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Princípios do direito tributário

O PRINCÍPIO DA IGUALDADE TRIBUTÁRIA

princípio da igualdade tributária pode resumir-se na fórmula segundo a qual se deve


"tratar de modo igual o que é igual e de modo diferente o que é diferente", sendo esta
uma fórmula que se decompõe em dois elementos essenciais: (a) a igualdade ou
diferença das realidades a tratar e (b) a igualdade ou diferença do tratamento que lhes é
dispensado
. O segundo elemento, o da igualdade de tratamento, possui conteúdo meramente
descritivo e é o mais simples de concretizar, podendo dizer-se que há igualdade de
tratamento quando duas situações ficam sujeitas à mesma estatuição lecyal.402 O
primeiro elemento, o da igualdade de situações, encerra já conteúdo normativo e
mostra-se sempre difícil de concretizar, visto que a relação de igualdade entre duas
situações existe um juízo de comparação e a escolha de um critério distintivo relevante
para o efeito.

. O PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA


Sentido essencial e âmbito de aplicação
O princípio da capacidade contributiva representa o critério material de igualdade
adequado aos impostos.Com efeito, os impostos constituem tributos unilaterais, no
preciso sentido em que produzem uma ablação do património particular ditada
pelo interesse geral e alheia ao aproveitamento de qualquer prestação pública. Aos
impostos é por isso inerente uma ideia de solidariedade, visto que quem os sofre não
fica constituído no direito de exigir qualquer prestação do estado, cumprindo um mero
dever de cidadania.

O PRINCÍPIO DA EQUIVALÊNCIA
Sentido essencial e âmbito de aplicação
O princípio da equivalência representa o critério material de igualdade adequado às
taxas e às contribuições.Com efeito, taxas e contribuições constituem tributos
comutativos, no sentido em que visam a compensação de prestações administrativas de
que o sujeito passivo é causador ou beneficiário, presumível ou efetivo. A taxas e
contribuições é, assim, inerente uma ideia de troca, um quidpro quo entre o estado e o
contribuinte, expresso muitas vezes através das noções comuns do utilizador-pagador ou
do poluidor-pagador. Significam estas noções, afinal, que ao pagarmos taxas e
contribuições não custeamos os encargos gerais da comunidade, em cumprimento de um
dever de solidariedade, mas custearmos prestações de que somos causadores ou
beneficiários e cujo financiamento é justo, por isso, que seja da nossa responsabilidade.

O PRINCÍPIO ESTADO SOCIAL

O princípio do Estado Social representa uma das traves-mesEas da Constituição de 1976


e um dos princípios materiais mais importantes do nosso sistema fiscal. Com efeito, os
artigos I Q e 22 da Constituição de 1976 definem Portugal como uma república
"empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária" e como um estado
que visa "a realização da democracia económica, social e cultural". Em conformidade, o
artigo 92 impõe como tarefa fundamental ao estado português a de "promover o bem-
estar e a qualidade de vida do povo e a igualdade real entre os portugueses, bem como a
efectivação dos direitos económicos, sociais, culturais" (alínea d), ao mesmo tempo que
em matéria de organização económica o artigo 81 estabelece como incumbência
prioritária do estado português o promover "o aumento do bem-estar social e económico
e da qualidade de vida das pessoas, em especial das mais desfavorecidas" (alínea a),
bem como "a justiça social, assegurar a igualdade de oportunidades e operar as
necessárias correções das desigualdades na distribuição da riqueza e do rendimento,
nomeadamente através da política fiscal".

O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA


O princípio da legalidade tributária exige que as leis de imposto sejam votadas pelo
parlamento democraticamente eleito e que essas leis fixem os elementos essenciais dos
impostos com a densidade bastante para garantir a segurança dos contribuintes. Vale
isto dizer que o princípio da legalidade tributária se analisa, em primeiro lugar, na
exigência formal da reserva de lei parlamentar em matéria fiscal e, em segundo lugar,
numa exigência material de tipicidade ou determinabilidade das leis de imposto

O PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA


Pelo que dissemos já, fica claro que a securança jurídica constitui um valor com
especial importância no domínio do direito tributário. Com certeza que, num Estado de
Direito como o é o estado português, é imperativo que o estado se comporte sempre
como uma pessoa de bem e que não frustre nunca de modo infundado as expectativas
legítimas dos cidadãos, menos ainda as expectativas que assentem na própria lei.

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