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STJ Dje 20221216 0 34922279
STJ Dje 20221216 0 34922279
DECISÃO
É o relatório.
Decido.
Os autos foram recebidos neste Gabinete em 24 de novembro de 2022.
Trata-se, na origem, de Mandado de Segurança coletivo em que a entidade
impetrante pretende lhe seja assegurada a "restituição da diferença do ICMS pago a mais
no regime da substituição tributária para frente do ICMS (“ICMS-ST”), nos casos em que
a base de cálculo efetiva da operação for inferior à presumida nas vendas ao consumidor
final ocorridas nos 60 (sessenta) meses antecedentes da presente impetração".
O recurso não merece prosperar, pois, em 9/8/2022, a Segunda Turma do STJ,
ao concluir o julgamento do REsp 525.625/RS (Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO),
em juízo de retratação, por força do art. 1.040 do CPC/2015, revendo sua jurisprudência,
firmou o entendimento no sentido da inaplicabilidade do art. 166 do CTN, na espécie,
porquanto esse dispositivo do CTN está inserido na seção relativa ao "pagamento
indevido", cujas hipóteses estão previstas no art. 165 do CTN. Em nenhum dos incisos do
art. 165 do CTN se encontra a hipótese de que trata o presente Recurso Especial.
O montante pago a título de substituição tributária não era indevido quando da
realização da operação anterior. Ao contrário, aquele valor era devido e poderia ser,
inclusive, exigido pela Administração tributária. Ocorre que, realizada a operação que se
presumiu, a base de cálculo se revelou inferior à presumida. Esse fato superveniente é
que faz nascer o direito do contribuinte. Não se trata, portanto, de repetição de indébito,
nos moldes do art. 165 do CTN, mas de mero ressarcimento, que encontra fundamento no
art. 10 da Lei Complementar 87/1996.
Por tudo isso, nego provimento ao Recurso Especial.
Caso exista nos autos prévia fixação de honorários de advogado pelas