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Lesões Fisárias

2º TEN MARGALHO – R2 – MARÇO/2024


CONSIDERAÇÕES GERAIS
• Menos mineralizados;
• Mais poroso;
• Mais canais vasculares;
• Módulo de elasticidade mais baixo;
• Menor resistência ao envergamento;
• Maior capacidade de deformação plástica;

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ANATOMIA

• Ossos longos:
- Divididos em:
• Epífise;
• Metáfise;
• Diáfise;

→ Durante crescimento, epífise e metáfise estão


separados pela fise, responsável pelo crescimento
longitudinal;

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ANATOMIA

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ANATOMIA
• Epífise;
– Centro de ossificação secundário;
– Normalmente cartilaginoso;
• Metáfise;
– Osso esponjoso;
– Cortical mais fina;
– Linhas de Park e Harris;

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ANATOMIA
• Apófise;
– Centro de ossificação secundário;
– Inserções tendíneas;
• Diáfise;
– Formado de osso remodelado da metáfise;
– Cortical espessa;
– Menos vascularizados;

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ANATOMIA
• Fise
– Estrutura dinâmica, altamente organizada;
– Condrócitos em proliferação, diferenciação e
formação de matriz extracelular;
– Rica em colágenos (princ. Tipo II);
– Dividida em 4 zonas;

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PLACA DE CRESCIMENTO
• 4 zonas:
– Germinativa
– Proliferativa
– Hipertrófica
– Calcificação

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PLACA DE CRESCIMENTO
• Zona germinativa:
– Lado articular
– Fibras de colágeno horizontais;
• Zona proliferativa:
– Camada de divisão celular

Germinativa e proliferativa = predomínio de


proliferação celular

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PLACA DE CRESCIMENTO
• Zona hipertrófica (maturação)
– Zona de crescimento celular

• Zona de calcificação encondral:


– Vascularização à partir da zona de hipertrofia (brotos
vasculares)
– Rápida calcificação e formação de osso lamelar

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PLACA DE CRESCIMENTO
Zona de Ranvier
– Estrutura triangular na periferia da fise;
– Responsável pelo crescimento periférico (largura) da fise.

Anel de LaCroix:
– Dá apoio a fise e resistência a separação da fise;
– Se une ao periósteo;
– Células cartilaginosas, se unem à metáfise

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PLACA DE CRESCIMENTO
• Processos mamilares:
– Ondulações na placa de crescimento
– Aumentam a estabilidade
• Vascularização:
– Separação entre circulação metafisária e epifisária
– Vasos não atravessam a placa de crescimento

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VASCULARIZAÇÃO DA PLACA DE
CRESCIMENTO
• 2 padrões (Dale e Salter):
TIPO A: Epífises intracapsulares (fêmur proximal, úmero
proximal, rádio proximal e fíbula distal):
• Vasos penetram na epifise circundando a placa de crescimento,
entre a cartilagem articular e a placa de crescimento (pericôndrio)
• Suscetível a lesão em fraturas/luxações

TIPO B: Epífises extra-capsulares (menos cobertas por


cartilagem):
• Mais comum;
• Penetram diretamente no lado da epífise;
• Tíbia proximal e distal, radio distal, fêmur distal;
• Menos suscetíveis a lesões;

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VASCULARIZAÇÃO DA PLACA DE
CRESCIMENTO

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EPIDEMIOLOGIA
• Lesões fisárias: 20 a 30% das fxs de criança
• 71% no membro superior
• 2H: 1 M
• Mais comum idade pré puberal (11-14)
• Incomum em crianças com <5 anos

• Locais mais comuns:


1. Falanges
2. Radio distal
3. Tibia distal
4. Fibula distal
5. MTC
6. Úmero distal
7. Ulna distal
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MECANISMO
• Compressão:
– Impactadas ou torus
– Não necessitam de redução
• Torção:
– Crianças mais novas
– Periósteo espesso
– Diáfise cede antes que a fise = fratura espiral longa
• Flexão:
– Fraturas em galho-verde
– Deformidade plástica
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CLASSIFICAÇÃO DE SALTER-HARRIS

• Tipo I = fratura transversal ao longo da placa de


crescimento.
– Mais comuns em bebês, falanges, mtc, tibia distal e
ulna distal
– Excelente prognóstico para crescimento (exceção
fêmur proximal e distal)
– Afeta geralmente a região hipertrófica e a calcificada,
mas pode afetar outras zonas
– Diagnóstico difícil (pouco deslocamento) 17
SH I

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CLASSIFICAÇÃO DE SALTER-HARRIS
• Tipo II = atravessa parte da placa
de crescimento e atinge a metáfise
– Mais comum (75%)
– Fragmento metafisário = Thurston-
Holland (lado de compressão)
– Bom prognóstico
– Pode deixar sequelas
se não tratada

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CLASSIFICAÇÃO DE SALTER-HARRIS
Tipo III:
– Começa na EPÍFISE e vai
para toda a fise
– Forma 2 fragmentos
– Afeta as camadas
germinativa e proliferativa
– Prognóstico reservado
– Necessitam redução
anatômica
– Mais comum em crianças
mais velhas (menor
crescimento)
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Tipo IV:
– Atravessam verticalmente a
epífise e a metáfise
– Afetam 4 zonas
– Intra-articulares
– Necessitam redução anatômica
– Prognóstico sombrio

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Tipo V:
– Força de esmagamento
– Radiografia inicial normal (diagnóstico
geralmente retrospectivo)
– Comum a parada de crescimento
– Mais comum na TAT fazendo recurvato
Tipo VI (Hang):
– Lesão periférica (em volta) da placa de
crescimento
– Poderá ocorrer deformidade angular
– BARRA 22
CLASSIFICAÇÃO DE PETERSON
• Tipo I = fratura transversa da metáfise com extensão para a fise
• Tipo II = (tipo II de SH)
• Tipo III = (tipo I de SH)
• Tipo IV (tipo III de SH)
• Tipo V (tipo IV de SH)
• Tipo VI = perda parcial da fise

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TRATAMENTO
I e II:
– Não afetam camada germinativa e proliferativa=
remodelação
– Pode aceitar desvio angular
– Cuidados na redução;

III e IV:
– Afeta camada germinativa = + distúrbios de crescimento
– Articulares
– Redução anatômica
– Síntese mínima 24
TRATAMENTO
• Fraturas parcialmente consolidadas:
– Se não comprometer a camada germinativa ou
superfície articular (I e II): aguardar remodelação
• Correção futura se necessário
– Comprometimento da camada germinativa ou
superfície articular (III e IV):
• Intervir

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TRATAMENTO
• Fixação:
– Grandes articulações
– Síndrome compartimental
– Fraturas expostas
– Lesões vasculares
– Múltiplas fraturas
– Politrauma

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COMPLICAÇÕES
• Podem ser consequência
– Da gravidade da lesão
• Quanto maior a gravidade, maior o risco
– Tratamento inadequado
• Tratamento conservador de fraturas cirúrgicas
– Intercorrências do tratamento
• Infecção do trajeto dos pinos

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COMPLICAÇÕES
• Retardo de crescimento
• Pseudartrose
• Rigidez articular
• Formação de barra óssea
– Completa: Discrepância
– Incompleta: Deformidade angular progressiva
• TC e RN: avaliar barra e planejar cirúrgia
• Sobrecrescimento ou hipoplasia da epífise
– Necrose avascular ou lesão da camada
germinativa levam a parada no crescimento

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