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ObjectivosObjectivo geral

Identificar o objecto de estudo da antropologia.


Objectivos específicos
Para dar sustentabilidade ao objectivo geral, propomos os seguintes objectivos
específicos:

Definir o conceito de antropologia;


Abordar sobre a diferenciação de culturas, baseado nos aspectos tradicionais


ereligiosos;
Metodologia da Pesquisa
LAVILLE (1999) diz que a metodologia representa mais do que uma descrição formal
dosmétodos e técnicas e indica a leitura operacional que o pesquisador fez do quadro
teórico.A metodologia do trabalho assenta numa combinação entre o estudo quantitativo
e uma pesquisa bibliográfica com o intuito de aprofundar teoricamente esse tema.
Fundamentação teóricaConceito de Antropologia
o termo Antropologia deriva do grego άνθρωποςantrophos (homem) e λόγος
(logos - razão / pensamento, tratado). No sentido lato, a Antropologia costuma ser
definida como uma ciênciasocial preocupada em estudar o homem e a humanidade de
maneira totalizante, ou seja,abrangendo todas as suas dimensões.De acordo com Santos
(2002):
É uma ciência social porque faz parte do conjunto das chamadasciências sociais, isto é,
aquele conjunto de ciências que estudam osaspectos sociais do mundo humano, ou seja,
a vida social de indivíduose grupos humanos, tais como: Sociologia, Ciência Política, a
História, aGeografia, Economia, Administração, Direito, etc.
Preocupa-se em estudar cientificamente o ser humano, isto é, aplicando os métodos de
estudo

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Impactos da Cultura Moçambicana
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Age Ovilela Por Bem
Data de envio
em Mar 25, 2023
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20 páginas
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Este documento resume um trabalho acadêmico sobre antropologia cultural e seus
impactos na sociedade moçambicana. O trabalho define antropologia como o estudo do
ser humano de forma totalizante, abrangendo todas as suas dimensões biológicas,
psicológicas e culturais. Ele explora conceitos como cultura, elementos culturais,
origens da cultura moçambicana e aspectos tradicionais e religiosos. O trabalho conclui
que a antropologia é fundamental para entender a diferenciação de culturas baseada nos
aspectos tradicion
Descrição original:
Data de envio
Mar 25, 2023
Título original
Antropologia Cultural e os seus impactos na sociedade moçambicana
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0
Universidade Católica de MoçambiqueInstituto de Educação à
DistânciaAntropologia Cultural e os seus Impactos na Sociedade Moçambicana
Quiquinho Murisso
Código:
708225682
Curso
: licenciatura em Administração Pública
Cadeira:
Antropologia Cultural

Ano Nampula aos, 22 de Março2023
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1
Universidade Católica de MoçambiqueInstituto de Educação à Distância
Quiquinho Murisso
Código:
708225682
Disciplina
: Antropologia Cultural
Tutora

Regente
: Leonel Ermelindo Lourenço Júlio Nampula aos, 22 de Marco2023Trabalho de caracter
avaliativo a serentregue no curso de licenciatura emAdministração Publica.
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2
Folha de
FeedbackCategorias Indicadores PadrõesClassificaçãoPontuaçãomáximaNotadotu
torSubtotalEstrutura
Aspectosorganizacionais

Capa0.5

Índice0.5

Introdução0.5

Discussão0.5

Conclusão0.5

Bibliografia0.5
Conteúdo
Introdução

Contextualização(Indicação clara do problema)1.0

Descrição dosobjectivos1.0

Metodologiaadequada aoobjecto do trabalho2.0Análise ediscussão


Articulação edomínio dodiscurso académico(expressão escritacuidada, coerência/


coesão textual)2.0

Revisão bibliográficanacional einternacionaisrelevantes na áreade estudo2.0


Exploração dosdados2.0Conclusão

Contributosteóricos práticos2.0
Aspectosgerais
Formatação

Paginação, tipo etamanho de letra, paragrafo,espaçamento entrelinhas1.0


ReferênciasBibliográficas
Normas APA6ª edição emcitações e bibliografia

Rigor e coerênciadascitações/referências bibliográficas4.0


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3
Recomendações de
melhoria:_______________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
___________________________________________________________

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4
Índice
Introdução ...........................................................................................................................
........ 5Objectivos ................................................................................................................
................... 6Objectivo geral .............................................................................................
..............................
6Objectivos específicos ......................................................................................................
.......... 6Metodologia da Pesquisa .......................................................................................
.....................
6Fundamentação teórica .....................................................................................................
.......... 6Conceito de Antropologia ......................................................................................
.....................
6Objecto de estudo .............................................................................................................
.......... 7Os métodos e/ou providências a se tomar para se combater a este
fenómeno ........................... 7O conceito antropológico de cultura ....................................
.......................................................
8Elementos da Cultura ........................................................................................................
......... 9Antropologia de Moçambique: as origens
da cultura moçambicana ........................................ 12Os aspectos tradicionais.................
...........................................................................................
12A religião como um fenómeno socio-
cultural .......................................................................... 14Características da religião ......
...................................................................................................
15Funções Sociais da Religião ...........................................................................................
..........
15Conclusão .......................................................................................................................
.......... 17Bibliográficas .......................................................................................................
.................... 18Anexos/apêndice ........................................................................................
............................... 19

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5
Introdução
O presente trabalho que se intitula “
Antropologia Cultural e os seus impactos na sociedademoçambicana
”,
A antropologia fixa como seu objectivo o estudo da humanidade como um todo,visando
ao homem como expressão global

biopsicosociocultural

isto é, o homem como ser biológico pensante, produtor de culturas e participante da
sociedade, tentando chegar, assim, àcompreensão da existência humana. A antropologia
é a ciência que estuda o Homem na suatotalidade. Difere-se de outras ciências sociais e
humanas porque ela busca uma explicaçãototalizadora do homem. Ela fixa como seu
objectivo o estudo do homem como expressão global,ou seja, como um
ser biopsicosociocultural.

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6
ObjectivosObjectivo geral

Identificar o objecto de estudo da antropologia.


Objectivos específicos
Para dar sustentabilidade ao objectivo geral, propomos os seguintes objectivos
específicos:

Definir o conceito de antropologia;


Abordar sobre a diferenciação de culturas, baseado nos aspectos tradicionais


ereligiosos;
Metodologia da Pesquisa
LAVILLE (1999) diz que a metodologia representa mais do que uma descrição formal
dosmétodos e técnicas e indica a leitura operacional que o pesquisador fez do quadro
teórico.A metodologia do trabalho assenta numa combinação entre o estudo quantitativo
e uma pesquisa bibliográfica com o intuito de aprofundar teoricamente esse tema.
Fundamentação teóricaConceito de Antropologia
o termo Antropologia deriva do grego άνθρωποςantrophos (homem) e λόγος
(logos - razão / pensamento, tratado). No sentido lato, a Antropologia costuma ser
definida como uma ciênciasocial preocupada em estudar o homem e a humanidade de
maneira totalizante, ou seja,abrangendo todas as suas dimensões.De acordo com Santos
(2002):
É uma ciência social porque faz parte do conjunto das chamadasciências sociais, isto é,
aquele conjunto de ciências que estudam osaspectos sociais do mundo humano, ou seja,
a vida social de indivíduose grupos humanos, tais como: Sociologia, Ciência Política, a
História, aGeografia, Economia, Administração, Direito, etc.
Preocupa-se em estudar cientificamente o ser humano, isto é, aplicando os métodos de
estudocientífico.

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7
O que diferencia a perspectiva antropológica sobre o homem das outras ciências sociais
ouhumanas, em primeiro lugar, é que a antropologia busca uma explicação totalizadora
dohomem, que leve em conta a dimensão biológica, psicológica e cultural; em segundo
lugar, a perspectiva antropológica possui uma dimensão
temporal muito mais abrangente, abarcandotanto o momento actual quanto o passado da
humanidade.
Objecto de estudo
A antropologia como ciência do biológico e do cultural tem seu objecto de estudo:
o homem eas suas obras. O objecto de estudo da antropologia engloba o conhecimento
de sociedadeshumanas, letradas ou ágrafas, extintas ou vivas, existentes nas várias
regiões da terra. Oantropólogo tem a tarefa de explicar os princípios da formação e do
desenvolvimento dassociedades e culturas humanas. Toda a investigação antropológica
vale-se do métodocomparativo em busca de respostas para os problemas que se
levantam, na tentativa decompreender as semelhanças e as diferenças físicas, psíquicas,
culturais e sociais entre osgrupos humanos.
Exemplo:
brancos e negros; língua diversificadas; a indumentária do índio e do não-índio; oculto
do sol e a presença da pirâmide no Egipto e nas civilizações pré-colombianas.
Os métodos e/ou providências a se tomar para se combater a este fenómeno
No trabalho ant
ropológico se entende comumente com o termo “etnografia” a fase da recolhados dados
num determinado lugar pré escolhido para a pesquisa (conhecido como
“terrenoetnográfico”, ou simplesmente “terreno” ou “campo”). O que distingue a
antropologia das
outras disciplinas científicas é exactamente esta modalidade de investigar, que prevê
períodosde longa permanência no terreno, a imersão no contexto de pesquisa, o
conhecimento da línguaou do dialecto do lugar, a observação aprofundada, a
compartilha de práticas quotidianas com
pessoas que constituem “o objecto” pesquisa
.A expressão observação participante sintetiza as modalidades de interacção do
antropólogo como campo de pesquisa durante a fase etnográfica da pesquisa: ele tem a
obrigação de viver dentroda comunidade pesquisada, de participar na vida quotidiana
deles e, ao mesmo tempo, aquelade estudá-la, de observá-la (e observar mesmo a si no
decurso da pesquisa).Por esta razão, os objectos da pesquisa antropológica não são
objectos concretos e predefinidos,mas se constituem constantemente no decurso da
pesquisa (Kilani, 1994, p
queremos dizer que a análise antropológica de dados pode ser qualitativa, mastambém
quantitativa. Ademais, é necessário salientar que a antropologia se vale, também
dosseguintes métodos:
Método Histórico:
Consiste em investigar eventos do passado, a fim de compreenderos modos de vida do
presente, que só podem ser explicados a partir da reconstrução dacultura e da
observação das mudanças ocorridas ao longo do tempo.
Método Estatístico
: Os dados, depois de colectados, são reduzidos a termosquantitativos, demonstrados
em tabelas, gráficos, quadros etc.
Método Comparativo
: Permite verificar diferenças e semelhanças apresentadas pelomaterial colectado. A
Antropologia Física compara fósseis ou grupos humanosexistentes, analisando
características anatómicas: cor de pele, do cabelo, dos olhos,índice cefálico etc.Os
primeiros antropólogos evolucionistas da segunda metade do século XIX,
foram designados,no â
mbito da história da antropologia, estudiosos da “
mesa
” (Tylor, Frazer, Morgan) porqueeles trabalhavam com um material de “
segunda mão
”. A partir dos últimos anos do século XIX
os antropólogos experimentavam uma nova modalidade de fazer a pesquisa: a
pesquisa decampo, isto é, observação directa dos modos de vida dos outros efectuada
concretamente noslugares pré-seleccionados para a pesquisa. Assim, a prática
etnográfica passou a ser o métodomais privilegiado para a investigação antropológica.
O conceito antropológico de cultura
A literatura antropológica sugere-nos que a palavra cultura é de origem latina. Deriva
do verbocolere (cultivar ou instruir) e do substantivo cultus (cultivo, instrução).
Etimologicamente temmuito ver com o ambiente agrário, com o costume de trabalhar
a terra para que ela
possa produzir e dar frutos. Ainda hoje se costuma usar a palavra cultura para designar
odesenvolvimento da pessoa humana por meio da educação e da instrução. Disso vêm
os termosculto e inculto, usados no jargão popular com uma carga de preconceito e de
discriminação,considerando uma cultura (especialmente a letrada) superior às outras.
Porém, não existemgrupos humanos sem cultura e não existe um só indivíduo que não
seja portador de cultura.A cultura, pois, é um termo vasto e complexo, englobando
vários aspectos da vida dos gruposhumanos. Não existe ainda um consenso entre
antropólogos acerca do que seja a cultura.Afirma-se que existem mais de 160
definições de cultura. (MARCONI; PRESOTTO, 2006).

Por via disso, não se fala apenas de cultura, mas de culturas. Por causa dessa
pluralidade dasculturas, tornou-se difícil, segundo Laplantine, dar uma definição que
seja absolutamentesatisfatória da cultura. O exemplo disto é quando, Kroeber, um
dos mestres da Antropologiaamericana, conseguiu apresentar 50 definições diversas
de cultura.Tylor foi o primeiro a formular um conceito de cultura. P

Ara ele essa “é aquele todo complexo

Que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os


outros

Hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como membro da sociedade”.


Poderíamos então

Afirmar que a cultura, não é nada mais, nada menos, que o conjunto de saberes
(axiológicos,estéticos, técnicos, teológicos, epistemológicos, etc.) característicos de
um determinado grupohumano ou de uma sociedade, ou seja, o conjunto de
comportamentos, saberes-fazeresadquiridas através de aprendizagem e
transmitidas ao conjunto de seus membros. A culturainclui comportamentos,
conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes, hábitos, aptidões,tanto
adquiridos como herdados.A cultura não é uma herança genética, mas o resultado da
inserção do ser humano emdeterminados contextos sociais. É a adaptação da pessoa
aos diferentes ambientes pelos quais passa e vive. Através da cultura o ser humano é
capaz de vencer obstáculos, superar situaçõescomplicadas e modificar o seu habitat,
embora tal modificação nem sempre seja a maisfavorável para a humanidade, como
podemos perceber actualmente. Desse modo a cultura podeser definida como algo
adquirido, aprendido e também acumulativo, resultante da experiênciade várias
gerações.Porém, enquanto aprendiz o ser humano pode sempre criar, inventar,
mudar. Ele não é umsimples receptor, mas também um criador de cultura. Por isso a
cultura está sempre em processode mudança.

Em muitos casos pode até ser modificada com muita rapidez e violência,dependendo
dos processos a que for submetida. Desta forma o ser humano não é somente o
produto da cultura, mas, igualmente, produtor de cultura

(LARAIA, 2001).

Elementos da Cultura

Assim, de acordo com MARCONI e PRESOTTO (2006),

Constituem-se como elementos dacultura: as ideias, a crença, os valores, as normas,


as atitudes ou comportamentos, aabstracção do comportamento, as instituições, as
técnicas e os artefactos.

As ideias

São os conhecimentos, os saberes e as filosofias de vida.

A crença
Que consiste em tudo aquilo que se crê ou se acredita em comum.

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10

Os valores

, ou seja, a ideologia e a moral que determinam o que é bom e o que é ruim.

As normas

Que englobam tanto as leis, os códigos, como os costumes, aquilo que se faz por
tradição.

As atitudes ou comportamentos

, isto é, maneiras de cultivar os relacionamentos com as pessoas do mesmo grupo e


com aquelas que pertencem a grupos diferentes.

A abstracção do comportamento

, a qual consiste nos símbolos e nos compromissoscolectivos.

As instituições

Que funcionam como uma espécie de controle dos comportamentos,indicando


valores, normas e crenças.


As técnicas

Ou artes e habilidades desenvolvidas colectivamente.

Os artefactos

Que são os instrumentos e utensílios usados para aperfeiçoar as técnicas eos modos
de vida.

Assim, podemos então afirmar que a essência da cultura está basicamente em três
elementos:as ideias, as abstracções e os comportamentos.As

Ideias

São concepções mentais das coisas concretas ou abstractas. As

Abstracções

São acapacidade de contemplaras ideias e traduzi-las em sinais e símbolos. Os

Comportamentos
Sãoos modos de agir dos grupos humanos, a partir das ideias e das abstracções.
Portanto, é possível

Concluir que a cultura “

Consiste em uma série de coisas reais que podem ser observáveis, serexaminadas
num contexto extra-somático

”.

Enquanto coisas reais e observáveis, a cultura pode ser classificada em três tipos:I.

Cultura material

, quando ela é formada por coisas ou objectos materiais, desde osmachadosde pedra
das antigas civilizações até os moderníssimos computadores;II.

Cultura imaterial

Também chamada de não material ou espiritual, quando não temsubstância


material, assim mesmo, é algo real, como no caso das crenças, dos hábitos edos
valores;III.

Cultura ideal
, aquela que é apresentada verbalmente como sendo a perfeita para umdeterminado
grupo, mas que nem sempre é praticada. Pode-se tomar como exemplodisso a
cultura religiosa, a qual nem sempre é assumida integralmente pelos que sedizem
adeptos dela. Normalmente numa cultura os conhecimentos são mais de ordem
prática, ligados à questão dasobrevivência. Todavia o conhecimento engloba
também a organização social, as estruturas

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11

Sociais, os costumes, as crenças, bem como as técnicas de trabalho e os


conhecimentosacadémicos. Por crença entende-

Se “a aceitação como verdadeira de uma proposição

Comprovada ou não cientificamente. Consiste em Uma atitude mental do indivíduo,


que serve

De base à acção voluntária. Embora intelectual, possui conotação emocional”.

Segundo MASSENZIO (2005) as crenças “são representações colectivas que definem a


Natureza das coisas

Sagradas e profanas”.

Os antropólogos costumam classificar as crenças em três categorias:A.

Pessoais

, isto é, aquelas que são aceitas por cada indivíduo, independentemente dascrenças
do seu grupo;B.

Declaradas

, ou seja, aquelas que são aceitas, pelo menos em público, com a finalidadeapenas
de evitar constrangimentos; nas sociedades contemporâneas poderia ser
exemplodisso a crença na igualdade entre as pessoas, especialmente entre homem e
mulher;C.

Públicas

São aquelas crenças aceitas e declaradas como crenças comuns. Exemplo dissoé a
crença na ressurreição por parte dos cristãos e na reencarnação por parte
dosespíritas. Existem antropólogos que falam de crenças científicas (que podem
sercomprovadas), supersticiosas (fruto do medo) e extravagantes (quando fogem
docomum e do que é considerando normal, como é ocaso da crença de que pode
aconteceralguma coisa numa sexta-feira, dia 13 do mês).Dentro da cultura os valores
são muito importantes. Eles são definidos pelos antropólogos como

Sendo “objectos e situações consideradas boas, desejáveis, apropriadas,


importantes, ou seja,

Para indicar riqueza, prestígio, poder, crenças, instituições, objectos materiais etc.
Além deexpressar sentimentos, o valor incent

Iva e orienta o comportamento humano”.

Já as normas são definidas como “

Regras que indicamos modos de agir dos indivíduos emdeterminadas situações

”. De um modo geral consistem “num conjunto de ideias, de convenções

Referentes àquilo que é próprio do pensa

R, sentir e agir em dadas situações”. As normas podem

Ser ideais (aquelas que os membros do grupo devem praticar) e comportamentais


que sãoaquelas reais, pelas quais, em determinadas situações, os indivíduos fogem
dos ideais.Exemplos disso são as normas de trânsito.Outro elemento importante
para a cultura é o símbolo. Símbolos são realidades físicas ousensoriais às quais os
indivíduos que os utilizam lhes atribuem valores ou significados
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12

Específicos”. Normalmente os símbolos costumam representar coisas

Concretas ou tambémabstractas.

Antropologia de Moçambique: as origens da cultura moçambicana

Os povos que os portugueses encontraram no território hoje designado por


Moçambique tinhamas suas culturas típicas que os distinguiam de outros povos do
mundo. Tinham os seus modosde vida, uma visão concreta do mundo e
manifestações religiosas ou crenças. Portanto, quandoos portugueses chegaram a
esta região encontraram povos a que usurparam as suas terras,trazendo a opressão e
fazendo do território sua colónia. No entanto, antes da chegada dos portugueses,
sabe-se que teriam passado por cá árabes, persas,hindus, chineses e outros povos
que nos permitem dizer que houve desde cedo uma fusão oumescla de povos de
culturas. Ora, cada cultura desloca-se e entra em contacto com outrasformas de
cultura através de relações individuais dos seus membros ou por vias colectivas
comoé o caso, por exemplo, das migrações de povos. Essas mesclas resultantes dos
contactos entre povos, as transformações e os efeitos daí decorrentes denominam-se
transculturação.

Os aspectos tradicionais

Por conseguinte, ao falarmos da cultura moçambicana é necessário que observemos


todos essesaspectos, ou seja, o actualmente conhecido por povo moçambicano tem
a raiz basilar no povoBantu, porém, com o decurso do tempo, esse povo foi-se
mesclando tanto com outros povos detal modo que hoje podemos dizer que a
cultura moçambicana é a simbiose ou a fusão entre asculturas das populações
africanas dos diversos grupos éticos deste país e as de origem europeiae asiática, isto
é, as culturas portuguesa, árabe, hindu, persa, etc., cujos povos por aqui
passaram,viveram e/ou vivem.Os contactos entre as culturas existem e resultam
objectivamente das alterações sucessivas dasestruturas da sociedade. No caso
vertente da cultura moçambicana, a presença de comerciantesvindos de outras
latitudes, as acções de missionários e de agentes do colonialismo constituemos
factores impulsores do processo de aculturação, ou mesmo de transculturação do
país. Assim,na sua condição de homens de negócio e de comércio, os árabes vieram
para estas terras e setornaram grandes propagadores do islamismo, sendo esta
religião, das que mais seguidores temno nosso país.

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13

A actividade missionária não escapa, porquanto não constitui apenas na expansão


docristianismo, como também actuou sobre as culturas locais, procurando inculcar
novos valorese costumes sobre as instituições africanas, moldando a mentalidade e
a consciência do africano.Portanto, três grupos etno-culturais prevalecem no
território moçambicano durante o períodode subjugação colonial:

A cultura das populações negras africanas


Representadas pelos vários grupos étnicos existentes em Moçambique: esta aparece
como oconjunto de tradições e modos de vida típicos desses grupos étnicos,
estendendo-se em todasas regiões rurais e sendo culturais da maioria. Essas culturas
tinham/têm as suas práticas bastante diversificadas segundo os costumes e estilos
de vida de cada grupo étnico e possuíam/possuem em comum, no entanto, a raiz que
é o povo Bantu.

A cultura colonial

Instalou-se nas cidades, nas vilas e em zonas de interesse económico e turístico,


representandoos valores e as ideologias do aparelho administrativo português e
preocupando-se com/peloreforço do sistema de opressão através da transformação
das populações indígenas para a suaintegração na sociedade e cultura portuguesas.

A cultura das minorias

Ora, por aqui passaram, morreram e deixaram vestígios culturais que hoje perfazem
a culturamoçambicana, um conjunto de povos, designadamente hindus, persas,
árabes, chineses, etc.Esses povos, embora ostentassem outro estatuto, partilharam
com a população indígena asvicissitudes do colonialismo, e hoje não se pode aludir à
riqueza da nossa cultura sem consideraresta parte da nossa moçambicanidade.Pese
embora prevalecesse a estratificação cultural acima referida, a cultura colonial
sempre procurou formas de se sobrepor aos restantes estratos culturais, utilizando
para além dedispositivos repressivos, meios ideológicos para dissociar e desintegrar
a população indígenadas suas origens e da sua cultura. Por exemplo, a designação
da população africana por nomes
Pejorativos como “

Macacos, selvagens, primitivas, pretos, etc

”, por um lado, e a política

Deassimilação praticada pelas autoridades coloniais, por outro lado, tinham a


finalidade não só delegitimar a dominação e a imposição da cultura colonial, mas
também de ridiculizar ou

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14

Inferiorizar a cultura dos dominados levando os dominados a se conformarem com


adominação.

A religião como um fenómeno socio-cultural

Durkheim (1996), embora se tenha baseado em estudos antropológicos de


sociedades primitivas, considerava a religião como um fenómeno universal; daí o
facto de ter estudado osistema religioso em diferentes contextos históricos, sociais e
culturais, tentando entender aessência comum e as funções que a religião
desempenha nas diferentes sociedades e o queexplica a sua origem.Segundo este
autor, não há sociedade sem religião e muito menos existe sociedade, por mais
primitiva que seja, que não apresente um sistema de representações colectivas
relacionadas àalma, à sua origem e ao seu destino. Para o autor, a realidade
simbólica da religião é o núcleoda consciência colectiva e como acto social, a religião
transcende o indivíduo e é a condição primordial da integração e da manutenção da
ordem social.Portanto, por detrás de toda a manifestação religiosa (ritos, cultos,
crenças adorações, etc.) estáa sociedade, pois foi ela que criou a sua concepção
religiosa. Deus, por exemplo, que é aconcepção mais forte dentro do sagrado, é uma
forma de mitificação de meras leis, usos ecostumes, valores e tradições de um grupo
social. O culto a Deus é no fundo um culto à própriasociedade e a religião é apenas
uma forma suprema de consolidar o social, perpetuar a culturae reafirmar e
actualizar simbolicamente os valores colectivos.A religião impõe respeito e é uma
das formas de sanção social, pois trata-se de um conjunto denormas super-humanas
que controlam o social das tendências constrangedoras da ordem social.À
semelhança de Radcliffe-Brown, para Talcott Parsons, a religião tem uma função
crucial queconsiste em resolver três graves problemas da humanidade: as incertezas
cognitivo-emocionais,a escassez de recursos materiais e o desajustamento
social.Portanto,

A religião pode ser entendida como crença sobrenatural que a sociedade


humanaadmite e celebra, sem provas ou evidências empíricas sobre a sua existência,
e envolvedoutrinas, sentimentos e ritos socialmente institucionalizados

(RAMOS, 1992)Assim, a religião como um subsistema sociocultural é composta por


dogmas (conjunto deverdades inquestionáveis); moral (normas de comportamento)
e liturgia (o ritual relativo aoculto).

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15
Características da religião

Existência de entidades sobrenaturais que criaram e controlam o mundo natural e


ordemsocial.

Em qualquer tempo (passado, presente e futuro) há uma efectiva


intervençãosobrenatural nos assuntos do mundo, ou seja, as entidades
sobrenaturais comandam odestino da humanidade.

Procedimentos de reverências e de súplica por meio dos quais o grupo solicita


protecçãode forças sobrenaturais. O grupo acredita que a vida e morte e os
acontecimentos depoisda morte dependem da relação estabelecida entre o grupo e
as suas entidadessobrenaturais.


Crenças, rituais, acções e comportamentos individuais ou colectivos, regras sociais
oumorais são prescritos e legitimados pela tradição religiosa ou pela revelação
divina.

Em expressão de obediência gratidão e devoção frequentemente na presença


derepresentações simbólicas de entidades sobrenaturais.

Linguagem, objectos símbolos etc., são elementos particularmente identificados


com osobrenatural e podem, eles próprios tornarem-se objectos de
reverência/sagrada.

Celebração romarias e eventos que marcam e comemoram episódios


importantes:nascimento ou morte de divindades, de profetas ou ídolos. Nestas
ocasiões háreprodução de ensinamento, sentimentos de comunidades e
reconciliação entre osdevotos.

Funções Sociais da Religião


Ajuda a superar incertezas quanto ao desconhecido, à impotência face às forças
danatureza, à vida, à morte e ao futuro.

Serve para legitimar as desigualdades sociais, a divisão do trabalho, a dominação e


asubordinação.

Ao dar respostas à interrogações e preocupações sobre o sentido da vida, o


sofrimento,as incertezas, as injustiças sociais e outros males do mundo, a religião
contribui para oequilíbrio psico-emocional do Homem e o estimula a uma acentuada
participação nasociedade, visando uma maior coesão social.

Gera um conforto afectivo-espiritual, isto é, proporciona consolo, alívio e


estabilidadeemocional nos momentos críticos e dolorosos da vida.
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16

Em períodos de grandes comoções sociais, crises políticas, fome, instabilidades


financeiras,etc., a religião funciona como um importante factor de união, de
identidade cultural e religiosa.Para Durkheim a religião é um fenómeno universal,
pois, segundo o autor, não há sociedadesem religião e muito menos existe
sociedade, por mais primitiva que seja, que não apresenteum sistema de
representações colectivas relacionadas à alma, à sua origem e ao seu destino.Para o
autor, a realidade simbólica da religião é o núcleo da consciência colectiva e como
actosocial, a religião transcende o indivíduo e é a condição primordial da integração
e damanutenção da ordem social.
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Conclusão

Em conformidade com os resultados da investigação bibliográfica aliada aos efeitos


da pesquisaconclui-se que para Durkheim a religião é um fenómeno universal, pois,
segundo o autor, nãohá sociedade sem religião e muito menos existe sociedade, por
mais primitiva que seja, que nãoapresente um sistema de representações colectivas
relacionadas à alma, à sua origem e ao seudestino. Para o autor, a realidade
simbólica da religião é o núcleo da consciência colectiva ecomo acto social, a religião
transcende o indivíduo e é a condição primordial da integração eda manutenção da
ordem social. A religião impõe respeito e é uma das formas de sanção social, pois
trata-se de um conjunto de normas super-humanas que controlam o social das
tendênciasconstrangedoras da ordem social. Assim, a religião como um subsistema
sociocultural écomposta por dogmas (conjunto de verdades inquestionáveis); moral
(normas decomportamento) e liturgia (o ritual relativo ao culto).

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Bibliográficas

COLLEYN, Jean-Paul. Elementos de Antropologia Social e Cultural. Edições 70,


Lisboa, 2005.LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. 14ª ed.,
Jorge Zahar Editor,Rio de Janeiro, 2001.MASSENZIO, Marcello. A história das religiões
na cultura moderna. São Paulo: Hedra, 2005.MARCONI, Marina de Andrade;
PRESOTTO, Zélia Maria Neves. Antropologia: umaintrodução. 6ª ed., São Paulo: Atlas,
2006.SANTOS, Armindo dos. Antropologia Geral: etnografia, Etnologia, Antropologia
Social.Universidade Aberta, 2002.

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Anexos/apêndice

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