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Estágio: Psicodiagnóstico

Dia da semana: Sexta-Feira Horário: 19:10 às 22:00


Nome: Jéssica Izumi Bueno Nishimori
RA: N2728b-0
ALCIDES, J. e cols. Psicodiagnóstico V. 5. Porto Alegre: Artes Médicas Sul,
ed. 5, p. 57-66, 2000.
P. Citação Obs.
Como história, pode-se compreender a história A termo história pode
pessoal ou anamnese, a história clínica ou designar diversas coisas,
história da doença atual e, ainda, a avaliação quando falamos de um
psicodinâmica, que também explora a perspectiva paciente podemos nos referir
histórica para entender uma problemática atual a sua história de vida
dentro de um contexto vital de desenvolvimento (anamnese), a história de
(CUNHA, ed. 5, 2000, p. 57). sua doença, história do
desenvolvimento, entre
outras.
Utilizamos dessas histórias
para montar um panorama
gera do paciente, tis
P. 57 informações são muito
importantes para entender o
caso, delimitar método de
trabalho, prognostico e
método a ser utilizado. Bem
como sistematizar as
informações ou organizá-las.
Baseado nessas
informações podemos definir
o caráter da entrevista e
tratamento, voltando-se para
um caráter mais descritivo e
formal ou interpretativo e
dinâmico, baseando-se nos
objetivos do exame ou
gravidade ou não do
transtorno.
O primeiro contato com o paciente, por exemplo, O psicólogo deve estar
permite não só descrever a sua aparência, como atento a todos os gestos do
observar detalhes de seu comportamento, isto é, paciente, desde sua
sobre atenção, concentração e pensamento, e até aparecia, como se porta,
sintomas emergentes na história clínica podem como fala, isso muitas vezes
ser relatados no exame (CUNHA, ed. 5, 2000, p. complementa a análise da
58). história do paciente, bem
como torna visível
ansiedades, nervosismo ou
P. 58 se algum assunto o deixa
mais inquieto que outros.
A análise é realizada em
conjunto com diversas
técnicas e áreas de
informação que se
complementam e integram-
se a fim de gerar um registro
sistemático.
A história clínica pretende caracterizar a Definimos por história clínica
emergência de sintomas ou de mudanças a entrevista de anamnese,
P. 58 comportamentais, numa determinada época, e a por sofrer influencia direta do
sua evolução até o momento atual, que modelo médico, comumente
habitualmente é entendido como a ocasião em vemos esse passo
que o exame foi solicitado (CUNHA, ed. 5, 2000, denominado de “história da
p. 58). doença”, porem muitas
vezes quando tratamos de
psicologia, muito dos
problemas que ocorrem não
podem ser considerados
“doenças mentais”, ainda
que causem sintomas que
justificaria uma intervenção
clínica.
P. 58 Há casos em que ele não se encontra No encaminhamento
preparado para o exame, e é conveniente constam informações que
explorar as circunstâncias em que foi tomada a podem ser importantes, uma
decisão da consulta. Essa abordagem permite vez que temos acesso aos
ao profissional antecipar dificuldades e motivos do paciente estar lá,
proporciona- lhe indícios sobre temas mais mas é imprescindível saber a
delicados ou ansiogênicos para o paciente versão do próprio.
(CUNHA, ed. 5, 2000, p. 58). Outro ponto que o
encaminhamento nos mostra
é nos dar pistas sobre
dificuldades ou indícios de
temas mais delicados ou que
geram ansiedade no
paciente.
P.58 Se o paciente nega ter problemas, pode se Neste momento
tratar de uma posição defensiva, falta de insight, conversamos com o
ou ele pode estar falando a verdade, se paciente, registramos as
considerarmos que certos encaminhamentos suas queixas. Muitas vezes
ocorrem por pressão do meio ante vemos neste momento a
comportamentos não aceitáveis relutância do paciente em
convencionalmente ou, ainda, por intolerância dos assumir ou relatar um
familiares ante uma crise (CUNHA, ed. 5, 2000, p. problema, este pode ter
58). relação com bloqueios ou
esquivas.
Deve-se relacionar os dados
de encaminhamento com o
que é dito pelo paciente.
Essas informações trata-se
de um ponto de partida,
essas informações devem
ser associadas a mudanças
comportamentais ou
sintomas.
É importante atentar-se as
datas e correlação de
aparecimento de sintomas
com datas de eventos
marcantes ou situações da
vida, analisando o impacto
que tal fato ocasionou nas
diferentes áreas da vida,
analisando sempre sua
repercussão em atividades e
relações. Neste momento
são considerados as perdas
secundarias e os ganhos.
P. 59 Muitas vezes, as mudanças que se manifestam Deve-se focalizar o meio
no comportamento da pessoa, em diferentes familiar, social, ocupacional
ambientes ou grupos sociais, não só nos ou acadêmico. Quando
fornecem indícios preciosos sobre a gravidade do falamos de ganhos
caso e sobre o grau incapacitante que assumiu, secundários, nos referimos
como também sobre o papel das mesmas em aos benefícios que um
relação com as necessidades inconscientes, transtorno ou doença causa,
definindo a extensão e a especificidade de perdas isso pode fazer com que a
e ganhos secundários (CUNHA, ed. 5, 2000, p. pessoa tenha um desejo
59). inconsciente de permanecer
na mesma situação, deste
deriva-se a autossabotagem.
De qualquer modo, espera-se que o psicólogo É importante coletar dados
encerre essa etapa com a convicção de que de sintomatologia, condições
realmente foram abordados todos os pontos de vida do paciente
essenciais sobre a emergência da problemática e atualmente, história
seu curso, com dados cronológicos (CUNHA, ed. psiquiátrica pregressa, redes
5, 2000, p. 59). sociais (apoio, estruturação),
dados sobre o trabalho (se
trabalha), desempenho
profissional e acadêmico,
informações das áreas
sexuais, matrimoniais,
P. 59 estabilidade nas relações,
informações de gênero
sexual (tratados com
naturalidade e normalidade),
informações de menstrua
cão, menopausa (mulheres).
A entrevista pode ser mais
ou menos diretiva, com
perguntas abertas, fechadas
ou em eco.
P. 59 Frequentemente, a anamnese é delineada Na entrevista de anamnese
de forma mais sistemática e formal, produzindo consiste em uma serie de
um acúmulo de dados que não contribuem dados que são colhidos em
para o entendimento do caso (CUNHA, ed. 5, busca de uma previsão
2000, p. 59). cronológica sobre a vida da
pessoa, esses dados são
importantes pois podem
possuir conexão com a
enfermidade.
No momento em que se tem
a queixa e a história clínica
surgem condições para
definição da história pessoal
que é necessária,
considerando objetivos do
exame, tipo de paciente e
idade.

Por outro lado, dependendo da problemática e da Muitas é impossível coletar


estrutura de personalidade do paciente, certas os dados completos sobre a
áreas e certos conflitos deverão ser mais vida de alguém, é comum o
P. 60 explorados do que outros, concentrando-se a paciente não possui todas as
atenção em certos pontos da vida do paciente informações necessárias,
que tenham probabilidade de fornecer sendo necessário utilizar
explicações para a emergência e o fontes secundárias. Ele pode
desenvolvimento do transtorno atual (CUNHA, ed. omitir informações por
5, 2000, p. 60). motivos defensivos.
É importante focalizar as
questões para temáticas
especificas, que são chave
para entender o paciente e o
caso de melhor forma.
Questões relacionadas com
pontos de atenção
específicos possuem mais
probabilidade de fornecer
explicações sobre
emergência e
desenvolvimento do
transtorno. Sendo assim a
entrevista estruturada pode
ser uma boa opção.
É importante dominar o
enfoque teórico
psicodinâmico e com
técnicas de entrevista em
casos especiais é de suma
importância complementar a
história clínica com a história
pessoal para poder dar
significação. Disto vem a
importância de possuir um
roteiro, para auxiliar a dar
seguimento a investigação.
A maior ou menor ênfase a ser dada a cada É importante ressaltar que
tópico ou a forma de seleção das informações cada entrevista deve ser
significativas têm que ver com o objetivo do formulada para cada
P. 60 exame, tipo de paciente e sua idade, ou, ainda, paciente a fim de coletar
com “as circunstâncias da entrevista e da dados específicos e
avaliação (Strauss, 1999, p.574). significativos, devem ser
adaptados conforme
problemática, idade, tipo de
paciente e circunstâncias. A
entrevista estruturada ou
semi-estruturada pode ser
considerada para o
entrevistador não se perder
na formulação e
esquematização de
perguntas.
Deve-se procurar descrever o contexto familiar, - É importante coletar
por ocasião da concepção (ou da adoção da informações de como
criança), especificando o status marital, as ocorreu a gestação ou
condições socioculturais (nível de instrução, nível adoção de forma física e
socioeconômico, rede de apoio social etc.), o psicológica.
P. 60 clima das relações afetivas do casal ou da família, - Deve-se ir a fundo nas
suas expectativas quanto à vinda de um bebê ou perguntas e não aceitar
a existência de algum tipo de planejamento respostas vagas.
familiar, bem como as reações ante a gravidez. Informações nutricionais, de
Por vezes, é conveniente registrar outros doenças, acidentes, uso de
aspectos ou problemas que caracterizavam a vida drogas, fatos significativos
familiar (CUNHA, ed. 5, 2000, p. 60). na vida do casal (pais do
paciente) em especial sobre
a mãe, seu estado
psicológico em questões de
ansiedade, temores,
fantasias e como isso
repercutir na vida em casal.
- Muitas vezes é necessário
indagar sobre como ocorreu
o parto (natural, cessaria,
fácil, difícil, traumático),
tempo do trabalho de parto e
sobre problemas específicos,
condições da criança ao
nascer e necessidade de
atendimentos especiais.
- Importante também saber
as reações dos pais ao bebe,
como lidaram com as
mudanças ocorridas na
constelação familiar e
experiencias iniciais da
criança, como a mãe
amamentava e participação
paterna ou de outras
pessoas na rotina.
Nessa fase, é de especial importância a Primeira infância (até 3 anos)
qualidade da relação materno-infantil, desde a Devem ser realizadas
ligação simbiótica primária, até a fase de perguntas sobre hábitos e
separação-individuação, “que se estende dos problemas alimentares,
doze-dezoito meses aos trinta e seis meses” contornos que assumiram as
(Mahler, 1983, p.8). relações de objeto.
Problemas na amamentação
ou sintomas de cólica podem
correlacionar-se com
P. 61 experiencias afetivas.
- Distúrbios precoces do
padrão sono, sinais de
necessidades não satisfeitas
(bater cabeça nos objetos,
embalar corpo
continuamente) podem
fornecer indícios sobre a
privação materna.
- É importante saber sobre a
separação com a mãe que
causam ansiedade, papel
desempenhado pelas
pessoas do lar (afetivo ou
disciplina), qualidade dos
cuidados na creche, relação
com estranhos.
- Saber sobre
comportamentos motores
(manipulação e
deambulação). Informações
de linguagem, sociais, jogo
deve ser confrontados e
registrados com as
expectativas medias
especificas.

P. 61 Embora tais aspectos normativos possam ser de É importante saber sobre a


ajuda, é essencial saber o quanto o ambiente foi separação com a mãe que
estimulante para o desenvolvimento, como foram causam ansiedade, papel
manejadas as tentativas frustradas, o quanto o desempenhado pelas
meio parecia ansiogênico ou oferecia um clima de pessoas do lar (afetivo ou
afeto (CUNHA, ed. 5, 2000, p. 61). disciplina), qualidade dos
cuidados na creche, relação
com estranhos. É necessário
saber se o ambiente foi
estimulante e afetivo para o
desenvolvimento da criança.
- Saber sobre
comportamentos motores
(manipulação e
deambulação). Informações
de linguagem, sociais, jogo
deve ser confrontados e
registrados com as
expectativas medias
especificas.
- Aspectos sociais devem ser
explorados, tais como as
relações afetivas com
irmãos, competição entre
eles pelo afeto dos pais.
Alianças e rivalidades devem
ser examinadas.

P. 61 Os jogos constituem uma área rica de O brincar é imprescindível


informações, desde que o brinquedo era uma para conhecer mais do
parte do próprio corpo ou um objeto simples, até mundo infantil. Por meio dos
se tornar o campo para a estruturação das jogos as crianças se
relações sociais, explorando as respostas a expressam por meio da
frustrações e gratificações e as reações ao associação livre, repetindo
aprendizado rudimentar de normas. Como a as experiencias reais
criança se comportava em tais situações? emaranhadas na fantasia e
Isolava-se ou buscava companhia? (CUNHA, ed. por meio desta análise pode
5, 2000, p. 61). ser interpretada ansiedades
e defesas.
Também podemos observar
como a criança lida com
seus problemas e como
solucionam esses no brincar.
Paralelamente, no começo dessa fase, a criança Essa fase equivale a infância
vê-se às voltas com a experiência e os conflitos, intermediaria (3 a 11), neste
associados com a situação de triangularidade momento há uma ampliação
P. 61- edípica do lar, dos quais deve emergir com novos na rede social da criança por
62 recursos de socialização e com uma nova conta da escolinha, deve-se
percepção de sua identidade (CUNHA, ed. 5, questionar como se deu esse
2000, p. 61-62) processo, principalmente
com relação a separação da
mãe e suas ansiedades.
Podemos ver o surgimento
de autoafirmação,
impulsividade, agressividade,
passividade, ansiedade
comportamento antissocial
surgem neste período em
relação as relações
escolares.

Mas, igualmente, é essencial considerar a Há necessidade de


freqüência, a intensidade, as circunstâncias do identificar os responsáveis
aparecimento de sintomas, sua coexistência com por recompensas ou
outros sinais de perturbação ou a sua relação castigos, manejo de
com situações críticas (CUNHA, ed. 5, 2000, p. expressões de amor e ódio
62). com relação a sintomas
específicos.
O desempenho escolar deve
P. 62 ser analisado, bem como
histórico de pesadelos,
fobias, enurese.
Em especial se a criança
gosta de provocar incêndios,
é cruel com animais,
masturba-se
compulsivamente pode ser
um grande indício de
distúrbios psicológicos.
P. 62 Segundo Wilson Jr (1971) As questões Fase da pré-puberdade,
psicodinâmicas típicas da fase devem ser puberdade e adolescência,
examinadas, como também a presença de nesta fase ocorrem os
sintomas em uma ou mais áreas de maiores conflitos, as
funcionamento, o que será considerado mais relações sociais tornem-se
especificamente adiante. mais importantes, deve-se
indagar sobre como as
relações se dão, facilidade
ou não de estabelecer e
manter amizades, grau de
intimidade, papel que
desempenham em grupos,
sobre liderança,
popularidade, participação
em grupos específicos.
- Analisar relações de
conflito com pais e figuras de
poder, bem como as figuras
idealizadas no contexto
familiar e na sociedade que
possuem influencia direta
com a autoimagem
idealizada do paciente.
- Coletar informações de
histórico escolar,
desempenho,
aproveitamento,
ajustamento, interesses
específicos em relação a
atividades curriculares e
extracurriculares,
expectativas de futuro
acadêmico/profissional,
fracassos, interrupções na
vida escolar e as
consequências na vida do
sujeito.
- Considerar a área sexual,
primeiras experiencias com o
outro sexo, práticas sexuais,
escolha e variabilidade de
preceitos, dificuldades,
conflitos e reações da família
frente ao desenvolvimento
- Analisar problemas
específicos de ordem
emocional, física ou social.
Devem-se questionar
ocorrência de doenças,
acidentes ou experiencias
comuns.
Por último, a história da vida adulta deve se deter Fase da idade adulta, devem
na análise do enfrentamento de mudanças e ser abordados temas da
crises ocorridas ao longo da vida. Aqui, devem-se história e situação
incluir as reações, as atitudes e os ajustes ocupacional, das relações
P. 63 ocasionados pelo nascimento e crescimento dos sociais, da área sexual,
filhos, por doenças, acidentes, mortes de história conjugal e atitudes
membros da família, por mudanças drásticas na frente as mudanças
área profissional, social ou financeira, pelo ocorridas na vida.
casamento dos filhos, nascimento de netos, pela É de suma importância
ocorrência da menopausa, aposentadoria etc verificar como o sujeito lidou
(CUNHA, ed. 5, 2000, p. 63). com as situações críticas e
de fatores estressantes.
Analisar como o sujeito lida
com estresse é a chave para
o entendimento
psicodinâmico.
Pretende-se colocar a problemático presente A avaliação dinâmica é
P. 64 numa perspectiva histórica, que permita integrada em conjunto com a
compreender o transtorno dentro de um processo história, busca-se uma
vital, em um contexto temporal, afetivo e social, relação entre o sujeito e seus
com base num quadro referencial teórico problemas específicos atuais
(CUNHA, ed. 5, 2000, p. 64). em conjunto com
experiencias de vida que
ocorreram, trata-se de um
modo específico de entender
o caso.
Deve-se lembrar que todo
comportamento é uma
tentativa de se adaptar ou
uma desadaptação, sendo
assim relacionada a modos
aprendido de se lidar com m
os problemas., podendo
assim ser repetidos e
replicados.
A partir do quadro atual do
paciente, podem ser geradas
uma serie de hipóteses
etiológicas com base em
pressupostos teóricos, sendo
justificados por dados
teóricos.
Neste momento parte-se de
queixas de onde são
identificados conflitos, sendo
necessário pesquisar as
causas relacionando com os
conteúdos, para um
entendimento dinâmico do
fluxo da historia do paciente.

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