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M2 PERIODONTIA TEÓRICA - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE

GENGIVITE INDUZIDA PELO Fatores de risco locais (Fatores


BIOFILME DENTAL predisponentes: Fatores de retenção de
biofilme dental, secura bucal.
ASSOCIADA SOMENTE AO BIOFILME
DENTAL AUMENTO GENGIVAL INFLUENCIADO
POR DROGAS
Gengivite em periodonto íntegro: Sem
perda de inserção, PS menor ou igual a 3 Pode estar associado a drogas
mm, sangramento à sondagem em menos antiepilépticas, como fenitoína e valproato
de 10% dos sítios e sem perda óssea sódico; a BCC, como nifedipina,
radiográfica verapamil, diltiazem, amlodipina e
felodipina; a imunossupressores, como
Gengivite em periodonto reduzido: ciclosporina; e a contraceptivos orais (em
- Paciente com periodontite estável: altas doses).
História de tratamento de
periodontite, perda de inserção, sítios CLASSIFICAÇÃO DA
com PS menor ou igual a 3 mm, 10%
ou mais dos sítios com sangramento
PERIODONTITE
à sondagem e perda óssea A periodontite é caracterizada por
radiográfica. inflamação mediada pelo hospedeiro que
- Paciente sem periodontite resulta em perda de inserção periodontal.
(recessão gengival, aumento de A doença é detectada como perda de
coroa clínica): Perda de inserção, inserção clínica (NIC) pela avaliação com
PS menor ou igual a 3 mm, uma sonda periodontal padronizada com
sangramento à sondagem em menos referência à junção cemento-esmalte
de 10% dos sítios e possível perda (JCE) ao redor do dente.
óssea radiográfica. Um paciente é diagnosticado com
periodontite se: O NIC (perda de
De acordo com a sua extensão: inserção clínica) interdental é detectável
- Localizada: Maior igual a 10% e em 2 ou mais dentes não adjacentes, ou
menor igual a 30% NIC maior ou igual a 3 mm com bolsa >
- Generalizada: Maior que 30% 3mm é detectável em 2 ou mais dentes.

De acordo com a sua severidade: Um diagnóstico de periodontite para um


- Leve: Menos de 10% dos sítios paciente individual deve abranger 3
- Moderada: 10 a 30% dos sítios dimensões (Tonetti et al. 2018):
- Grave: Mais de 30% dos sítios 1. Definição de um caso de periodontite
baseado na perda detectável de NIC
MEDIADA POR FATORES DE RISCO em dois dentes não adjacentes
SISTÊMICOS OU LOCAIS 2. Identificação da forma de
periodontite: periodontite necrosante,
Fatores de risco sistêmicos (Fatores
periodontite como manifestação de
modificadores): Tabagismo,
doença sistêmica ou periodontite
Hiperglicemia, Fatores nutricionais,
3. Descrição da apresentação e
Agentes farmacológicos, Hormônios
agressividade da doença por estágio
esteróides sexuais (puberdade, gravidez),
e grau
Condições hematológicas.
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3 FORMAS FISIOPATOLOGICAMENTE de possíveis resultados ruins do


DIFERENTES DE PERIODONTITE tratamento e avaliação do risco de que a
doença ou seu tratamento possa afetar
1. Periodontite necrosante
negativamente a saúde geral do paciente.
2. Periodontite como manifestação
- Risco e potencial impacto da
direta de doenças sistêmicas
periodontite na doença sistêmica e o
3. Periodontite
inverso
Severidade
- Complexidade do manejo: ESTÁGIO 1: Periodontite inicial.
profundidades de sondagem, tipo de
- Fronteira entre a gengivite e a
perda óssea (vertical e/ou horizontal),
periodontite
envolvimento de furca, mobilidade
dentária, dentes perdidos, colapso da Severidade
mordida e tamanho do defeito na - NIC interdental nos locais de maior
crista residual aumentam a perda de 1 a 2mm
complexidade do tratamento - Perda óssea radiográfica limitada ao
- Extensão da doença terço coronal (menor que 15%)
- Sem perda dental devido a
Taxa de progressão
periodontite
Fatores de risco
Complexidade
Inter-relação com a saúde geral: - Local: PS máxima menor ou igual a
Bactérias orais específicas na bolsa 4mm
periodontal podem ter acesso à corrente - Perda óssea principalmente
sanguínea através do epitélio da bolsa horizontal
ulcerado. Os mediadores inflamatórios do
Extensão e distribuição:
periodonto podem entrar na corrente
- Localizado (menos de 30% dos dentes
sanguínea e ativar proteínas de fase
envolvidos)
aguda do fígado, como a proteína C
- Generalizado (mais de 30% dos dentes
reativa (PCR), que amplifica ainda mais
envolvidos)
os níveis de inflamação sistêmica. A
- Padrão incisivo-molar
periodontite contribui para a carga
inflamatória geral do indivíduo, que está
ESTÁGIO 2: Periodontite
fortemente implicada na doença arterial
moderada.
coronariana, AVC e diabetes tipo II.
- Periodontite estabelecida
ESTÁGIOS E GRAUS DA Severidade
PERIODONTITE - NIC interdental nos locais de maior
Estágio é amplamente dependente da perda de 3 a 4mm
gravidade da doença na apresentação e - Perda óssea radiográfica limitada ao
da complexidade do manejo da doença. terço coronal (15% a 30%)
- Severidade, extensão e complexidade - Sem perda dental devido a
periodontite
Grau fornece informações suplementares
sobre características biológicas da Complexidade
doença, análise baseada na história da - Local: PS máxima menor ou igual a
taxa de progressão da periodontite; 5mm
avaliação do risco de progressão; análise
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- Perda óssea principalmente - Presença de lesões periodontais


horizontal profundas que se estendem à porção
apical da raiz e/ou história de múltiplas
Extensão e distribuição:
perdas dentárias
- Localizado (menos de 30% dos dentes
- O gerenciamento de casos requer
envolvidos)
estabilização / restauração da função
- Generalizado (mais de 30% dos dentes
mastigatória
envolvidos)
- Padrão incisivo-molar Severidade
- NIC interdental nos locais de maior
ESTÁGIO 3: Periodontite severa perda maior ou igual a 5mm
com potencial para perda - Perda óssea radiográfica estendida
dentária adicional. até o terço médio ou apical da raiz
- Perda dental de 5 ou mais dentes
- Presença de lesões periodontais
devido a periodontite
profundas que se estendem até a
porção média da raiz Complexidade
- A função mastigatória é preservada e o - Local: Além da complexidade do
tratamento da periodontite não requer estágio 3, necessidade de
reabilitação complexa da função reabilitação complexa devido a
disfunção mastigatória, trauma
Severidade
oclusal secundário (grau de
- NIC interdental nos locais de maior
mobilidade dental maior ou igual a
perda maior ou igual a 5mm
2), defeito de crista severo, colapso
- Perda óssea radiográfica estendida
da mordida, menos do que 20
até o terço médio ou apical da raiz
dentes remanescentes (10 pares
- Perda dental de 4 ou mais dentes
opostos)
devido a periodontite
Extensão e distribuição:
Complexidade
- Localizado (menos de 30% dos dentes
- Local: Além da complexidade do
envolvidos)
estágio 2, PS maior ou igual a 6mm
- Generalizado (mais de 30% dos dentes
- Perda óssea vertical maior ou igual
envolvidos)
a 3mm
- Padrão incisivo-molar
- Envolvimento de lesão de furca grau
2e3
- Defeito de crista moderado GRAUS DA PERIODONTITE

Extensão e distribuição: Determina a probabilidade de o caso


- Localizado (menos de 30% dos dentes progredir a uma taxa maior do que a típica
envolvidos para a maioria da população ou responder
- Generalizado (mais de 30% dos dentes de maneira menos previsível à terapia
envolvidos) padrão.
- Padrão incisivo-molar
GRAU A: Taxa lenta de
ESTÁGIO 4: Periodontite progressão
avançada com extensa perda Critério primário
dental e potencial para perda da - Evidência direta de progressão - dados
dentição. longitudinais (perda óssea radiográfica
ou NIC): Nenhuma perda em 5 anos
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- Evidência indireta de progressão - Evidência direta de progressão - dados


➔ % de perda óssea por idade: longitudinais (perda óssea radiográfica
Menor que 0,25 ou NIC): Maior ou igual a 2mm em
➔ Fenótipo do caso: Densos mais de 5 anos
depósitos de biofilme com baixos - Evidência indireta de progressão
níveis de destruição (muito biofilme ➔ % de perda óssea por idade: Maior
para pouca destruição) que 1,0
➔ Fenótipo do caso: A destruição
Modificadores de grau
excede a expectativa dada aos
- Fatores de risco
depósitos de biofilme; padrões
➔ Fumo: Não fumante
clínicos específicos sugestivos de
➔ Diabetes: Normoglicêmico / sem
períodos de progressão rápida
diagnóstico de diabetes
e/ou doença de início precoce (por
Risco de impacto sistêmico exemplo padrão molar-incisivo,
- Carga inflamatória falta de resposta esperada as
➔ Alta sensibilidade CRP (hsCRP): terapias padrão de controle
Menor que 1mg/L bacteriano)
Modificadores de grau
GRAU B: Taxa moderada de
- Fatores de risco
progressão
➔ Fumo: Fumante de 10 ou mais
Critério primário cigarros por dia
- Evidência direta de progressão - dados ➔ Diabetes: HbA1c maior ou igual a
longitudinais (perda óssea radiográfica 7% em pacientes diabéticos
ou NIC): Menor que 2mm em mais de 5
Risco de impacto sistêmico
anos
- Carga inflamatória
- Evidência indireta de progressão
➔ Alta sensibilidade CRP (hsCRP):
➔ % de perda óssea por idade: 0,25
Maior que 3mg/L
a 1,0
➔ Fenótipo do caso: Destruição
proporcional aos depósitos de PLANO DE TRATAMENTO
biofilme
Modificadores de grau
- Fatores de risco
➔ Fumo: Fumante de menos de 10
cigarros por dia
➔ Diabetes: HbA1c menor que 7%
em pacientes diabéticos
Risco de impacto sistêmico
- Carga inflamatória
➔ Alta sensibilidade CRP (hsCRP): 1
a 3mg/L

GRAU C: Taxa rápida de


progressão
Critério primário
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- Eliminação de bolsas
- Correção de bolsa
- Correção de defeitos
8. Tratamento restaurador

INTRODUÇÃO À TERAPIA
CIRÚRGICA PERIODONTAL
Objetivos gerais da terapia periodontal
- Prevenção, eliminação da infecção ou
controle da doença
- Recuperação de tecidos perdidos
- Manutenção de resultados
conseguidos
Objetivos clínicos específicos no
Objetivos do tratamento periodontal: tratamento das doenças periodontais já
- Prevenir a progressão da doença instaladas
periodontal por meio da eliminação da - Eliminação da doença inflamatória
infecção pela retirada do biofilme dental e
- Restabelecer a saúde periodontal fatores etiológicos secundários
- Prevenir a recorrência da doença - Estabelecimento de um ambiente
periodontal local com anatomia compatível com a
- Redução do nível de sangramento manutenção da saúde e estética
para um índice menor que 10-25% periodontal.
- Redução do número de bolsas
periodontais >5mm. Nenhuma bolsa PLANO DE TRATAMENTO
>5mm deve estar presente para
PERIODONTAL
considerar um indivíduo com saúde
periodontal ● Urgências e fase sistêmica
- Ausência de lesões de bifurcação ● Terapia inicial
classe III - OHB
- Ausência de dor - Eliminação de fatores retentivos
- Satisfação do paciente de placa e cálculo supragengival
● Reavaliação
1. Urgências e fase sistêmica ● Terapia básica
2. Terapia inicial - OHB
- OHB - RACR
- Eliminação de fatores retentivos - ATF
de placa e cálculo supragengival ● Reavaliação (após 30 ou 45 dias)
3. Reavaliação ● Terapia periodontal de suporte
4. Terapia básica ● Terapia cirúrgica
- OHB - Eliminação de bolsas
- RACR - Correção de bolsa
- ATF - Correção de defeitos
5. Reavaliação (após 30 ou 45 dias) ● Tratamento restaurador
6. Terapia periodontal de suporte
7. Terapia cirúrgica
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TERAPÊUTICA CIRÚRGICA - Áreas com problemas mucogengivais


PERIODONTAL - CIRURGIA (ex: recessão gengival).
Cirurgia: Conjunto de procedimentos que
envolvem corte, seja ele executado com
CONTRA-INDICAÇÕES GERAIS
uma lâmina, bisturi elétrico ou laser que - Portadores de doenças sistêmicas
ressecta (remove) tecido ou envolve o sérias não controladas (arritmia,
rebatimento de um retalho para alcançar infarto recente, diabetes não
os seus objetivos terapêuticos. controlada, etc);
- Quando não for possível acompanhar
QUANDO PENSAR NA TERAPIA o pós-operatório do paciente;
PERIODONTAL CIRÚRGICA? - Quando o paciente é incapaz de
manter um controle de biofilme
A terapia periodontal cirúrgica (TPC) deve
adequado (evitar a disseminação da
ser pensada após a reavaliação do
infecção e a má cicatrização);
paciente pós terapia não cirúrgica. A
- Pacientes fumantes não tem boa
reavaliação é feita após 4-6 semanas da
resposta clínica à cirurgia (sob
terapia não cirúrgica, sendo esse o
condições de assinatura de termo de
tempo necessário para o tecido conjuntivo
consentimento livre e esclarecido
cicatrizar (turnover). Fazer a reavaliação
acerca das consequências do cigarro,
antes desse tempo interfere no processo
faz-se a cirurgia).
de cicatrização do tecido, embora a
profundidade de sondagem diminua já
após 1 semana da terapia.
FASES CIRÚRGICAS
1. CUIDADOS PRÉ-OPERATÓRIOS
Na reavaliação considera-se: - Conferência de assinatura do
- Aspecto de normalidade da gengiva termo de consentimento
- Presença ou não de sangramento - Análise de exames pré operatórios:
e/ou supuração à sondagem Hemograma (eritro* e leucograma*),
- Profundidade de sondagem (nesse coagulograma (TC - 4 a 10 min; TS -
caso, até 4mm*) 1 a 4 min; plaquetas - 150-400/microl
- Mobilidade dentária de sangue), glicemia em jejum (66-99
- Índices de placa mg/dl) e hemoglobina glicada.
➔ Considerar possíveis infecções
INDICAÇÕES DE TERAPÊUTICA apresentadas na série branca
PERIODONTAL CIRÚRGICA (leucograma).
- Áreas com contornos ósseos ➔ Considerar possíveis alterações
irregulares e defeitos infra ósseos na série vermelha (anemia, pela
extensos e/ou profundos; análise da hemoglobina) que
- Bolsas residuais profundas e/ou de prejudicasse o processo de
difícil acesso em que a remoção cicatrização.
completa do biofilme sem cirurgia não - Profilaxia antibiótica (prevenir
é possível (bolsas acima de 5mm); endocardite bacteriana) - 2g de
- Correção ou prevenção de invasões amoxicilina 1 hora antes do
do espaço biológico; procedimento cirúrgico (4
- Áreas de lesão de furca grau II ou III; comprimidos de 500mg)
- Áreas com crescimento gengival; - Prevenção de dor e edema - AINES
ou AIES (preferível, pois evita o
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edema e não interfere no processo de


hemostasia)
- Controle de ansiedade - Ansiolíticos,
desde que tenha indicação
odontológica: Midazolam=dormonid
(tempo de ação relativamente curto)

2. PREPARAÇÃO DO PROFISSIONAL
- Paramentação do profissional
- Procedimentos de biossegurança

3. PREPARAÇÃO DO
INSTRUMENTAL / EQUIPAMENTO
- Montar a mesa cirúrgica com
materiais estéreis organizados de
acordo com a sequência dos
procedimentos cirúrgicos Consiste basicamente em entrar com um
bisturi dentro do sulco gengival e cortar o
4. PREPARAÇÃO DO PACIENTE fundo do sulco até chegar na crista óssea.
(EXTRA E INTRA ORAL) É uma incisão feita principalmente para
- Deixar apenas o campo cirúrgico dois casos:
exposto ➔ Isoladamente para abrir um
- Realizar a antissepsia extra oral retalho sem perda de tecido
(clorexidina a 2%) e intraoral gengival;
(bochecho com clorexidina 0,12%) ➔ Complementação da incisão
paramarginal ou submarginal.
5. ANESTESIA - TÉCNICAS
- Tópica (diminuir a sensação da - Paramarginal ou Submarginal
picada da agulha); ➔ Incisão um pouco abaixo da
- Infiltrativa (injeção do anestésico); margem gengival.
- Bloqueio - nervo alveolar inferior ➔ Eliminar um pouco da margem
- Papilar (na papila interdental) gengival
➔ Essa anestesia papilar é mais ➔ Aumento de coroa clínica
usada para controle do - Interdental
sangramento, por meio do ➔ Incisão complementar para soltar
vasoconstritor (de preferência um a parte interdental
adrenérgico pois atua sobre a ➔ Para abrir de vestibular- palatino/
microcirculação arterial - vasos lingual
que estão chegando ao local, já a
- Relaxante (Corono-Apical)
felipressina atua mais nos vasos
➔ Evita-se pois deixa cicatrizes.
venosos).
➔ Serve para limitar o retalho a
Agentes anestésicos: Lidocaína ou uma região.
Mepivacaína com vasoconstritor. ➔ Serve para operar uma área
relativamente estreita, mas
6. INCISÃO profunda
QUANTO A SUA LOCALIZAÇÃO:
- Intrasulcular:
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QUANTO A INCLINAÇÃO DA LÂMINA:


- Bisel Interno
➔ Ponta da lâmina direcionada para
crista óssea - 45 graus (+ comum ANATOMIA CIRÚRGICA:
para retalhos). A área da periodontia é bastante segura,
não tendo muita preocupação com
estruturas nobres/vitais. Cirurgias com
enxerto, que é coletado no palato, podem
afetar a artéria e o nervo palatino, mas só
esses casos detém uma maior
preocupação.
- Artéria palatina maior e nervo palatino
(superior)
- Nervo alveolar posterior inferior (canal
mandibular)

7. RESSECÇÃO DE TECIDO OU
REBATIMENTO DE RETALHO
RESSECÇÃO: Remoção do tecido
cortado, para ser descartado.
- Bisel Externo
➔ Ponta da lâmina direcionada para REBATIMENTO/RETALHO: Consiste em
a coroa (+ comum para deslocar a gengiva, que se mantém presa
ressecções). apicalmente ao tecido ósseo. O retalho
➔ Quando se quer eliminar grande periodontal é um segmento de tecido
quantidade de gengiva gengival que é cirurgicamente separado
(hiperplasias) dos tecidos de suporte coronalmente,
➔ Cirurgias menos conservadoras mas, que na região apical, se mantém
(deixa tecido conjuntivo exposto) aderido através de um pedículo de tecido
conjuntivo vascularizado.
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- Importante para conseguir adaptar o


CLASSIFICAÇÃO DOS RETALHOS tecido e controlar o sangramento
QUANTO AO USO DE INCISÕES durante a cirurgia; são usados
RELAXANTES: instrumentos comuns na raspagem.
- Retalhos relaxantes: Quando se faz
o uso de incisões relaxantes 9. HEMOSTASIA
- Compressão com gaze;
- Anestésico local com vasoconstritor
(de preferência adrenérgico);
- Substâncias adstringentes, quando
não se obtém sucesso com os outros
métodos (promovem constricção
tecidual - hemostop).

- Retalhos tipo envelope: Quando 10. RAR - RASPAGEM E


não se faz o uso de incisões ALISAMENTO RADICULAR
relaxantes Se for encontrado cálculos subgengivais.

11. RESSECÇÃO ÓSSEA OU


COLOCAÇÃO DE MATERIAL DE
ENXERTO
- Objetivos terapêuticos

12. READAPTAÇÃO DO RETALHO


- Retalho reposicionado: Quando
CLASSIFICAÇÃO DOS RETALHOS volta à posição original.
QUANTO AOS TECIDOS SEPARADOS
- Retalho deslocado: Quando
DO OSSO:
posiciona o retalho em um local
- Retalhos de espessura total / diferente próximo, mas um pouco
mucoperiósteo: Quando o tecido abaixo (redução de profundidade de
ósseo fica exposto. bolsa ou aumento de gengiva
- Retalhos dividido ou de espessura inserida). São deslocados:
parcial: Quando deixa-se uma faixa ➔ RDA - Apicalmente (aumento de
de tecido conjuntivo sobre periósteo. coroa clínica por exemplo)
➔ Dissecção afiada - colocação de ➔ RDC - Coronalmente (enxerto por
enxertos sob tecido exemplo, para que o tecido
vascularizado, portanto, sob conjuntivo não fique exposto ao
retalhos de espessura parcial meio bucal)
➔ RDL - Lateralmente
- O parcial fica com um aspecto
vermelho, do TC. O total fica mais 13. SUTURA
escuro, pois é a cor do osso. Fechar e imobilizar retalhos

8. DEBRIDAMENTO DO TECIDO 14. COLOCAÇÃO DO CIMENTO


FIBROSO (MELHOR VISUALIZAR) CIRÚRGICO (PERIOBOND)
E DE GRANULAÇÃO - Usado no pós cirúrgico, tendo ou não
(CONTROLAR O SANGRAMENTO)
feito sutura, sendo mais usado
quando não foi feita a sutura.
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- Tem como objetivo proteger a área - Viabilizar procedimentos


cirúrgica. restauradores
- Desvantagem: Atualmente evitado - Promover a regeneração de tecidos
pois é um fator retentor de biofilme perdidos
- Restabelecimento de arquitetura
15. CUIDADOS fisiológica e estética dos tecidos
PÓS-OPERATÓRIOS periodontais
Controle da dor e edema - Correção de outros problemas
- A prescrição de AINES leva a um mucogengivais
aumento dos riscos de sangramento
pós-operatório. CIRURGIAS CONSERVADORAS
- Crioterapia de 20 min de 4/4 horas
Retalho de Kirkland
Recomendações de dieta
Retalho de Widman modificado:
- Evitar alimentos quentes. Priorizar
Técnica mais utilizada. Retalho em que a
alimentos líquidos e pastosos nos
gengiva é rebatida para fazer a raspagem
primeiros dias, etc.
da superfície radicular por visão direta.
Higiene oral Realização de uma incisão submarginal
- Evitar a escovação na área operada - complementada por uma incisão
sendo recomendado o uso de intrasulcular, remoção do colarinho,
clorexidina a 0,12%, sem bochechar rebatimento do retalho, realização da
para não iniciar ciclo de sangramento. raspagem e recolocação do retalho no
local para suturar.
Controle de sangramento
- É recomendado fazer uma
compressão com gaze por
aproximadamente 20 min.
Atestados
- 1 dia é a recomendação mínima, a
depender do trabalho do paciente.

16. REMOÇÃO DO CIMENTO E DA


SUTURA
- Após uma semana (7 dias) - mais CIRURGIAS RESSECTIVAS
importante
Gengivectomia / Gengivoplastia:
17. REAVALIAÇÃO Remoção de tecido gengival e não
- Pode ser feita com 30, 45 ou 60 dias, rebatimento de retalho e nem osteotomia.
dependendo da extensão da cirurgia, Gengivectomia é a remoção de tecido
sendo as reavaliações mais comuns e gengival para redução de bolsa
mais importantes feitas após 7 dias. periodontal. Demarcação do fundo da
bolsa, incisão em bisel externo e
OBJETIVOS ESPECÍFICOS intrasulculares para liberar o tecido.
- Eliminação de bolsas supraósseas
- Instrumentação radicular (RAR) com (gengivectomia)
visão direta - Correção de crescimentos gengivais
- Redução ou eliminação de áreas
retentoras de biofilme / bolsas
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- Aumento de coroa clínica por Aumento de coroa clínica com


necessidades restauradoras ou osteotomia
estéticas
- Instrumentação radicular por visão CIRURGIAS RECONSTRUTIVAS
direta
- Autólogas, alogênicas ou aloplásticas
Cirurgias regenerativas: Preenchimento
de defeitos com substitutos ósseos ou
regeneração tecidual
Cirurgias mucogengivais: Recobrimento
radicular, defeitos de rebordo e perda de
papila
- Utilizados isoladamente ou com
regeneração tecidual guiada (RTG)
RTG: Utilização de membranas
reabsorvíveis ou não reabsorvíveis
(realização de outra cirurgia para remoção
dessa membrana). Indicado para defeitos
ósseos de 3 ou 2 paredes e lesões de
furca grau II. RTG é superior ao RWM em
OBS: Aumento da coroa clínica para GIC, RPS e ganho de tecido ósseo
prevenir ou corrigir invasões do (previsível). Combinada com enxertos
espaço biológico. ósseos e fatores de crescimento.
- Presença de elemento estranho na - Aumento de níveis ósseos, de
área da estrutura dentária reservada inserção e redução profundidade de
para a união dento-gengival (invasão sondagem superior ao conseguido
de fibras supracrestais de conexão / com o retalho de widman modificado
espaço biológico) - Não ocorre a recuperação de
- Remoção óssea deixa quantidade cemento, ligamento periodontal e
suficiente de estrutura dental exposta osso alveolar, apenas preenchimento
para restabelecimento da união
dento-gengival Proteínas da matriz do esmalte
Indicações: (emdogain)
- Presença de cárie ou restauração que - Amelogenina
invade o espaço biológico - Estimula cementogênese
- Necessidade de aumento de retenção - Testado em diferentes tipos de
para coroas protéticas defeitos
- Correções estéticas - Superior a RWM, similar a RTG
- Desvantagem: Custo
Retalho de Widman - Vantagem: Facilidade de uso

Retalho de Neumann CIRURGIAS PLÁSTICAS


Retalho de Friedman PERIODONTAIS
Ressecção radicular - Tipo de cirurgia reconstrutiva
Hemissecção
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Aumento de gengiva inserida LESÕES DE FURCA E


Indicações: DEFEITOS INFRAÓSSEOS
- Recessão gengival em progressão
- Colocação de implantes, aparelhos Sobre lesões de furca:
ortodônticos e restaurações - Anatomia
subgengivais em áreas com menos - Diagnóstico
de 1mm em gengiva inserida - Diagnóstico diferencial
- Sem RG - Enxerto gengival livre - Terapia
(EGL), Retalho deslocado - Prognóstico
apicalmente (RDA) “O conhecimento detalhado da
- Com RG - Outras morfologia dos dentes
multirradiculares e de suas posições
Recobrimento de recessões no arco dentário é pré-requisito
Indicações fundamental para a compreensão
- Melhora estética e hipersensibilidade adequada dos problemas que poderão
- Bom prognóstico em recessões ocorrer quando esses dentes são
classe I e II de Miller envolvidos por uma doença periodontal
- Enxerto de conjuntivo subepitelial destrutiva.”
(ECSE) - envolve retalho parcial,
RDL, RDC, RTG TERMINOLOGIAS

Eliminação ou deslocamento de freios


com inserção anômala
- Esses freios contribuem para
recessão gengival, dificultam higiene,
fechamento de diastemas e
adaptação de próteses
- Frenectomia ou frenotomia (remoção
total do freio)
COMPLEXO RADICULAR:
Correção do sorriso gengival
- Tronco radicular: Da JCE até a
- Visibilidade excessiva de gengiva na
divisão das raízes
região estética
- Cones radiculares: Divisão das
- Erupção passiva retardada ou
raízes
problemas esqueléticos
- Procedimento depende se há
REGIÃO DE FURCA:
excesso de gengiva e a distância
- Fórnix: Teto
entre a crista óssea e JCE
- Entrada da furca: Onde as raízes
estão separadas
Outros procedimentos
- Aprofundamento de vestíbulo
CONES RADICULARES:
- Alteração da morfologia do rebordo
- Grau de separação: Ângulo que se
- Reconstrução de papilas
forma entre os cones radiculares -
https://youtu.be/zRBo8EE10Yo raízes mais ou menos próximas
https://youtu.be/wKvBUZvksRM - Divergência
https://youtu.be/pdjybcd3_wo
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ANATOMIA DOS MOLARES DERIVAÇÕES ANATÔMICAS


SUPERIORES
PROJEÇÕES CERVICAIS DE ESMALTE

TAMANHO: 1°>2°>3°

RAÍZES:
- Mesiovestibular: Vertical, ampulheta - 8,6 a 28,6% dos molares
com concavidade na superfície distal - Afetam a remoção da placa
- Distovestibular: Distalizada, circular - Complicam a RAR
- Palatina: Palatinizada, circular - Fator local para retenção de biofilme -
gengivite e periodontite
SONDAGEM: - Devem ser removidas com ponta
Furca mesial: Deve ser sondada pelo diamantada por desgaste seletivo
lado palatino do dente; para devolver uma anatomia regular
que não favoreça o acúmulo de
Furca vestibular: Deve ser sondada pelo biofilme
lado vestibular do dente;
Furca distal: Deve ser sondada pelo lado PÉROLAS DE ESMALTE
vestibular ou palatino do dente

ANATOMIA DE MOLARES
INFERIORES

- Complicam a RAR
- Fator local para gengivite e
periodontite
- Devem ser desgastadas
TAMANHO: 1º>2º>3º
DIAGNÓSTICO DE LESÕES DE
RAÍZES:
FURCA
- Mesial: Vertical, ampulheta com
concavidade na superfície distal CLASSE 1: Perda horizontal que não
- Distal: Distalizada, circular chega até 3mm
CLASSE 2: Perda horizontal excedendo
SONDAGEM:
3mm, mas a sonda nabers não
Furca vestibular: Centro da vestibular ultrapassar de um lado a outro
Furca lingual: Centro da lingual CLASSE 3: Destruição horizontal e a
sonda nabers ultrapassa de um lado a
outro.
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RADIOGRAFIAS
- Periapicais e interproximais
- Sempre devem ser obtidas para
confirmar os achados feitos durante a Além do tratamento para classe 1, plastia
sondagem em dentes de furca (odontoplastia para regularizar a
furca por desgaste seletivo), osteoplastia.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
PATOLOGIA PULPAR:
- Teste de vitalidade pulpar negativo
(necrose)
- Tratamento endodôntico precede
terapia periodontal
- Observa-se se há cicatrização do
defeito após 2 meses

TRAUMA OCLUSAL:
- Dente pode apresentar mobilidade Plastia de furca consiste na redução
aumentada horizontal do componente ósseo e
- À sondagem não se detecta o dentário da entrada da furca. Este
envolvimento de furca (rarefação procedimento tem como objetivo melhorar
óssea na radiografia, sem estar a anatomia radicular da furca e facilitar o
associada a periodontia) acesso à higienização pelo paciente
- Ajuste oclusal precede terapia
periodontal TRATAMENTO PARA LC CLASSE 2 E 3:
- Após semanas o dente estabiliza e Além do tratamento para Classe 2,
defeitos desaparecem tunelização (retalho total + RAR),
higienização com escovas interdentais ou
OBJETIVOS DA TERAPIA PARA fio superfloss
LESÃO DE FURCA Tratamento em túnel (tunelização) é
- Eliminação da placa microbiana uma técnica cirúrgica que estabelece uma
(biofilme) das superfícies expostas do comunicação direta programada entre as
complexo radicular faces vestibular e lingual/palatina do
- Estabelecimento de anatomia das dente envolvido com uma lesão de furca,
superfícies afetadas que facilite o geralmente, de grau III.
autocontrole de placa pelo paciente

TRATAMENTO PARA LF CLASSE 1:


Raspagem (supra e subgengival) e
alisamento radicular

TRATAMENTO PARA LF CLASSE 2:


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Cirurgia de regeneração tecidual Ressecção radicular: Separação do


guiada (RTG): Uso de biomateriais como complexo radicular com remoção de uma
emdogain (de proteínas derivadas da ou mais raízes. Consiste na hemissecção
matriz de esmalte), com maior redução de e restauração com coroa unitária de molar
defeitos e menor dor e edema pós tunelizado, pré-molarização, ou uso como
operatório. pilar de prótese fixa em molares inferiores
e, associada ou não a trabalhos
protéticos, em molares superiores.

O princípio da regeneração tecidual


guiada (RTG) baseia-se na utilização de
membranas biocompatíveis com a
finalidade de impedir a migração dos
OBSERVAÇÕES QUE DEVEM
tecidos conjuntivo e epitelial para a ferida,
SER LEVADAS COM CONTA
permitindo que células do ligamento
PARA ESCOLHA DA
periodontal repovoem a superfície
radicular e regenerem o aparato de HEMISSECÇÃO E RESSECÇÃO
inserção do dente. RADICULAR
- Comprimento do tronco radicular:
Hemissecção radicular: Separação de Quanto maior o tronco, menor o
dentes e complexo radicular em comprimento dos cones radiculares
multirradiculares, com manutenção de - Divergência dos cones radiculares
todas as raízes, através da área de furca. - Comprimento e forma
Alternativa para tratamento de lesão de - Fusão de cones radiculares
furca classe III. - Suporte remanescente
- Estabilidade de cones radiculares
- Acesso para higiene oral

“Durante muitos anos a presença de um


envolvimento de furca significava ao
dente um prognóstico desfavorável em
longo prazo.” Hoje se sabe que o sucesso
a longo prazo envolve:
- Diagnóstico completo
- Seleção dos pacientes com boa
higiene bucal
- Excelência da terapia não cirúrgica
- Realização cuidadosa dos
procedimentos cirúrgicos e
restauradores
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anormalidades de desenvolvimento que


resultam em danos ou defeitos dentários
HIPERSENSIBILIDADE e/ou periodontais. Várias condições
clínicas que desempenham um papel no
A hipersensibilidade dentinária pode desenvolvimento de DHS, incluem
produzir graus variados de dor; trazendo desgaste do esmalte e erosão, corrosão,
impactos negativos para o abrasão e abfração, perda de tecido
desenvolvimento das atividades diárias do periodontal ou recessão gengival (uma
indivíduo, levando-o a procurar tratamento vez que leva à exposição da dentina
com profissionais da Odontologia. cervical e radicular). Outros fatores, como
envelhecimento, deiscência de tecidos
DEFINIÇÃO DE moles, incluindo escovação agressiva,
HIPERSENSIBILIDADE também podem causar deslocamento
DENTINÁRIA apical das margens gengivais, levando à
exposição da dentina que pode levar ao
Dor curta e aguda após vários estímulos
desenvolvimento de DHS
(raramente como dor contínua e
espontânea), que surge da dentina
exposta em resposta a estímulos não MECANISMO MAIS ACEITO
nocivos ou potencialmente nocivos, PROPOSTO PARA EXPLICAR A
tipicamente térmicos, evaporativos, táteis, HIPERSENSIBILIDADE
osmóticos ou químicos, e que não podem DENTINÁRIA
ser atribuídos a nenhuma outra forma de A teoria hidrodinâmica, proposta por
defeitos dentários ou doenças, e deve Brännström, afirma que alterações
desaparecer imediatamente após a ambientais, mecânicas, térmicas e
remoção do estímulo externo. químicas causam o movimento do fluido
dentro dos túbulos dentinários, que
ESTÍMULOS NÃO NOCIVOS estimulam os terminais das fibras
CAPAZES DE DESENCADEAR nervosas pulpares localizadas nas
HIPERSENSIBILIDADE paredes de entrada dos túbulos,
DENTINÁRIA induzindo assim dor aguda transitória.
Ademais, destaca o conceito de que
Tipicamente térmicos, evaporativos,
vários estímulos diferentes podem evocar
táteis, osmóticos ou químicos. Toque
respostas semelhantes. Estímulos
suave, leve frio ou quente, químico (frutas
evaporativos, como jato de ar , estímulos
ácidas ou doces, alimentos, bebidas) e
térmicos (frio) e osmóticos (açúcar, ácido),
estímulos de fluxo de ar podem induzir
aumentam o fluxo externo do fluido
uma dor aguda e curta
tubular. Estímulos mecânicos, como um
instrumento dentário ou uma escova de
ETIOLOGIA DA
dentes passando por uma superfície de
HIPERSENSIBILIDADE
dentina exposta, comprimem o tecido da
DENTINÁRIA
superfície, com a expansão após a
DHS está associado à exposição da liberação desencadeando um aumento
dentina (túbulos dentinários abertos) e à no fluxo externo de fluido. O Aβ
resposta do nervo pulpar a estímulos mielinizado intradentário e algumas fibras
ambientais externos. Esta pode ser Aσ que enviam terminais para os túbulos
causada por desafios físicos, químicos, dentinários respondem aos movimentos
patológicos, biológicos e/ou do fluido dentro do túbulo, resultando na
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dor curta e aguda característica do DHS. presença de dentina exposta deve ser
Como esses estímulos mecânicos identificada por exame visual / tátil dos
essencialmente não nocivos dos dentes e documentada no prontuário do
movimentos do fluido dos túbulos paciente. Algumas indicações das
dentinários induzem a transdução dimensões de exposição e/ou fotografias
nociceptiva nas fibras nervosas da ou moldes são recomendadas para
polpa dentária permanece um enigma. avaliar a progressão da exposição ao
longo do tempo como um indicador de
CONDIÇÕES QUE DEVEM SER fatores etiológicos (atrito, atividades
CONSIDERADAS COMO erosivas ou abrasivas de desgaste
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL dentário). Recessão gengival levando à
DA HIPERSENSIBILIDADE exposição e desgaste do cemento é outro
DENTINÁRIA sinal predominante. Pequenas facetas
erosivas ou sulcos rasos na margem
Qualquer condição que cause exposição gengival são os achados mais comuns em
da dentina, hiperemia da polpa dentária, pacientes com DHS. Além da inspeção
sensibilização do nervo dentário e visual, é essencial evocar ou induzir a
neuropatia pode induzir dor aguda e curta. característica dor aguda transitória
Outras condições com sintomas aplicando um estímulo ao dente afetado
semelhantes incluem estágios iniciais do para imitar a queixa ou sintoma do
envolvimento pulpar carioso, dentes paciente. Não importa se a exposição da
trincados, restaurações defeituosas ou dentina é detectável visualmente ou não,
fraturadas, preparo (geralmente recente) um estímulo mecânico suave com um
do dente para restaurações, hiperemia explorador dental desenhado ao longo do
pulpar induzida por restauração, dente (especialmente na área indicada
clareamento dental, traumatismo dentário, pelo paciente como sensível) pode
trauma oclusal, placa cervical e gengivite, provocar a dor transitória e confirmar o
doença periodontal e seu tratamento e diagnóstico. Um estímulo que evoca DHS
problemas pulpares/endodônticos. A é geralmente leve e normalmente não se
perda de esmalte, bem como a presença espera que cause dor (algo semelhante à
de exposição de dentina, decorrentes de descrição de alodinia) em dentes
bruxismo, hábitos alimentares ácidos, saudáveis. Dependendo da queixa do
refluxo gástrico e bulimia, são paciente, mecânica, estímulos táteis e
considerados fatores predisponentes que térmicos ou jato de água com jato de ar
podem levar à DHS. Outros fatores podem ser aplicados no local de suspeita
predisponentes são a recessão gengival, de exposição de dentina. Ao soprar ar ou
gengivite, periodontite (e seu tratamento) aplicar outros estímulos a uma superfície
e escovação excessiva dos dentes. radicular exposta, onde há recessão
gengival mínima ou exposição radicular,
EXAME PARA DIAGNÓSTICO DA deve-se cobrir os tecidos moles, que não
HIPERSENSIBILIDADE devem ser estimulados junto com a
DENTINÁRIA dentina exposta. Na ausência de outras
doenças ou condição patológica, DHS
Protocolos propostos para o diagnóstico
pode ser confirmada se o resultado do
diferencial de DHS: Queixa principal e
teste for uma dor aguda transitória que
investigação de sintomas, revisão do
corresponda à queixa do paciente.
histórico da doença atual, exame
Estimulação fria e quente também pode
clínico e testes diagnósticos. A
ser aplicada para distinguir um
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diagnóstico de DHS de pulpite reversível e Ionômeros de vidro também podem


irreversível (condições que apresentam levar à oclusão dos túbulos dentinários
dor persistente). DHS geralmente não é abertos pela precipitação de uma camada
induzido por forças oclusais ou percussão, de apatita de hidroxicarbonato sobre as
a menos que o local de exposição aberturas dos túbulos anteriormente
dentinária seja na superfície oclusal. patentes.
Dente trincado ou restauração rachada,
defeituosa ou malfeita pode, quando O tratamento a laser, tanto laser de baixa
estimulado de certas maneiras, produzir saída quanto a de alta saída foram
dor um pouco semelhante à do DHS e relatadas como eficazes para o
pode ser distinguida da DHS instruindo o tratamento de DHS.
paciente a morder e depois 'rolar' a - Laser de baixa saída pode operar
mordida sobre um cotonete ou Tooth suprimindo a excitabilidade dos
Slooth®, ajudando a identificar ou nervos pulpares.
descartar uma fratura de cúspide. A - Laser de saída mais alta reduz os
transiluminação e a ampliação óptica sintomas de DHS induzindo a oclusão
podem ajudar significativamente na dos túbulos dentinários.
visualização de rachaduras. A avaliação
radiográfica é necessária para descartar TRATAMENTOS RESTAURADORES OU
outras condições patológicas (cárie, CORREÇÃO DE DEFEITOS DE
fraturas dentárias evidentes, restaurações TECIDOS DUROS E MOLES EM DHS:
defeituosas). Restauração direta de defeitos de
tecido duro ou correção cirúrgica para
ESTRATÉGIAS PARA MANEJO recessão gengival deve fornecer um
DA HIPERSENSIBILIDADE tratamento alternativo para DHS, pois
DENTINÁRIA existem indicações para restaurações ou
cirurgias. Para DHS relacionada à erosão
TRATAMENTOS NÃO INVASIVOS PARA ou abrasão, a restauração direta com
ALÍVIO DA DOR: Aplicação de agentes compósito à base de resina ou ionômero
dessensibilizantes (caseiros ou de de vidro e a restauração indireta com uma
consultório) ou tratamentos analgésicos, coroa ou faceta devem fornecer
que visam suprimir os impulsos nervosos tratamento eficaz e duradouro para DHS.
por bloqueio mecânico ou químico dos
túbulos dentinários ou interrompendo Procedimentos cirúrgicos periodontais,
diretamente a transdução/transmissão como regeneração tecidual guiada,
nociceptiva ocorrida no complexo cirurgia de retalho avançado coronal,
dentina-odontoblastos-terminal nervoso enxerto de tecido conjuntivo e tratamentos
da polpa dentária. com enxerto gengival livre, foram
propostos para o tratamento de DHS
Adesivos dentais e selantes de resina relacionada à recessão gengival.
podem ser usados ​para selar os túbulos
dentinários, formando uma barreira ORIENTAÇÕES QUE DEVEM
física, bloqueando o fluxo de fluido
SER APRESENTADAS AO
dentinário e evitando a estimulação direta
PACIENTE PARA A PREVENÇÃO
dos processos odontoblásticos dentro dos
túbulos dentinários por estímulos
OU CONTROLE DA
externos. HIPERSENSIBILIDADE
DENTINÁRIA
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EDUCAÇÃO, INSTRUÇÃO E desgaste acelerado. Constrição/atresia


ENGAJAMENTO DE HIGIENE ORAL esofágica devido a lesão (p.ex, química)
PARA PREVENÇÃO DE DHS, ou doença (p.ex, esclerodermia) também
DESGASTE DENTÁRIO EROSIVO E pode levar ao aumento dos níveis de
ABRASIVO E DA RECESSÃO ácidos gástricos na boca. Transtornos
GENGIVAL: Ácidos do vinagre, frutas e psiquiátricos associados com
sucos, refrigerantes (p. ex, ácido cítrico, comportamento de compulsão/purga
málico e fosfórico) são a principal causa (p.ex, bulimia nervosa) sujeitam os dentes
de erosão dentária e seu consumo deve a níveis destrutivos de exposição ao ácido
ser regulado. Outros alimentos ou gástrico.
bebidas, embora não ácidos, podem
contribuir para diminuir o pH da cavidade CLASSIFICAÇÃO DA TERAPIA
oral por conter vários açúcares ou amidos, COM DESSENSIBILIZANTES
que quando decompostos em seus
Aplicação de agentes dessensibilizantes
açúcares constituintes por amilases
ou tratamentos analgésicos, que visam
salivares, podem levar à produção ácida
suprimir os impulsos nervosos por
bacteriana. Consumir tais alimentos ou
bloqueio mecânico ou químico dos
bebidas antes da remoção do biofilme oral
túbulos dentinários ou interrompendo
pode elevar a suscetibilidade das
diretamente a transdução/transmissão
superfícies de dentina expostas à abrasão
nociceptiva ocorrida no complexo
mecânica, mesmo com uma escovação
dentina-odontoblastos-terminal nervoso
suave dos dentes. Pacientes devem ser
da polpa dentária.
instruídos a escovar os dentes antes do
consumo desses alimentos e bebidas,
Uso de dessensibilizantes caseiros e/ou
sendo enfatizadas técnicas adequadas de
dessensibilizantes de consultório podem
escovação dentária, seleção de escova
ser encontrados na forma de géis,
de cerdas macias, creme dental não
soluções, vernizes, seladores de resina,
abrasivo, e o uso de movimentos de
ionômeros de vidro, adesivos dentinários
varredura vertical que minimizam lesões
e técnicas de laser mais sofisticadas.
nos tecidos dentários moles e duros.

CONTROLE COMPORTAMENTAL E INDICAÇÕES PARA


ELIMINAÇÃO DE FATORES TRATAMENTO DA
PREDISPONENTES PARA DHS: No HIPERSENSIBILIDADE COM
desgaste dentário causado por bruxismo DESSENSIBILIZANTES NÃO
ou dentição comprometida, recomenda-se INVASIVOS
o uso de protetor oclusal ou restauração
- Nenhum defeito detectável
da dentição desgastada e da dimensão
visualmente no tecido dentário duro.
vertical. Escovação excessiva e outras
- Defeito de tecido duro superficial ou
causas mecânicas de recessão gengival,
mínimo, onde o tecido dentário
p. ex, a presença de anéis linguais e
normal deve ser removido se a
pinos, devem ser consideradas para
restauração for fornecida.
eliminação ou remoção. Refluxo gástrico,
- O defeito do tecido duro é
liberação e retenção de ácidos gástricos
esteticamente aceitável e não existem
na cavidade oral, pode corroer tanto o
fatores predisponentes para a perda
esmalte quanto a dentina de forma
contínua de tecidos dentários.
agressiva, levando ao amolecimento da
dentina superficial, predispondo-a a um
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- Recessão gengival mínima e sem Procedimentos cirúrgicos periodontais,


fatores predisponentes para perda incluindo regeneração tecidual guiada,
contínua de gengiva e tecidos cirurgia de retalho avançado coronal,
dentários. enxerto de tecido conjuntivo e tratamentos
- Nenhuma outra contra-indicação para com enxerto gengival livre, foram
o tratamento de dessensibilização propostos para o tratamento de DHS
relacionada à recessão gengival.
INDICAÇÕES PARA
TRATAMENTO DA Indicações para cirurgia mucogengival:
HIPERSENSIBILIDADE COM - Falha em resolver DHS usando
RESTAURAÇÕES dessensibilização densa em
pacientes com recessão gengival
- Restauração direta de defeitos de - Quando a recessão gengival é
tecido duro ou correção cirúrgica para esteticamente inaceitável para o
recessão gengival são um tratamento paciente.
alternativo para DHS.
- DHS relacionada à erosão ou
abrasão, a restauração direta com
TRATAMENTO DE
compósito à base de resina ou
ionômero de vidro e restauração URGÊNCIAS EM
indireta com uma coroa ou faceta PERIODONTIA /
devem fornecer tratamento eficaz e PROCESSOS AGUDOS DO
duradouro para DHS.
PERIODONTO
Indicações para reposição do volume "Condições clínicas que se estabelecem
dentinário perdido com restaurações e progridem rapidamente (dias e horas)
- Defeito do tecido duro é visível e envolvendo o periodonto e as vezes
requer restauração para estética e estruturas associadas, caracterizadas por
integridade estrutural; dor, destruição tecidual e infecção (que
- Falha em resolver DHS usando pode se disseminar e ocasionar risco de
tratamento não restaurador; vida rápido)."
- Alto risco de perda contínua de tecido - Doenças periodontais necrosantes
dentário se não for coberto com - Abscessos do periodonto
restauração (por exemplo, - Gengivoestomatite herpética
incapacidade de interromper o - Lesões endo-perio
desgaste dentário abrasivo ou - Lesões por agentes físicos, químicos
erosivo); ou térmicos
- Pouca ou nenhuma remoção da
estrutura do dente é necessária para DOENÇAS PERIODONTAIS
a restauração
NECROSANTES

INDICAÇÕES PARA Doenças inflamatórias necrosantes,


TRATAMENTO DA causadas por infecção endógena, na qual
HIPERSENSIBILIDADE COM alterações sistêmicas predispõem o tecido
gengival a invasão de algumas bactérias
CIRURGIAS DE
da microbiota oral
RECOBRIMENTO RADICULAR
- Gengivite necrosante
- Periodontite necrosante
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- Estomatite necrosante: HIV e - Eritema linear


crianças - Hálito fétido
- Linfadenopatia
EPIDEMIOLOGIA - Febre
- Aumento de salivação
Países desenvolvidos
- Gosto metálico
- Prevalência diminuindo
- Mais comum em pessoas entre 15 e
CARACTERÍSTICAS DA GN
30 anos de idade (adolescentes e
jovens adultos) - Idade: 15-30 anos (adolescentes e
adultos jovens)
Países em desenvolvimento
- Sítio na gengiva: Papila e margem
- Maior prevalência em crianças
gengival
ETIOLOGIA - Úlceras protuberantes e crateriformes
que sangram facilmente
Fator primário - Febre ausente ou moderada
- Bactérias oportunistas - Dor na gengiva
Microbiologia - bactérias - Duração de 1 a 3 dias com o
- Causada por bactérias anaeróbias tratamento
(espiroquetas e bacilos fusiformes)
- Evidência científica: Bactérias sempre PERIODONTITE NECROSANTE
presentes nos tecidos afetados; altos Doença periodontal em que a necrose se
níveis de anticorpos contra as estende também ao periodonto de
bactérias; rápida resolução da GN sustentação
com metronidazol
Progressão da gengivite necrosante
Fatores predisponentes para periodontite
- Estresse (extremo) - Episódios recorrentes de GN
- Tabagismo - GN em sítio com periodontite
- Deficiência nutricional - Mais comum em indivíduos
- Imunossupressão imunossuprimidos (AIDS) ou
- Outros malnutridos

GENGIVITE NECROSANTE - SINAIS E SINTOMAS PN


SINAIS E SINTOMAS - Sinais e sintomas da GN + Perda,
Sempre presentes desnudação óssea e as vezes
- Úlceras gengivais crateriformes na sequestro ósseo
gengiva marginal ou interdental com - Sintomatologia sistêmica mais
inversão papilar frequente
- Vermelhidão Diagnóstico: Sinais e sintomas +
- Sangramento fácil ao toque ou história médica
espontâneo
Diagnóstico diferencial
- Dor ou grande desconforto
- Gengivoestomatite herpética
Possivelmente presentes - Doenças infecciosas e condições
- Grandes quantidades de biofilme - mucocutâneas
dor - menos higienização - Lesões gengivais traumáticas
- Pseudomembrana
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GENGIVOESTOMATITE - Pacientes com gengivite


HERPÉTICA - SINAIS E - Condições predisponentes:
SINTOMAS Fatores não controlados, DPN
prévia, crateras residuais
- Vesículas puntiformes ou ulcerações - Condição clínica: GN
- Acúmulo de placa e inflamação generalizada, possibilidade de
gengival progressão para PN
- Aumento de salivação
- Febre - Pacientes com periodontite
- Linfadenopatia - Condições predisponentes
- Condição clínica: GN e PN não é
CARACTERÍSTICAS DA GEH frequente

- Idade: Crianças PLANO DE TRATAMENTO


- Sítio na gengiva: Sem predileção
- Vesículas que se rompem formando TRATAMENTO DA FASE AGUDA
úlceras arredondadas que não Na clínica
sangram facilmente - Remoção de debris superficiais
- Febre alta (células mortas e placa não aderida)
- Dor na boca toda com gaze e H2O2
- Duração de mais de 1 semana com - Raspagem superficial
tratamento - Controlar o fator predisponente
(encaminhamentos)
CLASSIFICAÇÃO 2017
Pacientes com comprometimento Em casa
severo permanente - Bochechos com clorexidina a 0,12% a
cada 12 horas durante 4 a 5 dias
- Adultos - DPN severa ou havendo debilitação
- Condições predisponentes: HIV / sistêmica, metronidazol 400mg 3x ao
AIDS com contagem CD4<200 e dia durante mais ou menos 4 a 5 dias
carga viral detectável. Outras (menos resistência bacteriana)
condições sistêmicas severas (ex: - Em caso de dor, paracetamol 500 -
imunossupressão medicamentosa) 750 mg de 4/4 horas
- Condição clínica: GN - PN - EN
- Crianças TRATAMENTO DA CONDIÇÃO
- Condições predisponentes: RESIDUAL
Destruições severas, condições de - Tratamento periodontal convencional:
vida extremas, infecções severas Terapia inicial - Terapia básica -
(virais) Tratamento restaurador - Terapia
- Condição clínica: GN - PN - EN periodontal de suporte - Terapia
cirúrgica
Pacientes com comprometimento
moderado e temporário
ABSCESSOS DO PERIODONTO
- Fatores locais: Proximidade radicular,
“Uma infecção purulenta circunscrita no
má posição dentária
interior da parede gengival do sulco (sem
- GN localizada: Possibilidade de
DP prévia), bolsa periodontal ou opérculo,
progressão para PN
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que pode progredir para a destruição dos ABSCESSO PERIODONTAL /


tecidos do periodonto de sustentação” PERIAPICAL
Fatores etiológicos locais e sistêmicos -
ETIOLOGIA
bactérias, trauma, fraturas, forças oclusais
- Agressão aos tecidos gengivais excessivas, utilização de antibióticos de
(bacteriana ou por trauma) largos espectro na ausência do
- Células inflamatórias são atraídas debridamento mecânico do biofilme,
para o local alterações na superfície radicular
- Neutrófilos liberam enzimas que
digerem células e outros Abscesso periodontal em pacientes
componentes teciduais, formando pus com periodontite pré-existente - Onde
- Infiltrado encapsula a região afetada já existe doença periodontal
para tentar impedir a disseminação - Exacerbação aguda
da infecção. - Periodontite não tratada
- Periodontite não responsiva ao
TIPOS DE ABSCESSOS tratamento
- Gengival - sem perda de inserção - Terapia periodontal de suporte
- Pericoronário - sem perda de - Após tratamento
inserção - Após raspagem, cirurgia,
- Periodontal medicação (antimicrobianos
sistêmicos e outras drogas como
EPIDEMIOLOGIA nifedipina)
- Dados de fichas de serviços de
urgência Abscessos periodontais em pacientes
- Prevalência: Mais ou menos 5 a 15% sem periodontite pré-existente
das urgências odontológicas - Impacção: Fio dental, elástico
- 2° e 3° urgências odontológicas mais ortodôntico, palito, lençol de borracha,
prevalentes casca de pipoca
- Hábitos danosos: Roer unha ou fio e
ABSCESSO GENGIVAL apertamento
- Fatores ortodônticos: Forças
- Causa mais frequente: Impacção de ortodônticas inadequadas ou mordida
corpos estranhos (casca de pipoca, cruzada
pedaços de fio dental, unhas…) - Crescimento gengival
- Tumefação gengival - Alteração da superfície radicular:
- Sangramento ou supuração à Danos radiculares severos,
sondagem alterações anatômicas severas,
- Sem perda de inserção alterações anatômicas leves,
condições iatrogênicas, reabsorção
Tratamento do abscesso gengival radicular externa
- Remoção de corpo estranho
- Drenagem (via sulco gengival) Manifestações clínicas dos abscessos
- Bochecho com soro aquecido periodontais
- Debridamento local - Tumefação interdental
- Bochecho com clorexidina a 0,12% - Tumefação da gengiva / mucosa
- PS aumentada com sangramento e
supuração à sondagem
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- Dor irradiada moderada - Bochecho com clorexidina 0,12%


- Mobilidade dentária
- Dente crescido (extruído) e sensível à CONDIÇÃO RESIDUAL
percussão
- Tratamento periodontal convencional:
- Evidência radiográfica de perda de
Terapia inicial - Terapia básica -
inserção óssea
Tratamento restaurador - Terapia
- Febre e linfoadenopatia
periodontal de suporte - Terapia
cirúrgica
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
ABSCESSO PERIODONTAL X APICAL
ABSCESSO PERICORONÁRIO /
PERICORONARITE
ABSCESSO PERIODONTAL
Um abscesso ou inflamação no capuz
- Tumefação e lesão radiográfica
pericoronário (opérculo) de um dente
interdental
parcialmente erupcionado
- Disseminação: Raramente forma
- Presença de pus = abscesso
celulite
pericoronário
- Vitalidade pode ser positiva ou
- Presença de apenas inflamação =
negativa
Pericoronarite
- Dor ausente ou moderada
- Sítio mais frequente - 3MI
- Profundidade de sondagem
- Tumefação
aumentada
- Dor intensa ao toque
- História dental de doença periodontal
- Exsudato purulento ou sanguinolento
- Trismo
ABSCESSO APICAL
- Manifestações sistêmicas: Febre,
- Tumefação e lesão radiográfica apical linfoadenopatia, astenia
- Disseminação: Celulite mais - Potencial de disseminação - celulite
frequente
- Vitalidade: Negativa ETIOLOGIA
- Dor intensa
Fator primário
- Profundidade de sondagem normal
- Acúmulo de restos alimentares e
- História dental de cárie, restaurações
bactérias sob o opérculo (capuz
extensas e fratura
pericoronário)
* Rastreamento de fístula com cone de Fatores secundários (predispõem ou
guta percha agravam)
- Erupção dentária parcial
ETAPAS DO TRATAMENTO - Higiene oral deficiente
- Trauma por antagonistas
FASE AGUDA
- Infecções respiratórias
- Avaliar o prognóstico do dente (ainda
dá pra manter o dente?) TRATAMENTO DA FASE AGUDA
- Drenagem
- Drenagem por irrigação e
- Debridamento da bolsa
debridamento leve
- Ajuste oclusal
- Prescrição de AINES
- Sintomatologia sistêmica - Prescrição
de antibiótico (metronidazol +
amoxicilina)
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- Manifestação sistêmica (maior risco


de disseminação): Amoxicilina + OBJETIVOS DA TERAPIA
Metronidazol PERIODONTAL DE SUPORTE
- Trismo: Relaxante muscular
Manter a saúde periodontal conseguida
- Bochecho com clorexidina 0,12%
pelo tratamento periodontal e também
prevenir a recorrência da doença.
TRATAMENTO DA CONDIÇÃO
RESIDUAL Em estudos de longa duração, foi
constatado que a TPS é capaz de manter
- Avaliação da viabilidade de erupção e
o nível de inserção clínica estável e a
do tipo de tecido distal (queratinizado
ausência dela implica em reinfecção.
é preferível)
- Terapia não cirúrgica
Evidências científicas:
- Extração dentária ou remoção do
capuz Revisão Sistemática - Lambert et al.
(2018): Condições periodontais estáveis
podem ser eficientemente mantidas com
TERAPIA / CUIDADO TPS com intervalos de 12 meses em
indivíduos saudáveis e portadores de
PERIODONTAL DE
formas leves ou moderadas de
SUPORTE / MANUTENÇÃO periodontite.
Procedimentos realizados em intervalos
pré determinados e periódicos para Revisão Sistemática – Trombelli et al.
auxiliar o paciente na manutenção da (2015): Pacientes portadores de formas
saúde periodontal (Trombelli et al. 2020). moderadas e avançadas de periodontite
- Periodontite é uma doença crônica podem manter seus dentes ao longo da
não transmissível vida desde que participem de um
- Realizar terapia periodontal de programa de TPS baseado na remoção
suporte após a reavaliação mecânica do biofilme com intervalos de 2
a 4 meses.
PLANO DE TRATAMENTO
A TERAPIA PERIODONTAL
DE SUPORTE INCLUI:
1) Atualização da história
médica e odontológica
- Medicações que interferem com os
tecidos gengivais
- Discrasias sanguíneas
- Adoção de hábitos deletérios - fumo
- Checagem da glicemia - diabetes
- Identificação de períodos de stress -
redução do controle do biofilme e
imunossupressão

2) Exame clínico
- Exame físico extra e intrabucal
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- Identificação de fatores que - Medidas coadjuvantes como uso de


contribuem para retenção do biofilme antissépticos, na forma de dentifrício
- Exame periodontal* ou solução para bochecho, podem
- Exame das condições dos implantes ser estratégia personalizada para
pacientes em TPS.
Exame periodontal*:
- Avaliação do controle de biofilme - 5) Remoção mecânica do
índice de placa biofilme e cálculo supra e
- Sangramento gengival subgengival
- Presença de profundidade de - A remoção mecânica profissional do
sondagem > 4mm biofilme em intervalos periódicos
- Sítios com perda de inserção como parte da TPS leva a menor
- Recessão gengival perda dental e limita a perda de
- Lesões de furca inserção a curto e longo prazos em
- Mobilidade dental pacientes tratados por periodontite.

Cuidados com a reinstrumentação


- Somente sítios ≥ 4mm com
sangramento - perda de inserção em
sítios mais rasos
- Evitar raspagem vigorosas -
preservação da estrutura dental

6) Acesso ao risco
- Identificar sítios que podem ter mais
chances de progressão da doença
- Identificar dentes que apresentam
3) Avaliação da higiene bucal
mais chances de serem perdidos
- A TPS pode reduzir a velocidade de
- Reconhecer indivíduos que têm maior
perda de inserção causada pela
chance de recorrência da doença
doença periodontal.
devido a sua suscetibilidade
- Somente um bom controle de placa
- Personalizar o intervalo entre as
associado às visitas para TPS podem
rechamadas
estabilizar com segurança a perda de
inserção.
O acesso ao risco do indivíduo pode
avaliar o risco e a susceptibilidade para
4) Modificação do
progressão da doença periodontal e
comportamento (I.H.O., auxiliar na definição da frequência de
aconselhamento sobre consultas de suporte. É razoável iniciar a
fatores de risco, terapia periodontal de suporte com
necessidade de adesão às intervalos entre 3-4 meses e então
consultas de TPS) aumentar ou diminuir os intervalos de
- A instrução de higiene oral (IHO) acordo com o risco identificado, sem
mecânica individual deve ser exceder 1 ano de intervalo.
repetida, incluindo a limpeza
interdental.
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https://www.perio-tools.com/pra/en/

BOP = Sangramento à sondagem:


Pacientes com sangramento à sondagem
menor do que 25% não perderam
inserção na TPS.

PD ≥ 5mm - risco de progressão da Risco moderado: Pelo menos dois


doença parâmetros na categoria de risco médio e
no máximo um parâmetro na categoria de
PD ≥ 5mm + BOP - maior risco de perda risco moderado
dentária

Perda dental: Quantidade de dentes


perdidos - maior risco de progressão da
doença

Perda óssea / idade: % perda óssea /


Idade = Perda de suporte

Condições sistêmicas ou genéticas


- Diabetes mellitus Risco alto: No mínimo dois parâmetros
- Polimorfismo da IL-1 na categoria de risco alto.
- Outras condições

Consumo de cigarros - Não fumantes e


ex-fumantes
- Fumantes ocasionais e moderados
(até 19 cigarros por dia)
- Fumantes pesados (a partir de 20
cigarros/dia)

Baixo risco: Todos os parâmetros na


categoria baixo risco ou no máximo um Consideração final: A terapia
parâmetro na categoria de risco periodontal de suporte é o único meio
moderado. de garantir o efeito benéfico da terapia
periodontal ativa a longo prazo.

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