Você está na página 1de 4

23/10/2023

Incontinência urinária (IU)

• Definição: É toda a perda involuntária de urina percecionada pela


mulher
• Estima-se que cerca de 50% das mulheres sejam afetadas no entanto
Incontinência urinária e apenas 25 a 60% recorrem a apoio médico
prolapso genital • A IU não comporta aumento de mortalidade contudo tem
repercussões sobre os diferentes aspetos da vida da mulher
contribuindo para a deterioração significativa da qualidade de vida.

Professora Sónia Ramalho


(Neves, 2019)

1 2

Incontinência urinária

• Incontinência urinária de esforço


• perda e voluntário de urina que ocorre com o aumento da pressão intra
abdominal (espirro, tosse, riso e elevação de cargas)
• Incontinência urinária de urgência
• perda de urina que ocorre com forte súbito e incontrolável desejo de urinar
resultante das contrações involuntárias do músculo da bexiga (detrusor)
• Incontinência urinária mista
• Perda de urina que ocorre por ambos os mecanismos

(Neves, 2019)
4

(Sociedade Portuguesa de Ginecologia, 2021)


3

3 4

Fatores de risco Sintomas


Fatores bem estabelecidos Outros fatores Além dos sintomas urinários podem existir outras queixas:
história familiar • sintomatologia de prolapso
obesidade atividade física de alto impacto • sintomas de disfunção sexual
gravidez infeções urinárias de repetição • sintomas de depressão
paridade parto vaginal
perturbações cognitivas e funcionais tabagismo
diabetes
acidentes vasculares cerebrais
incontinência fecal
atrofia vaginal
cirurgia geniturinária
irradiação pélvica (Neves, 2019)
6

(Neves, 2019) 5

5 6
23/10/2023

Diagnóstico Tratamento
• O diagnóstico de IU é essencialmente clínico Incontinência urinária:
• A avaliação diagnóstica deve incluir a anamnese dirigida para os fatores e • Medidas gerais
desencadeantes e para as caraterísticas da perda de urina.
• Terapêutica médica
• Exame físico
• Terapêutica cirúrgica
• Cultura de urina
• Teste de tosse ou stress teste Incontinência urinária de esforço:
• Esvaziamento diário - utilização diários micionais (3 dias) • Tratamento cirúrgico
• Teste do penso ou pad teste Incontinência urinária de urgência:
• Cistometria • Tratamento médico
• Exame urodinâmico
• Cisturetroscopia (Neves, 2019)
7
(Neves, 2019) 8

7 8

Medidas gerais Prolapso genital


Definição: descida dos órgãos pélvicos através do assoalho pélvico até
Incontinência urinária ao canal genital
• Modificação no estilo de vida
• perda ponderal, evitar bebidas alcoólicas, minimizar a obstipação crónica
Incidência: comum nas mulheres multíparas mas frequentemente
• Desenvolvimento da musculatura do pavimento pélvico subdeclarada.
• Exercícios de Kegel, cones vaginais e biofeedback .

Nos casos de IUU e alguns casos de IUE, está adicionalmente indicado no treino vesical
• A urgência que surja entre as micções pode ser controlada com técnicas de
distração ou relaxamento

(Neves, 2019) (Norwitz & Schorge,2003) )


9 10

9 10

Prolapso genital Diagnóstico


Etiologia: Sintomas: graus ligeiros de prolapso genital são frequentemente
O elevador do ânus proporciona o maior suporte aos órgãos pélvicos. Os ligamentos assintomáticos. Prolapsos mais extensos podem causar pressão
desempenham papel secundário. vaginal, saliência na vulva e uma dor persistente na zona inferior da
Estes tecidos são sensíveis ao estrogénio. coluna.
Consequentemente, os estados de deficiência de estrogénio (idade avançada,
menopausa) constituem fatores de risco em caso de prolapso genital.
Exame pélvico: o prolapso genital acentua-se na posição ereta e
quando se pede à doente que efetue a manobra de Valsalva.
Outros fatores que contribuem para a atrofia e fraqueza das estruturas de suporte
incluem o parto, os fatores genéticos e problemas causadores de aumento crónico da
pressão intra abdominal (ex. tosse crónica).

(Norwitz & Schorge,2003)


(Norwitz & Schorge,2003)
11
12

11 12
23/10/2023

Classificação POP-Q Categorias de prolapso dos órgãos pélvicos (POP)


Prolapso Designação Órgãos envolvidos Tipo de defeito

Apical Histerocelo ou prolapso da Útero Defeito no suporte apical:


cúpula Cúpula vaginal - Ligamentos uterossagrados
- Anel pericervical
- Ligamentos cardinais

Anterior Cistocelo Bexiga Defeito no suporte anterior,


lateral ou combinado:
- Fáscia endopélvica
- Músculo levantador do ânus

Posterior Retocelo e/ou enterocelo Reto e/ou ansas Defeito no suporte posterior
intestinais médio/baixo ou alto:
- Septo retovaginal
(SPG, 2021) 14
13 (Neves, 2019)

13 14

Sintomas Sintomas

• Pode não produzir sintomatologia imediata. A sintomatologia é também condicionada pelo posicionamento e pelos
• Pode condicionar o aparecimento de sintomas diretamente movimentos corporais, sendo menos notória de manhã, com tendência
relacionados com as estruturas prolapsadas: a agravar ao longo do dia.
• Pressão vaginal e/ou preenchimento vulvar
• Sensação de massa a aflorar a vulva
• Disfunção urinária, defecatória e/ou sexual
• A protusão do prolapso ultrapassando o introito vaginal de forma
persistente pode levar ao aparecimento de corrimento vaginal e/ou
A gravidade dos sintomas não se correlaciona com o grau de prolapso.
ulceração com hemorragia da mucosa vaginal recorrente.

(Neves, 2019)

(Neves, 2019)
15 16

15 16

Diagnóstico Tratamento

É clínico e baseado no exame ginecológico. O tratamento depende principalmente da gravidade dos sintomas da
idade da doente e da sua saúde geral.
• Exercícios de Kegel
Exames complementares: Concebidos para fortalecer o levantador do ânus podem beneficiar as doentes com um
prolapso ligeiro.
• Ecografia ginecológica e do pavimento pélvico.
• Pessários
• Estudo urodinâmico São dispositivos de suporte fabricado em plástico inerte ou silicone, frequentemente usados em mulheres
não operáveis.
• Cistoscopia • Cirurgia
É indicada para prolapsos avançados e sintomáticos. As complicações a longo prazo incluem
incontinência urinária pós-operatória e prolapso recorrente.

(Neves, 2019)
(Neves, 2019)
18
17

17 18
23/10/2023

Terapêutica conservadora Terapêutica conservadora


Uso de Pessário Mudança de hábitos de vida e fisioterapia pélvica

(SPG, 2021) 19 20
(SPG, 2021)

19 20

Intervenção cirúrgica Referências bibliográficas


Técnicas de correção podem ser feitas por via vaginal ou por via • Neves, J. (2019). Ginecologia fundamental. Lisboa. Lidel
abdominal. • Sociedade Portuguesa de Ginecologia (2021). Minibook dos
consensos de Uroginecologia. SPG.
• Abordagem cirúrgica reconstrutiva: Reforço dos tecidos naturais (correções clássicas • Sociedade Portuguesa de Ginecologia (2018). Consenso Nacional
ou com tecidos nativos) ou da interposição de redes (próteses sintéticas ou biológicas)
sobre Hemorragias Uterinas Anormais. SPG.

Nota: Risco de complicações intraoperatórias e complicações pós-operatórias.

(Neves, 2019)

21

22

21 22

Você também pode gostar