
20 Quer dizer: não confunda Controle do movimento Bruto/Global com Controle
Articular!
22

24 Na indústria do exercício, a palavra estabilização é normalmente usada para


descrever resultados globais/brutos, também chamados de controle motor
26 global/bruto sobre:

281. A relação do centro de massa sobre a base de suporte;


2. Uma posição estática de uma região do corpo (uma prancha, a coluna em “neutro”,
30 retração, etc.);
3. Uma posição estática de uma articulação (exemplo: um grau de flexão de ombro não
32 deve ser avaliado pela observação da relação angular entre o úmero e o tronco, ou
erroneamente medir o ângulo de flexão do joelho através da medida entre a coxa e a
34 tíbia);
4. Um equipamento de apoio instável.
36

38 A realidade de que a indústria do exercício entende a palavra “estabilização” somente


se referindo ao controle motor bruto/global é exemplificada pela associação entre o
40 uso de aparelhos de “equilíbrio” (pranchas de equilíbrio e qualquer equipamento que
adicione instabilidade) com a melhora da “estabilização”. Este é o fundamento usado
42 por muitas organizações de ensino do exercício como sendo o nível fundamental de
exercícios que geram estabilização, dentro das suas pirâmides de prioridades e
44 progressão. Um outro exemplo é que o suposto treinamento de estabilidade do “core”
deve ser feito através de uma prancha ou através de um exercício de empurrar em pé
46 usando o cabo (o último normalmente não envolve mais atividade do core do que ficar
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Integridade intra-articular

em pé sem resistência). Estas representam certamente versões contextuais de


2 estabilização, mas não têm absolutamente nada a ver com a estabilidade articular ou
com o gerenciamento articular que estamos estudando aqui!
4

6 Se equilibrar em uma prancha de equilíbrio é uma habilidade.


Estabilidade e gerenciamento articular não são!
8 Eles são involuntários.

10 Será que conseguir ter algum grau de controle sobre um equipamento instável
garante (ou sequer afeta positivamente) a integridade intra-articular? Uma afirmação
12 deste tipo seria somente uma suposição, pois não há evidências deste fato!
 A compensação permite que alcancemos o equilíbrio sem que o controle segmental
14 seja perfeito, porém normalmente não apresenta uma boa exibição global do
resultado.
16o Um indivíduo com paraplegia, com ausência de controle ativo na articulação do
tornozelo, pode aprender a se equilibrar numa prancha.
18 Usar este tipo de equipamento poderia afetar negativamente se não for progredido
corretamente?
20o Existe evidência em testes manuais de força muscular pré e pós-utilização das
pranchas de equilíbrio de que a habilidade contrátil pode se tornar inibida quando o
22 desafio excede a tolerância do indivíduo.

24 Examine e considere:
Por definição, estabilidade e mobilidade são opostos.
26o Estável – Firme, improvável de mudar.
o Estabilidade – permanência, firmeza.
28o Estabilizar– evitar mudanças.
o Móvel – movendo ou movimento, caracterizado pela facilidade em mudar.
30o Dinâmico – sempre ativo ou mudando: normalmente se referindo a energia,
movimento ou força física.
32o “Estabilização dinâmica” é uma expressão usada por alguns para descrever quando
algo está parado enquanto outras coisas estão mudando. Porém, o termo
34 “estabilização ativa” é uma incoerência. Este conceito chega mais perto do assunto
deste capítulo e também indica a necessidade de entendimento sobre este contexto.
36
Nota: Entre os autores mais citados sobre exercícios de estabilização bruta/global,
38 está Paul Hodges et al. Ironicamente, quase todos os seus esforços e pesquisas são
sobre o estudo da contração muscular isolada durante estabilização segmentada e
40 não bruta.

42 Estabilidade/Gerenciamento articular versus Manutenção da posição angular


(Isométrica)
44 Novamente, “estabilidade” é algo contextual. Manter um grau de ângulo articular
isometricamente frequentemente considerado como estabilização, assim como

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manter uma posição bruta (uma prancha, uma espinha “neutra”, retração, etc., cada
2 uma delas é apenas uma série de posições/ângulos de segmentos analisados
grosseiramente.
4
Isso não é a mesma coisa que o problema a que se refere esta seção. É possível manter
6 um ângulo articular isometricamente enquanto há perda de integridade intra-
articular. Isto é, externamente o membro/articulação parece estático, mas
8 internamente (dentro da articulação) pode acontecer a translação entre as superfícies
de contato devido a um relaxamento articular (perda de integridade nos
10 estabilizadores passivos). Este entendimento é crucial para o profissional que usa
palavras como “estabilizador” para descrever uma influência muscular específica
12 sobre uma articulação. Um músculo pode manter uma posição estática articular
grosseiramente, mas será descrito como se estivesse desempenhando um papel
14 diferente na manutenção da integridade articular.

16 Os estabilizadores e gerenciadores articulares:


influências ativas e passivas
18
Os tecidos que contribuem para o controle articular podem ser divididos em
20 contráteis e não-contráteis. Para mostrar a maneira com cada um desses tecidos
influenciam o controle articular, substituiremos pelas palavras ativo e passivo,
22 respectivamente. Ambos são vitais, mas seu grau de influência vai variar de acordo
com a articulação e sua estrutura, posição, as forças impostas e a integridade do
24 complexo neuromuscular ativo (não confunda isso com o ROM ativo ou passivo).

26
 Passivo = tecidos não-contráteis = não-ajustáveis = orientação “grosseira”/genérica
28 durante a amplitude, criando uma proteção sólida no final da amplitude, assim como
imfluenciam os graus de liberdade disponíveis = exclusivamente responsável pela
30 estabilidade ou instabilidade no mundo ortopédico.
 Ativo = tecidos contráteis = estrategicamente ajustáveis = “microgerenciamento”
32 das relações da superfície de contato; se ajusta conforme as posições
articulares mudam e as forças externas mudam em direção e magnitude.
34 Características-fundamentais para um estabilizador e gerenciador articular:
1. Tecidos moles atuando como controladores deve “cruzar” a articulação. Em outras
36 palavras, o tecido deve se anexar aos ossos das duas superfícies de contato.
2. A única força que qualquer tecido mole pode desenvolver é a tensão.
38a. Distinguir tensão passiva de tensão ativa!
3. A direção da influência será baseada na relação entre os locais específicos de fixação.
40
Estabilização passiva das relações da superfície de contato
42
Quando um profissional médico avalia a “estabilidade articular”, ele tradicionalmente
44 examina apenas a integridade das estruturas passivas (por exemplo, testes de
Lachman ou gaveta anterior para integridade do LCA, gaveta posterior para LCP, etc.).

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Apesar de ser importante, é apenas uma parte da história da articulação (mas é a


2 única parte que um ortopedista pode afetar com suas ferramentas e habilidades).

4 Deveria haver bastante movimento passivo normal disponível, tanto no “jogo


articular” como no movimento fisiológico articular. O grau de estabilidade passiva é
6 determinado por testes passivos em posições específicas, durante os quais os
músculos devem estar relaxados. Quando a mobilidade articular passiva é excessiva,
8 é comumente denominada de frouxidão, relaxamento articular ou relaxamento de
ligamento. Dependo da articulação, da posição de teste e da direção da força, deveria
10 haver pouca ou nenhuma frouxidão ou relaxamento de ligamento.

12
Tecido conjuntivo
14 As estruturas compostas por tecido conjuntivo incluem ligamentos, tendões, bursas,
cartilagem, discos, meniscos, fáscias, etc., assim como os ossos. Estes tecidos não-
16 contráteis serão chamados em nossos estudos de tecidos passivos. Tecidos passivos
podem ser divididos em dois grupos: osso e tecidos moles não-contráteis.
18
Osso
20 Como mencionado, o formato das extremidades dos ossos cria as superfícies de
contato. O formato das superfícies de contato é a essência da estrutura articular e
22 determina:
 A estabilização passiva oferecida por uma estrutura óssea e os tecidos associados
24 (ligamento ou músculo);
 Área de superfície para distribuição de força;
26 Graus de liberdade;
 Tolerância das articulações à forças como cisalhamento.
28
Existem partes do osso fora da superfície de contato que são barreiras normais para
30 o movimento articular em alguns planos e posições específicas – se chamam
protuberâncias ósseas.
32 Tecido mole não-contrátil

34 Composição
Das substâncias que formam o tecido conjuntivo, a proteína e a água são as mais
36 importantes.

38 Colágeno
O colágeno é a proteína mais abundante encontrada no corpo humano. Ele tem uma
40 força tensiva que se parece com a encontrada no aço (Articulações Estrututa e
Função; NORKIN; LEVANGIE, 1983, p. 75) e é responsável pela integridade funcional
42 do tecido conjuntivo.

44 Existe um grande número de tipos de colágeno e cada um possui propriedades um


pouco diferentes do outro.

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2 Elastina
Elastina possui propriedades elásticas que permite-a deformar sob aplicações de
4 forças e depois retornam ao seu estado original ao ser removida a força. A quantidade
de elastina varia entre diferentes tecidos conjuntivos baseados na função que eles
6 possuem. De acordo com Norkin e Levangie, o tendão de Aquiles possui 4% de
elastina e o ligamento Nuchae possui 75% elastina.
8
Discussão: A elasticidade se apresenta em diferentes níveis. O que é uma “estria”?
10 Qual é a quantidade atual de deformação da elastina? O quanto é capaz de deformar
e ainda fazer um bom trabalho em manter as relações (específicas entre a
12 articulação)?

Cápsula articular
14 A cápsula articular é composta de duas camadas. A camada externa, feita de tecido
com fibras densas, circunda completamente as extremidades dos ossos. Ela é fixa ao
16 periósteo e reforçada por ligamentos e estruturas musculotendíneas que atravessam
a articulação. A camada externa possui um baixo nível de vascularização, mas é muito
18 inervada por receptores articulares. Estes receptores podem detectar a proporção e
a direção do movimento, compressão e tensão e vibração e dor.
20
A camada interna é altamente vascularizada, porém não muito inervada. Ela contém
22 células que sintetizam um componente do líquido sinovial. Esta camada também
produz colágeno e serve como ponto de entrada para nutrientes e como uma saída
24 para a sobra de materiais.

26 Perspectiva: Patologias vs. Soluções internas para a instabilidade


Tensão = solução a curto prazo para a instabilidade; adesão = solução a médio prazo
28 para a instabilidade; osso (osteófito) = tentativa de solução a longo prazo para a
instabilidade.
30

32 Ligamentos
Conectam osso com osso. O mais importante é que eles mantêm uma relação com as
34 superfícies de contato.

36 Um ligamento oferece restrição passiva a pelo menos um plano articular específico.


Alguns ligamentos são projetados para impedir completamente o movimento
38 específico de um plano, como o LCM e o LCL no plano frontal do joelho.

40 Outros ligamentos foram projetados para oferecer uma quantidade de movimento


finita, como o ligamento cruzado anterior, o qual, devido a sua estrutura, ajuda a
42 manter as relações das superfícies de contato durante o movimento de extensão,
porém exige uma parada abrupta quando completamente estendido.
44
Os ligamentos possuem mais de uma função, eles atuam como “monitores” e
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como “guias”.
2 Cada ligamento parece oferecer uma limitação ao movimento dentro de um plano
específico (isto é, descrito normalmente como “monitoramento” do movimento
4 dentro daquele plano). Porém, cada ligamento parece trabalhar de maneira sinérgica
com outro da mesma articulação para oferecer um certo nível de guia passivo
6 sinérgico dentro de outro plano de movimento. Devido à posição de suas inserções,
o LCM (ligamento colateral medial), o LCL (ligamento colateral lateral), o LCA
8 (ligamento cruzado anterior) e o LCP (ligamento cruzado posterior) interagem entre
si. O LCA e o LCP possuem um contato direto que atua como guia das superfícies de
10 contato durante a extensão do joelho com a rotação associada.

12 Diferentes percentuais de contribuição


Os ligamentos são indicados por muitos especialistas como sendo a segunda linha de
14 defesa da articulação, secundários aos músculos no que diz respeito à função
articular e à manutenção da relação entre as superfícies de contato durante a
16 amplitude de movimento. Os ligamentos são a última linha de defesa da articulação
contra a amplitude de movimento excessiva, e os músculos, com sua capacidade
18 contrátil, são a primeira linha.

20 Como apontado nos parágrafos acima, quando exploramos as influências dos


ligamentos, entendemos que existe um “guia”, um “direcionamento” sinérgico que
22 acontece junto com o tecido contrátil durante o movimento articular. Elas são
influências interdependentes. Quando estudamos a anatomia com uma perspectiva
24 baseada na força, fica óbvio entender o porquê de músculos e ligamentos terem
pontos de inserções diferentes, e por este motivo não oferecerem a mesma direção
26 exata de tensão para controlar uma articulação. Na verdade, em articulações com
menos de três graus de liberdade, os ligamentos predominam em planos onde o
28 movimento não está disponível (por exemplo: plano frontal do joelho e cotovelo,
assim como as interfalangeanas distais e proximais).
30
Todo movimento articular é o resultado da sinergia entre tecidos passivos e ativos,
32 cada um com uma certa porcentagem de contribuição e cada um variando de
articulação para articulação e com cada nova posição/porção dentro da amplitude e
34 com diferentes direções da resistência. Quando indicamos primário ou secundário,
parece refletir um certo nível de importância, mas, na verdade, cada um tem um papel
36 vital.

38
A analogia do guard rail
40 Existe um pensamento de que a maioria das lesões ligamentosas acontece porque os
músculos não fizeram seu trabalho direito como controladores da articulação e
42 permitiram uma amplitude articular excessiva e imprópria. Podemos usar aqui uma
analogia com o guard rail, quando dirigindo um carro numa curva. Na hipótese de não
44 ser possível ter controle suficiente para manter o carro na pista, ele encosta no guard
rail para se manter na estrada. Assim são os ligamentos quando os músculos
46 permitiram excesso de amplitude articular.
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2 Discussão: Adaptabilidade e fortalecimento de ligamentos.

4 Também deve ser observado que ligamentos contêm dispositivos sensoriais que são
vitais para detectar informações sobre o estado da articulação. Essas informações
6 serão utilizadas para orquestrar a participação dos tecidos contráteis no controle
articular.
8
Lembre-se: tecido passivo = tensão passiva
10 Já que esses tecidos não são contráteis, a tensão dentro deles precisa ser gerada por
uma força externa; esse tecido não consegue gerar tensão por si mesmo. Em outras
12 palavras, o tecido sozinho não é capaz de participar ativamente da geração de tensão.
Tanto para os ligamentos quanto para a cápsula articular, esta força é imposta pela
14 tentativa de afastar suas inserções ósseas durante a amplitude de movimento normal
ou excessiva.
16
Discussão: Por que todo tecido mole tem somente a função de desenvolver tensão.
18 Não existe cisalhamento do tecido mole ou dentro dele! O LCA não pode ser cisalhado,
mas o movimento articular ou a forças, podem fazer isso.
20

22 As oportunidades normais e limitações apresentadas por estabilizadores


passivos
24
Posições close-packed
26 Toda articulação sinovial possui uma posição close-packed (trancada), em que a
maioria dos ligamentos e cápsula articulares estão tensos ao máximo. Nesta posição,
28 as superfícies articulares são comprimidas pela tensão causada pelo tecido passivo e
a articulação possui sua maior estabilidade (a menor mobilidade na continuação
30 daquela direção do movimento deixa claro que possui movimento considerável
saindo desta posição).
32
Nota: Alguns autores descrevem as superfícies articulares como estando em
34 “congruência máxima”, o que nem sempre é verdade! Esta afirmação é verdade na
coluna e no joelho.
36
Posições close-packed para as articulações (extraídas do livro The
38 Rehabilitation Specialist’s Handbook)
Joelho Extensão máxima e rotação externa máxima
40 Cotovelo (radioumeral) 90 flexão de cotovelo, 5 de supinação
Cotobelo (umeroulnar) Extensão máxima de cotovelo
42 Tornozelo Dorsiflexão máxima
Quadril Extensão máxima e rotação internal máxima
44 Faceta vertebral Extensão máxima
Glenoumeral Abdução máxima GH (~90), rotação externa máxima

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Radioulnar (distal) 5 de supinação


2 Radioulnar (proximal) 5 de supinação
Subtalar Supinação máxima
4

6 Posições close-packed e o exercício


Muitas vezes, chegamos à conclusão de que estas posições close-packed (travadas) são
8 perigosas. É absolutamente crítico que compreendamos que não é a posição que é
perigosa. É a direção e a quantidade de força externa aplicadas na articulação que vão
10 determinar o nível de risco. Entretanto, permitir ou encorajar uma força externa a
empurrar ou puxar a articulação mais profundamente dentro da posição close-packed
12 é que se torna o problema.

14 Considerando estas posições como sendo altamente perigosas, muitos escolhem


evitá-las ou vão ainda além, evitando qualquer posição perto delas, como extensão de
16 joelho até zero no leg press. Ao não encorajarmos nossos clientes a aprenderem a ter
este controle sobre estas amplitudes finais e críticas, por muitas vezes criamos uma
18 inabilidade, nós deveríamos chegar sempre no zero se esta posição estiver disponível.

20 A compreensão-padrão deste conceito é limitada e pouco criteriosa. Há uma


preocupação com a extensão do joelho até o zero no leg press (o qual pode ser
22 prejudicial dependendo da velocidade do movimento para chegar à extensão,
quantidade de sobrecarga e grau de extensão). Entretanto, não nos preocupamos em
24 aplicar a sobrecarga diretamente na frente do joelho para adicionar carga em um
mergulho no “tríceps no banco” (o que é muito mais diretamente aplicada contra o
26 LCA do que o leg press) e ainda ignoramos completamente a posição close-packed em
outras articulações, como a do ombro. De fato, tradicionalmente encorajamos e
28 violamos esta posição close-packed e a chamamos de amplitude de movimento
completa (desenvolvimento atrás de pescoço e alongamento quando o ombro está em
30 rotação externa nos crucifixos e no voador).

32
A posição não é um problema (sozinha)! É a posição adicionada à direção,
34 magnitude e ponto de aplicação da força que determina o grau de risco.

36 A coluna é um caso interessante, porque a yoga e outras intervenções terapêuticas


encorajam entrar em posições de extrema extensão passivamente ou ativamente,
38 enquanto outras ensinam que estas posições são perigosas. Ironicamente, nenhum
destes grupos reconhece que o “alinhamento ideal ensinado nos livros” como uma
40 “boa postura” excede a capacidade da maioria dos indivíduos porque, ao seu final de
extensão individual, quer dizer a sua posição close-packed é alcançada antes de
42 atingir a curva ideal e arbittária.

44 É absolutamente crítico entendermos que não é a posição sozinha que é perigosa.


É a direção e quantidade relativa de força externa aplicada na articulação em uma
46 posição que vai determinar o nível do risco. Sendo assim, permitir ou encorajar uma
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força externa a empurrar ou puxar a articulação ainda mais longe dentro da


2 posição close-packed é o problema.

4
Discussão: A boa postura de alguém de 65 anos é a extensão completa da coluna, o
6 que resultou em redução na rotação versus a bailarina de 30 anos com uma extensão
“excessivamente normal”.
8
Não é a posição sozinha que é o problema ou que determina o grau de risco.
10 É a posição e o que você está tentando fazer lá (intenção),
junto com a direção, magnitude e ponto de aplicação da força.
12

14 Posição loose-packed
A posição loose-packed de uma articulação é qualquer outra posição que não a posição
16 close-packed, mesmo que algumas posições estejam mais frouxas que outras. Na
posição destravada (ou loose-packed) de uma articulação, as superfícies articulares
18 estão relativamente livres para se mover, os ligamentos e cápsulas estão
relativamente frouxos e os componentes ósseos podem ser movidos ativamente ou
20 passivamente dentro da amplitude de movimento anatômica.

22 Posições loose-packed máxima das articulações (extraídas do livro The Rehabilitation


Specialist Handbook):
24
Tornozelo............................ 10° de plantiflexão
26 Cotovelo (radioumeral)....... Posição anatômica (extensão total de cotovelo, 90° de supinação)
Cotovelo (umeroulnar)........ 70° de flexão de cotovelo (10° de supinação)
28 Faceta vertebral.................. Intermediário entre flexão e extensão
Glenoumeral...................... 55° GU abdução, 30° de adução horizontal GU
30 Quadril................................ 30° de flexão, 30° de abdução, leve rotação externa
Joelho................................. 25° de flexão
32 Radioulnar (distal)............... 10° de supinação
Radioulnar (proximal).......... 70° de flexão de cotovelo, 35° de supinação
34 Subtalar............................... Posição média

36

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Gerenciamento ativo das relações da superfície de contato


2
A centrificação é encorajada por meio da orquestração de praticamente toda a
4 musculatura em torno de uma articulação em vários níveis de participação. A
contração concêntrica e excêntrica estrategicamente bem orquestrada, exigida por
6 músculos nos dois lados do eixo, produz movimento enquanto mantém um eixo de
rotação relativamente fixo. Em essência, o movimento axial e qualquer movimento de
8 translação apropriado será encorajado enquanto qualquer movimento de translação
ou trans-rotacional será evitado. Examine o manguito rotador na abdução e sua
10 influência na manutenção ativa do eixo de rotação.

12 Quando a musculatura agonista e antagonista se contraem simultaneamente, isto é


chamado de cocontração. A cocontração é essencial para o controle e a centrificação
14 articular. De alguma maneira, eles estão mantendo as articulações unidas e
garantindo a relação entre as superfícies de contato enquanto muitos músculos
16 “movedores” estão tentando separar a articulação.

18 Tenha em mente que a cocontração não está de nenhuma maneira insinuando que os
músculos estão criando o mesmo torque, pois, se isso acontecesse, resultaria na
20 ausência de movimento articular. Um grupo muscular pode estar desenvolvendo
tensão suficiente para agir concentricamente enquanto o outro pode estar
22 desenvolvendo tensão suficiente somente para o controle articular por meio da
influência excêntrica.
24
Microgerenciamento involuntário!
26 O microgerenciamento ativo das relações entre as superfícies de contato feita pela
musculatura esquelética é uma ação involuntária (o que significa que não podemos
28 conscientemente colocá-la em ação). Este microgerenciamento acontece por meio das
respostas orquestradas, reflexivas e protetoras geradas a partir do estado interno
30 (inflamação, lesão) e da resistência e intenção que foram impostas.

32

Bibliografia

NORKIN, Cynthia C.; LEVANGIE, Pamela K. Joint Structure and Function, A


34 Comprehensive Analysis. 2ª ed. Philadelphia: F. A. Davis Company, 1983.

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Apêndice: Força e Anatomia

Apêndice:
Força e Anatomia

Anatomia é uma resposta do corpo à força


 Forçaé o fator determinante primário no desenvolvimento do tecido.
 “administrar a força” direta ou indiretamente é o propósito de praticamente todos os
tecidos.
 Direção das Fibras – indica a direção da força
 “Densidade” do tecido ou espessura – indica a quantidade relativa de força

Stress = força criada sobre/dentro a estrutura


 Quantidade
 Àrea da Superfície
 Direção Relativa

Tensão
Compressão
Cisalhamento

Forma do objeto
 Força Linear + formato = stresses curvos (em formato curvilíneo)
o Não é necessário treinar em movimento espiral para influienciar estes tecidos
o Distinguir entre movimento e força!

Osso
Tecido Mole
 Somente Tensão

Além do DNA e da nutrição, a força é a influência primária em nossa estrutura!

(Sendo assim, a força é a maior influência em nossa “função”!)

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Apêndice: Força e Anatomia

Força e Anatomia: Influência Interna


2
“Anatomia é uma função da gravidade.”
4 Physics and the Physical Perspective por Hooper e Gwynne

6 Existem muitas perspectivas pelas quais Podemos enxergar o corpo. O valor de cada
perspectiva depende do context em que está incerida e uma pode ser mais útil do que
8 outra dependendo da situação específica. Quando estiver analisando a função
circulatória a dinâmica dos fluídos é uma perspectiva extremamente importante.
10 Porém em outras situações a mecânica dos fluídos não tem a mesma relevância.

12 É importante lembrar que por mais que uma certa perspectiva seja mais importante
ou mais útil dependendo do contexto, uma única perspectiva não responde todas as
14 perguntas sobre todos os contextos.

16 Quando o assunto é exercício, sempre existiram tendencias mundiais em definirem


qual a visão do corpo é a mais predominante naquela época. Durante os anos 80’s era
18 a perspectiva do coração. Tudo girava em torno do sistema cardíaco! (normalmente
ao custo das articulações)!
20
Durante os anos 90’s se tornou popular a perspectiva do padrão motor, a
22 neurofisiologia e o “aprendizado motor”, pelo menos da maneira com que era definido
pelos gurus do treinamento funcional que determinaram como todos deveriam se
24 exercitar. Infelizmente nenhum destes líderes tinham uma formação em aprendizado
motor ou em neurofiologia e a maneira com que fomos ensinados foi incompleta.
26
Ultimamente a perspectiva é com foco na fáscia e na tensão facial. Hoje tem se dito
28 que os “músculos não importam” (o que se fosse verdade desfaria todo o trabalho
estabelecido anteriormente pela perspectiva do aprendizado motor correto?). Como
30 uma visão única, esta perspectiva não oferece uma história completa. Sendo assim, a
moda de escolher exercícios especificamente para treinar a fácia deve ser
32 questionada.

34 Se existe uma perspectiva mais útil para analisarmos o corpo dentro do estudo do
exercício, está é a FORÇA e a ESTRUTURA.
36
Todo tecido do corpo é influenciado pela força através de duas maneiras que são
38 inter-relacionadas:
1. A força é o fator primário determinante no desenvolvimento do tecido.
402. Lidar (administrar) a força é o propósito direto ou indireto de praticamente todo
tecido (com a exceção do tecido nervoso e orgãos glandulares)
42
Quando analisamos tecidos anatomicos existem duas características para prestarmos
44 atenção:

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Apêndice: Força e Anatomia

21. Direção da Fibra – indica a direção da força produzida, transmitida ou sustentada


pelo tecido.
42. “Densidade” da fibra ou do tecido – indica a quantidade de força relativa produzida,
transmitida e sustentada pelo tecido (comparada a tecidos similares)
6
Força + Estrutura = Stress
8
Quase sempre o que inicia como uma força externa se torna uma força interna quando
10 é transmitida pelo corpo através do sistema esquelético e outros tecidos.

12 Forças SOBRE e DENTRO da Estrutura


Stress é a força gerada dentro de uma estrutura quando uma força é aplicada
14 externamente ao objeto.. A quantidade de stress emu ma estrutura é relacionada com:
1. A quantidade de força exercida.
162. O tamanho da area de superfície em que for distribuida
3. A direção relativa em que foi exercida.
18
A maneira que a força for aplicada à estrutura determinará o “nome”, tipo de stress.
20
Tensão é um stress em puxada dentro ou sobre uma estrutura. Pode ser descrita
22 como sendo direcionada para for a o centro do mateiral ou objeto.
 Tecido mole pode somente sustentar a tensão através do comprimento das fibras.
24 Tecido Passivo precisa ter a força aplicada a eles.
 Tecido Ativo pode gerar força
26
Compressão é o stress criado em um material através de pressionar as duas partes
28 uma contra a outra ou compactar através de pressão. Pode ser descrita como sendo
aplicada diretamente ao centro do objeto.
30
Cisalhamento é o stress criado por duas forças paralelas em direções opostas
32 aplicadas em dois pontos diferentes da estrutura.

34 Importante: É um erro comum assumir que compressão através de um osso causará


compressão em uma articulação. Não devemos confundir as forças de dentro de uma
36 estrutura com forças entre estruturas. Não confunda uma relação articular com
Forças articulares!
38
Força e Forma: Stress é 3D (“Triplanar”)
40 Mesmo que a força seja linear, o stress é influenciado pela forma da própria estrutura.
Forças aplicadas no centro de um arco são distribuidas em torno da curva do arco e
42 então distribuida para o solo através da parede ou pilar.

44 Assim também uma força individual aplicada na cabeça do femur gera stress em toda
a curva do osso e é transmitido em 3D através da forma específica daquele osso.

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Apêndice: Força e Anatomia

Considere este fato quando estiver analisando as direções das fibras de tecidos que
2 parecem se estender em espirais através do corpo. Além disso, considere que
movimento em espiral não é necessário para “treinar” as fibras nas direções espirais.
4 É necessário parar de confundir movimento com força!

6 Ossos
“A Moldura Arquitetônica do Corpo:
8 Uma Resposta Fisiológica à Força.”
Joint Structure and Function, 2ed.
10
Ossos se formam em resposta a muitos fatores, incluindo tendências hereditárias,
nutrição, doenças, influências biológicas e hormonais, e estresse comun (força).
Crescimento ósseo em culturas de tecidos, fora de um organismo vivo, se adaptam a
forças artificiais presentes.

12

14

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Apêndice: Força e Anatomia

Em sua camada mais interna, tecidos calcificados


formam a matriz óssea de filamentos finos chamados
de trabéculas. As trabéculas são depositadas em
resposta ao estresse imposto ao osso. Elas estão
sujeitas a auto modelagem que não somente mantém
a diáfise do osso e outras porções, mas também
mantém o formato da articulação que é capaz de
otimizar a distribuição das forças.
O histórico de sobrecarga de uma trabécula
influencia a distribuição da densidade óssea e da
orientação da matriz. O estudo da reação dos osso à
imposição de força indica que a anatomia é
realmente um resultado da Força

2 Influências a Longo e Curto Prazo


Na verdade, a força da gravidade influencia a
4 arquitetura musculoesquelética tanto a longo prazo
como a curto prazo. Os efeitos históricos nas
6 espécies são evidentes em nossas similaridades
anatômicas. Esta estrutura relativamente bem sucedida que nós reconhecemos como
8 humana tem características que são encontradas não somente em outro mamíferos
mas também em outras estruturas da engenharia e arquitetura que devem sustentar
10 as forças mais consistentes neste planeta.

12 Existem também os efeitos a curto prazo, causados pela gravidade. Mesmo que o DNA
quase garanta que o formato de seus ossos foram designados por seus ancestrais, as
14 forças que experimentamos dia a dia, mês a mês, e certamente ano a ano, irão
influenciar a integridade/densidade individual da estrutura.
16
Discussão:
18 Ossos derivam da aplicação dae forças durante o processo de desenvolvimento em
diferentes estágios da vida.
20 O menino que ficou muitos anos sem ficar em pé por causa de uma doença, e uma vez
a doença curada os médicos imediatamente o levantaram da cadeira de rodas
22 fraturando ambas as pernas devido ao seu peso corporal. (Progressão????)

24 Adaptação Óssea
Segundo o Atlas de Anatomia de Thieme (pg.14)
26 “.......Aproximadamente 10% do esqueleto humano é remodelado a todo ano, isto
significa que o esqueleto é totalmente remodelado a cada 10 anos. Este processo é
28 uma adaptação funcional dos ossos aos padrões de stress que são expostos (e que
variam com o tempo).
30

32

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Apêndice: Força e Anatomia

Discussão:
21. Considerando o fato acima, o que as vezes começa como um mau habito postural pode
terminar como uma alteração na estrutura anatômica.
4 A precisão e implicações dos números acima:
a. Como foi que eles mediram os 10%?
6b. Se o padrão de stress dominante foi similar todos os anos, porque os mesmos 10%
não foram modelados?
8
A resposta fisiológica do osso à um aumento de sobrecarga é a hipertrofia. O reparo e
10 crescimento do osso após uma fratura foram descritos como sendo devido ao estresse
recebido. Ao contrário disso, ficar acamado por três semanas pode reduzir a
12 densidade óssea em até 33%.

14 A quantidade, freqüência, duração e tipo de sobrecarga que afeta o osso, sobrecarga


repetitiva (alta sobrecarga com baixa repetição ou baixa sobrecarga com alta
16 repetição), pode levar a degeneração óssea e até falha óssea. Pressões irritativas
constantes, como as que ocorrem em deformações posturais, causa atrofia óssea. Mas
18 os estresses intermitentes das atividades normais geralmente favorecem o
crescimento ósseo.
20
O Stress ósseo apropriado fazem com que os cristais de fosfato de cálcio produzam
22 pequenas correntes elétricas chamadas de efeito piezoeletrico. Esta pequena
quantidade de eletricidade estimula as Células de crescimento ósseo, os osteoblastos,
24 a trabalharem tornando os ossos mais densos, principalmente nas áreas que recebem
o stress.
26
Correntes de eletricidade são utilizadas como terapia nos ossos que não cicatrizam
28 corretamente. O aparelho é colocado em cima do gesso e pequenas correntes elétricas
passam em torno da fratura. Esta pequenas correntes elétricas são chamadas de
30 campo eletromagnético pulsado e este estimula as Células de crescimento ósseo.

32
Discussão:
34 NASA: Força compressiva sozinha não trouxe um resultado adequado. Coluna,
trocanter maior, calcâneo.
36 Exercícios “que utilizam o peso corporal” vs. A força compressiva no osso? O efeito
líquido da força no osso em um exercício de puxar?
38

40 Linhas de Stress e os Tecidos Moles


Novamente, a direção de cada e todas as fibras é um indicador da força que é
42 sustendada por aquele tecido regularmente. Sua densidade e/ou espessura é uma
indicação da quantidade de relativa força sustentada. Mantenha em mente que o
44 tecido mole pode somente desenvolver e transmitir tensão.

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Apêndice: Força e Anatomia

Explorar as estruturas relativas aos seguintes:


2 Músculo
 Tendão
4 Fascia
 Ligamento
6
Arranjo das fibras Musculares
8 Músculos Penados possuem o arranjo de suas fibras obliquamente ao longo do eixo
do músculo. Penado é derivado da palavra pena. As fibras que constituem o fascículo
10 de um músculo penado são normalmente mais curtas e mais numerosas do que na
maioria dos músculos fusiformes. Músculos Unipenados possuem suas fibras
12 somente em um lado do tendão. Músculos Bipenados, como o reto femoral, possuem
suas fibras nos dois lados de um tendão central. Nos Músculos Multipenados, como
14 o deltoide, as fibras oblíquas convergem em vários tendões. A série de fibras oblíquas
nos músculos penados atrapalha a relação direta entre o comprimento da fibra
16 muscular e a distância que o músculo pode mover um segmento ósseo. Somente uma
parte da força é direcionada a produzir movimento no segmento ósseo, entretanto,
18 porque os músculos penados possuem um grande número de fibras musculares, eles
são capazes de transmitir uma grande quantidade de força para os tendões.
20
Fibras de tendão são muito densas, parelelas e alinadas com o músculo.
22
Fascia
24 Este tecido conjuntivo fibroso serve de cobertura para todos os músculos e órgãos. É
normalmente descrito como uma capa contínua que envolve tudo, individualmente e
26 coletivamente. A fáscia também pode atuar como uma grande área para inserções
musculares (ex: grande dorsal, glúteo máximo, tensor da fáscia lata). Identificou-se
28 que a fáscia possui um limite de força tênsil de 2000 – libras (909 kg) por 1 polegada
quadrada (6,452 cm²). A fáscia afeta a integridade dos músculos individuais e da
30 estabilização dos sistemas/cadeias. Um buraco minúsculo na fáscia de um músculo
reduzirá dramaticamente sua saída de força.
32
A direção das fibras da fáscia não é sempre consistente com a direção das fibras
34 musculares. Mesmo que um considerável alongamento da fáscia ocorra com o
alongamento do músculo (excêntrica), o alongamento compressivo da fáscia não será
36 significativo através do movimento articular, como é nos tecidos contráteis. Devido
ao seu padrão ser longo, alongamento da fáscia normalmente requer o
38 posicionamento bem elaborado das articulações específicas através das quais o tecido
alvo se estende. Para ótima eficácia, isto normalmente requer trabalho manual do
40 tecido seguido de elaborada manipulação através de mobilização tecidual e
movimentos multi articulares.
42

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Apêndice: Força e Anatomia

Discussão:
2 “Treinamento da fáscia” e movimentos espirais vs. Padrões de stress espirais através
da transmissão enquanto considera as tolerâncias de cada articulação individual!
4
A fascia pode atuar como um grande local para inserção muscular. Neste caso ela
6 parece com um tendão “chato/plano” ou uma aponeurose com fibras posicionadas
em série (e paralelas) com as fibras dos músculos. Exemplo: a facia tóraco-lombar é o
8 tendão para o grande dorsal.

10 A banda iliotibial é um exemplo de como a fáscia pode atuar como tendão ou inserção
de musulaturas específicas. Não é a banda que as ilustrações normalmente
12 representam. Em torno de toda a coxa existe uma camada de fascia com direfentes
variedades de fibras em diferentes direções. Através do aspecto lateral existe uma
14 camada espessa posicioada longitudinalmente que interrompe a direção das outras
fibras. Estas fibras espessas posicionadas perfeitamente paralelas umas as outras são
16 obviamente uma resposta e responsável pela transmissão da força do glúteo máximo
e do tensor da fáscia lata (descrito por Kapanji como o deltóide do quadril).
18
Fascia é parte integral do Sistema músculo esquelético, e este conceito será discutido
20 na seção sobre A Regulação da Tensão Muscular em torno da articulação..
As fibras dos ligamentos podem ser paralelas, diagonais ou perpendiculares
22 dependendo da relação com os ossos em que estão inseridos.

24

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Apêndice: Força e Anatomia

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Apêndice: Descrevendo Aspecto, Posição e Movimento

Apêndice:
Descrevendo Aspecto, Posição e
Movimento
O Sistema Planar Falho

 Movimentos não são indicativos da musculature envolvida


 Porque a abdução não é movimento se afastando da linha média
 O plano do membro
 Superfícies de Contato vs. membros
 Angulos Articulares não são medidos entre os ossos.

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Apêndice: Descrevendo Aspecto, Posição e Movimento

Descrevendo posições e movimentos articulares


2 Orientação do corpo

4 Posições anatômicas
As posições anatômicas não foram definidas porque foram identificadas como as
6 posições articulares estruturalmente ideais. Estas posições foram definidas há muito
tempo para serem simplesmente um ponto de referência para a descrição e orientação
8 anatômica. Estas posições são basicamante uma posição em decúbito dorsal ou em pé
com a palma da mão posicionada anteriormente usada para que tenhamos um ponto de
10 referência, ela foi criada para oferecer um zero ou um começo, porém existe uma
inconsistência na posição anatômica. Todas as articulações se encontram em neutro, ou
12 zero, com exceção da articulação radioulnar que na posição anatômica se encontra em
supinação. Esta inconcistência parece ter sido necessária para manter a relação de
14 orientação da mão e dos dedos e manterem a consistência dos movimentos destes com
os planos equivalentes no tronco. A coluna também pode ser entendida como uma
16 exceção, pois o neutro para um indivíduo não pode ser ditado por uma ilustração.

18 Termos ou referências anatômicas são relativas ao corpo que está sendo analisado e não
são relativas ao corpo e sua relação no espaço ou com o mundo a sua volta.
20
Aspectos e Relações
22 Anterior ou ventral refere-se a frente do corpo ou, para a relação entre duas partes, um
objeto mais posicionado para a frente do que o outro.
24 Exemplo: “uma visão anterior”, “um RX antero posterior, “O úmero é anterior ao tríceps”.

26 Posterior ou dorsal refere-se a trás do corpo, ou na relação entre duas partes, um objeto
mais posicionado para trás do corpo que o outro.
28 Exemplo: “uma visão posterior”, “o coração é posterior ao esterno”.

30 Superior é uma posição relativamente mais alta.


Exemplo: “mesmo quando deitado, a Quarta costela é superior a Quinta costela”.
32
Inferior refere-se a uma posição relativamente mais baixa.
34 Exemplo: “a pelve é inferior ao estômago”.

36 Medial indica mais perto da linha média (mas linha média pode ser do corpo ou da mão
ou do pé individualmente).
38 Exemplo: “O aspecto medial do braço se encontra no lado do aspecto lateral do tronco”,
“as fibras mais baixas do peitoral maior dispõe-se medialmente e inferior do úmero ao
40 esterno”, “a cabeça curta do bíceps é medial a cabeça longa.

42 Lateral indica distante da linha média


Exemplo: “O TFL esta no aspecto mais lateral da coxa”.
44
Proximal significa mais perto do tronco, normalmente se referindo a relação de dois
46 pontos no mesmo membro. (Pense em proximidade).
Exemplo: “o joelho é mais proximal que o tornozelo”.
48
Distal Significa mais distante do tronco. (Pense à distância)
50 Exemplo: O joelho é mais distal que o quadril”.

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Apêndice: Descrevendo Aspecto, Posição e Movimento

2 Unilateral refere-se a apenas um lado.


Exemplo: “É mais difícil estabilizar o tronco quando realizamos o cross over unilateral, só
4 de um lado”.

6 Bilateral refere-se aos dois lados.


Exemplo: “Uma rosca bíceps na barra envolve os flexores de cotovelo bilateralmente.”
8
Nota: Movimento Bilateral é normalmente considerado quando ambos os lados se movem
10 na mesma direção, porem se ambos os lados estão se movendo em direções opostas
também é chamado de bilateral. Porém este movimento poderia ser chamado de
12 älternado simultaneamente”ou “movimento recíproco”. Isto não é oposição! Oposição
implica que o movimento articular se move in direções opostas mas também que a
14 participação muscular é oposta durante estes movimentos alternados simultaneous.
Entretanto, participação muscular não é determinada pela direção do movimento
16 realizado!! Por favor perceba este fato pois estaremos repetindo-o inumeras vezes
durante o curso.
18
Contralateral refere-se a lados opostos (braço direito e perna esquerda)
20
Ipsilateral refere-se ao mesmo lado (braço direito e perna direita)
22
Superficial indica mais próxima da superfície
24 Exemplo: “O bíceps é mais superficial que o brachial”.

26 Profundo è mais distante da superfície.


Exemplo: “Os multífidos são mais profundos que os eretores da espinha”
28
Cefálico em direção a cabeça
30 Exemplo: “Durante a regurgitação o conteúdo do estômago move-se cefalicamente”.

32 Caudal em direção ao cóccix, (cauda).


Exemplo: “Quando ele agacha a barra lentamente move-se na direção caudal, parando
34 próxima ao angulo inferior da escápula”.

36
O Corpo no Espaço
38
Pronação é deitar com a face para baixo, decúbito ventral.
40 Supinnação refere-se a deitar de costas, decúbito dorsal.
Decúbito lateral refere-se a deitar de lado.
42
Nota Importante:
44 Os nomes dos aspectos e faces do corpo mudam quando o corpo se move? Se você se
virar 180 graus agora a frente do seu corpo se chama aspecto “posterior”? Se você rodar
46 seu braço 90 graus e a porção anterior está para o lado enquanto a porção medial esta
de frente (anteriormente), estes aspectos mudam de nome? Ex. O aspecto anterior agora
48 se chama lateral e o medial agora se chama anterior? E a resposta para todos estes
exemplos é NÃO, obviamente. Porém lembre-se disso quando estiver analisando planos.

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Apêndice: Descrevendo Aspecto, Posição e Movimento

O sistema planar tradicional


2
O sistema planar pelo qual nos comunicamos sobre movimentos e posições do corpo
4 humano foi construído em torno do corpo na posição anatômica como base. Ele derivou
do sistema de coordenadas X, Y, Z para espaços tridimensionais. Porém, o sistema
6 planar substituiu três eixos por três planos e chamou de planos cardinais, e este fato fez
com que nosso sistema tradicional de comunicação se tornasse falho, deixando espaço
8 para má-interpretação.

10

12 Planos anatômicos
O corpo pode ser dividido em incontáveis números de planos ou secções em quais o
14 corpo pode ser dividido. Somente três deles receberão um nome. Com este sistema,
basicamente indicamos Norte, Sul, Leste e
16 Oeste.

18 O plano sagital (também conhecido como


mediano) divide o corpo em duas metades,
20 direita e esquerda; e medial e lateral. Por
exemplo, o plano sagital atravessa a linha
22 média do corpo, mas também em cada
articulação existe um plano sagital, como o
24 plano sagital do ombro.

26 Plano frontal (também conhecido como


coronal) divide o corpo em frente e atrás;
28 anterior e posterior.

30 Plano transverso (também conhecido como


horizontal) divide o corpo em superior e inferior.
32

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Apêndice: Descrevendo Aspecto, Posição e Movimento

As Relações entre o Plano Anatomico e os “Eixos Globais/brutos” do corpo.


2
Movimento no plano sagital ocorre em torno de um eixo frontal (um eixo que atravessa
4 medial-lateralmente).

6 Movimento no plano frontal ocorre em torno de um eixo sagital (um eixo que atravessa
antero-posterioriormente).
8
Movimento no plano transverso ocorre em torno de um eixo “longitudinal” (também
10 chamado “eixo longo”, este é muito mais fácil de se enxergar, e talvez ajude se
enxergarmos um eixo que atravessa proximal-distalmente ou superior-inferiormente).
12

14 Relevância para o Exercício


È necessário que seja entendido que os planos cardinais são relativos ao corpo, e não
16 relativo ao ambiente a nossa volta. Indo além e analiasando um fator ainda mais
importante para sua aplicação durante os exercícios é que tradicionalmente os planos
18 cardinais são aplicados em relação ao tronco como sendo o ponto de referência.
Tradicionalmente a descrição de movimentos e posições utilizam o tronco como
20 referencia e este fato é uma falha quando utilizamos os planos cardinais para
descrever movimentos e forças durante os exercícios. Porém sempre que
22 examinamos um movimento separado do tronco (como quando utilizamos uma
extremidade do esqueleto separado do esqueleto complete) todos aplicamos os
24 planos cardinais corretamente, é somente quando “olhamos para o corpo todo” que a
confusão acontece.
26
Durante a análise de exercícios os graus de Liberdade de cada articulação(como
28 definido pelo Sistema de coordenadas XYZ) deve ser comparado aos planos da
aplicação da resistência e suas respostas resultants, ou influencias nas musculaturas
30 ao redor assim como na própria articulação.

32 Para avançarmos no entendimento desta perspectiva vital sobre as limitações da


aplicação do Sistema planar como foi tradicionalmente ensinado e utilizado, assim
34 como para a introdução de uma nova maneira de ser utilizado vamos explorar os
fatores seguintes:
36
1. Movimento do Esqueleto: Articulações vs. Membros ou Ossos
38 Na tentativa de facilitar a comunicação e evitar erros, vamos utilizar as posições e
articulações sempre como referência porque todos os movimentos de todos os
40 membros e de todos os ossos acontecem por intermédio das articulações. Todos os
movimentos e posições vão descrever os movimentos e posições de uma
42 articulação, não de um membro. Vamos então usar flexão de cotovelo, extensão
do joelho no lugar de flexão do braço ou extensão da perna.
44

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Apêndice: Descrevendo Aspecto, Posição e Movimento

2 Because all limb or bone motion occurs via joint motion, most terms for motions and
positions will describe the motion or position of a joint, not a limb! There must be
4 some exceptions such as with describing “scapular” motion.

6 Joint motions and positions are interrelated and the next step is to identify the
relatively few motions and positions that have actually been named.

8 2. O Plano do Membro!
Uma área de conflito e controvérsia vem da aplicação inconsistente da descrição dos
10 planos em relação aos membros. Quando o braço é mantido na posição anatômica, a
flexão/extensão do cotovelo acontece no plano sagital como foi descrito. Se o braço
12 for girado 90° (rotação externa de ombro) muitos experts dirão que o cotovelo está
agora flexionando e estendendo no plano frontal. Entretanto, os livros determinam
14 que flexão e extensão são movimentos descritos somente no plano sagital e que
adução a abdução são movimentos descritos somente no plano frontal.
16
Quando o ombro está rodado externamente, nós não mudamos nossa descrição com
18 relação ao aspecto anterior, posterior, medial e lateral do braço. O aspecto medial não
se torna anterior só porque agora está virado para frente, assim como o aspecto
20 anterior do tronco se torna posterior somente porque fizemos uma volta de 180° no
espaço e agora olhamos para outra direção. O aspecto medial do braço deve continuar
22 relativo ao braço.

24 Por esta razão, escolhemos visualizar o movimento do cotovelo de um braço em


rotação externa (rotação de 90° de ombro) como ainda sendo movimento no plano
26 sagital do braço. Independentemente do plano em que o ombro estiver posicionado o
cotovelo não mudou com relação a ele mesmo.
28
Observe, não alteramos o sistema de coordenadas X, Y, Z para “o corpo” se este se
30 encontra na posição em decúbito dorsal (supino), então não devemos alterar para um
membro que foi alterado no espaço. Segure um modelo anatômico de um braço. O
32 plano sagital é o mesmo independentemente da posição que você o posicione no
espaço quando está desconectado do tronco. O eixo frontal continua na mesma
34 posição atravessando a artciulação, referente a ela, independentemente da posição
no espaço.
36
Nós não trocamos os aspectos anteriores ou posteriores dos membros!
38 QUando o ombro está rodado externamente não mudamos a descrição de qual
aspecto é o anterior, posterior, medial ou lateral do braço. O aspecto medial não se
40 torna anterior porque em algum momento esta virado para frenteassim como o
aspecto anterior do tronco não se torna posteriorquando viramos 180º no espaço e
42 agora estamos virados para tráz. Sendo assim, também o plano sagital, que é dito
como dividindo o corpo em lateral e medial, ou direita e esquerda não muda relativo
44 ao braço.

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Apêndice: Descrevendo Aspecto, Posição e Movimento

Por esse motivo, é vital e correto de identificar o movimento da flexão do cotovelo a


2 partir de uma posição de ombro em rotação como sendo ainda movimento no plano
sagittal do braço. Isso independente do plano em que o ombro está posicionado, o
4 cotovelo não muda em relação a ele mesmo. Movimento do cotovelo no plano frontal
(abdução) não é viável estruturalmente. Esta é a única maneira que Podemos
6 analisar e descrever forças e movimentos corretamente durante os exercícios.

8
Outros Exemplos:
10 Segure um modelo anatômico do braço separado do tronco. Sagittal é o mesmo
independente de qual lado você vira, quando não está preso ao tronco.
12 Ninguém diz que esta realizando uma rotação interna no plano sagital se estiver
realizando uma rotação interna de ombro quando estiver ao mesmo tempo a 90 de
14 abdução do ombro. O movimento de rotação é sempre considerado no plano
tranverso sem nenhuma confusão!
16 Não alteramos o Sistema de coordenadas XYZ para “o corpo” se estivermos na posição
de supino, porque mudaríamos para uma extremidade que foi alterada no espaço.
18
“Movimentos Tri-planares” e o plano do membro
20 Desafios desta má-interpretação:
 Definição do espaço 3 dimensional como 3 planos vs. 3 eixos com planos infinitos.
22 Movimento planar verdadeiro exige movimento em torno de mais de eixo e NÃO
somente atravessando amis de um plano cardinal em torno de somente um eixo que
24 cria um plano que não tem classificação!!
 Movimento Tri-planar em uma articulação ou em múltiplas articulações?
26o É muito difícil conseguir fazer o joelho se mver em tres planos, e se isso acontecesse
seria considerado uma lesão.
28o Alterar o plano de flexão do joelho relative ao chão ou ao quadril não altera o seu
único plano de flexão em relação ao joelho!
30o Três articulações diferentes se movendo em três planos diferentes não é tri-planar. É
uni-planar em três diferentes articulações.
32o Não é necessário que haja movimento emu ma articulação para que estejamos
estimulando naquele plano. O estímulo, ou treino, está relacionado com a direção da
34 resistência (com a força e não com o movimento).

36 3. Ação Reversa
Ação reversa é um termo utilizado na cinesiologia tradicional para descrever uma
38 situação em que o segmento que está fixo e o segmento que se move são invertidos.
Por exemplo, a flexão do cotovelo normalmente é descrita como o segmento distal se
40 movendo em direção ao proximal, que está fixo. Na ação reversa, o segmento proximal
se move em direção ao distal, porém o movimento rotatório em torno do eixo do
42 cotovelo não muda.

44 “Se em um mecanismo o elo que originalmente está fixo passa a se mover e outro elo
se torna fixo, diz-se que este mecanismo foi invertido. Esta inversão não altera o

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Apêndice: Descrevendo Aspecto, Posição e Movimento

movimento relativo entre os elos, mas altera seus movimentos absolutos (em relação
2 ao solo).”1

4
Exemplo: Flexão do quadril pode acontecer com o fêmur se movendo dentro da pelve
6 ou na ação reversa da pelve se movendo em direção ao quadril. Nesta análise, estamos
somente abordando a articulação independentemente de musculatura ou exercícios.
8 No dia a dia, AVD´s e durante a locomoção muitas vezes ambos os ossos da mesma
articulação estão se movendo, como na Marcha, durante a corrida ou natação.
10
O conceito da ação reversa poderia seu usado para descrever movimento mais global,
12 ou bruto do corpo. Empurrar um objeto móvel em direção ao corpo ou puxar o corpo
em direção a um objeto fixo exige ação reversa das articulações envolvidas.
14

16 Notes on Reverse Action Cues


An exercise professional can attempt reverse action cues at some point in the
18 progression of exercise instruction. Such cues are utilized to redirect the client’s
intention away from moving weight and toward the attempt at moving the support
20 end of the body. If utilized in the appropriately cheating is reduced because the client
is no longer trying to move the weight at all costs and with every joint. The motion
22 becomes more “pure” and precise and limited to the joints of focus.

24 Three Vital Understandings are required:


1. First and foremost this is primarily to be attempted or utilized when the goal of the
26 exercise is Internal Performance, i.e. the focused attempt at stimulating change in
the function of the components.
282. Reverse action cues are typically NOT recommended for use when the goal is External
Performance. In EP exercises the goal is the orchestration of efficient movement and
30 therein should focus on the target or object.
3. The practitioner must determine when in the progression of instructions this might
32 be appropriate.
4. Many people are virtually incapable of envisioning this as an intention because it is
34 the opposite of what is actually seen occurring.

36
4. Evite associar o nome de músculos a um movimento articular específico!
38 Ao aprender movimentos, evite associar músculos com um movimento articular
específico. A correlação entre um movimento articular e a ação específica de um
40 músculo ou grupo muscular leva a uma má-interpretação comum sobre quais
músculos estão trabalhando em um exercício. Os nomes de movimentos e posições
42 indicam e descrevem movimentos articulares e posições no que se refere ao
esqueleto. A indicação de quais músculos vão participar em qual função depende da
44 direção da resistência específica que está sendo aplicada.

1 MABIE, Hamilton; REINHOLTZ, Charles. Mechanisms and Dynamics of Machinery. 4ª ed. 1986.

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Apêndice: Descrevendo Aspecto, Posição e Movimento

O movimento por si só não tem a capacidade de indicar quais são


os músculos que estão envolvidos.
Em outras palavras:
olhando somente o movimento não é possível analisar quais
músculos são responsáveis por ele.

Movimentos Articulares vs. Posições


2
A nomelclatura utilizada para descrever movimentos planares são específicas ao
4 plano e são relativas à direção do movimento dentro do plano cardinal.

6 Novamente, o movimento está dentro da articulação, e não é indicative por sua


relação com o mundo em volta dela. Infelizmente o Sistema planar ainda identifica o
8 movimento do membro, como por exemplo o braço se afastando da linha media. Nós
Precisamos sempre realizer a tradução disto para uma linguagem da articulação e
10 visualizar o que está acontecendo com a relação entre as superfícies de contato. Além
disso, é seguro dizer que a maioria dos movimentos não acontecem puramente dentro
12 dos planos cardinais e este fato não categoriza estes movimentos como tri-planares
ou mesmo “funcionais”, (como muitas vezes definidos pela comunidade do exercício
14 e da reabilitação).

16 Descrições das posições das articulações são baseadas na posição estática em que a
articulação inicia ou encerra um movimento em relação ao corpo. Elas definem a
18 relação imediata entre as superfícies de contato articular. O nome de uma posição
articular específica não está necessariamente relacionada ao movimento
20 realizado para chegar àquela posição.

22 A descrição de uma posição articular é relativa a dois fatores:


1) o plano em que a posição acontece, mesmo que este plano possa se sobrepor;
24
2) de que lado o neutro anatômico da posição se encontra.
26
Similaridades Diferenças
Movimentos Plano Direção do movimento
Posições Plano (pode ser múltiplo) Relação com o neutro

28 Consideração do que é Neutro nas Extremidades


Neutro anatômico é considerado como sendo a linha divisória entre as descrições de
30 posições (nomes de posições). É o “zero”.

32 Neutro ma Coluna é um assunto separado das extremidades

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Apêndice: Descrevendo Aspecto, Posição e Movimento

Relativo as curvas ântero-posteriores da coluna, neutra é descrito por diferentes


2 autores como:
1) A posição ou curvatura ideal para a distribuição de força, e/ou;
4 2) O ponto intermediário relativo entre os extremos de movimento disponíveis na
coluna.
6
Mesmo que estas duas definições estejam muitas vezes relacionadas, a posição ideal
8 para distribuição de forças deve ser o fator principal quando há movimento em uma
direção, ou outro está limitado. Então, a percepção de um ponto intermediário estará
10 alterada. Diferente das articulações nas extremidades, neutro na coluna não é uma
linha divisória entre flexão e extensão (para maiores detalhes ver a seção sobre
12 coluna vertebral). Na flexão lateral tanto quanto na rotação da coluna, neutro é
novamente a linha divisória para a posição de flexão lateral e rotação
14 respectivamente.

16
Movimentos e Posições no Plano Sagital
18
Flexão é normalmente descrita como sendo o movimento articular que se afasta da
20 posição anatômica; ocorre no plano sagital. Porém, esta descrição não é sustentável
quando considerada a hiperextensão. Muitos livros descrevem flexão como sendo um
22 aumento do ângulo articular no plano sagital, porém, quando observamos a
hiperextensão, esta demonstra um aumento no ângulo articular no plano sagital. Uma
24 flexão partindo de uma posição de hiperextensão vai resultar numa diminuição do
ângulo articular até alcançar o neutro. A flexão também é descrita como a
26 aproximação das superfícies anteriores de um membro, mas isso não é verdade na
flexão do joelho e na flexão de ombro.
28
Uma posição de flexão pode ser descrita como uma posição no plano sagital e de um
30 lado específico do neutro. Entretanto, 90° de flexão de ombro pode ser também 90°
de adução horizontal. Se a articulação para em qualquer ponto durante esse
32 movimento, é uma posição de flexão específica.

34 Extensão é o movimento articular retornando à posição anatômica de uma posição


de flexão. Se a articulação para de se mover em qualquer ponto antes de atingir a
36 posição anatômica, ela continua em uma posição de flexão, mas em menor grau.

38 A posição de extensão no quadril e no ombro é atingida quando a extensão ultrapassa


o neutro.
40
Hiperextensão é normalmente descrita como sendo o movimento que ultrapassa a
42 posição anatômica (além de 0° ou neutro) no plano sagital, que é um movimento
normal e viável para o ombro, quadril e joelhos. Entretanto, em nossa língua o prefixo
44 hiper indica “muito” (hipermóvel, hiperatividade etc.). Por esta razão, sugerimos que
estes movimentos articulares considerados normais sejam chamados de extensão
46 além de neutro/zero.
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Apêndice: Descrevendo Aspecto, Posição e Movimento

2 Muitos profissionais consideram tudo que é relacionado ao hiper como sendo “ruim”.
Isto ocorre porque foi nomeado um movimento normal com uma palavra que significa
4 anormal ou excessivo. Faz mais sentido reservar a palavra hiper para algo que excede
o limite individual. Isto fará com que o uso da palavra fique mais consistente com seu
6 significado.

8 Parar em qualquer ponto durante a extensão, além da posição anatômica, cria uma
posição de extensão.
10
Retornar à posição anatômica de qualquer posição de extensão/hiperextensão é um
12 movimento de flexão.

14 Dorsiflexão (flexão dorsal) é a extensão do tornozelo, porém, existem autores que


sugerem que ela é a flexão do tornozelo. Por isso, foram criadas as identificações como
16 dorsiflexão e plantiflexão. Plantiflexão (flexão plantar) é a flexão do tornozelo.

18 Estes movimentos da articulação do tornozelo são motivo de muita confusão. Kendall


afirma que em um estudo com 48 autores, 12 deram uma definição errada. Para
20 confirmar isto considere, a partir da posição anatômica, que a flexão de cada
articulação de um membro é consistente em direção (flexão de punho, flexão dos
22 dedos etc.). Então, flexão dos dedos e flexão plantar são congruentes.

24 É importante distinguir entre ação muscular e ação articular. Músculos não


“flexionam”, articulações “flexionam”. Músculos contraem ou encurtam; músculos
26 não estendem, eles alongam.

Movimentos e Posições no Plano Frontal


28
Abdução é um movimento articular que se afasta da posição anatômica no plano
30 frontal. Normalmente é vista como um movimento de afastamento da linha média,
mas isto cria uma comunicação falha quando consideramos que a abdução do ombro
32 além de 90° aproxima-se da linha média (então acima de 90° esta definição não é mais
verdadeira, pois se torna a aproximação da linha média).
34
Se a articulação para em qualquer ponto deste movimento, é um grau específico de
36 abdução.

38 Adução é o movimento de retorno à posição anatômica de uma posição de abdução.


Parando em qualquer ponto antes de um retorno completo a posição anatômica
40 continua sendo uma posição de abdução, mas em um grau menor. Continuando seu
retorno à posição anatômica, se a articulação continua além de zero grau em direção
42 à linha média ou cruza a linha média, o movimento ainda é chamado de adução e a
posição também é chamada de posição de adução.
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2 Protração da escápula possui um componente de abdução. Retração da escápula


possui um componente de adução. O contorno do gradil costal exige um desvio do
4 plano frontal na maioria destes movimentos.

6 Flexão lateral refere-se ao movimento da coluna no plano frontal.

10 Movimentos e Posições no Plano Transverso

12 Rotação longitudinal versus movimento rotatório


Rotação longitudinal refere-se à rotação em torno de um eixo que atravessa o
14 comprimento de um osso. Movimentos específicos da coluna, ombro, quadril,
articulação radioumeral e joelho são exemplos disto. Porém, tenha em mente que
16 “rotação” não é exclusivo ao eixo longitudinal. Movimento rotatório acontece em
todos os movimentos discutidos (adução, abdução etc.), todos envolvem uma rotação
18 em torno de um eixo.

20 Rotação interna (ou rotação medial) indica a rotação da superfície anterior em


direção à posição da superfície medial. Uma posição de rotação interna é qualquer
22 ponto para dentro do neutro.

24 Rotação externa (ou rotação lateral) indica a rotação da superfície anterior em


direção à superfície lateral. Uma posição de rotação externa é qualquer ponto para
26 fora do neutro.

28 Estas posições podem se tornar confusas quando as posições iniciais do ombro ou do


quadril são diferentes da posição anatômica ou se alguém erroneamente olha para o
30 movimento do membro distal enquanto o cotovelo ou o joelho está em várias posições
de flexão. Por essa razão, os nomes rotação medial e rotação lateral podem ser
32 melhores.

34 Estas descrições precisam de atenção especial:

36 É crítico que você não aprenda supinação e pronação baseado na posição das mãos.
Tome cuidado para não confundir mudanças na articulação do ombro com mudanças
38 na articulação radioulnar. Mudanças na articulação do ombro vão causar mudanças
na posição da mão no espaço mesmo que não exista mudança na articulação
40 radioulnar.

42 Pronação é a rotação medial da articulação radioulnar. O rádio está totalmente


cruzado sobre a ulna. Nunca pense na descrição “palma da mão para trás/para baixo”
44 porque só é verdade quando o cenário for a posição anatômica.

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Supinação é a rotação lateral da articulação radioulnar. O rádio encontra-se paralelo


2 à ulna. Novamente não pense na descrição “palma da mão para frente/para cima”,
porque só é verdadeira no cenário da posição anatômica.
4
Rotação do joelho deve ser descrita pela referência do segmento que se move em
6 referência ao segmento fixo. Rotação do joelho da tíbia rodando sob o fêmur fixo é
comumente chamado de torção tibial. Porém, isso pode ser fonte de confusão! Parece
8 que sempre que a tíbia gira internamente é chamada de torção tibial, porque é
associada com a pronação do pé (pé fixo), mas se o fêmur rodar internamente ainda
10 mais no joelho, então a tíbia rodou em resposta ao movimento do tálus, e a posição do
joelho não é devido “à rotação interna da tíbia”. Este fato é importante!
12
Rotação da coluna é descrita como sendo à direita ou à esquerda e deve ser
14 designada como a rotação do tronco sobre a pelve fixa (mais comum), ou a rotação da
pelve sobre o tronco fixo. Rotação esquerda da pelve e rotação direita do tronco são
16 os mesmos movimentos na coluna.

18 Circundução é um movimento em forma de cone, movimento não planar de uma


parte do corpo. O ápice do cone está na articulação e a extremidade do cone é descrita
20 pelo segmento distal do membro. Circundução não exige rotação sob o próprio eixo.

22 Perspectivas Importantes

24 1. Relações das Superfícies de Contato: Nós falamos Articulações, porém


pensamos no membro.
26 Para aumentar a precisão, será importante aprender a visualizar isto como
movimento das superfícies articulares e começar a verdadeiramente ver as
28 superfícies de contato ou a relação das superfícies que fazem este movimento ocorrer.
Por exemplo, a dorsiflexão é, na verdade, a superfície de contato do tálus se movendo
30 nas extremidades da tíbia e da fíbula. Somente desta maneira poderemos visualizar
as limitações do movimento baseadas nas estruturas articulares.
32
Além disso, é necessário visualizar o plano de movimento como o eixo do movimento
34 articular e não como o plano do movimento do membro. Por exemplo, a flexão do
ombro, quando realizada com a total protração escapular, vai estar mais próxima de
36 uma abdução do que uma flexão e, se por algum motivo relacionado às estruturas
articulares, for necessário evitar uma abdução, realizar uma flexão que cria a mesma
38 relação entre as superfícies de contato pode ser um problema. Então, a preocupação
não é somente com o plano do membro e o eixo, mas também com os
40 movimentos articulares como foram determinados entre as superfícies de
contato.
42

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2 2. Movimentos Articulares Combinados


Isto nos ajudará a ver que estas descrições de movimento normalmente envolvem
4 mais de uma articulação se movendo. A abdução do ombro “tradicional” é, na verdade,
a combinação da abdução glenoumeral (úmero relativo à escápula e não ao tronco) e
6 do movimento escapulo-torácico. Até que identifiquemos o quanto cada um está
envolvido na abdução, não saberemos qual se moveu.Sustentar o braço à frente do
8 corpo e rodar a mão no espaço pode ser função do movimento radio-ulnar ou da
rotaão do ombro ou de ambos.
10
3. Os Outros Planos infinitos e seus Eixos (diagonais, etc.)
12 Mesmo que os movimentos diários normalmente ocorram em um número infinito de
planos ou até, às vezes, completamente não planares (exemplo, circundução), três
14 planos cardinais foram definidos apenas como pontos de referência a partir dos quais
podemos descrever o movimento, muito semelhante a Norte, Sul, Leste e Oeste de
16 uma bússola. E assim como muitas viagens acontecem em alguma posição entre estas
coordenadas, muito do nosso movimento diário normal ocorre entre/fora
18 destes três planos que possuem nomes (classificados).

20 Quando o movimento ocorre em um plano que está entre dois dos três planos
cardinais, o movimento é muitas vezes descrito como “multiplanar”. Porém, isto não
22 está correto. Movimento acontece em torno de um eixo e consequentemente um
plano mesmo que não recaia exatamente sobre um destes três planos que já foram
24 nomeados/classificados.

26 Percebam que movimento multiplanar não deve ser confundido com movimento
uniplanar que acontece em um plano que não tem nome. Também não deve ser
28 confundido com diferentes articulações movendo-se em planos diferentes, porém
cada articulação se move individualmente em um único plano.
30

32
Padronização para Medir Posições e Quantidade de Movimento
Tanto a posição articular e as mudanças na posição articular (ADM em torno de um
eixo) são medidas em graus. A posição ou o ângulo da posição é o deslocamento
angular partindo do zero anatômico. O angulo articular não é uma medida entre dois
ossos.

Exemplos:
Posição: 10° de flexão de cotovelo (o cotovelo estaria à 10° do 0).
ADM: Se mover de 30° de flexão para 50° de flexão indicando não somente 20° graus
totais de movimento, mas também onde exatamente estes 20° graus acontecerão. O
fato de que foi de uma posição de menor flexão para uma posição de maior flexão
indica que foi então o movimento de flexão, ao invés de 50° a 30° que seria o
movimento de extensão dentro da mesma amplitude.

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Apêndice: Descrevendo Aspecto, Posição e Movimento

Graus negativos são usados para indicar a amplitude de movimento alem do zero
enquanto mantém uma perspectiva relativa com as posições opostas.

Exemplos:
Poderíamos dizer que um joelho travado esta em 5° de hiper-extensão, cinco graus de
extensão alem do zero, ou -5°. Podemos dizer que o joelho pode flexionar de 5° de
extensão além do zero à 130°, ou podemos dizer, a ADM de joelho é -5° até 130°,
indicando um amplitude disponível que vai além de qualquer posição de flexão. Estes
cinco graus de extensão são somente expressos como negativos quando considerado
como parte da amplitude de flexão.

Flexão de 5° a 130° indicaria que o movimento de flexão começou em 5° de flexão, ex.


O joelho não estava realmente reto (estendido) no ponto inicial.

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