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FINS DAS PENAS

Para estabelecermos critérios de argumentação sobre a validade da eleição de certos comportamentos como crimes,
teremos de pensar no próprio sentido da pena, que é indissociável do crime.

Existem três grandes conceções que procuraram entender os fins das penas:

TEORIAS ABSOLUTAS RETRIBUTIVAS


(Kant, Hegel, Sousa e Brito)
Ideia Geral:
O fim da pena reside na retribuição, expiação, reparação ou compensação pelo mal causado com a
prática do crime. Assim a medida concreta da pena deve ser encontrada em função da
correspondência entre a pena e o facto (ideia de compensação da exata medida do crime).

É uma teoria absoluta uma vez o fim da pena esgota-se em si mesmo, quando responde
diretamente ao crime e a partir daí perde a sua função.
CONTEXTO
“As penas são aplicadas porque se cometeu um crime, e não para que estes não se cometam”

Kant:
Baseado na lei de talião, considera que a pena é um imperativo categórico que se repercutindo no
poder punitivo do Estado, implicará que as pessoas aceitem os crimes como males necessários, e
que quem os comete deve sofrer as consequências.

Hegel: crítica o imperativo categórico sugerido por Kant, construindo assim uma teoria lógica
onde; o crime se qualifica como negação do Direito + a pena é a negação do crime = a pena
reafirma o Direito.
- A teoria retributiva parte de uma ideia de responsabilidade individual baseada no liberum
arbitrium indiferentiae, que o conhecimento científico não permite comprovar.

- O Sr. Professor Figueiredo Dias afirma que não se trata de uma verdadeira teoria dos fins das
penas, mas sim de uma justificação de aplicação das penas.
CRÍTICAS
- A intervenção penal por parte do Estado não surge como instrumento de retribuição, mas sim
como forma de proporcionar condições de segurança e de realização da livre personalidade.
Assim, de acordo com o CP, nem sempre que há crime tem de haver pena.

- A teoria retributiva não considera como critério a intenção do agente, limitando-se a retribuir o
mal que este haja causado na sua esfera jurídica.

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