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As resistências africanas
1. As resistências africanas
Entre 1880 a 1900, a África tropical apresentava um estranho e brutal paradoxo. Por causa da
irreversível revolução tecnológica, pela primeira vez, os brancos tinham uma vantagem
decisiva nas armas e, também com as ferrovias, a telegrafia e o navio a vapor permitiam -lhes
oferecer resposta ao problema das comunicações no interior da África. A penetração dos
europeus no interior da África foi difícil, devidos as forças populacionais africanas; e porque a
Europa não empregou na batalha recursos tecnológicos. A resistência africana era importante,
já que provava que os africanos nunca se haviam resignado a pacificação europeia.
1.1.1. Senegal
Senegal é um país da África ocidental, e faz limite com os seguintes países: ao norte
Mauritânia, ao sul Guine Bissau, este Mali e oeste Oceano Atlântico.
No Senegal, a conquista teve inicio em 1854, a França dispunha em 1880 de sólidos pontos de
apoio, com a anexação de Walo, da parte setentrional 1 de Cayor e de Jander. O protectorado
francês tinha sido imposto aos Estados do Alto Senegal desde 1860. Por magros que fossem,
estes resultados, não haviam sido alcançados sem dificuldades. Embora expulso em 1864 pela
Franca, o damel de Cayor, Lat- Dior, nem por isso deixou de optar pela estratégia do
confronto, prosseguindo na luta contra os franceses. (UNESCO, 2010:132).
Em 1871, com a derrota2 da França pela Prússia, o governador do Senegal renunciou a
anexação de Cayor e reconheceu novamente Lat-Dior como damel. Desde então,
estabeleceram-se entre Lat-Dior e a administração francesa do Senegal relações verdadeiras.
Em 1879, o governador Briere de l’Isle obteve do damel autorização para construir uma
estrada ligando Dakar a Saint-Louis. Mas, em 1881, ao saber que de fato se tratava de uma
estrada de ferro, Lat-Dior declarou- se contrario ao projecto. Não desconhecia que a estrada
de ferro punha fim a independência de Cayor. Nesse mesmo ano, informado de que a obra ia
começar imediatamente, tomou providências para impedir isso. Foram dadas ordens a todos
os chefes para punir severamente todos os súbditos3 de Cayor que fornecessem fosse o que
fosse aos trabalhadores franceses. Em seguida, foram enviados emissários a Ely, emir de
Trarza, a Abdul Bokar Kan, de Futa Toro, e a Albury Ndiaye, de Jolof. Lat-Dior os convidava
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Pessoa natural ou habitante das regiões do Norte
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A Guerra Franco-Prussiana (1870-1871) foi um conflito entre a França de Napoleão III e a Prússia.
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Subordinado de alguém ou ajudante.
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As resistências africanas
a organizar uma santa aliança e a sincronizar a luta para facilitar a expulsão dos franceses da
terra dos ancestrais.
A 17 de Novembro de 1882, Lat-Dior o damel, enviou uma carta ao governador Servatius
proibindo-lhe o início da obra que iria ligar Dakar a Saint- Louis, mesmo nos subúrbios do
território que era parte integrante de Cayor.
Enquanto eu for vivo, fica certo, vou me opor com todas as minhas forcas a
construção da estrada de ferro [...] A vista das espadas e das lanças e
agradável aos nossos olhos. E por isso que, cada vez que eu receba de ti uma
carta relativa a estrada de ferro, responderei sempre não, não, e jamais te
darei outra resposta. Mesmo quando eu for dormir o ultimo sono, meu cavalo
Malaw te dará a mesma resposta. (LAT – DIOR Apud UNESCO, 2010:133).
Depois da expulsão de Lat-Dior de Cayor, ficou revoltado. No dia 27 de Outubro de 1886, por
volta das 11 horas, surpreendeu os franceses seus aliados no poço de Dekle, causando-lhes
pesadas perdas. Portanto, veio a perder a vida ai, junto com os seus dois filhos e oitenta dos
seus militantes. Essa morte de Lat-Dior, pôs o fim à independência de Cayor e viria a facilitar
o domínio dos franceses sobre o resto do país.
Em nenhuma outra parte da África ocidental houve tão longa luta entre os africanos e os
europeus como entre os Ashanti e os britânicos na Costa do Ouro. Os conflitos surgiram por
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As resistências africanas
volta de 1760 e culminaram com um choque militar em 1824 quando os Ashanti derrotaram as
forças britânicas e seus aliados, matando-lhes o comandante, sir Charles Mac Carthy que era
o governador da Costa do Ouro. Dois anos mais tarde, os ingleses foram retaliar na batalha de
Dodowa. Em 1850 e 1863, a guerra foi evitada por pouco tempo (UNESCO, 2010:173).
1.1.2.1. Os Ashanti
Entre 1869 e 1872 os Ashanti lançaram um ataque triplo que resultou na ocupação dos
Estados costeiros e meridionais da Costa do Ouro. Para afugentar os Ashanti, o governo
britânico lançou por sua vez, uma das campanhas mais bem organizadas da época, sob o
comando de um dos mais célebres oficiais ingleses do seu tempo, o general Garnet Wolseley.
Equipados com as armas mais modernas, seus soldados conseguiram fazer recuar o exército
dos Ashanti para a outra margem do rio Pra, onde ocuparam e saquearam Kumasi, em
Fevereiro de 1874.
A derrota decisiva dos Ashanti pelos britânicos, em 1874, teve como consequência, a
desintegração do império Ashanti. E pelo tratado de Fomena, os Ashanti reconheciam a
independência de todos os Estados vassalos localizados ao sul do Pra. Aproveitando a
debilitação do poderio militar dos Ashanti, os Estados vassalos do norte do Volta se
separaram. Ate o que ainda restava do império começava agora a desmoronar.
No desejo de impedir a sua restauração, os britânicos incitaram alguns dos Estados membros
da União Ashanti a proclamar a sua independência, pelo que Dwaben, Kokofu, Bekwai e
Nsuta começaram a desafiar o asantehene.
Com incitação dos britânicos aos reinos locais criou um conflito entre eles como Kumasi e
Dwaben um conflito que resultou numa guerra civil, a qual terminou com a derrota de
Kumasi, provocando a emigração em massa da população para a colónia da Costa do Ouro,
que os britânicos acabavam de constituir. Alem disso, o asantehene foi destituído,
principalmente em função dos resultados da guerra de 1874.
Com a subida do poder Prempeh, três anos depois chegou de reconstituir a União Ashanti e
ate convenceu o Dwaben a reintegra-la. Alarmados por sua vez com o renascimento dos
Ashanti e a concorrência francesa e alemã na região, os britânicos propuseram a eles que se
colocassem sob a sua colónia; mas a recusa foi categórica. Prempeh, em seguida, atacou e
derrotou os Nkoransa, os Mo e os Abeas em 1892 reinos que tinha laços britânicos. Por sua
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O asantehene não só rejeitou a proposta como enviou uma missão a rainha da Inglaterra,
dotada de vastos poderes para expor a Sua Majestad e diversos problemas referentes ao bom
estado do seu reino.
Os Ashanti decidiram não se opor, aos britânicos; porque Prempeh pensava que podia romper
com a tradição e recorrer a diplomacia em vez das armas. Mas naquela época de espera a
concorrência imperialista estava intensificando; e sua superioridade militar britânicos, era
mais objectiva e forte.
1.2.1. Argélia
Argélia é um país da África do norte e faz limite com os seguintes países: ao sul Mali; Nigeria
e península de Adrar; norte Mar Mediterrâneo; este Líbia e Tunísia; oeste Marrocos.
Império argelino (Otomano) foi anexo por árabes: Khair-ad-Don e seu irmão Aruj, que
estabeleceram as actuais fronteiras argelinas ao norte e fizeram da costa uma importante base
de corsários. As actividades dos corsários atingiram seu pico por volta do século XVII.
Ataques constantes de navios norte americanos no mediterrâneo resultaram na primeira e
segunda guerra berbere (povo). Sob o pretexto de falta de respeito para com seu cônsul a
França invade a Argélia em 1830. E a forte resistência de personalidades locais e da
população dificultou a tarefa da França, que só no século XX obtém o completo controle do
país.
Mesmo antes da obtenção efectiva desse controle, a França já havia tornado a Argélia parte
integrante de seu território; uma situação que só acabaria com o colapso da Quarta República.
Milhares de colonizadores da França, Itália, Espanha e Malta se mudaram para a Argélia para
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cultivar as planícies costeiras e morar nas melhores partes das cidades argelinas,
beneficiando-se do confisco de terras populares realizado pelo governo francês.
Para estudar a resistência africana face a colonização no sul do continente africano, por volta
do século XIX, é importante compreender bem o ambiente cultural e social em que ela se
verificou. As principais forças históricas eram o expansionismo colonial, a cristianização e o
ensino dos missionários, a revolução Zulu e seus corolários (o Mfecane e as migrações dos
Nguni. Na época da Conferencia de Berlim sobre a África ocidental (1884-1885), que se
caracterizou por uma concorrência febril entre as nações europeias, queria ampliar os
processos coloniais africanas; havia mais de 70 anos que os britânicos e africanos disputavam
os territórios da África meridional.
Os colonos europeus do sul da África, ao contrário dos, do resto do continente, que
projectavam, desde o inicio, fundar estabelecimentos permanentes nessa região que os atraia
pelo clima temperado, pela fertilidade das terras através, pela mão-de-obra barata e, enfim,
pela riqueza mineral (UNESCO, 2010:219).
O factor missionário
A cristianização e o ensino levados a cabo pelos missionários também constituíram factores
importantes da evolução e da natureza da resistência sul-africana para conquista colonial. Os
missionários tinham criado uma classe de pequenos burgueses africanos (catequistas,
professores, jornalistas, homens de negócios, advogados e empregados de escritório), que
reconheciam a pretensa inferioridade cultural dos africanos, aceitando a colonização branca
como facto consumado; e admiravam os brancos por seu poderio, riqueza e técnica. Com
efeito, considera-se Tiyo Soga (1829-1871), como primeiro missionário africano ordenado
pela Igreja Presbitérias da Inglaterra, fundador da missão de Mgwali, onde pregava tanto aos
africanos como aos europeus (UNESCO, 2010:222).
Para Tiyo Soga, o episódio do abate do gado, em 1857, pelos Xhosa era um suicídio nacional
cometido por aqueles “pobres compatriotas perdidos”, que se tinham deixado “enganar por
impostores”. Mas ele esperava que essa “infelicidade servisse – com a grande bondade de
Deus – para o progresso espiritual dos Cafres”. E clamava que “as calamidades as vezes
fazem parte dos desígnios de Deus. No seu actual infortúnio, creio ver a futura salvação de
meu povo, tanto no plano físico como no plano moral”. Dube condenou a revolta de Bambata
(1906- 1908) no seu jornal Ilanga lase Natal e aconselhou os Zulus a aceitarem o cristianismo
e a educação, em vez de se rebelarem.
As elites estavam divididas entre o mundo utópico dos missionários, filantropos e liberais
brancos, o mundo da tradição das massas africanas, que elas por vezes desprezavam, e o
mundo colonialista, alicerçado no racismo, na exploração e na opressão, que lhes dominava a
vida e determinava seu real status.
Essa elite, criou para si um mundo moralizador, para o qual procuraram atrair africanos e
colonos. Cometeram o erro de assimilar a conquista colonial a cristianização e a difusão da
cultura e da técnica, rejeitando a resistência africana como manifestação de paganismo e
barbárie. Ao condenarem a África tradicional, não fizeram mais do que sustentar e reforçar a
ideologia colonialista, que procuravam combater. Ademais, com suas pregações, seu estilo de
vida e suas crenças, ajudaram a minar psicologicamente a capacidade de resistência dos
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As resistências africanas
Resistência sul-africana
Partindo dos dizeres que acima referenciamos, vários foram os factores que influenciaram a
natureza e a intensidade das reacções africanas diante do avanço da colonização e do
imperialismo europeu.
Os zulos
Cetshwayo, rei dos Zulu, e Lobengula, rei dos Ndebele, resolveram, portanto, adoptar uma
estratégia de confronto, a princípio usando a táctica da diplomacia e, depois, a da resistência
armada. De acordo com essa estratégia, Cetshwayo deu andamento, de inicio, à política
externa pacifista e isolacionista de seu antecessor, Mpande. (UNESCO, 2010:226).
Em face da inveterada hostilidade dos bóeres do Transval, mantinha sólida aliança com os
colonos ingleses de Natal e relações amistosas com Theophilus Shepstone, o celebre
secretário dos Negócios Indígenas de Natal. Mas, quando os britânicos uniram o Transval, em
1877, e nomearam Shepstone administrador, o sistema da aliança montado por Cetshwayo
desmoronou rapidamente.
Shepstone passou a apoiar os afrikaners que haviam cruzado o rio Buffalo, penetrado em
território zulu, ocupado fazendas e que então reclamavam títulos de posse das terras. O novo
alto-comissário britânico para a África do Sul, senhor Bartle Frere, só tinha como
preocupação concretizar a federação das colónias brancas. Portanto, Shepstone persuadi-lo de
que tal federação só seria realizável na África austral com o desmantelamento da potência
militar zulu, já que a simples existência dessa nação africana ameaçava a segurança e o
desenvolvimento económico de Natal.
Ndebele
De 1870 a 1890, Lobengula, tal como Cetshwayo, na Zululândia, seguiu com êxito uma
estratégia diplomática bem concebida, para proteger os interesses vitais da nação Ndebele.
Regulamentou a imigração e informou aos estrangeiros brancos que não desejava abrir-lhes o
pais para a prospecção mineira ou para a caca. Alem disso, desenvolveu diversas tácticas,
como a de se deslocar constantemente de uma capital para outra e de jogar dois países, duas
empresas ou dois europeus, um contra o outro. Adiava as decisões para frustrar os confusos e
impacientes concessionários. Sua estratégia, a longo prazo, consistia em procura uma aliança
militar e o estatuto de protectorado junto do governo britânico, a fim de se opor aos alemães,
aos portugueses e aos afrikaners, fresando a descontrolada expansão colonial da África do
Sul.
A guerra angla Ndebele de 1893 foi uma reprodução quase exacta da guerra anglo zulu de
1879, com Rhodes fazendo o papel de senhor Henry Frere, o dr. Leander Starr Jameson
(administrador da companhia na Mashonalandia), o de Shepstone, e o incidente de Vitoria
(Agosto de 1893) substituindo o de Sirayo. Tal como, antes dele, Cetshwayo, Lobengula
tentou, em vão, impedir a guerra. Apelou a Jameson, a Rhodes e ao governo britânico. Mas já
não contava então com nenhum apoio, nem entre os brancos nem entre os africanos. As forcas
que invadiram a Matabelelandia, vindas da Mashonalandia e da África do Sul, compreendiam
1200 soldados brancos (incluindo 200 soldados imperiais da policia de fronteiras da
Bechuanalandia). Contavam com mil auxiliares africanos, shona, mfengu, khoi-khoi, mestiços
e 600 cavaleiros Ngwato, comandados por Kgama. Em vez de lançar seu exército, estimado
em 20 mil homens, num combate suicida contra os colonos, fortemente armados, e seus
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As resistências africanas
auxiliares africanos, Lobengula preferiu evacuar a Matabelelandia e fugir com seu povo para
a Rodésia do Norte. Como Cetshwayo, morreu durante a fuga, não se sabe se de varíola ou de
problema cardiaco. Sem seu chefe, a nação Ndebele se decompôs. Um após outro, os induna
renderam- se a Jameson ao pé da arvore dos Indaba (de reunião do conselho). Os colonos
cuidaram imediatamente de delimitar e registrar suas novas explorações e concessões
mineiras. A companhia confiscou 280 mil cabeças de gado dos Ndebele, guardando 240 mil e
distribuindo o resto aos soldados brancos e a alguns “bons” africanos. Após a conquista da
Matabelelandia, o governo Inglês promulgou o decreto de 18 de julho de 1894 relativo aos
Matabele, que autorizava a companhia a baixar o imposto de palhota e criava um “Native
Department” para controlar todo o território da Rodesia do Sul. Em fins de 1895, a companhia
tinha estabelecido uma administração africana calcada nas da Colónia do Cabo e de Natal,
incluindo o imposto de palhota, as reservas e os passes, com o propósito de desapossar os
africanos de suas terras, de seu gado e de seus recursos minerais e coagi-los a trabalhar para
os brancos.
1.3.2. Moçambique
Moçambique é um país da África austral que faz limite com os seguintes países: ao sul faz
limite com a África do sul; ao norte faz com a Tanzânia; este oceano índico; oeste faz com
Zimbabwe, Zâmbia e Suazilândia.
Sul de Moçambique
Foi entre conflitos, arbitragens e tratados que se traçou à fronteira do sul de Moçambique, os
ingleses pretendiam anexar a baia de Maputo, pois, por um lado, com a colonização do Natal,
tinham necessidade de mão-de-obra. Por outro lado, os ingleses pretendiam controlar as vias
de comunicação por onde os zulus importavam armas e cumprir o objectivo de anexar a
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As resistências africanas
Foi neste contexto que Ngungunhana, imperador de Gaza, foi preso a 28 de Dezembro de
1895 e, juntamente com Nwamantibjane, foi deportado para o arquipélago dos Açores, onde
viria a morrer em 1906,levando assim, o domínio português começa a afirmar-se em
Moçambique.
Causas da derrota
São as causas das derrotas: a superioridade das armas dos portugueses em relação às dos
moçambicanos; a falta da unidade entre os moçambicanos; a traição de alguns chefes nativos.
Os principais intervenientes
Como personagens da resistência do sul de Moçambique referem-se: Ngungunhane,
Mahazule, Nuamantibjana, Maguiguane,Kanyemba,Matakenya e Nguaanaze.
Centro de Moçambique
Em 1887,surgiu uma disputa entre o britânico Cecil Rhodes e o português Henriques Barros
Gomes na sequência de uma colisão de interesses, porque, Rhodes, pretendia unir e fazer um
corredor “cairo-cabo”, isso na zona norte e sul de África, ao passo que Barros propunha o
“mapa-cor-de-rosa” para unir Moçambique e Angola.
Entretanto, Rhodes, com as suas tropas de BSAC (British South Africa Company), prende
Paiva de Andrade e constrói o forte de Salisbury, em 1891,estabelecendo-se a fronteira com a
Zâmbia, Malawi, Zimbabwe e Natal, a qual é mantida ate hoje. Mas para evitar que os
britânicos viessem a ocupar novas regiões, os portugueses encetaram “campanhas de
pacificação ”par dominar os povos e estabelecer uma ocupação efectiva dos territórios.
Esta zona tinha um elevado grau de militarização das formações políticas da região herdada
do período de caca e do tráfico de escravos. Dai que Portugal, para vencer esta região, teve e
pedir muita ajuda, quer interna assim como externa e grande mobilização de recursos bélicos.
Barué (fruto de desagregação de Mutapa), criou muitos problemas aos portugueses, que
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As resistências africanas
Uma característica importante desta rebelião foi o facto de ela ter surgido entre o próprio
povo, que assim ultrapassou a autoridade de alguns chefes tribais. Demasiado comprometidos
com o colonialismo, estes tinham-se recusado a dirigir a luta. Foi o que sucedeu, por exemplo,
com os chefes do Monomotapa e do Barué, e esta rebelião também foi sufocada, devido à
grande superioridade técnico militar dos colonialistas portugueses.
Mais recentemente, no princípio do século XIX, as atrocidades cometidas pelos governadores
de Cabo Delgado levaram a população desta região a revoltar-se.
Os chefes Muane, Cherejo e Movera, dirigiram essa revolta, de 1800 a 1810 os portugueses
não conseguiram lá penetrar, e finalmente, organizaram uma grande expedição militar, com
muitas armas de fogo e, integrando os árabes de Quitongonha como aliados,conseguiram
vencer aqueles chefes.
Norte de Moçambique
Na região do norte de Moçambique são notórios, na resistência à ocupação portuguesa, os
Namarais, então habitantes de Monapo e da ilha de Moçambique, com destaque para os
chefes Mucutu-muno e Ibraimo.
Conclusão
Depois de um processo longo de pesquisa e rotação deste trabalho que tem como tema as
resistências africanas, podemos concluir que a penetração europeia criou instabilidade nas
sociedades africanas. Caso este que levou povos africanos a desencadear vários confrontos
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As resistências africanas
Bibliografia
RECAMA, Dionísio Calisto: História de Moçambique, de África e Universal-10ª à 12ª
classe, plural Editores,Maputo 2006.
História geral da África, VII: África sob dominação colonial, 1880-1935 / editado por
Albert Adu Boahen, 2a ed. Brasília: UNESCO, 2010.
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As resistências africanas
Índice
Introdução................................................................................................................................3
1. As resistências africanas..................................................................................................4
17
As resistências africanas
1.1.1. Senegal......................................................................................................................4
1.1.2.1. Os Ashanti.............................................................................................................6
1.2.1. Argélia......................................................................................................................7
1.3.2. Moçambique...........................................................................................................12
Conclusão..............................................................................................................................16
Bibliografia............................................................................................................................16