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Caraguatatuba/SP
Fevereiro/ 2024
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL
CENTRO UNIVERSITÁRIO MÓDULO
FACULDADE DE PSICOLOGIA
Caraguatatuba/SP
Fevereiro/ 2024
Análise Aplicada do Comportamento Análise Aplicada do Comportamento
Senhor H. entrou em contato com um novo psicólogo que lhe foi muito bem
recomendado por um amigo de grande confiança a fim de marcar uma consulta
de urgência, que foi agendada para mais tarde naquele mesmo dia. Por
WhatsApp, o psicólogo Bruno passou o endereço de seu consultório e orientou
que, assim que chegasse, batesse à porta de sua sala e então aguardasse na
recepção. Pontualmente no horário agendado, Senhor H. chega ao consultório
e bate à porta, utilizando quatro grupos de duas batidas. Ao abrir a porta, Bruno
se depara com um senhor alto, ainda em pé, vestindo um terno preto
impecável, com sapatos pretos perfeitamente engraxados e lustrados,
utilizando duas máscaras descartáveis sobrepostas. Bruno estende sua mão
para um primeiro cumprimento cordial, dizendo “Boa tarde, o senhor deve ser o
Senhor H. Por favor, entre!”. Bruno percebe que o paciente evita o aperto de
mãos inicialmente, mas resigna-se e aperta a mão do psicólogo timidamente,
entrando em seguida na sala. Neste momento Bruno observa um forte odor
etílico vindo de seu novo paciente. Senhor H. senta-se à poltrona em uma
postura rígida, sem ao menos recostar as costas ou braços ao apoio da
poltrona. Pede então licença ao psicólogo a sua frente para utilizar o álcool em
gel disponível à mesa lateral, dando duas borrifadas no álcool e esfregando
suas mãos, em seguida dando mais duas borrifadas espalhando mais álcool
em suas mãos, repetindo ainda este procedimento por mais duas vezes.
Começa a falar sobre o que lhe trouxera àquele consultório, demonstrando,
porém, estar claramente incomodado por estar naquele local. O paciente
declara ser médico infectologista, de família católica, descendente de italianos.
Casado, tendo dois filhos com a esposa e possuindo uma vida financeira
bastante estável. Relata que, aos poucos, vem perdendo o interesse de sair de
casa, tendo isso se iniciado há cerca de 7 anos e piorado bastante há 3 anos,
quando parou completamente de sair de casa. Senhor H. abandonou
completamente todos os seus afazeres e “hobbies”, tendo muita vontade de
voltar a frequentar a missa aos domingos e de sair para restaurantes e clubes
com sua família, o que lembra ser muito prazeroso, mas somente o
pensamento de frequentar tais locais o faz arrepiar. Relata ainda que em 2021
demitiu todos os funcionários que trabalhavam em sua residência, alegando
que eles faziam mal para sua família. No último ano, deixou de aceitar
quaisquer visitas externas e discute com sua esposa e filhos todas as vezes
que estes precisam se ausentar de casa, tendo o próprio Senhor H. não saído
de casa há mais de um ano inteiro.
ESTUDO DE CASO PACIENTE - SENHOR H.
Senhor H., apresentou-se na 1ª. Sessão de terapia exalando forte odor etílico
e fazendo uso de álcool em gel de maneira ritualística, e fazendo uso de duas
máscaras descartáveis sobrepostas, evitou cumprimentar o terapeuta, fazendo
isso com ressalva, sentou-se com postura rígida, evitando encostar as costas e
os braços ao apoio da poltrona, em 2021 (período da pandemia COVID-19),
demitiu todos os funcionários que trabalhavam em sua casa, alegando que eles
faziam mal para sua família.