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basquetebol
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Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC
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Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
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Faculdade AVANTIS
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Faculdade do Desporto da Universidade do Porto - FADE/UP
dos esportes, as abordagens atuais têm atribuído maior
relevância aos aspectos cognitivos, sobretudo à compre-
ensão dos fundamentos táticos das modalidades coletivas
(MESQUITA; PEREIRA; GRAÇA, 2009).
A in uência das correntes cognitivistas e constru-
tivistas tem interferido na interpretação do processo de
ensino e aprendizagem dos jogos desportivos, a partir de
procedimentos que priorizam a signi cação da infância, a
estrutura do pensamento da criança, as leis de desenvol-
vimento e o mecanismo da vida social infantil (GRAÇA;
MESQUITA, 2007).
O dinamismo destas novas abordagens de ensino
tem direcionado as investigações para o esclarecimen-
to dos aspectos táticos dos jogos desportivos, seguindo
uma orientação para a compreensão dos princípios dos
56 jogos por parte dos aprendizes, bem como a ênfase na
percepção e na tomada de decisão no ambiente de prática
(GIMENÉZ, 2009; GRAÇA; MESQUITA, 2007).
Nas últimas décadas têm se disponibilizado um con-
junto de obras sobre o ensino dos esportes coletivos,
dentre as quais se destaca a proposta de Bunker e orpe
(1982), denominada Teaching Games for Understanding
(TGfU) ou ensino do jogo para a compreensão. Nesta pers-
pectiva, o processo de ensino do esporte volta-se para a
resolução do problema da falta de motivação dos apren-
dizes para prática, para a superação das di culdades em
compreender o jogo e a utilização inteligente da técnica
em situações reais do contexto do jogo.
Em termos gerais, a idéia central do TGfU é a de rea-
rmar que as pessoas aprendem melhor quando compre-
endem o que fazem, antes de abordar o como fazer. Na
A ênfase na compreensão
Na base do ensino deste treinador está a compreen-
são e a possibilidade de preparar o jovem para novas situ-
ações de jogo e a busca de uma capacidade de desempenho
exível. Ao explicar o modelo de jogo de sua equipe, ele
O envolvimento ativo
De fato, a preferência pelo uso das formas jogadas foi
evidente no trabalho deste treinador. Pessoalmente, ele
acredita que o treino a partir destas estruturas pode igual-
mente contribuir para o engajamento dos alunos:
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“Eu não dou coletivo nunca. É muito difícil eu tra-
balhar coletivo, muito difícil. Eu quando falo jogo,
é esse ritmo de treino. Por exemplo, correria, se
não é esse três contra dois (3x2), tem aquele…
eu uso muito o três contra dois (3x2) no meio da
quadra, que aí vai três contra dois, voltam dois
contra um. […] Isso é um hábito como treinador,
que eu peguei na época que eu como jogador fa-
zia coletivo todo dia. Não é que eu não gostasse,
vamos pensar assim, eu gostava como jogador,
entre aspas, mas quando eu analisava como jo-
gador e treinador, eu achava que o coletivo tra-
zia uns malefícios muito grandes. Displicência
em algumas situações, relaxamento em algumas
situações que você corrige, deixando o mais pos-
sível o desejo pelo jogo em si, para o jogo. Então,
eu gosto de fazer jogo treino. Eu trago alguém de
fora e faço o meu jogo amistoso.”
Tempo de aprendizagem
A compreensão é uma atividade cognitiva comple-
xa que exige tempo para a experimentação, para que o
Considerações finais
A motivação para abordar este tópico surgiu a partir
da veri cação de que a formação de jovens esportistas é
uma tarefa complexa que requer, cada vez mais, processos
seguros de preparação. Os avanços cientí cos e teóricos
obtidos nas últimas décadas têm contribuído para escla-
recer esta complexidade, ao mesmo tempo em que tem
Referências
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