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FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO FRANCISCO

COORDENAÇÃO DE PESQUISA, EXTENSÃO E PÓS-GRADUAÇÃO


COORDENADORIA DE DIREITO

SARA DE SÁ BARRÊTO

TJV- Temas Jurídicos Verticalizados-Temas atuais de Processo Penal

Pedreiras
2024
SARA DE SÁ BARRÊTO

TJV- Temas Jurídicos Verticalizados-Temas atuais de Processo Penal

Trabalho apresentado como exigência para


aprovação na disciplina de TVJ – Temas Jurídicos
Verticalizados do Curso de Bacharelado em Direito
da Faculdade de Educação São Francisco.

Professor: João MarcosQueiroz

Pedreiras
2024
1- Qual o primeiro provimento no Brasil que instituiu a audiência de custódia?
R= O primeiro provimento no Brasil que instituiu a audiência de custódia foi o
Provimento nº 01/2015, emitido pela Corregedoria Nacional de Justiça, em 9 de fevereiro de
2015. Este provimento estabeleceu diretrizes para a realização das audiências de custódia em
todo o território nacional, visando garantir o cumprimento dos direitos fundamentais das
pessoas presas em flagrante delito, conforme assegurado pela Constituição Federal e por
tratados internacionais de direitos humanos.
2- Qual o embasamento jurídico constitucional e internacional para a
implementação da audiência de custódia?
R= A implementação da audiência de custódia possui embasamento jurídico tanto em
dispositivos constitucionais quanto em instrumentos internacionais de direitos humanos. Aqui
estão alguns dos principais embasamentos:
Constituição Federal Brasileira: Diversos princípios e garantias fundamentais previstos
na Constituição Federal do Brasil sustentam a implementação da audiência de custódia, tais
como:
Princípio da dignidade da pessoa humana: A apresentação rápida do preso ao juiz
contribui para assegurar sua dignidade, evitando a exposição a situações degradantes ou
abusivas.
Princípio do devido processo legal: A audiência de custódia garante que o preso tenha
a oportunidade de ser ouvido por um juiz imediatamente após a prisão, assegurando seu
direito a um processo legal justo.
Princípio da presunção de inocência: Ao permitir que o juiz avalie a legalidade e a
necessidade da prisão logo após a sua realização, a audiência de custódia reforça o princípio
da presunção de inocência até que haja decisão judicial definitiva.
Princípio da não violência e da proibição de tortura: A audiência de custódia ajuda a
prevenir casos de violência policial e tortura, garantindo que eventuais abusos sejam
identificados e investigados precocemente.
Instrumentos Internacionais de Direitos Humanos: A implementação da audiência de
custódia também está em conformidade com tratados e convenções internacionais ratificados
pelo Brasil, tais como:
Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (PIDCP): Este tratado estabelece que
qualquer pessoa privada de liberdade deve ser tratada com humanidade e com respeito à
dignidade inerente à pessoa humana (Artigo 10), e garante o direito de qualquer pessoa presa
ser conduzida sem demora à presença de um juiz (Artigo 9).
Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica):
Este tratado prevê que toda pessoa detida deve ser conduzida, sem demora, à presença de um
juiz ou outra autoridade autorizada por lei a exercer funções judiciais (Artigo 7).
Esses embasamentos jurídicos, tanto constitucionais quanto internacionais,
fundamentam a importância e a legalidade da implementação da audiência de custódia como
um instrumento de proteção dos direitos humanos e do devido processo legal.
3- Qual instrumento legal (lei) regulamentou a audiência de custódia no Código
de Processo Penal?
R= A audiência de custódia foi regulamentada no Código de Processo Penal Brasileiro
pela Lei nº 13.964/2019, conhecida como "Lei Anticrime". Essa legislação introduziu diversas
alterações no Código de Processo Penal, incluindo a previsão da realização da audiência de
custódia como parte do processo penal brasileiro.
4- Que providências o juiz pode adotar quando da realização da audiência de
custódia?
R= Durante a realização da audiência de custódia, o juiz pode adotar diversas
providências com o objetivo de garantir o respeito aos direitos fundamentais do preso,
verificar a legalidade da prisão e tomar decisões adequadas. Algumas das principais
providências que o juiz pode adotar incluem:
Verificação da Legalidade da Prisão: O juiz analisa se a prisão foi realizada de acordo
com os preceitos legais, verificando se houve flagrante delito ou se existe mandado de prisão
válido.
Oitiva do Preso e sua Defesa: O juiz permite que o preso seja ouvido durante a
audiência, possibilitando que ele apresente sua versão dos fatos e manifeste eventuais
irregularidades ocorridas durante a prisão. Caso o preso não tenha advogado constituído, o
juiz designa um defensor público para atuar em sua defesa.
Avaliação da Necessidade da Prisão: Com base nas informações apresentadas durante
a audiência, o juiz avalia se a prisão é realmente necessária, levando em consideração critérios
como a gravidade do crime, a possibilidade de fuga ou a ameaça à ordem pública. O juiz pode
decidir pela manutenção da prisão, pela concessão de liberdade provisória ou pela aplicação
de medidas cautelares alternativas.
Verificação de Possíveis Violências ou Maus-Tratos: O juiz investiga se o preso foi
submetido a violência física, psicológica ou qualquer forma de maus-tratos durante a prisão,
garantindo a integridade física e psicológica do indivíduo.
Encaminhamento para Atendimento Médico ou Social: Caso necessário, o juiz pode
determinar o encaminhamento do preso para atendimento médico ou social, visando garantir
sua integridade física e psicológica.
Decisão sobre a Prisão Preventiva ou a Concessão de Liberdade Provisória: Com base
nas circunstâncias do caso e nas informações obtidas durante a audiência, o juiz decide se
mantém a prisão preventiva do indivíduo, determina sua liberdade provisória com ou sem
medidas cautelares alternativas, ou estabelece outras providências cabíveis.
Essas são algumas das providências que o juiz pode adotar durante a audiência de
custódia, visando garantir a proteção dos direitos do preso e a legalidade da prisão.

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