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Avaliação clínica em

Saúde da Mulher
Aspectos anatômicos

(TORTORA; DERRICKSON, 2016)


Aspectos anatômicos

(PORTO, 2019)
Anamnese
"A anamnese constitui o passo inicial e básico do relacionamento médico-
paciente. Nunca é excessivo ressaltar que o médico vai abordar a
intimidade da mulher. A paciente deve sentir a disponibilidade afetiva do
médico como ser humano que pretende e que pode ajudá-la".

(PORTO, 2019)
QUEIXAS GINECOLÓGICAS
Hemorragias
Quaisquer sangramentos sem as características da menstruação normal são chamados de
hemorragia (ou sangramento) uterina anormal (HUA ou SUA).

(PORTO, 2019)
(PORTO, 2019)
Dor

• A localização habitual é a região pélvica. Às vezes, a dor é abdominopélvica ou


lombossacra.

• Pode ser espontânea ou provocada pelo coito, por deambulação, por


ortostatismo ou por palpação.

• Pode ser contínua, paroxística ou relacionada com o ciclo menstrual.

(PORTO, 2019)
• É grande a importância de causas não ginecológicas nos quadros dolorosos
da pelve, da região lombossacra e perineal, destacando-se as afecções dos
órgãos do sistema urinário, digestório e osteoarticular.

• As principais causas ginecológicas são os processos inflamatórios, as


distopias genitais, as neoplasias anexiais (causando aderências,
compressões ou torção), a gravidez ectópica e a endometriose.

• Dismenorreia e dispareunia.

(PORTO,
2019)
Tumoração

O relato do aparecimento de uma “tumoração” merece sempre atenção.

Avaliar:

• Época do aparecimento.
• Localização.
• Velocidade de crescimento.
• Presença de outros sintomas originados de eventual compressão
de órgãos vizinhos.

(PORTO, 2019)
Tumoração
As “tumorações” dos órgãos genitais femininos podem ser:

• Abdominopélvicas
• Vaginais
• Vulvares

Cisto de glândula de Bartholin. (PORTO, 2019)


Corrimento (leucorreia)
• Alteração das características da secreção normal, que tem o aspecto de
“catarro fluido” ou de “clara de ovo”. A secreção normal aumenta sob ação
estrogênica (pico ovulatório e terapêutica hormonal).

• Não se esquecer que é fisiológica a secreção das glândulas vestibulares


maiores (Bartholin) durante a excitação sexual.

• Nos corrimentos patológicos, suas características variam conforme a


etiologia e é sempre acompanhado de outras alterações como prurido,
ardência e odor fétido.

(PORTO, 2019)
Corrimento (leucorreia)

• Corrimento aquoso, abundante, como se fosse o descrito


como normal, mas em grande quantidade (hidrorreia),
pode significar varicocele pélvica, retroversão uterina fixa
ou uso de pílulas anticoncepcionais.

• Corrimento amarelo, espesso, fétido e espumoso, a


causa costuma ser tricomoníase e/ou blenorragia.

(LASMAR, 2017; PORTO, 2019)


Corrimento (leucorreia)

• Corrimento branco, em grumos, como nata de


leite ou coco ralado, indica a presença de
fungos tipo Candida.

• Corrimento com aspecto de “água de carne” é


próprio das neoplasias e das infecções
graves.

(LASMAR, 2017; PORTO, 2019)


Prurido
• Prurido como sintoma isolado é pouco frequente. Pode, entretanto, ser
muito intenso e penoso para a paciente.

• Costuma surgir nas lesões distróficas da vulva (principalmente em


pacientes idosas) e nas vulvites micóticas e alérgicas.

• O prurido vulvar é frequente em paciente diabéticas.

• Não se esquecer de que o câncer da vulva está quase sempre associado a


prurido.

(PORTO,
2019)
Disfunção sexual

• Consiste em alterações ou perturbações


na resposta à estimulação sexual.

• Pode ser de origem orgânica, psicológica


ou mista.

(PORTO, 2019)
Alterações dos pelos

• Alterações na distribuição dos pelos podem acompanhar certos


desequilíbrios hormonais.

• A produção aumentada de androgênios pelas suprarrenais ou pelos


ovários, como na síndrome dos ovários policísticos, pode provocar
crescimento excessivo de pelos no buço, face, lobos das orelhas, triângulo
púbico superior, tronco ou membros.

• Cumpre assinalar que alguns medicamentos podem causar hirsutismo,


incluindo ciclosporina, minoxidil, diazóxido, corticoides e penicilamina.

(PORTO, 2019)
Exame ginecológico
=
Teste de Schiller
Fazer ou não?
• Realiza-se limpeza do colo com a retirada de muco e secreções, utilizando
algodão embebido em solução de ácido acético a 3%.

• Após aplica-se solução à base de iodo: a solução de Schiller (2g de iodeto,


4g de iodeto de potássio e 200mL de água destilada).

• Esse exame baseia-se na presença de glicogênio nas células da


ectocérvice, quando estão normais, e essas células ricas em glicogênio
coram-se de marrom (área iodo positiva, teste de Schiller negativo).

• Quando essas células estão anormais, por alteração oncótica, elas não se
corarão de marrom (área iodo negativa, teste de Schiller positivo).

(VIANA; GEBER,
2012)
• Essa coloração vai variar de intensidade, de acordo com os níveis de
estrogênio da paciente, sendo muito forte (++++) durante a gravidez e
diminuindo progressivamente na menacme, no hipoestrogenismo e no
hipoestrogenismo acentuado (climatério prolongado), e, quando existe área
de ectrópio, essa também se corará muito pouco, ficando com tons
marrons-claros.

• Na maioria das vezes, realizamos a remoção da solução de Schiller por


meio da aplicação de bissulfito de sódio e procede-se a colposcopia.

(VIANA; GEBER,
2012)
A inspeção visual do colo do útero após a aplicação de ácido acético
(Teste de Schiler) é utilizada para rastreamento de câncer de colo uterino
em pacientes que NÃO TEM ACESSO à citologia cervical ou ao teste de
papilomavírus humano.

(UP TO DATE, 2022)


Toque vaginal
• Para o exame dos órgãos genitais internos (útero, trompas e ovários),
realizamos o toque, que é feito pela vagina ou pelo reto (para pacientes
que não tiveram sexarca).

• Se a paciente for magra, com um pouco de experiência conseguimos


realizar o toque unidigital, mas, do contrário, ele é bidigital.

• Usualmente, as pessoas destras utilizam a mão direita (calçada com luva


lubrificada) para realizar o toque e, com a mão esquerda, palpam o
abdome (toque bimanual).

(VIANA; GEBER,
2012)
Avaliar:

• Textura e a elasticidade das paredes vaginais.

• Posição do útero (antevertido, retrovertido ou intermediário), tamanho,


forma, mobilidade e sensibilidade.

• Ovários (esses não são palpados no climatério nem em pacientes obesas)


e as trompas, que normalmente não são palpáveis.

• Presença de massa anexial ou líquido no fundo de saco vaginal (fundo de


saco de Douglas).

(VIANA; GEBER,
2012)
Referência
s
LASMAR, Ricardo B. Tratado de Ginecologia. Grupo GEN, 2017. 9788527732406. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527732406/. Acesso em: 08 mai.
2022.

Porto, C. C. Semiologia Médica, 8ª edição. Grupo GEN, 2019. 9788527734998. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527734998/. Acesso em: 08 May 2022

TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e Fisiologia. ]: Grupo GEN,
2016. 9788527728867. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527728867/. Acesso em: 08 mai.
2022.
Referência
s
Exames de rastreamento de câncer do colo do útero: Métodos de inspeção visual Tópico.
Disponível em https://www.uptodate.com/contents/cervical-cancer-screening-tests-visual-
inspection-
methods?search=schiler%20&source=search_result&selectedTitle=1~10&usage_type=default
&display_rank=1#references. Acesso em novembro 2022.

VIANA, L.C.; GEBER, S. Ginecologia. MedBook Editora, 2012. 9786557830604. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830604/. Acesso em: 08 May 2022

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