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02/11/2023

CONCEITO

Hemorragias da Hemorragia obstétrica pode ser definida como qualquer perda de sangue visível
pela vagina durante a gravidez ou perda excessiva após o parto (Baker, 2006).

gravidez
É a maior causa de morte materna nos países subdesenvolvidos.
Durante a gestação a ocorrência de perdas hemáticas pode ser escassa sem
significado clínico ou abundante, pondo em risco a vida do feto e da mãe.

Professora Sónia Ramalho (Miranda, Miranda & Vermelho, 2016)

https://www.youtube.com/watch?v=3IQuPYqiafs

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HEMORRAGIAS DA GRAVIDEZ

Uma das complicações mais frequentes na gravidez, e uma das principais causas de
Hemorragias
morbilidade e mortalidade perinatais, é a hemorragia.

A classificação da hemorragia depende do trimestre em que ocorre.

(Miranda, Miranda & Vermelho, 2016)


1º TRIMESTRE

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Comparação dos tipos de aborto espontâneo, sinais e sintomas

ABORTAMENTO ESPONTÂNEO
Tipo de aborto Queixas álgicas Hemorragia Expulsão do produto Dilatação cervical e risco de infeção Tamanho do útero
de conceção
Ameaça de aborto Ligeiras Ligeira a moderada Não se verifica Não se verifica Condizente com a IG
(verificar pensos Não há risco infecioso

Pode-se apresentar das seguintes formas: higiénicos)

Ameaça de aborto, quando à confirmação da gravidez e surge uma perda Aborto inevitável Moderadas Moderada a
abundante (verificar
Não se verifica Colo uterino aberto, com protusão das membranas
amnióticas ou produto da conceção.
Condizente com a IG

hemática vaginal ligeira pensos higiénicos) Há risco de infeção.

Aborto retido, quando há confirmação da gravidez, mas ecograficamente não Aborto incompleto Intensas Abundante e Tecido embrionário ou Colo uterino aberto, com presença de produto de Menor do que expetável para a IG
se visualiza atividade cardíaca (pode não haver metrorragia) contínua fetal e placenta conceção no canal cervical ou vagina.
Há risco de infeção
Aborto em evolução, quando tem episódio de metrorragias, algias pélvicas e
expulsão de estruturas ovulares Aborto completo Sem queixas Mínima Embrião ou feto e
placenta completos
Colo uterino fechado, sem produto de conceção no Menor do que o expetável para a IG
canal cervical.

Aborto incompleto, quando se visualiza ecograficamente restos ovulares Aborto retido Sem queixas Perda escassa de Não há expulsão:
Há risco de infeção.
Colo uterino fechado. Menor do que o expetável para a IG

Aborto completo, quando a cavidade uterina não tem restos ovulares sangue escuro retenção completa do Há risco de infeção
produto de conceção

Aborto de repetição, quando ocorrem dois ou três abortos consecutivos Aborto recorrente ------ -------- ------- --------------- ----------

(Miranda, Miranda & Vermelho, 2016) (Sotto- Mayor, 2016)

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REPOUSO CONDUTA ESPECTANTE


O repouso é geralmente aconselhado em situações de ameaça de aborto, aborto Na maior parte das situações, será suficiente a redução da atividade física, ou o
inevitável ou aborto incompleto. afastamento da atividade profissional se se verificar que tal trará benefícios para o
bem estar físico e mental da grávida.
Parece não haver evidência científica que suporte o benefício do repouso ou
hospitalização para prevenir ou evitar a evolução do aborto (no caso de ameaça
com embrião/feto vivo), podendo esta prática conduzir a um aumento do risco de
tromboembolismo. É importante o doseamento da β-hCG, doseamento da progesterona e uma
ecografia transvaginal, de modo a avaliar a presença do feto vivo e na cavidade
uterina.

(Sotto-Mayor, 2016) (Sotto- Mayor, 2016)

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DILATAÇÃO E CURETAGEM
TRATAMENTO MÉDICO OU ASPIRAÇÃO
Implica a utilização de meios
Se não houver hemorragia abundante ou infeção: medicamentosos ou mecânicos para
dilatar o colo uterino, se este se encontrar
- Prostaglandinas (misoprostol – sub-lingual ou oral) – Resolução em 7 dias fechado, e posteriormente proceder à
curetagem uterina, ou aspiração do
- Medicação analgésica e antiemética produto de conceção. https://www.tuasaude.com/dilatacao-e-curetagem/

Após o procedimento: Dilatação e curetagem

Se não houver resolução: - Administrar a medicação prescrita


(perfusão de oxitocina, antibióticos,
- Curetagem uterina analgésicos e transfusão, se aplicável)
- Se grávida Rh negativa, administrar
imunoglobulina anti D
(Sotto- Mayor, 2016)
(Sotto- Mayor, 2016) https://www.wikiwand.com/pt/

AbortoAspiração

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Aconselhamento geral e contraceção COMPLICAÇÕES:


O antigénio D exprime-se nas células embrionárias a partir das 7 semanas, pelo que - Hemorragia
se recomenda a administração de imunoglobulina anti-D às mulheres Rh negativas
não sensibilizadas a partir das 6 semanas. - Retenção de restos ovulares

Tentar nova gravidez: - Endometrite

- Se estiver recuperada física e psicologicamente, após a 1ª menstruação espontânea, - Aborto sético


no caso de tratamento médico ou atitude expectante. - Perfuração uterina
- Ao fim de 3 meses (recomendação), no caso de resolução cirúrgica.
Contraceção:
Adequada a cada mulher, incluindo a contraceção intrauterina, pode ser iniciada
imediatamente.
(Malheiro, Falcão & Costa, 2020)

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GRAVIDEZ ECTÓPICA GRAVIDEZ ECTÓPICA


É uma gestação implantada fora da Com a evolução da gravidez ectópica, de rotura do órgão onde a mesma se
cavidade uterina. (Malheiro, Falcão & Costa, 2020) desenvolve, uma vez que apenas a cavidade uterina possui a capacidade de se
expandir e acomodar o desenvolvimento fetal.

A gravidez ectópica pode causar uma hemorragia maciça, infertilidade ou morte.

https://blausen.com/pt/search/?text=gravidez%20ect%C3%B3pica
https://www.youtube.com/watch?v=rkzvdEsCrBk (Matos, 2016)

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GRAVIDEZ ECTÓPICA GRAVIDEZ ECTÓPICA


Epidemiologia
A GE é uma causa significativa de morbilidade e Fatores de risco:
mortalidade materna no 1º trimestre de gravidez.
(Matos, 2016) - Gravidez ectópica prévia
- Patologia ou cirurgia tubária
- Doença inflamatória pélvica anterior
- Infertilidade
- Múltiplos parceiros sexuais
-Fertilização in vitro

https://www.youtube.com/watch?v=6y1Blxq6ANs
- Idade > 35 anos
https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/174

Gravidez ectópica Gravidez ectópica rota (Malheiro, Falcão & Costa, 2020)

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GRAVIDEZ ECTÓPICA GRAVIDEZ ECTÓPICA


Sinais e sintomas Diagnóstico
A tríade clássica da GE: É difícil de efetuar, só 50% apresenta a tríade clássica.
- Dor abdominal
- Amenorreia Diagnóstico diferencial, excluindo outras situações (apendicite, salpingite, torção do ovário...).
- Hemorragia vaginal anormal

As técnicas utilizadas para identificar GE:


Podem também surgir:
- Doseamento da subunidade beta da gonodotrofina coriónica humana sérica (β- hCG)
- Sinais de abdómen agudo https://areademulher.r7.com/saude/gravidez-ectopica/
- Doseamento da progesterona em conjunto com os níveis de β - hCG
- Cansaço
- Exame pélvico
- Febre (Matos, 2016)
- Ultrassonografia transvaginal (mais importante)
- Náuseas e vómitos
- Dor na inspiração profunda localizada no pescoço ou ombro (devido à irritabilidade do peritoneu) https://www.youtube.com/watch?v=AvdsKxd1jFI
- Sinais de choque hipovolémico
(Matos, 2016)

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GRAVIDEZ ECTÓPICA GRAVIDEZ ECTÓPICA


Tratamento Tratamento com metotrexato
Terapêuticas conservadoras (salpingostomia, tratamento com metotrexato e atitude O metotrexato é um antagonista do
espectante) ácido fólico que inibe a síntese das
purinas, o que interfere com a síntese do
ADN e que interrompe a multiplicação
Situações de rutura tubária ou lesões complexas => tratamento cirúrgico (Graça, 2010) celular.

A administração pode ser por via IM em


uma única ou múltiplas administrações.
(Matos, 2016)
(Matos, 2016)

- Metrotexato 50 mg/m2 IM (Afonso & Osório, 2016)

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EFEITOS SECUNDÁRIOS MTX INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM


- Distúrbios gastrointestinais Situações de tratamento médico da GE, com administração de metotrexato:
- Tonturas - Informar a utente dos efeitos secundários da terapêutica (náuseas e vómitos)
- Aumento da dor - Informar para não beber bebidas alcoólicas
- Aumento dos níveis de β- hCG nos primeiros três dias de tratamento - Informar para não ingerir alimentos ou vitamínicos com ácido fólico (diminui o efeito
da medicação)
- Hemorragia vaginal ou spotting
- Informar dos sinais e sintomas que deve recorrer à urgência novamente após a alta
hospitalar: dor, hemorragia significativa ou febre
(Matos, 2016) - Informar que pode experienciar sentimentos de raiva, tristeza ou culpa (sentimentos
normais no processo de dor após a perda de uma gravidez)
(Matos, 2016)

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GRAVIDEZ ECTÓPICA
Tratamento
RECOMENDAÇÕES:
cirúrgico
- Salpingostomia linear - Evitar bebidas alcoólicas, medicamentos com ácido fólico ou exposição solar
- Resseção segmentar tubária durante 15 dias
- Salpingectomia total - Limitação da atividade física durante 15 dias
- Não recomeçar a atividade sexual antes de β-hCG negativar, mas pode iniciar
(Matos, 2016)
logo contraceção
- Adiar uma futura gravidez pelo menos 3 meses após o tratamento

(Matos, 2016)

https://docplayer.com.br/10842055

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DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL DOENÇA TROFOBLÁSTICA


GESTACIONAL
A doença trofoblástica gestacional engloba: É um distúrbio do desenvolvimento do
trofoblasto em que as vilosidades
- Alterações do desenvolvimento das vilosidades coriónicas, que podem evoluir coriónicas se tornam edemaciadas,
para neoplasias do trofoblasto (molas hidantiformes com ou sem comportamento de estrutura vesicular e com vários
invasivo) graus de hiperplasia, adquirindo o
https://slideplayer.com.br/slide/1269550/

- Neoplasias derivadas de várias componentes do tecido trofoblástico aspeto de um cacho de uvas.


(coriocarcinoma, tumores do leito placentário e epitiloides)
- Formas benignas facilmente confundíveis com as anteriores (implantação
exagerada de tecido placentário e nódulo do leito placentário). https://www.youtube.com/watch?v=SMUYmRUJxx4

(Miranda, Miranda & Vermelho, 2016)

(Miranda, Miranda & Vermelho, 2016)

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DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL DOENÇA TROFOBLÁSTICA


Tipos: GESTACIONAL
- Mola hidatiforme completa ou gravidez molar: resulta da fertilização de um ovo
cujo núcleo se perdeu ou ficou inativo. Edema das vilosidades coriónicas que se Tipos (cont.):
enchem de líquido, adquirindo o aspeto de um cacho de uvas. A ausência da - Mola invasiva: situação intermédia entre a mola
placenta faz com que o sangue materno flua para a cavidade uterina e vaginal. hidatiforme e o coriocarcinoma, em que o tecido
Cerca de 3% evolui para coriocarcinoma. coriónico penetra até ao miométrio e vasos sanguíneos,
podendo migrar para outros órgãos (como pulmões)
- Mola hidatiforme parcial: Normalmente existe feto ou embrião e o tecido
trofoblástico não é tão exuberante, sem o aspeto de um cacho de uvas. Os fetos são
normalmente polimalformados. - Coriocarcinoma: Degeneração neoplásica do tecido
(Miranda, Miranda & Vermelho, 2016) http://www.scielo.org.pe/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S
trofoblástico que adota um comportamento invasivo por 2304-51322017000400019

contacto ou por metastização à distância.


Coriocarcinoma

(Miranda, Miranda & Vermelho, 2016)


https://app.emaze.com/@AOZORFZLO#/1

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COAGULAÇÃO INTRAVASCULAR DISSEMINADA


Tratamento
No tratamento, quando existe um útero volumoso deve-se ter em atenção o risco A CID pode ocorrer todo o período gestacional e é também designada por
de complicações respiratórias após o esvaziamento uterino e ainda a necessidade coagulopatia de consumo.
de serem administradas transfusões sanguíneas.

Caraterizada pela ativação da coagulação, com consequente formação de trombos


Nestes casos é necessário internamento em cuidados intensivos para uma vigilância que comprometem a irrigação de determinados órgãos. Posteriormente, existe
apertada. consumo intravascular de plaquetas e fatores de coagulação, principalmente os
fatores II, V, VII, XI e fibrinogénio que se traduz em hemorragias graves.

(Miranda, Miranda & Vermelho, 2016)

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CID
ETIOLOGIA CID
Sintomatologia
- Hemorragias fora do comum, nomeadamente em locais de punção
Patologia que pode ser secundária:
- Petéquias
- a placenta abrupta
- Hematomas
- pré-eclâmpsia e eclâmpsia
- Sangue oculto nas fezes
- aborto incompleto
- Hematúria
- aborto sético - Hemorragia vaginal
- retenção de feto morto - Outros sinais hemorrágicos
Em situação aguda dá origem a hipotensão, choque, sinais e sintomas de insuficiência
renal aguda (oligúria, anúria), náuseas, vómitos, acidose metabólica ou sinais focais
(Miranda, Miranda & Vermelho, 2016)
neurológicos.
(Miranda, Miranda & Vermelho, 2016)

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CID
Tratamento:
- Tratamento das causas subjacentes Hemorragias
- Sangue fresco, plasma fresco congelado, plaquetas (crioprecipitados, não possuem
fatores V, XI e XII)
- Heparina – administrada essencialmente em casos de feto morto, por ser um
antitrombótico que não atravessa a barreira placentária e não causa hemorragias
fetais.

2º e 3º TRIMESTRE
(Miranda, Miranda & Vermelho, 2016)

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TIPOS DE PLACENTA PRÉVIA:


PLACENTA PRÉVIA
Inserção total ou parcial da placenta no segmento inferior do útero, obstruindo total Inserção baixa, quando a placenta
está implantada no segmento inferior
ou parcialmente o orifício cervical interno (OCI). (Miranda, Miranda & Vermelho, 2016)
uterino, mas o bordo da placenta não
atinge o orifício cervical interno, neste
caso há menos risco de hemorragia
https://www.youtube.com/watch?v=nEa6E-BtYRw Marginal, quando o bordo da
placenta atinge a margem do orifício
cervical interno

Incompleta ou parcial, quando o


orifício cervical interno está
parcialmente coberto pela placenta

Completa ou total quando o orifício


cervical interno está todo coberto
pela placenta. https://site.dramorgana.com.br/placenta-previa/

(Miranda, Miranda & Vermelho, 2016)

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PLACENTA PRÉVIA PLACENTA PRÉVIA


Sintomas
- Hemorragia ligeira ou profusa
- Sangue vermelho vivo sem coágulos
- Aparece subitamente e geralmente em repouso
- Indolor
- Surge após o coito

Diagnóstico
Efetuado após a 24ª semana de gestação pela sintomatologia apresentada pela
grávida
(Fadigas & Clode, 2016)
(Miranda, Miranda & Vermelho, 2016)

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PLACENTA PRÉVIA PLACENTA PRÉVIA


Implicações para o feto: Complicações:
- Placenta acreta
Parto prematuro
- Vasa prévia (rara)
Hipóxia
Asfixia
Morte fetal (Areia, 2017)

(Miranda, Miranda & Vermelho, 2016)

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Acretismo
placentário
Classificação do acretismo placentário
Uma das maiores complicações da
placenta prévia é o acretismo
placentário. Acretismo placentar Caraterização
(Areia , 2017)
Placenta acreta Quando penetra mais profundamente na decídua,
atingindo o miométrio apenas superficialmente

Placenta increta Quando penetra mais profundamente no útero e


https://www.youtube.com/watch?v=GwPJL
eK_fzo&list=TLPQMTcwNjIwMjACSDuJIm9 atinge o miométrio mais profundamente
XGg&index=5

https://www.scopegineco.com.br
Placenta percreta Quando ultrapassa o miométrio e atinge a serosa

(Miranda, Miranda & Vermelho, 2016)

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INSERÇÃO VELAMENTOSA DO CORDÃO


Acretismo placentário UMBILICAL
Risco aumentado:
- Cesariana anterior
- Presença de placenta prévia (sobretudo se houver cesarina anterior)

Complicações:
- Hemorragia puerperal grave
- Coagulopatia e necessidade de suporte transfusional
- Necessidade de histerectomia
- Risco de lesão da bexiga, ureteres ou outras vísceras
- Necessidade de suporte avançado materno

https://es.slideshare.net/LizCaifaGuares/placenta-2014

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VASA PRÉVIA
É a rotura dos vasos do lado fetal da placenta, Como sinais verifica-se a taquicardia fetal seguida de desacelerações profundas
habitualmente ocorrendo nas situações de inserção dos batimentos cardiofetais.
velamentosa do cordão, tem início com rotura de
membranas. A sintomatologia pode estar ausente ou apresentar-se com desacelerações
acentuadas dos batimentos cardiofetais, no caso de compressão do cordão devido a
A hemorragia observável pode ser ligeira, embora prolapso ou nós verdadeiros que comprometem a circulação fetal.
possa levar à saída de todo o sangue fetal (Miranda, Miranda & Vermelho, 2016)
(exsanguinação – hemorragia de Benkiser) e
originar a morte.

(Miranda, Miranda & Vermelho, 2016) https://revistacrescer.globo.com/


https://docplayer.com.br/82765050

https://www.researchgate.net/figure/Illustration-of-a-vasa-praevia-type-2_ Prolapso do cordão Nó do cordão

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DIAGNÓSTICO DESCOLAMENTO PREMATURO DA PLACENTA NORMALMENTE INSERIDA OU


PLACENTA ABRUPTA
É feito de acordo com:
A SEPARAÇÃO DE TODA OU PARTE DA PLACENTA DO SEU LOCAL DE IMPLANTAÇÃO
- A auscultação dos batimentos cardiofetais
- Cardiotocografia contínua https://www.youtube.com/watch?v=Z9dBS1xLQMc

- Ecografia.

https://blausen.com/pt/video/descolamen
to-da-placenta/
(Miranda, Miranda & Vermelho, 2016)

https://www.hospitaldecruzilia.com.br/

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ETIOLOGIA SINTOMATOLOGIA
O DPPNI pode ocorrer devido:
 Vasoconstrição seguida de vasodilatação dos vasos uterinos
 Trauma causado por versão uterina externa ou outro Geralmente os primeiros sintomas ocorrem depois da 20ª semana de gravidez:
 Aumento inexplicado de alfa fetoproteína no soro materno Hipertonicidade uterina
 Brusca descompressão de polidrâmnios Sensibilidade uterina
 Anemia
Dor uterina súbita, intensa e localizada
 Placenta abrupta anterior
Ventre em tábua
 Pré-eclâmpsia
Presença de hemorragia
 Tração por cordão curto
 Insuficiência Placentária Ausência de hemorragia (oculta)
 Deficiência de ácido ascórbico ou ácido fólico Útero de Couvelair
(Miranda, Miranda & Vermelho, 2016)
http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/1786
(Miranda, Miranda & Vermelho, 2016)
Útero Couvelair

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Comparativo entre hemorragia por placenta prévia e descolamento da placenta prévia

TRATAMENTO Placenta prévia

Instalação insidiosa
Descolamento da placenta prévia

Instalação tempestuosa

Hemorragia indolor, exceto durante as contrações Dor forte


Manifestação clínicas
Inicialmente, hemorragia moderada Hemorragia grave
Dependende da intensidade da hemorragia e das condições fetais.
Hemorragia de repetição Hemorragia única
O tratamento é idêntico às situações em que ocorre uma placenta prévia. Hemorragia externa, sangue vivo Hemorragia interna inicialmente, depois externa e de sangue escuro

Pode ser necessário efetuar uma cesariana de emergência. Inesperadamente, surge hemorragia Hemorragia interna inicialmente, depois externa e de sangue escuro

Hemorragia diminui após amniotomia Hemorragia mantém-se após amniotomia


Existe ainda o risco de coagulação intravascular disseminada.
Mole Hipertonia

Se a grávida tiver o tipo Rh negativo existe o risco de isoimunização Rh devido à Útero Contorno uterino preservado Útero aumentado, contorno modificado e hemorragia ativa
possível hemorragia fetomaterna . Apresentação Não insinuada, a placenta obstrui a insinuação A altura da apresentação não tem significado no quadro clínico

Batimentos cardiofetais Presente e normal Presente ou ausente


Cardiotocografia não tranquilizadora (sofrimento fetal)

(Miranda, Miranda & Vermelho, 2016) Tratamento Cesariana (com feto vivo ou morto) Cesariana - feto vivo
Parto vaginal – feto morto

(Miranda, Miranda & Vermelho, 2016)

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Hemorragias na gravidez com choque hemorrágico


SINAIS E SINTOMAS

São situações emergentes em que a perfusão dos órgãos foi comprometida, - A taquicardia vai aumentando gradualmente e a tensão diminuindo, o pulso fica
podendo ocorrer graves danos ou morte. filiforme;
- Respiração rápida e profunda, depois superficial e irregular;
Como resposta fisiológica as glândulas supra-renais libertam catecolaminas que - Débito urinário, no início, sem alterações, depois oligúria e anúria.
provocam vasoconstrição, privilegiando a irrigação cerebral e cardíaca em
detrimento de todos os outros órgãos (incluindo o útero). - Nível de consciência: alerta, orientada, alguma ansiedade que vai aumentando,
assim como a confusão mental seguida de letargia e inconsciência.
- Pressão venosa central, no início, normal (10 a 6/7 cm H20), diminuindo até 0-3 cm
Se não for resolvido rapidamente, pode surgir acidose com consequente diminuição de H2O.
da perfusão e acidose tecidular, formação de edema, estase venosa, acentuando a
anoxia, provocando a morte tecidular.
(Miranda, Miranda & Vermelho, 2016)

(Miranda, Miranda & Vermelho, 2016)

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RISCOS DA TERAPIA DO CHOQUE ROTURA UTERINA

A sobrecarga de líquidos pode levar à respiração espumosa com estridor e dispneia, A rotura uterina é um acidente excecional (Miranda, Miranda & Vermelho, 2016)
choque pulmonar com taquipneia, dispneia, ansiedade, aumento da tensão arterial,
cianose e respiração ruidosa. Podendo estar relacionada com vários fatores:
- cicatriz uterina prévia
- TP prolongado
Deve-se ter em atenção a administração de oxigénio, pois em excesso provoca - apresentação fetal anómala
toxicidade e, consequentemente, mioclonias da face e convulsões. - desproporção feto-pélvica, macrossomia fetal
- grande multiparidade
- acretismo placentário
(Miranda, Miranda & Vermelho, 2016) - manipulação uterina (versão fetal por manobras internas ou externas)
- malformações uterinas
- parto instrumentado

https://www.scielo.cl/scielo.php?pid=S0717-
75262017000600649&script=sci_arttext

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ROTURA UTERINA ROTURA UTERINA

Manifesta-se por dor abdominal intensa, choque e hemorragia irregular, geralmente Conduta clínica:
mínima.
1. Realizar cesariana emergente
A palpação abdominal evidencia a presença de defesa e, em certos casos, palpa-se
diretamente o feto sobre a parede abdominal. 2. Proceder à reparação da lesão com histerorrafia dupla, se possível, após
extração fetal e dequitadura
Resulta frequentemente na morte fetal.
3. Proceder a histerectomia se não for possível reparar a lesão
4. Avaliação e reparação de eventuais lesões de órgão associadas (ex. rotura
(Miranda, Miranda & Vermelho, 2016)
vesical)

https://www.youtube.com/watch?v=JT_jmOvAJNc

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INVERSÃO UTERINA INVERSÃO UTERINA (CONT.)

É uma perturbação muito pouco frequente.


A inversão uterina é uma perturbação
na qual o corpo do útero se inverte,
saindo pelo colo uterino até ao A inversão do útero ocorre quando um membro do pessoal clínico sem experiência
interior da vagina ou mesmo para lá faz demasiada pressão sobre o fundo do útero ou puxa demasiado pelo cordão de
da abertura vaginal. uma placenta que ainda não se descolou.

(Miranda, Miranda & Vermelho, 2016)

É uma situação que pode levar à hemorragia e consequente choque hipovolémico.

(Miranda, Miranda & Vermelho, 2016)


https://slideplayer.com.br/slide/7500239/

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BIBLIOGRAFIA
Afonso, M & Osório, F. (2016). Gravidez ectópica. In Clode, N., Jorge, C.C. & Graça, L. M. (Eds.). Normas de Actuação na
Urgência de Obstetrícia e Ginecologia Hospital de Santa Maria (3ª edição) (pp. 77-84). Hospital de Santa Maria.
Areia, A. L. (2017). Hemorragias do segundo e terceiro trimestres. In Graça, L. Medicina Materno Fetal. (pp. 315- 325). Lidel.
Fadigas, C. & Clode, N. (2016). Hemorragias do 2º e 3º trimestres. In Clode, N., Jorge, C.C. & Graça, L. M. (Eds.). Normas de
Actuação na Urgência de Obstetrícia e Ginecologia Hospital de Santa Maria (3ª edição) (pp. 77-84). Hospital de Santa
Maria.
Malheiro, F., Falcão, V & Costa, A. R. (2020). Hemorragias da gravidez. In J. Neves (Coord.). Obstetrícia Fundamental (pp.
103-116). Lidel.
Matos, R. (2016). Gravidez ectópica. . In M. Nené, R. Marques & M. A. Batista (Coord.) Enfermagem de Saúde Materna e
Obstétrica (pp. 276-280). Lidel.
Miranda, A. M. R. C. , Miranda, L. & Vermelho, M. A. (2016). Hemorragias da gravidez. In M. Nené, R. Marques & M. A.
Batista (Coord.) Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica (pp. 216-225). Lidel.
Sotto-Mayor, L. (2016). Aborto espontâneo. In M. Nené, R. Marques & M. A. Batista (Coord.) Enfermagem de Saúde Materna e
Obstétrica (pp. 267-275). Lidel.

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