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O ato processual é o ato do tribunal ou das partes cujo efeito se traduz na constituição de uma

situação processual, ou seja é todo o acto que determina o inicio, influencia o decurso ou
implica a extinção do processo.

Noutros termos são atos processuais aqueles produzem efeitos em processo.

a) O que releva para a qualificação como ato processual é o seu efeito característico. Esta
conclusão permite inferir, desde logo, que os atos não se tornam processuais pela
circunstância de produzirem efeitos processuais se estes forem meramente
secundários ou acessórios. Por exemplo, o pagamento de uma divida não é um ato
processual, apesar de ele permitir a invocação em juiz da exceção peremptoria do
pagamento (576/3); a fixação do luxar do cumprimento da obrigação também não é,
embora possa produzir efeitos processuais: aquele lugar do cumprimento pode relevar
para determinar o tribunal competente (71/1 e 7/1/a) ); a alienação do direito litigioso
durante a pendencia da causa não é um ato processual, apesar de implicar que o
alienante passe a ter a qualidade de substituto processual do adquirente (263/1)
b) Da circunstância de a caracterização do ato processual depende da produção de
efeitos processuais decorre que os atos não deixam de ser processuais:
- Se forem regulados simultaneamente pelo direito processual e pelo direito
substantivo por exemplo; a desistência e a confissão do pedido são reguladas pelo
direito processual e pelo direito substantivo (291/1), mas atendendo aos seus efeitos
são atos processuais
- Se alem de efeitos processuais também produzirem efeitos substantivo; a citação do
réu para a açao é um ato processual (artigo 219/1), apesar de também implicar a
interrupção da prescrição (artigo 323/1)
-Se forem praticados antes da pendencia de qualquer açao ou fora de uma açao
pendente por exemplo: a concessão de mandato judicial a um advogado para a
propositura de uma açao é um ato processual, não obstante ser realizar antes da
pendencia da causa a instaurar; a celebração de uma convenção de arbitragem (1 LAV)
enquanto açao está pendente nos tribunais estaduais é um contrato processual,
apesar de ser celebrada fora do processo; o mesmo pode ser dito quanto a um
contrato probatório (345 CC)

Actos Duplos

A relevância concedida ao efeito característico do ato não impede que se considerem atos
processuais o chamados atos duplos, que são aqueles que são regulados tanto pelo direito
substantivo como pelo direito processual. Por exemplo: a transaçao é um contrato regulado
pelo direto substantivo e pelo direto processual (artigo 1248 CC, artigo 283, n2, 290 e 45/2); a
confissão de factos é igualmente regulada pelo direito substantivo e pelo direito processual
(artigo 359/1 CC, art 452 a 465).
Factos processuais

Em processo também relevam facto processuais, como por exemplo o decurso do prazo
peremptorio para a pratica de um ato (art 139/3)-, mas essa relevância projeta no processo
sempre através de atos processuais. Isto verifica se por uma de duas maneiras: ou porque a
eficácia do facto se projecta sobre a possibilidade ou impossibilidade da pratica de um ato
processual ou porque o facto so tem eficácia no processo quando ai for alegado mediante um
ato processual. Por exemplo: a morte de uma das partes susptencia a instancia (artigo
269/1/a)), mas isso so acontece depois de o falecimento ter sido alegado em processo (artigo
270/1)

Sequencia Processual

Actos de sequencia

Estruturalmente, o processo é uma sequencia de atos. A sequencia processual institui um


formalismo que regula a atividade do juiz e das partes.

Definição de sequência

A sequencia em que o processo se traduz pode ser determinada na lei ou ser deixada ao
prudente critério do juiz, que, em cada situação concreta, determina o que lhe parecer mais
adequado à administração da justiça. No primeiro caso, o processo é rígido; no segundo
processo é maleável. O processo civil português contem uma tramitação definida na lei, mas o
juiz, como corolário do dever de gestão processual (6/1), tem faculdade de adequar essa
tramitação quando a mesma não se adaptar à complexidade da causa (artigo 547).

Principio da preclusão

A sequencia processual encontra se submetida a um principio de preclusão. Cada ato


processual tem o seu momento próprio para ser praticado dentro da respetiva sequencia
processual; se o ato não for praticado nesse momento, não pode vir a ser praticado
posteriormente, pelo que a sua realização fica precludida. As partes têm o onus de invocar o
facto por exemplo o pagamento da divida, ou de realizar o acto por exemplo a apresentação
ou o requerimento de determinado meio de prova e portanto a titulo preventivo no momento
legalmente determinado, dado que, no momento em que o facto é alegado ou o acto é
praticado, a sua utilidade é meramente eventual (porque por exemplo, não se sabe se o autor
vai sequer demonstrar o crédito ou se o facto relevante virá a ser controvertido).

Modalidade dos atos

Generalidades

Quanto à origem, os atos processuais podem ser atos do tribunal e atos das partes:

-Os atos do tribunal são os atos realizados pelo tribunal; alguns destes atos são praticados pela
secretaria (artigo 157 a 162) como por exemplo a citação do réu e as notificações das partes,
outros devem ser praticados pelo juiz (artigo 150 a 156) como por exemplo os despachos, as
sentenças e os acórdãos

-Os atos das partes são os atos praticados pelas partes (artigo 144 a 149), estes atos podem ser
unilaterais como a apresentação de um articulado ou de um requierimento e a desistência ou
a confissão do pedido, outros são bilaterais, como por exemplo o pacto de competência, a
convenção de domicilio para efeito de citação ou transação; os atos bilaterais são contratos
processuais.

-Os atos do tribunal e das partes podem ser praticados numa sessão em que estão presentes o
tribunal e as partes. A forma mais comum desta sessão é a audiência

b) Note-se que, alem do tribunal e das partes, os atos processuais também podem ser
praticados por outros órgãos (como o agente de execução) ou mesmo por meros participantes
no processo (testemunhas e peritos)

Atos do tribunal

Nos atos do tribunal incluem-se entre outros, os seguintes.

- Os atos rogatórios, que são os atos pelos quais um tribunal solicita a pratica de atos
processuais a outros tribunais ou autoridades; estes atos são a carta precatória, que é
utilizada quando a realização do ato seja solicitada a um tribunal ou a um cônsul pt, e a carta
rogatória que é utilizada quando a realização do ato seja solicitada a uma autoridade
estrangeira 172/1.

- O mandado , que é o ato pelo qual o tribunal ordena a execução de um ato processual a uma
entidade que lhe esteja funcionalmente subordinada 172/2

- A citação, que é o ato pelo qual se dá conhecimento ao réu de que contra ele foi proposta
uma ação e se chama esta parte ao processo para se defender, bem como o ato pelo qual se
chama, pela primeira vez, ao processo alguma pessoa interessada na sua causa (219/1)

- A notificação, que é o ato que serve para, sempre que não seja usada a citação, chamar
alguém a juízo ou dar a alguém conhecimento de um facto 219/2.

- As decisões, que são os atos pelo qual o tribunal aprecia uma causa ou um incidente ou
qualquer aspeto com eles relacionado (artigo 152/1); as decisões podem ser sentenças – que
são as decisões finais proferidas numa causa ou num incidente (artigo 152/2) ou então podem
ser despachos, que são em regra, decisões interlocutórias

ii) -O conceito de sentença e a sua distinção perante o despacho não são muito claros, apesar
da definição do artigo 152/2. A sentença é a decisão final, de forma ou de fundo (não se conta
o indeferimento liminar), e o despacho a decisão não final, embora o despacho saneador possa
ser uma decisão final de forma ou de mérito 595/1

-As decisões do tribunal são suscetíveis de várias classificações. Uma das mais importantes é a
que distingue entre decisões de fundo- que são aquelas que se pronunciam sobre o mérito,
absolvendo ou condenando o réu no pedido formulado pelo autor- e decisões de forma- que
são aquelas que se pronunciam sobre questões processuais.
- Em todos os seus atos , e em particular nas citações, notificações e outras comunicações
dirigidas diretamente às partes e a outras pessoas singulares e coletivas, o tribunal deve
utilizar preferencialmente, linguagem simples e clara artigo 9-A

Atos das parte

Negócios Processuais

Atos Conjuntos

Atos constitutivos

Atos postulativos

Competência

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