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Aspectos Clínicos,
Anatomopatológicos e
Citopatológicos das Lesões
Bucais na Infecção pelo HIV
Eliane Pedra Dias
Sandra R. Torres

O exame bucal do paciente soropositivo placas avermelhadas, localizadas principalmen-


para o vírus da imunodeficiência humana (HIV) te no palato e na superfície dorsal da língua38.
é fundamental, pois a boca é freqüente sede de Os casos de candidíase hiperplásica são mais ra-
lesões que, muitas vezes, correspondem à ma- ros e manifestam-se como placas brancas não-
nifestação primária6,24,25. Embora comuns, as al- destacáveis, que não podem ser distinguidas das
terações bucais da infecção pelo HIV têm leucoplasias pré-malignas6. Nesses casos, a bióp-
mostrado uma redução em sua prevalência nos sia é aconselhável para a confirmação do diag-
útlimos anos, em decorrência do uso dos anti- nóstico45. Algumas vezes, a candidíase acomete
retrovirais combinados, mudança de hábitos e a comissura labial (queilite angular), tornando-
aderência aos cuidados de saúde bucal7,33,39. a ulcerada e/ou eritematosa (Prancha 9.2)6,18. O
As lesões bucais são importantes no diag- diagnóstico clínico pode ser comprovado pela
nóstico, estadiamento e prognóstico da Aids, identificação do fungo32,42. Candida albicans é a
sendo a candidíase, a leucoplasia pilosa oral, as espécie mais freqüentemente encontrada, po-
doenças periodontais, o sarcoma de Kaposi e o rém as infecções mistas são comuns em pacien-
linfoma não-Hodgkin aqueles fortemente asso- tes imunodeprimidos17.
ciados à infecção pelo HIV13,18,23,37. Outras lesões Geralmente o aspecto clínico é bastante su-
que podem ser observadas são a angiomatose gestivo de candidíase, com exceção da candidía-
bacilar, estomatite herpética, citomegalovirose, se crônica hiperplástica que se assemelha a
verruga vulgar, condiloma acuminado, hiper- outras lesões brancas da mucosa oral. O exame
plasia epitelial focal, papiloma escamoso oral, citopatológico pode ser utilizado para comple-
hiperpigmentação melânica, reações liquenói- mentar o diagnóstico clínico e a biópsia deve
des e úlceras atípicas5-7,13,24. ser realizada nos casos atípicos.
Existem variações no quadro histopatológi-
CANDIDÍASE co entre as formas de candidíase42. Na candi-
díase pseudomembranosa há infiltração de hifas
Em populações de pacientes com infecção de Candida no epitélio, presença de células in-
pelo HIV, mais de 90% dos indivíduos já apre- flamatórias, com formação de microabscessos.
sentaram pelo menos um episódio de candidía- A candidíase eritematosa é caracterizada por
se oral9,32,42. A forma clínica mais comum é a atrofia epitelial e hiperemia, geralmente sem
candidíase pseudomembranosa, que pode aco- penetração de hifas. Na candidíase crônica
meter qualquer local da boca e cuja manifes- hiperplástica, há acantose e hiperplasia epitelial
tação se caracteriza pela formação de alternada com áreas de atrofia. Neste caso, as
pseudomembranas esbranquiçadas, de aspecto hifas também penetram profusamente no epité-
semelhante à nata do leite, sobre um fundo eri- lio, com formação de microabscessos e reação
tematoso (Prancha 9.1)6,38,45,48. A candidíase inflamatória subepitelial intensa. Sempre que
eritematosa caracteriza-se pela formação de houver no exame histopatológico presença de
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microabscessos no epitélio, deve ser realizada a reação de situ, em localização nuclear, repetem o mesmo padrão
Schiff (PAS) para a identificação de hifas de Candida, uma identificado nas lesões clínicas16.
vez que na coloração pela hematoxilina-eosina as hifas se A detecção de LP pode contribuir no diagnóstico e acom-
coram fracamente. panhamento da Aids, bem como de outros estados imunos-
Os critérios de diagnóstico citopatológico são: a. esfre- supressores, sendo a citopatologia o método de escolha
gaço com células ceratinizadas agrupadas, freqüentemen- para a investigação rotineira e os métodos de identificação
te sobrepostas, refletindo a acentuada paraceratose; b. do EBV indicados nos casos duvidosos.
identificação de pseudo-hifas e esporos, freqüentemente
em quantidade satisfatória para a realização do diagnósti-
co (Prancha 9.3). É comum, em pacientes com Aids, a va- DOENÇAS PERIODONTAIS
riação no tamanho dos esporos e das hifas48. Entre as alterações periodontais, o eritema gengival li-
near pode ser uma das manifestações precoces da infecção
LEUCOPLASIA PILOSA (LP) pelo HIV49. O aspecto de uma banda eritematosa, delinean-
do a gengiva marginal de múltiplos dentes, justifica o ter-
Descrita como uma lesão branca, de aspecto piloso mo clínico utilizado para a condição. Sua manifestação
e de ocorrência na borda lateral da língua, a leucopla- independe da quantidade de placa dental presente27. Além
sia pilosa oral é, atualmente, uma entidade clinicopa- da existência de bactérias geralmente encontradas nos
tológica com etiopatogenia associada ao vírus quadros de periodontite, tem sido relatada estreita asso-
Epstein-Barr (EBV)10, com prevalência variável entre 5% ciação da condição com a infecção pela Candida26,27,49.
e 40%10. A importância da LP no diagnóstico e prognós- A periodontite associada à infecção pelo HIV difere da
tico da Aids justifica a necessidade da precocidade e pre- doença periodontal crônica pelo seu aspecto focal inicial
cisão diagnóstica6,24,46. agressivo e rápida evolução27. Os pacientes queixam-se de
Clinicamente, apresenta-se como placa branca, com dor e sangramento gengival espontâneo. Clinicamente são
estrias ou projeções digitifornes, de limites imprecisos, que observados eritema, formação de úlceras, necrose interdental
não se destaca por raspagem e localiza-se na borda da lín- e odor fétido. A rápida progressão da necrose dos tecidos
gua (Prancha 9.4)25. Quando se estende para a superfície moles pode levar à exposição do osso aveolar com a for-
ventral da língua, a superfície da lesão costuma apresentar mação de seqüestros e crateras interdentais, sem haver a
aspecto mais liso6. Geralmente, há o envolvimento bilate- formação de bolsas periodontais27. As bactérias associadas
ral da língua, mas, também, outras regiões da mucosa bu- não diferem daquelas encontradas na periodontite clássi-
cal podem raramente estar envolvidas6. Atualmente, as ca, contudo esta condição costuma ser refratária ao trata-
lesões apresentam-se menores e planas, provavelmente em mento periodontal convencional 36. Quando as áreas
virtude da utilização das drogas anti-retrovirais7,33. necróticas avançam além da junção mucogengival, a con-
dição é denominada de estomatite necrosante27.
Os aspectos histopatológicos eram inespecíficos até
1990, quando foram apontadas as alterações nucleares nos
ceratinócitos, representantes do efeito citopático pelo EBV SARCOMA DE KAPOSI
(Prancha 9.5)21. A identificação destas alterações consti-
tuem particular critério para o diagnóstico morfológico, Entre as neoplasias, o sarcoma de Kaposi (SK) é a mais
sendo os aspectos citopatológicos absolutamente corres- freqüente, sendo uma das primeiras manifestações descri-
pondentes, constituindo-se a citopatologia no atual méto- tas na Aids, em 19811. O SK epidêmico (da Aids) é repre-
do diagnóstico de escolha (Prancha 9.5) 14,22,34 . A sentado por lesões difusas e multifocais logo no início da
identificação de definido padrão morfológico, sem mani- doença. O palato e a gengiva constituem a localização
festação clínica, foi feita por Dias et al.,15,16 ao relatarem os mais comum na mucosa bucal (Pranchas 9.7 e 9.8). Estas
aspectos histo e citopatológicos da infecção subclínica manifestações assemelham-se, em seu estágio inicial, a
pelo EBV, e os aspectos histopatológicos diferenciais entre manchas cor de vinho ou azuis que não desaparecem,
a infecção clínica e subclínica (Prancha 9.5). Deste modo, quando exercida a vitropressão11. Há fortes evidências de
as características histopatológicas são hiperceratose, para- que o vírus herpes simplex humano HSV-8 seja o agente
ceratose, acantose, papilomatose, presença de células cla- etiológico2. O diagnóstico histopatológico do SK é basea-
ras com alterações nucleares na camada espinhosa do na presença dos seguintes elementos: células fusifor-
(inclusão tipo Cowdry A, vidro fosco e núcleo em colar) mes, estruturas vasculares, contingente inflamatório e
e discreto infiltrado inflamatório intra-epitelial e no teci- depósito de pigmento férrico (Prancha 9.9)20,40. Co-
do conjuntivo subjacente46. A LP subclínica carateriza-se mumente, observam-se células fusiformes distribuídas em
pela ausência de hiperceratose; papilomatose ausente ou feixes, formando espaços tipos fendas, e o pigmento férrico
discreta; paraceratose ausente ou focal, e acantose leve, é, sobretudo, peritumoral. A proliferação tumoral tende a
com células claras e hiperplasia da camada basal15. A au- constituir lesões em placas ou em nódulos40
sência ou discreta ceratinização do epitélio, nesta forma de Deste modo, o SK apresenta três componentes básicos
apresentação da leucoplasia pilosa, explica a ausência da (Prancha 9.9): vasos sangüíneos, elementos inflamatórios
lesão clinicamente identificável. As alterações nucleares e células fusiformes20. O elemento predominante determi-
são facilmente observadas, sendo a inclusão tipo Cowdry na o tipo: angiomatoso, inflamatório ou fusiforme. Os va-
A a mais freqüente e o núcleo em colar a mais rara (Pran- sos são irregulares, com células endoteliais proeminentes,
cha 9.6). O infiltrado inflamatório é discreto. A imunopo- extravasamento de hemácias e depósito de hemossiderina.
sitividade para o EBV e a positividade na hibridização in As células fusiformes formam um manguito perivascular
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e, na fase nodular, é o elemento predominante. As atipias CITOMEGALOVIROSE
e mitoses tendem a aumentar nesta fase. As células infla-
matórias predominantes são os linfócitos e plasmócitos. A A úlcera oral é lesão comum nos pacientes com Aids
presença de glóbulos hialinos (eosinofílicos) é importan- com espectro etiopatogênico amplo40. A citomegalovirose
te no diagnóstico diferencial com outras lesões vasculares. caracteriza-se pela infecção de fibroblastos e células endo-
Na fase incipiente, o diagnóstico é difícil pela paucidade teliais pelo citomegalovírus (CMV) com desenvolvimento
dos elementos, que constituem apenas focos angioprolife- de lesão ulcerada47. As células infectadas aumentam em
rativos no córion superficial, entremeando o colágeno com volume e exibem inclusão intranuclear basófila ou
endotélio proeminente e discreto manguito fusocelular40. eosinófila. Observa-se infiltrado inflamatório inespecífico
e misto. A dificuldade de identificação etiológica nos mé-
O diagnóstico diferencial inclui o granuloma piogêni- todos rotineiros impõe maior cuidado na coleta de mate-
co, angiomatose bacilar, acroangiodermatite, cicatrizes, rial e metodologia mais complexa, como a utilização da
histiocitomas fibrosos benignos e malignos20. imunoistoquímica, hibridização in situ e PCR (Prancha
9.11)47.
LINFOMA NÃO-HODGKIN
Pode apresentar-se como lesão tumoral ou através de ANGIOMATOSE BACILAR
área de necrose extensa, geralmente localizada na muco- Doença infecciosa associada ao bacilo do gênero
sa gengival6. O diagnóstico final do quadro depende do Bartonella, caracterizada pelo aparecimento de placas, pá-
exame histopatológico. pulas ou nódulos cutaneomucosos vinhosos2. No padrão
nodular, as lesões assemelham-se ao granuloma piogênico
HERPES SIMPLEX ORAL e ao sarcoma de Kaposi. As lesões são únicas ou, mais fre-
qüentemente, múltiplas, variando de 1 mm a 10 cm. Os
A infecção pelo vírus do herpes simplex (HSV-1) na nódulos são elásticos, móveis e podem ulcerar2.
mucosa oral (estomatite herpética) é a mais importante
O padrão arquitetural histopatológico principal é a ten-
infecção oportunista viral. Clinicamente, apresenta-se dência a formar lóbulos. Caracteriza-se pela proliferação
como vesículas agrupadas, disseminadas por toda a muco- de pequenos vasos sangüíneos envolvidos por células
sa bucal, que rapidamente rompem e coalescem, forman- cuboidais entremeadas por infiltrado inflamatório misto,
do grandes áreas ulceradas (Prancha 9.10)6. Quando há o com neutrófilos (Prancha 9.12)2. Estes vasos envolvem fre-
acometimento do vermelhão dos lábios e da região peri- qüentemente vasos maiores ectasiados e que podem estar
bucal, costuma ocorrer a formação de crosta. As lesões são marcadamente dilatados (Prancha 9.12). As células endo-
doloridas e impedem a alimentação e higienização ade- teliais, embora aumentadas em volume e cuboidais, não
quadas. Em pacientes imunodeprimidos, costuma apresen- exibem atipias importantes e podem exibir necrose. A
tar comportamento mais agressivo e recidivas mais quantidade de neutrófilos varia de escassos a numerosos,
freqüentes do que em indivíduos imunocompetentes6,31. Al- tendendo a formar microabscessos. Nas áreas mais sólidas,
guns casos podem mostrar-se refratários ao tratamento31. notam-se células fusiformes ocasionalmente com atipias
Manifesta-se por mucosite vesicular e acantolítica, associa- nucleares e mitoses44. O estroma é frouxo, com edema
da aos característicos efeitos citopáticos nas células epiteliais que, em algumas áreas, pode ser acentuado. A coloração de
escamosas. As células infectadas tornam-se balonizadas, exibem Warthin-Starry ou de metenâmina-prata de Grocott-Gomori
aumento no volume citoplasmático e nuclear, multinuclea- confirma a presença dos bacilos que, na hematoxilina-
ção e amoldamento, marginação da cromatina e, por vezes, eosina, aparecem como grupamentos basofílicos2. Embo-
a inclusão citoplasmática eosinofífica (inclusão tipo Cowdry). ra lembre o tecido de granulação (Prancha 9.12), há um
No córion subjacente, há variável infiltrado inflamatório peculiar infiltrado inflamatório formando ilhas perivascu-
constituído por linfócitos, neutrófilos, histiócitos, eosinó- lares e focos de células fusiformes. Diferentemente do sar-
filos e plasmócitos. Na fase de ulceração, o exsudato fibrino- coma de Kaposi, o principal diagnóstico diferencial, não
leucocitário recobre o fundo da lesão e as características se observam as células fusiformes em manguito; o extra-
alterações desaparecem ou são ainda observadas na margem vasamento de hemácias, embora presente, é menos inten-
da lesão, caso a infecção ainda esteja em atividade replicativa. so bem como o depósito de hemossiderina; faltam as
A cuidadosa observação remete ao infiltrado peri e intra- mitoses e chama atenção o depósito de fibrina, por vezes
neural. Nos indivíduos com acentuada imunossupressão, originando um labirinto entremeado por leucócitos frag-
há extensa necrose epitelial com infecção de numerosos ce- mentados2,40,44. O epitélio que recobre a lesão pode exibir
ratinócitos, o que leva à maior persistência da fase ulcerada atrofia, ulceração ou hiperplasia. Algumas lesões exibem
e possibilidade de realizar o diagnóstico pela citopatologia dois padrões morfológicos distintos: um superficial, que
por um maior tempo que nos imunocompetentes.8 lembra o granuloma piogênico, e outro mais profundo
A citopatologia constitui método para o diagnóstico, com células endoteliais epitelióides, semelhante às do he-
sendo a vesícula o local preferencial de coleta. Entretan- mangioma histiocitóide2.
to, na ausência de vesículas o raspado deve ser feito na
margem da úlcera, onde o epitélio está presente e geral- LESÕES VERRUCOSAS
mente exibindo as alterações peculiares do efeito citopá-
tico do HSV: multinucleação, citomegalia, amoldamento As lesões verrucosas orais não são tão freqüentes quan-
nuclear e alterações nucleares tipo Cowdry A e em vidro to as cutaneogenitais40. Entretanto, com a melhora ocasio-
fosco (Prancha 9.10). nada pelos novos medicamentos, a prevalência das principais
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lesões orais diminuiu nos pacientes com Aids39. Curiosa- contudo a camada de ceratinização pode ser fina ou, mes-
mente, as lesões verrucosas parecem estar aumentando7. mo, inexistente. As demais características histopatológicas
correspondem às da acantose, papilomatose, paraceratose,
hiperplasia da camada basal e halos perinucleares (Pran-
VERRUGA VULGAR cha 9.14). A identificação do DNA-EBV em papilomas de
A verruga vulgar excepcionalmente acomete a boca19. A pacientes com Aids tem sugerido a participação etiológi-
localização mais freqüente é o vermelhão do lábio ou a ca destes vírus na patogenia dos papilomas ou pelo menos
comissura labial. Está associada aos HPV-1, 2, 4, 26, 27, uma co-infecção com o HPV3,28,41.
29, 41, 57, e 65, constituindo uma lesão verrucosa que, cli-
nicamente, pode ser confundida com o condiloma acumi- HIPERPLASIA EPITELIAL FOCAL (DOENÇA DE HECK)
nado e o papiloma escamoso oral 19,24 . Os aspectos
histopatológicos correspondem aos da hiperplasia É caracterizada pela presença de múltiplas pápulas e
epitelial ondulante com predomínio da papilomatose so- placas disseminadas pela mucosa bucal, principalmente
bre a acantose; direcionamento centrípeto das cristas labial e jugal38. Normalmente, são da cor da mucosa nor-
epiteliais; acentuada hiperceratose e paraceratose localiza- mal, mas também podem ser pálidas ou, raramente, bran-
da particularmente nos ápices das projeções papilares; cas19. As lesões individuais são pequenas, discretas e
hipergranulose associada a numerosas inclusões baso- bem-demarcadas, mas freqüentemente se encontram tão
fílicas e halos perinucleares (Prancha 9.13)19. aglutinadas que toda a área fica com uma aparência pavi-
mentada ou fissurada38.
CONDILOMA ACUMINADO A característica histopatológica da hiperplasia epitelial
focal é de acantose abrupta (Prancha 9.17). As cristas epi-
O condiloma acuminado é reconhecido como doen- teliais são largas, freqüentemente confluentes e, algumas
ça desde a Antigüidade, e constitui atualmente uma das vezes, claviformes19,38. Alguns ceratinócitos superficiais
formas de infecção pelos HPV-6, 11, 30, 42, 43, 44, 45, mostram halos perinucleares que podem ser confundidos
51, 52 e 54. Pode-se encontrar mais de um subtipo na com coilócitos. Certos ceratinócitos podem demonstrar
mesma lesão4,12. um núcleo alterado que lembra uma figura mitótica (cé-
O condiloma oral passou a ser mais relatado com o lula mitosóide). Particulas semelhantes a vírus têm sido
aumento das práticas de sexo oral. Geralmente, acomete a notadas ultra-estruturalmente dentro do citoplasma e dos
mucosa labial, o palato mole e o freio lingual, porém tam- núcleos das células da camada espinhosa, e a presença de
bém tem sido descrito na língua4,19,29. Apresenta-se comu- HPV é demonstrada por hibridização do DNA in situ38.
mente como uma lesão séssil, rosada, bem-delimitada,
exofítica com projeções de superfície arredondadas e cur- HIPERPIGMENTAÇÃO MELÂNICA
tas, com diâmetro variável de 1 a 1,5 cm (Pranchas 9.14,
9.15 e 9.16)19. O quadro histopatológico é semelhante ao Caracteriza-se pela formação de máculas castanhas na
das verrugas vulgares e inclui acantose, que predomina so- mucosa jugal, no palato ou na língua, que podem ser indu-
bre a papilomatose, paraceratose, halos perinucleares e zidas pelo HIV, causadas pelo uso de medicamentos ou,
coilocitose em número variável (Prancha 9.14)29,38. ainda, devido à disfunção da glândula adrenal6,18.

PAPILOMA ESCAMOSO ORAL OUTRAS LESÕES


Trata-se de proliferação benigna do epitélio escamoso, Além das alterações citadas, podem ser observadas ou-
sendo associado principalmente aos vírus HPV-6,11,13,16 tras manifestações bucais associadas à infecção pelo HIV.
e1819,20. É também associado ao trauma e, mais recente- Estas englobam outras infecções oportunistas, reações
mente, ao vírus Epstein-Barr (EBV)3,28,35,38,41. O papiloma medicamentosas, alterações das glândulas salivares, pig-
escamoso oral é mais comumente diagnosticado em adul- mentações, ulcerações, reações liquenóides, eritema poli-
tos na faixa etária dos 30 aos 50 anos de idade. Os sítios morfo e alterações idiopáticas18. Muitas doenças podem
comumente acometidos são a língua e o palato19. Clinica- apresentar-se na boca com o aspecto ulcerado, como, por
mente, apresenta-se como lesão exofítica pediculada, assin- exemplo, as úlceras de origem infecciosa, neoplásicas,
tomática, de consistência elástica e com projeções auto-imunes ou associadas à neutropenia (Prancha 9.18).
papilares esbranquiçadas (Prancha 9.14)19. As lesões podem São consideradas ulcerações atípicas, aquelas que não po-
apresentar variação na coloração da superfície que depende dem ser associadas a nenhum agente etiológico24. Apresen-
do tempo de evolução e da área de ceratinização superfi- tam diferentes graus de acometimento, causando dor e
cial. São comumente solitários e de rápido crescimento, grande desconforto ao paciente6.
atingindo um tamanho de 0,5 cm, mas podendo chegar a A histopatologia e a citopatologia são importantes au-
3 cm, tornando difícil sua distinção das verrugas vulgares xiliares no diagnóstico das mais comuns lesões bucais dos
e dos condilomas acuminados19. O aspecto morfológico é indivíduos infectados com o HIV. A rapidez da indicação
caracterizado pela proliferação do epitélio escamoso estra- e da realização da coleta do material pode agilizar o diag-
tificado, com projeções digitiformes e eixo conjuntivo fi- nóstico e a programação de particular conduta terapêuti-
brovascular, podendo exibir infiltrado inflamatório com ca. A citopatologia é exame 100% inócuo, e constitui
predominância de linfócitos 38 . A hiperceratose procedimento simples, com baixo índice de complicações
(ortoceratose, paraceratose ou ambas) é achado comum, e alto nível de resolutividade diagnóstica. Deste modo,
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136 Capítulo 9
quando o diagnóstico clínico não é conclusivo, a biópsia REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
e/ou coleta para citopatologia devem ser realizadas.
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condilomas e hiperplasias epiteliais orais, 16a Reunião Anual
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encaminhado ao laboratório de anatomia patológica e Dis, 15(6):446-452, 1996.
citopatologia, acompanhado de uma requisição adequada- 18. EEC-Clearinghouse on Oral Problems Related to HIV
mente preenchida e com letra legível. A referência aos exa- Infection and WHO Collaborating Centre on Oral Manifes-
mes anteriores é imprescindível bem como aspectos de tations of The Human Immunodeficiency Vírus. An update
outros aos exames complementares que possam auxiliar of the classification and diagnostic criteria of orallesions in
na interpretação histopatológica. O cuidado e a valoriza- HIV infection. J Oral Pathol Med, 20:97-100, 1991.
ção destes procedimentos, de baixa complexidade, mas de 19. Eversole LR. Papillary lesions of the oral cavity: relationship
alta responsabilidade, são fundamentais para a qualidade to human papillomaviruses. J Calif Dent Assoc, 28(12):922-
do processamento técnico e conseqüente rapidez na inter- 927,2000.
pretação histológica ou citopatológica e conclusão diag- 20. Fishman Ari D, Sparano Joseph A. Kaposi’s sarcoma. E
nóstica. Medicine Journal, v. 3, nº 2, 14 fev 2002.
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Capítulo 9 137
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138 Capítulo 9
PRANCHA 9.1

Candidíase oral. Lesões que comprometem a superfície dorsal da língua (principalmente), palato e úvula (A, B, C e D).
Em E e F, antes e depois do tratamento.
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Capítulo 9 139
PRANCHA 9.2

Queilite angular. Acometimento da comissura labial pela candidíase que se mostra ulcerada (A e B).
Em C, detalhe da lesão com as bordas hiperemiadas.
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140 Capítulo 9
PRANCHA 9.3

Candidíase. Aspectos histo e citopatológicos. A. Hematoxillina-eosina (objetiva, 10 x). B. PAS (objetiva, 40 x). C. Grupo de células orangeofílicas
entremeadas por leucócitos e pseudo-hifas (objetiva, 40 x). E em D, células superficiais, bactérias e pseudo-hifas da Candida sp (objetiva, 100 x).

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Capítulo 9 141
PRANCHA 9.4

Leucoplasia pilosa oral. Ilustrações que caracterizam lesão branca de superfície irregular na borda da língua, atingindo a superfície ventral.
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142 Capítulo 9
PRANCHA 9.5

Leucoplasia pilosa oral. Aspectos histopatológicos. A. Lesão clínica (objetiva, 4 x). B. Lesão subclínica (objetiva, 4 x).
Em C e D, hibridização in situ DNA-EBV (objetiva, 4 x, 40 x).

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Capítulo 9 143
PRANCHA 9.6

Leucoplasia pilosa oral. Critérios histopatológicos (esquerda em A, C e E — hematoxilina-eosina, 100 x)


e citopatológicos (direita em B, D e F — Papanicolaou, 100 x) para o diagnóstico da leucoplasia pilosa oral: A e B.
Inclusão nuclear Cowdry A, C e D. Núcleo em vidro fosco; e, em E e F, núcleo em colar.

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144 Capítulo 9
PRANCHA 9.7

Sarcoma de Kaposi. Máculas, pápulas e lesões nodulares são encontradas no palato duro, no palato mole e na área retromolar.
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Capítulo 9 145
PRANCHA 9.8

Sarcoma de Kaposi. Lesões nodulares no palato duro e no palato mole em A, B e C. Em D,


linfoma não-Hodgkin com aspecto de áreas necróticas estendendo-se da gengiva para a mucosa labial.

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146 Capítulo 9
PRANCHA 9.9

Sarcoma de Kaposi. A. Nódulo recoberto por mucosa com atrofia compressiva (objetiva, 2 x).
B. Padrão vascular com estroma frouxo (objetiva, 4 x). C. Área fusiforme (objetiva, 40 x). D. Canais vasculares e hemácias (objetiva, 100 x).
E. Extravasamento de hemácias e mitose (objetiva, 100 x) e, em F, hemossiderina (objetiva, 100 x).
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Capítulo 9 147
PRANCHA 9.10

Herpes simplex. Em A, estomatite herpética caracterizada por ulcerações agrupadas e coalescidas na borda da língua e comissura labial.
Note o aspecto festonado das bordas da lesão. B. Alterações histopatológicas em margem de úlcera: multinucleação — núcleos em vidro fosco
(objetiva, 10 x). C. Citopatologia: multinucleação e vidro fosco (objetiva, 40 x) e, em D, multinucleação com amoldamento nuclear (objetiva,100 x).

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148 Capítulo 9
PRANCHA 9.11

Citomegalovírus. A. Área recoberta por epitélio com acantose e denso infiltrado mononuclear na lâmina própria (objetiva, 4 x).
B. Ducto de glândula salivar menor dilatado e com inclusão em célula epitelial. Imunoistoquímica anti-CMV (objetiva, 40 x).
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Capítulo 9 149
PRANCHA 9.12

Angiomatose bacilar. Aspectos histopatológicos. A. Lesão recoberta por epitélio escamoso que varia de atrófico a hiperplásico,
tende a formar nódulos mais profundos e exibe vasos maiores dilatados, envolvidos por outros pequenos e numerosos (HE — objetiva, 4 x).
B. Vasos maiores dilatados, envolvidos por proliferação de pequenos vasos sangüíneos (objetiva, 10 x). E, em C, neutrófilos, necrose,
fibrina e células endoteliais cubóides (HE — objetiva, 100 x).

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150 Capítulo 9
PRANCHA 9.13

Verruga vulgar no lábio inferior. Em A, aspectos histopatológicos: acantose, papilomatose, hiperparaceratose,


convergência das cristas epiteliais e hipergranulose (HE — objetiva, 2 x). Em B, inclusões citoplasmáticas e nucleares.
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Capítulo 9 151
PRANCHA 9.14

Lesões pelo HPV. A. Dorso da língua que apresenta condiloma acuminado no terço posterior (histopatologia em B com acantose,
papilomatose, paraceratose, halos perinucleares e coilocitoses (HE — objetiva, 2 x)) e papiloma no terço anterior
(histopatologia em C com acantose, papilomatose e paraceratose (HE — objetiva, 2 x).

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152 Capítulo 9
PRANCHA 9.15

Condilomatose da mucosa oral. Múltiplas lesões, às vezes coalescentes (A, B, C e D).


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Capítulo 9 153
PRANCHA 9.16

Lesões Verrucosas. Em A, verruga vulgar e, em B, condiloma de lábio inferior. Em C e D, condilomatose da língua.

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154 Capítulo 9
PRANCHA 9.17

Hiperplasia epitelial focal: acantose abrupta, cristas epiteliais claviformes (HE — objetiva, 2 x).
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Capítulo 9 155
PRANCHA 9.18

Histoplasmose. Lesão ulcerada da orofaringe em A e B. Em C, esfregaço da lesão ulcerada que contém macrófagos abrigando numerosos parasitos.

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156 Capítulo 9

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