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Capítulo 3

• Água como constituinte fundamental dos


seres vivos
• pH
• Reações acido-base
• Tampões biológicos

David João Horta Lopes


A água como constituinte fundamental do seres vivos
(Silva, 2021)
A água como constituinte fundamental do
seres vivos
É a substância mais abundante em todos os organismos vivos
.. 70% ou mais do peso de um organismo
.. Meio líquido intra e extra-celular -> soluções aquosas diluídas
de iões inorgânicos e compostos orgânicos citoplasma - 85% de água

Organismo humano
- 80% de água
- distribuição variável entre os tecidos
- diminui com a idade

Distribuição da água por compartimentos


- fluido intracelular – cerca de 2/3 da quantidade total de
(compartimento intracelular) água do corpo (55-65%do peso do homem/
- 10% na mulher)
- fluido extracelular (compartimento extracelular)
• fluido intersticial (15% do peso do corpo)
• plasma sanguíneo (5% do peso do corpo)
(Pavão, 2005)
Principais constituintes químicos do plasma sanguíneo e
do fluido intracelular
. Fluido intracelular- separado do
extracelular pela membrana plasmática -
Intervém na permeabilidade seletiva da
membrana comanda os movimentos da água
e dos eletrólitos

. Líquido intersticial e plasma separados


pela parede dos vasos capilares

. Diferenças importantes na composição dos


compartimentos:
- Fluido intracelular – predomínio do K+
sobre Na+
- Fluido extracelular- predomínio do Na+
sobre K+

plasma- mais rico em proteínas e lípidos do


que o fluido intersticial

Na+ e K+ - catiões determinantes na (Pavão, 2005)

manutenção do volume dos fluidos


A água como constituinte fundamental do seres vivos

1. Estrutura da água

pontes de hidrogénio

(Campos, 1999)

• A molécula da água é polar com cargas parciais de sinal contrários.

• No estado líquido, e mais no estado sólido, as moléculas estão relacionadas


umas com as outras por pontes de hidrogénio
(Silva, 2021)
(Silva, 2021)
(Pavão, 2005)
A água como constituinte fundamental do seres vivos
Funções

1. Meio onde se encontram os componentes celulares


.. Ajuda a manter as estruturas das macromoléculas, das
estruturas supramoleculares e dos organitos, condicionando por isso as
suas funções

2. Meio (solvente) onde se processam as reações biológicas


.. Condiciona a reatividade química das biomoléculas

3. Veículo de transporte de nutrientes e de substâncias a excretar

4. Reagente em muitas reações metabólicas

5. Intervenção na regulação da temperatura corporal

6. Intervenção na regulação da pressão osmótica

Nota: Homeostase - manutenção da composição do meio interno- inclui a


consideração da distribuição da água no corpo, da manutenção do pH
adequado e das concentrações dos eletrólitos
(Pavão, 2005)
2. A água como solvente

(Silva, 2021)
A água como constituinte fundamental do seres vivos

2. A água como solvente

A água, sendo um solvente polar, dissolve a maioria das biomoléculas,


que são compostos polares ou compostos com carga- compostos
POLARES OU HIDRÓFILOS (quanto maior for a quantidade de grupos
polares funcionais numa molécula tanto mais solúvel em água esta maior
será- hidrofílica; “amam a água”)

.. A água dissolve solutos polares (sem carga efetiva), formando ligações


de hidrogénio com esses solutos
Ligações de hidrogénio não existem
apenas na água.
Algumas ligações de hidrogénio com
importância biológica: a) b) c) d)
a) entre o grupo hidroxilo de um álcool e a
água
b) entre o grupo carbonilo de uma cetona
e a água
c) entre grupos peptídicos num
polipéptido
d) entre bases complementares do DNA (Campos, 1999)
(timina e adenina)
Solubilidade dos gases em água

(Pavão, 2005)
Os compostos orgânicos e a água
Conceito de solubilidade
Um conjunto dissolve-se num determinado solvente desde que o conjunto das
atrações entre as moléculas do composto e o meio, depois da adição, sejam pelo
menos equivalentes, ou de preferência superiores, às que existam antes entre
moléculas do soluto, por um lado, e entre as moléculas do solvente, por outro

Ex: hexano dissolve-se no benzeno mas já não se dissolve na água

(Campos, 1999)

Os álcoois, os ácidos carboxílicos e os ésteres, os aldeídos e as cetonas


formam pontes de hidrogénio com a água – por isso se dissolvem nela.

Muitos compostos bioquímicos, por conterem grupos oxidrilo, carboxilo, éster,


amina, amida ou fosforilo, interagem do mesmo modo com a água
Líquidos membranários e cadeias polipeptídicas e seu
comportamento na água
As interações das proteínas com a água desempenham um papel determinante
na organização da sua estrutura espacial, em especial do seu enrolamento

O modo como a conformação da proteína evolui para o arranjo final decorre de 2 tipos
de comportamento:
- por um lado, as cadeias polares (hidrofílicas) da cadeia proteica tendem a
relacionar-se com a água, expondo-se no exterior da molécula proteica,
- por outro as cadeias laterais dos aminoácidos apolares (hidrofóbicas) por recusarem
o contacto íntimo com a água, tendem a refugiar-se no interior.

(Campos, 1999)
EXEMPLO: Os lípidos membranários assumem esse comportamento dualista.
Os lípidos são constituídos por uma cadeia carbonada (não polar) e um
extremidade polar (ex: ácidos gordos, triacilgliceróis, fosfolípidos, esfingolípidos e
glicolípidos)
Constituintes das membranas biológicas
Compostos Hidrófobos e Anfipáticos
. Os compostos não polares
(apolares) ou constituídos
exclusivamente por átomos de
carbono são insolúveis em água-
compostos APOLARES OU Cabeça polar
HIDRÓFOBOS hidrófila
Ex: benzeno, ceras

. Os compostos ANFIPÁTICOS
têm partes das suas moléculas
polares ou com carga (hidrófilas)
e partes apolares (hidrófobas)
(ex: sabões; fosfolípidos e ácidos
biliares)
Molécula de um ácido
gordo Cauda apolar
hidrófoba

As moléculas de água dispõem-se


ordenadamente à volta da cadeia hidrófoba
(Pavão, 2005)
Compostos Hidrófobos e Anfipáticos

Podem observar-se na maioria das membranas


plasmáticas

(Koolman & Rohm, 2005)

Micelas e vesículas => No sangue e nas células funcionam como transportadores de substâncias
A água permite o estabelecimento de interações
hidrófobas

Dispersão de lípidos
em água
A força das interações
hidrófobas resulta duma
maior estabilidade
Agregados
termodinâmica do sistema
(“clusters”) de
(diminuição do números
moléculas
de moléculas de água
de lípidos
ordenadas à volta das
porções hidrófobas do
soluto
Micelas- partes
hidrófobas no
interior; partes
hidrófilas expostas Formação de micelas
ao solvente - Mecanismo importante na
absorção de lípidos no
intestino
- Papel detergente dos
Estabelecem-se sais biliares
INTERAÇÕES (compostos anfipáticos)
HIDRÓFOBAS
nas regiões
apolares
(Pavão, 2005)
Exemplos de
biomoléculas
Polares:
- Glucose
- Glicina
- Aspartato
- Lactato
- Glicerol

Não Polares:
- Cera

e
Anfipáticas:
- Fenilalanina
- Fosfatidilcolina

(Pavão, 2005)
A libertação
de moléculas
de água
também
favorece
a formação do
complexo
enzima-
substrato

(Pavão, 2005)
Efeito dos solutos nas propriedades coligativas
dos
. Osmose e prsolutos:
essão osmóticaOsmose e pressão osmótica
Quando duas soluções aquosas são separadas por uma membr ana semi-per meável (só deixa passar as
moléculas do solvente) a água move-se espontaneamente do compar timento onde a sua concentração é mais alta
(concentração mais baixa do soluto) para o compar timento onde a sua concentr ação é mais baixa (concentr ação
mais elevada do soluto) - osmose-
pr essão osmótica -
. for ça que é necessár io aplicar para impedir o
fluxo da água:
P = RT (FF ic) equação de van’t H off

P - pressão osmótica
R- constante dos gases per feitos
T - temper atura absoluta
F - coeficiente osmótico (r epr esenta o desvio do
compor tamento ideal da solução-depende do composto,
da sua concentração e da temper atura)-tabela
i- número de iões for mados por dissociação de
uma molécula de soluto
c- concentr ação molar do soluto (moles de soluto/L solução)
F ic- osmolaridade da solução*
Osmose e pressão osmótica
(a)- estado inicial- tubo com solução aquosa,
copo com água pura e membrana semi-per meável.
(b) – estado final-do movimento da água r esulta a
diluição da solução e a sua subida no tubo (h) até se
atingir o equilíbrio
(c) - medida da pr essão osmótica (propor cional à altura h),
deter minada apenas pelo número de par tículas do soluto por
(Pavão, 2005) unidade de volume
Efeito da osmolaridade
extracelular no movimento da
água através da membrana

(a)- célula numa solução


isotónica => não há
movimento líquido da água
(b)- célula numa solução
hipertónica => saída de água
da célula e esta
“encolhe/murcha”
(c)-célula numa solução
hipotónica => entrada de água
para a célula com criação de
pressão que pode levar ao
rebentamento
(lise) da célula

Elevada concentração de albumina e outras proteínas plasmáticas


contribui para a osmolaridade do plasma

Plasma sanguíneo e fluido intersticial são por isso mantidos a uma


pressão osmótica próxima da do citossol (Pavão, 2005)
Comportamento dos
Glóbulos vermelhos
numa:
(a)-solução isotónica
(b)-solução hipotónica
(Pavão, 2005)
(c)-solução hipertónica

Exemplo da solução de cloreto de sódio 154mM/ 9 g/l/ (soro


fisiológico)- isotónica para os glóbulos vermelhos – por isso usada
para re-hidratação intravenosa ou para administrar medicamentos
• [cloreto de sódio] >154mM - solução hipertónica – célula “murcha”
• [cloreto de sódio] <154mM - solução hipotónica – célula “incha”
(Pavão, 2005)
5. A água como regularizador da temperatura

..A água é um regularizador eficiente da


temperatura climática
.. A água contribui para o equilíbrio térmico
dos organismos vivos
...a evaporação da água é utilizada como
mecanismo de arrefecimento

Ex: um homem adulto pode eliminar 1200g


de água/dia –respiração + transpiração +
urina  perda de cerca de 20% do calor
total gerado pelos processos metabólicos
(2500 Kcal/dia)

A água tem uma alta termocondutividade -


Importante na distribuição do calor
produzido num determinado ponto do
organismo
(Ex. calor produzido no músculo durante o
exercício)

(Pavão, 2005)
Distribuição de água no organismo

(Pavão, 2005)
Homeostase – controlo por feedback

(Pavão, 2005)
Importância da água na
I mportância da água na reactividade das biomoléculas:
reatividade das biomoléculas
. I onização H 2O H + + OH -

•Equilíbrio ácido-base
H 2O + H 2O Û H 3O + + OH -

ião hidr ónio

I mportante par a a estrutura e pr opr iedades


das pr oteínas, ácidos nucleicos e membranas
biológicas

(Pavão, 2005)
A água como constituinte fundamental do seres vivos

(Campos, 1999)

A presença destes grupos determina não só o estabelecimento de ligações com as


moléculas de água como a possibilidade de reações de hidrólise, de protólise e de
hidratação

A intensidade destas reações dependem intimamente do pH => pH nos organismos


vivos tem de ser rigorosamente controlado
Interações moleculares
São 4 os tipos de ligações não covalentes que
intervêm nas relações entre moléculas:
- ligações eletrostáticas
- ligações por dipolos
- pontes de hidrogénio
- forças de van der Waals

Elas estão presentes em todos os fenómenos biológicos:


- > ou < solubilidade de um composto
- responsáveis pela conformação tridimensional das proteínas
- reconhecimento do substrato-enzima
- desempenham um papel fundamental na replicação do DNA
(Pavão, 2005)
Ligações Intermoleculares

Ligações eletrostáticas – Lei de Coulomb


Ou ligação iónica (ex: um grupo carregado de um substrato atrai um grupo
com carga de sinal contrário de uma proteína)

Ligações por dipolos


(os dipolos permanentes das moléculas
polares atraem-se mutuamente segundo o
princípio geral da atração da cargas
opostas)

Ligações que aumentam o ponto de ebulição


(Campos, 1999) e do ponto de vista biológico por determinarem
o estado físico de um composto
Ligações Intermoleculares
(Campos, 1999)

Pontes de hidrogénio
(a mais forte das ligações fracas)
Nestas ligações o átomo de hidrogénio é partilhado por dois outros átomos
(Campos, 1999)

(Campos, 1999)

Dador - normalmente nos sistemas biológicos é o


oxigénio ou azoto

Aceitador – possuidor de carga parcial negativa que


atrai o hidrogénio

Exemplo: estabilização por pontes de hidrogénio das bases


azotadas entre cadeias opostas da dupla hélice do DNA

(Campos, 1999)
Ligações Intermoleculares

Forças de van der Waals

Forças atrativas muito fracas e não específicas aparecem devido ao facto da


distribuição da carga eletrónica de um átomo variar no tempo

Responsáveis pelas inter-relações entre moléculas apolares

Contribuem para a:
- estrutura terciária das proteínas
- ligação do centro ativo ao substrato
- manutenção da fluidez das membranas biológicas
Quanto mais alta é a concentração (H+) mais baixo é valor do pH (Pavão, 2005)
(Pavão, 2005)
O pH dos fluidos biológicos
O pH dos fluidos biológicos tem de ser contido dentro de limites muitos estreitos.
Variações de pH> 0,2 unidades podem ser fatais
pKa= -log10Ka

pKa – medida da força de um ácido, qt mais forte for o ácido menor será o valor de pKa

(Campos, 1999)
pH de alguns fluidos aquosos

M edição de pH :
.utilização de indicadores
.eléctr odo de vidro (sensível à [H + ])

(Pavão, 2005)
O pH dos fluidos biológicos
É importante regular o pH intracelular:
- as biomoléculas possuem grupos ionizáveis que se comportam como ácidos ou
como bases
- o controlo do pH assegura que os grupos se encontrem na forma iónica
(protonada ou não-protonada) adequada à sua função
pH sangue: 7,35 (venoso) - 7,4 (arterial) » 7,4

Homeostase do organismo: controlo da circulação e da composição dos


fluidos do organismo - cada célula é “banhada” por um meio óptimo para o seu
funcionamento
* Só uma variação muito limitada da concentração de ácidos ou de bases
circulantes é compatível com a vida
• Qualquer variação requer atuação imediata no sentido de repor o
equilíbrio
pH < 7,35 Acidose -> coma
pH > 7,45 Alcalose -> tetania
pH incompatível com a vida: pH <= 7,0 pH >= 7,8
(Pavão, 2005)
O pH dos fluidos biológicos
Os valores de pH nas células e líquido extracelular
são mantidos em limites estreitos e constantes

No sangue ph varia normalmente entre 7,35 e 7,45

O Ph do citoplasma é mais baixo do que o do


sangue – 7,0 a 7,3

Nos lisossomas a concentração hidrogeniónica é


superior à do citoplasma

No trato intestinal (digestivo) e nas secreções


corporais (externas ao organismo) o valor de pH é
variável

Nos rins devido ao facto deste eliminarem ácidos e


bases , o pH da urina pode ter uma grande
variação ( 4,8 - 7,5)

(Koolman & Rohm, 2005)


Diferentes tipos
de reações

(Koolman & Rohm, 2005)


Ácidos e bases. Equilíbrio ácido-base
2. Ácidos e bases. Equilíbrio ácido-base
Dieta e metabolismo celular ->produção de substâncias ácidas e básicas
Segundo Brönsted e L owry:
Ácido: dador de protões
Ácido: dador de protões
(Pavão, 2005)

K a- constante de ionização(dissociação) do ácido

M edida da força do ácido


Ácido forte- completamente
Ka- constante de ionização (dissociação) do ácido
pK a=log 1/K a ionizado em solução diluída
Pares ácido/base conjugada (participam
sempre nas reações ácido/base)
Exemplos::
Base: aceitador de protões - Ácido acético/acetato
B + H+ → BH+ CH
- Ião amónio/amoníaco 3COOH Û CH 3COO - + H+

Baseaceitador
Base: / ácidodeconjugado
protões H 2PO 4- Û H PO 42- + H +
- Ácido carbónico/hidrogenocarbonato
- Hidrogenocarbonato/carbonato (Pavão, 2005)
+ +
Ácidos e bases. Equilíbrio ácido-base

O comportamento bioquímico de numerosos compostos fundamentais decorre das


suas propriedades ácido-base

Previsão das propriedades das


soluções tampão e utilizada para
controlar pH de misturas racionais

(Campos, 1999)
Importância do ião hidrogénio (H+) nos sistemas biológicos
• Quase todos os processos
biológicos dependem do pH:
– participação direta do ião H+ em
muitas reações metabólicas
– participação indireta do ião H+
• .. Muitas biomoléculas contêm
grupos ionizáveis, com pKa
característicos

O estado iónico das


biomoléculas depende do
pH do meio
Uma alteração de pH pode afetar:
- a estrutura das biomoléculas,
- a sua reatividade
- a sua função
Os organismos mantêm um controlo rigoroso do pH do citosol e
dos fluidos extracelulares – têm para isso sistemas tampão
(Pavão, 2005)
Reações Ácido-Base / Reações de
Oxidação – Redução
• R (Koolman & Rohm, 2005)
Reações de oxidação - redução
(Ocorrem trocas de eletrões entre os reagentes da reação)

(Koolman & Rohm, 2005)

O componente rico em eletrões é o


redutor, o pobre é o oxidante

A forma reduzida deste sistema


(agente redutor) transfere eletrões para
a forma oxidada (agente oxidante)
Nos sistemas biológicos (células) as reações de oxidação-redução são catalizadas por enzimas
que trabalham em conjunto com os cofatores de oxidação-redução (coenzimas) às quais se
encontram ligados
O pH dos fluidos biológicos – Soluções tampão

(Koolman & Rohm, 2005)


O pH dos fluidos biológicos – Soluções tampão

(Campos, 1999)

Regulação do pH no interior da célula


- Elevada concentração proteica (¾ capacidade tampão do organismo)
- Elevada concentração de metabolitos intermediários (mM)
- Existência de iões fosfato

Regulação do pH extracelular Regulação do pH extracelular é feita


• Proteínas (75g/L plasma) pela ação coordenada do fígado,
• Tampão bicarbonato - CO2/HCO3 pulmões e rins
TAMPÃO BICARBONATO
Sistema bicarbonato funciona em
sistema aberto é um tampão
fisiológico efetivo pra pH= 7,4
• Maior (H+) no sangue ( Ex:
produção de ácido láctico pelo
músculo em exercício intenso)
(reações 1,2,3)
> perda de CO2 pelos pulmões
> velocidade respiratória

• Menor (H+) no sangue (Ex:


catabolismo proteico > NH3)
(reações 1,2,3)
< perda de CO2 pelos pulmões
< velocidade respiratória

(Pavão, 2005)
(Pavão, 2005)

Rim intervém na manutenção do equilíbrio ácido-base


reabsorvendo o HCO3- filtrado e eliminando uma
quantidade de ácido equivalente à quantidade de ácido
“não volátil” produzido durante o metabolismo
Perturbações do equilíbrio ácido-base
acidose respiratória
1. Se resultam de uma alteração da PCO2: ( PCO2)

Perturbações ácido-base respiratórias alcalose respiratória


( PCO2)
2. Se resultam de uma alteração da [HCO3-]:
acidose metabólica
( HCO3-)
Perturbações ácido-base metabólicas
alcalose metabólica
( HCO3-)
1ª linha de defesa – tamponação intra e extracelular
2ª “ - pulmões
3ª “ - rins

Respostas de compensação:
.Não corrigem a perturbação
.Diminuem a magnitude da variação do pH no sangue

(Pavão, 2005)
Desequilíbrios ácido-base

Acidose respiratória

Acidose metabólica
(diarreia,
urémia, Diabetes Mellitus)

Alcalose respiratória

Alcalose metabólica
(vómitos prolongados,
hemorragias)

(Pavão, 2005)
(Pavão, 2005)
(Pavão, 2005)
(Pavão, 2005)
(Pavão, 2005)
CASO CLÍNICO 1

FILHO - SUSPEITA DE ACIDOSE METABÓLICA ( HCO3-)


O menino Silva ingeriu um número elevado e indeterminado de aspirinas. A
senhora Silva, aflita, levou o filho às urgências.

AÇÃO: Foi efectuada uma lavagem ao estômago ao menino Silva e a sua observação não
revelou nenhum sinal de toxicidade acídica, tal como estimulação respiratória,
dores abdominais, náuseas ou cefaleias. Os níveis séricos de salicilato eram de 92
μg/ml (níveis normais terapêuticos de 200 -250 μg/ml ; níveis >350 μg/ml –
aparecimento de sinais de toxicidade; níveis >800 μg/ml -frequentemente letais).
Foi mantido em observação durante a noite e os níveis séricos no dia seguinte
eram de 24 μg/ml.

MÃE - ALCALOSE RESPIRATÓRIA DERIVADA DE ESTADO DE ANSIEDADE ( PCO2)


Enquanto aguardava a avaliação do estado do filho a senhora Silva sentiu-se ‘esquisita’, com
a cabeça ‘leve’, formigueiros nas mãos e na língua.
A senhora Silva foi primeiro informada que o seu filho estava bem

AÇÃO: Foi depois posta a respirar lentamente num saco de papel colocado sobre a sua boca
e nariz (aumento do CO2 no ar respirado levando ao aumento de pCO2 sérico com
consequente acidificação). Após 20 min, os sintomas que apresentava desapareceram.
(Pavão, 2005)
CASO CLÍNICO 2

CASO: A senhora Santos, diabética, deu entrada na urgência com uma respiração tipo
Kussmaul (hiperventilação com respiração profunda).

SUSPEITA DE CETOACIDOSE DIABÉTICA


A pCO2 era de 30 mm Hg (referência: 38-42), os níveis séricos de bicarbonato de
13 mEq/L (referência: 24-28), os níveis séricos de glucose de 648 mg/dL
(referência: 80-140) e com presença de corpos cetónicos no soro e urina.

A falta de insulina leva à diminuição de glucose e produção de corpos cetónicos, cuja


acumulação leva a uma acidose metabólica (cetoacidose diabética). Até à
administração de insulina, vários mecanismos compensatórios entram em acção
para minimizar a diminuição de pH. Um deles é a estimulação dos centros
respiratórios com o aumento do volume respiratório por minuto (respiração de
Kussmaul).

AÇÃO: O tratamento consistiu na administração intravenosa de solução salina, para


corrigir a diurese (resultante da perda osmótica derivada da excreção de glucose e
da hiperventilação) seguida de administração intravenosa de insulina, com
monitorização regular dos parâmetros bioquímicos.
(Pavão, 2005)

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